“Nada impede Marcelo Miranda de ser candidato a governador”

22 março 2014 às 10h10

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Novo presidente do PMDB anuncia que o partido retoma as caminhadas pelo interior do Estado com a presença do ex-governador, o nome que ele considera com as melhores condições para vencer as eleições em outubro

Ruy Bucar
O novo presidente do PMDB, Leomar Quintanilha, está convicto de que o ex-governador Marcelo Miranda vai ser candidato a governador e vencer as eleições. Para ele não há nada hoje que impeça Miranda de ser candidato. “Não há hoje absolutamente nada que impeça Marcelo de ser candidato a governador. Então nós não temos preocupação com isso, ele vai ser candidato”, declara o presidente, que ressalta que é preciso observar que há outras postulações e o nome que estiver melhor nas pesquisas será escolhido candidato.
O ex-senador diz que não veio para acabar com as divergências internas, pois avalia que elas são necessárias para dar vida ao partido. “Essa crise do PMDB não nasceu agora, ela sempre existiu no partido exatamente porque é um partido grande, plural, e porque é um partido democrático. Agora, o importante é entendermos que a divergência pessoal nunca será maior do que o objetivo principal do partido. O PMDB é maior do que todos nós”, observa o presidente da agremiação, observando que o mais importante é estabelecer o diálogo com a sociedade em busca de um novo projeto para o Tocantins.
Para o presidente o maior problema deste governo é o distanciamento da sociedade. “O povo é sábio e está sofrendo na pele, está sofrendo na carne as dificuldades e o distanciamento da presença do governo nas suas necessidades. Então esse contato vai nos revelar exatamente qual é o caminho que devemos seguir”, defende o presidente, que anuncia que o PMDB vai ganhar as ruas a partir de agora para ouvir a sociedade e traçar a sua estratégia para as eleições.
Qual o balanço da primeira reunião como novo dirigente do PMDB? O que foi decidido?
Foi exitosa essa reunião. É um primeiro contato com os novos membros da executiva regional, em que nós pudemos discutir dois assuntos de relevo. Um foi a situação interna do partido com as questões de natureza administrativas e financeiras, porque há pendências que estão a requerer a nossa atenção; e o outro tema mais importante é de natureza política, entendemos que é preciso respeitar as divergências, mas também aplacar os ânimos dentro do partido. Creio que estamos obtendo essa compreensão dos membros e o PMDB marcha para encontrar um rumo que lhe permita disputar com convicção, com consciência e com força as eleições que se avizinham.
O PMDB perdeu muito tempo com a crise interna? Agora é preciso correr?
Não tem nada passado de hora ainda. E essa crise do PMDB não nasceu agora, ela sempre existiu no partido exatamente porque é um partido grande, plural, um partido democrático. Agora, o importante é entendermos que a divergência pessoal nunca será maior do que o objetivo principal do partido. O PMDB é maior do que todos nós. Creio que estamos encontrando finalmente esses rumos que queremos para o PMDB.
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, diz que depois da paz interna agora é a hora de promover as pré-candidaturas e debater com a sociedade um plano de desenvolvimento para o Tocantins. Quando começa este processo?
Duas situações são muito claras para nós: primeiro, que o PMDB é um partido de oposição; segundo, que o PMDB tem candidatura própria ao governo do Estado e ao Senado da República, então nós vamos buscar agora esse entendimento com as bases. Já temos um agendamento preparado, vamos visitar o Estado e para uma primeira jornada serão duas visitas ao Bico do Papagaio, uma no dia 29, quando estaremos em Tocantinópolis com as lideranças políticas daquele município e dos municípios adjacentes; e no dia seguinte, 30, estaremos em Augustinópolis também agindo da mesma forma, fazendo o encontro com as lideranças de lá e dos municípios vizinhos. Essa é a primeira agenda de visitas e ela será antecipada por um almoço com as lideranças do partido no Estado, todos os municípios estarão presentes em Palmas e serão recebidos pela senadora Kátia Abreu em sua casa, em um almoço, para conversarmos sobre os rumos e as propostas do PMDB. Serão as primeiras ações que estamos delineando para o partido.
