Tocantins
O governo Siqueira Campos tem manifestações típicas de fim de ciclo de poder. Tem secretário que prefere ficar no cargo a ser candidato sem chances eleitorais e outros que desejam deixar o governo porque não querem se comprometer com medidas intempestivas que estão sendo tomadas, mas não conseguem ser liberados.
O presidente da Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto) Roberto Pires aponta o aumento dos gastos públicos como o principal problema do descontrole financeiro do Estado. “O Tocantins de 2002 a 2010 cresceu 74% enquanto a capacidade de investimento caiu nos últimos anos de forma assustadora. No ano passado o Tocantins investiu apenas 3% em infraestrutura”, comenta o empresário que avalia que assim não tem economia que suporte tantos gastos com custeio da máquina.
A lista de ex-prefeitos que desejam disputar uma cadeira da Assembleia Legislativa não para de crescer. Encabeçam a lista: Rocha Miranda (PMDB) ex-prefeito de Araguatins; José Salomão Jacobina (PT), ex-prefeito de Dianópolis; Enoque Souza Alves (PMDB), ex-prefeito de Palmeirópolis; Nilton Franco (PMDB), ex-prefeito de Pium; Valderez Castelo Branco (PP), ex-prefeita de Araguaína; Valuar Barros (DEM), ex-prefeito de Araguaína; Agimiro Costa (PSDB), ex-prefeito de Babaçulândia; Wagner Gentil (PSD), ex-prefeito de Arraias. Esses são os que já estão em pré-campanha. Há mais.
Paraíso do Tocantins, cidade do veterano Moisés Avelino (PMDB), ex-governador e atual prefeito, na última eleição além de renovar a Câmara de Vereadores em 100% ainda elegeu a maioria de jovens. Pelo menos cinco vereadores — Luiz Antonio (PT), Gleidson Dedinho (PRTB), Vanderson Machado (PSC), Nando Milhomen (PV), atual presidente, e Vanessa Alencar (PV), ex-presidente, formam a bancada popular que se notabiliza pela pouca idade.
Eles passaram pela Assembleia Legislativa e gostaram. Gostaram tanto que vão tentar voltar. Integram a lista dos ex-deputados pré-candidatos nestas eleições: Palmeri Bezerra (PSB), Valuar Barros (DEM), que também é ex-prefeito de Araguaína; Paulo Roberto (PR), ex-prefeito de Taguatinga; e José Salomão Jacobina (PT), também ex-prefeito de Dianópolis.
O professor Adail Gama, pré-candidato a governador pelo PSDC, virou arroz de festa em eventos políticos na capital sempre com o discurso decorado, raivoso contra tudo e contra todos e nenhuma proposta factível. Um sério candidato a ser o “chato” da temporada.
A indicação do novo conselheiro para o Tribunal de Contas em lugar de Hebert Brito em vez de ser uma solução para o governo pode representar um problema a mais. A opção do governador Siqueira Campos (PSDB), o procurador de contas do TCE Oziel Pereira, responde a processo por suposto desvio de recursos do Igeprev (antigo Ipetins). A indicação de Oziel resolve um problema do governo relativo a contestação da indicação anterior que teria ferido o direto de proporcionalidade. O direito da indicação era dos procurados de contas e o Executivo que a fez. A indicação ajuda ainda Oziel a se defender das acusações de desvio, mas é ruim politicamente para governo.
18 de março, que já foi feriado estadual e data comemorativa do marco pela separação do Norte de Goiás (Dia da Autonomia, numa referência a criação da Comarca do Norte em 1809, por decreto do príncipe Regente Dom João VI), caiu em desuso, deixou de ser feriado, este ano voltou a pautar o debate no Tocantins. Não mais sobre o passado, mas agora como apelo pelo futuro do novo Estado. Nesta data foi criado o Comitê de Estudos de Reorganização do Tocantins, denominado de Movimento Certo, uma ação de cidadania que pretende convocar a sociedade para debater o futuro do Estado. O surgimento do movimento vem da constatação que o Estado está se desviando dos princípios que o criaram. “Este não é o Tocantins que sonhamos”, disse o ex-deputado por Goiás Totó Cavalcante, em pronunciamento na abertura da solenidade de instalação do comitê, realizada na terça-feira, 18, no auditório da Assembleia Legislativa.
O prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), revela que presenciou em Brasília a falta de planejamento do governo do Estado. Conta o prefeito que durante evento de liberação de recursos para Palmas pelo governo federal, em que a capital do Tocantins foi contemplada com mais de R$ 1 bilhão, nenhum outro município foi beneficiado simplesmente por falta de projetos. “Sobra dinheiro em Brasília e o Tocantins, que é um Estado carente, não consegue captar porque não tem projetos”, critica o gestor.
O ex-senador e presidente do PMDB, Leomar Quintanilha, não descarta a possibilidade de disputar uma cadeira na Câmara Federal. Sem mandato desde 2006, quando disputou o governo do Estado pelo PCdoB e obteve menos de 10 mil votos, Leomar voltou à planície e agora prepara retomada da carreira.

Dúvida marca os nomes principais na sucessão: Siqueira Campos a usa para ganhar tempo e empurrar a definição para a última hora; Marcelo Miranda, para se livrar do massacre siqueirista e levar em banho-maria seu projeto político de voltar ao Palácio Araguaia. Enquanto isso, Marcelo Lelis e Paulo Mourão tentam ocupar espaço

Novo presidente do PMDB anuncia que o partido retoma as caminhadas pelo interior do Estado com a presença do ex-governador, o nome que ele considera com as melhores condições para vencer as eleições em outubro

Em vez de manter a postura anunciada de lutar para mudar a velha política, parece que o prefeito se conforma com a realidade e já até admite não participar do processo
Pelo menos quatro deputados estaduais se mantêm na disputa pela Câmara Federal: José Geraldo (PTB), Freire Júnior (PV), Sargento Aragão (Pros) e Josi Nunes (PMDB). Marcelo Lelis (PV) e Sandoval Cardoso são pré-candidatos ao governo. Os outros 14, com exceção do deputado Raimundo Palito (PEN), são candidatos à reeleição.
Notícias dos pré-candidatos a governador nas andanças pelo interior apontam que o deputado Júnior Coimbra (PMDB) desafinou em Gurupi ao fazer críticas aos líderes de seu partido, o ex-governador Marcelo Miranda e a senadora Kátia Abreu, para uma plateia de militantes que os tem como os melhores nomes da legenda. Vaias foi o que ouviu de menos. Em Dianópolis, região Sudeste, Marcelo Lelis (PV) movimentou a cidade e mostrou que seu nome tem aceitação também fora de Palmas. Roberto Pires (PP) e Ataídes Oliveira ainda não foram vistos no interior.