Ao se aliar à tese de Lula Livre, Amastha sinaliza ser adepto da velha política
10 junho 2018 às 00h00
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Carlos Amastha, que renunciou ao cargo de prefeito de Palmas para tentar se tornar governador do Tocantins, tropeçou em seus próprios equívocos.
A aliança com um PT dividido — que trouxe a tiracolo os comunistas de estimação do PC do B — lhe obrigou a segurar a bandeira vermelha com as palavras “Lula Livre”. Ora, se Amastha queria ser o protagonista do que classificou como “nova política” tudo que ele não poderia fazer era postar-se como defensor do ex-presidente condenado. Este fato lhe trouxe desgastes desnecessários, que não foram compensados pelo tempo de TV que veio de “presente”.
Além disso, o imigrante colombiano tem a péssima mania de achar que apenas suas ideias são válidas e essa arrogância acaba por afastar aliados potenciais. Também contribuiu para sua primeira derrota eleitoral o fato de sua candidatura ter sido impugnada junto ao TRE-TO — por não ter se desincompatibilizado no prazo constitucional — e essa insegurança jurídica fez sua militância balançar.
Sua contestada gestão à frente da Prefeitura de Palmas, marcada pela excessiva carga tributária e denúncias de corrupção; sua falta de penetração no interior do Tocantins — após o falecimento do coordenador de campanha, o ex-deputado federal Junior Coimbra —, além do excesso de confiança de que ganharia a eleição ainda no primeiro turno, tendo em vista que era o “mais preparado”, levaram-no à bancarrota. Um petista brincou: “A gente não sabia que era o mais preparado para perder”.
Em vídeo gravado para as redes sociais após o reconhecimento da derrota, Amastha preferiu atribuir sua desventura aos eleitores tocantinenses — que chamou de desinformados —, que optaram, na sua ampla maioria, pela “velha política”. A bem da verdade, o ex-candidato perdeu a chance de ficar calado e, se quisesse se manifestar, que assumisse os próprios erros. Amastha permanece subestimando os tocantinenses.