O PMDB tem pelo menos dois pré-candidatos ao governo, Marcelo Miranda e Júnior Coimbra. Qual será o critério de escolha?
Entendo que é uma demonstração de força do partido quando ele tem vários nomes que podem ser oferecidos para a apreciação popular para essa disputa. As pré-candidaturas colocadas são legítimas, e essa definição ocorrerá nas convenções de junho. Estou seguro de que o partido marchará unido nas convenções de junho, com um candidato ao governo e um ao Senado, com os candidatos a deputado federal e a deputado estadual e com uma conjugação de forças com os partidos que se propuserem a formar essa frente de oposição e que já sinalizam hoje com postura de oposição ao governo.
Como fica, sobretudo, o diálogo com o PT, que tem candidato próprio, mas sempre foi um parceiro preferencial do PMDB em função da aliança em nível nacional? É um diálogo a ser construído?
A forma de encontrar esse entendimento é o diálogo. Nós vamos conversar com o PT, que já foi parceiro em outras jornadas, como também vamos conversar com outros partidos, que a exemplo do PT sinalizam uma situação de oposição ao governo.
Quais partidos?
O PP, o PSD, o PV, enfim, todos que entendem que devem formar uma linha de oposição. Nós vamos conversar com todos eles para formar uma grande frente.
É possível prever como vão ser as eleições, terá segundo turno, terceira via?
Está muito cedo para fazer uma avaliação com segurança a respeito desse cenário, até porque há muitas postulações sendo colocadas nas pré-candidaturas, é preciso que nós avancemos um pouco o processo. O diálogo de composição de forças está começando e só com o avançar desse entendimento é que poderemos prognosticar alguma coisa. Não quero arriscar nada agora, nós vamos começar a andar, visitar as bases, manter contato com as lideranças e com a população do Estado, mas vamos simultaneamente estar conversando com os líderes dos outros partidos, aí mais na frente poderemos fazer alguma indicação de que como ocorrerá o processo eleitoral.
O que explica o fracasso do governo?
Eu gostaria muito de estar aplaudindo as realizações do governo, porque seria um sinal de que ele estaria agradando a população. Mas tenho é ouvido muitas reclamações da população tocantinense nas suas demandas básicas. Espero que possamos nesse debate levantar as linhas mestras das reivindicações populares para ajudarmos, com a participação da população, os nossos candidatos e, sobretudo, o candidato a governador a traçar uma linha de governo que venha a atender a quem pode mais e a quem pode tudo e a quem nós devemos tudo, que é o povo tocantinense.
O que o PMDB faria de diferente ao voltar ao comando do governo?
A primeira coisa de diferente a ser feita é ouvir mais a população. O povo é sábio e está sofrendo na pele, está sofrendo na carne as dificuldades e o distanciamento da presença do governo nas suas necessidades. Então esse contato vai nos revelar exatamente qual é o caminho que devemos seguir em termos de estruturação do governo. Não há bola de cristal para adivinhar nada nem queremos adivinhar nada, queremos é conversar com o povo, saber como a mãe está se sentindo quando o seu filho sai de casa para escola, ou para o trabalho, de dia ou de noite, será que ele volta com a sua integridade física preservada? Qual é a qualidade de educação que o seu filho está tendo? Quais são as opções, as oportunidades que o seu filho está tendo ao se formar, de poder integrar a força de trabalho do Estado e com isso contribuir com os ganhos familiares. Enfim, é escutando o povo que nós vamos saber sinalizar quais são as propostas que o PMDB, que sempre teve a honra de representar o povo tocantinense, poderá fazer nessas eleições que se avizinham.
Qual o plano B do PMDB se o ex-governador Marcelo Miranda ficar impedido de ser candidato? A senadora Kátia Abreu poderá ser convocada?
Há muitas especulações quanto à situação jurídica do ex-governador Marcelo Miranda, mas não há hoje absolutamente nada que o impeça de ser candidato a governador. Não temos preocupação com isso, ele vai ser candidato. Certamente há a colocação de outras candidaturas no partido, mas já há o compromisso de que quem estiver melhor nas pesquisas vai postular. Não temos receios nem dúvidas de que teremos candidaturas seguras, representativas para concorrer e vencer as eleições.