Amostragem americana indica que rejeição ao governo deve crescer depois da Copa
07 junho 2014 às 11h22
COMPARTILHAR
A bola começa a rolar na quinta-feira, mas, depois de um mês com os jogos da Copa do Mundo, o povo pode retornar à realidade com outra percepção a respeito do desempenho do governo Dilma Rousseff. É o que sugere a pesquisa sobre os sentimentos de satisfação do brasileiro feita para o consumo de governos e mercados internacionais.
A amostragem do centro de pesquisa Pew apurou, por exemplo, que a população se preocupava mais com a volta do fantasma da inflação do que com a corrupção. A alta dos preços era o principal problema brasileiro, conforme 85% das respostas. Apesar de todos os escândalos conhecidos, a corrupção política estava em terceiro lugar, com 78%.
Depois da inflação vinha a insatisfação com o desempenho administrativo do governo: a segurança e a saúde públicas conquistaram 83 pontos, dois a menos do que a inflação. Em seguida à corrupção, surgiu em quarto lugar a falta de emprego, com 72%. A soma do aumento do custo de vida e do desemprego tem tudo a ver com mal estar social: atinge o bolso e a boca.
A dois meses da Copa do Mundo, 39% dos brasileiros consideravam que a promoção teria efeito negativo na imagem do país – entre eles, a maioria, 61%, condenava os gastos com o futebol enquanto os serviços públicos eram deficientes. O resultado seria positivo na opinião de outros 35%. O efeito seria nulo, pensavam 23% dos brasileiros.
É verdade que chegou com atraso a pesquisa divulgada em Washington no começo da semana pelo Pew Research Center. O levantamento da opinião de 1.003 pessoas ocorreu em abril, entre os dias 10 e 30. A próxima rodada do Pew virá ao público em setembro, quando estará consolidada a opinião brasileira sobre a Copa. Será conhecida antes da eleição presidencial em outubro.
Quanto à sucessão da presidente, a pesquisa apurou um quadro delicado para Dilma: 63% dos eleitores não aprovavam a gestão econômica contra 34 que a apoiavam. No entanto, com o apoio desses 34%, a economia se tornou o ponto mais positivo do governo segundo os números setoriais do levantamento.
Ainda sobre a sucessão, Dilma é mais bem cotada do que seus dois principais concorrentes. A presidente transmitia uma imagem favorável para 51% das pessoas. Aécio Neves (PSDB) ficou em segundo com 27%. Eduardo Campos (PSB) recebeu a simpatia de 24%.
Porém, depois daquele abril. Dilma desceu um degrau nas pesquisas brasileiras do Datafolha, enquanto os concorrentes subiram. No começo de abril, a presidente contava com o apoio de 38%. Em maio, foi a 37%. No período, Aécio Neves (PSDB) passou de 16% em abril para 20 em maio. Eduardo Campos moveu-se de 10% em abril para 11 em maio.