Novo presidente do PMDB anuncia que o partido retoma as caminhadas pelo interior do Estado com a presença do ex-governador, o nome que ele considera com as melhores condições para vencer as eleições em outubro

Leomar Quintanilha, novo presidente do PMDB: “Não vim para acabar com as divergências dentro do partido” | Foto: Divulgação/ascom TO
Leomar Quintanilha, novo presidente do PMDB: “Não vim para acabar com as divergências dentro do partido” | Foto: Divulgação/ascom TO

Ruy Bucar

O novo presidente do PMDB, Leomar Quintanilha, está convicto de que o ex-governador Marcelo Miranda vai ser candidato a governador e vencer as eleições. Para ele não há nada hoje que impeça Miranda de ser candidato. “Não há hoje absolutamente nada que impeça Marcelo de ser candidato a governador. Então nós não temos preocupação com isso, ele vai ser candidato”, declara o presidente, que ressalta que é preciso observar que há outras postulações e o nome que estiver melhor nas pesquisas será escolhido candidato.

O ex-senador diz que não veio para acabar com as divergências internas, pois avalia que elas são ne­cessárias para dar vida ao partido. “Essa crise do PMDB não nasceu agora, ela sempre existiu no partido exatamente porque é um partido grande, plural, e porque é um partido democrático. Agora, o importante é entendermos que a divergência pessoal nunca será maior do que o objetivo principal do partido. O PMDB é maior do que todos nós”, observa o presidente da agremiação, observando que o mais importante é estabelecer o diálogo com a sociedade em busca de um novo projeto para o Tocantins.

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Para o presidente o maior problema deste governo é o distanciamento da sociedade. “O povo é sábio e está sofrendo na pele, está sofrendo na carne as dificuldades e o distanciamento da presença do governo nas suas necessidades. Então esse contato vai nos revelar exatamente qual é o caminho que devemos seguir”, defende o presidente, que anuncia que o PMDB vai ganhar as ruas a partir de agora para ouvir a sociedade e traçar a sua estratégia para as eleições.

Qual o balanço da primeira reunião como novo dirigente do PMDB? O que foi decidido?
Foi exitosa essa reunião. É um primeiro contato com os novos membros da executiva regional, em que nós pudemos discutir dois assuntos de relevo. Um foi a situação interna do partido com as questões de natureza administrativas e financeiras, por­que há pendências que estão a requerer a nossa atenção; e o outro tema mais importante é de natureza política, entendemos que é preciso respeitar as divergências, mas também aplacar os ânimos dentro do partido. Creio que estamos obtendo essa compreensão dos mem­bros e o PMDB marcha para encontrar um rumo que lhe permita disputar com convicção, com consciência e com força as eleições que se avizinham.

O PMDB perdeu muito tempo com a crise interna? Agora é preciso correr?
Não tem nada passado de hora ainda. E essa crise do PMDB não nasceu agora, ela sempre existiu no partido exatamente porque é um partido grande, plural, um partido democrático. Agora, o importante é entendermos que a divergência pessoal nunca será maior do que o objetivo principal do partido. O PMDB é maior do que todos nós. Creio que estamos encontrando finalmente esses rumos que queremos para o PMDB.

O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, diz que depois da paz interna agora é a hora de promover as pré-candidaturas e debater com a sociedade um plano de desenvolvimento para o Tocantins. Quando começa este processo?
Duas situações são muito claras para nós: primeiro, que o PMDB é um partido de opo­sição; segundo, que o PMDB tem candidatura própria ao governo do Estado e ao Senado da República, então nós vamos buscar agora esse entendimento com as bases. Já temos um agendamento preparado, vamos visitar o Estado e para uma pri­meira jornada serão duas visitas ao Bico do Papagaio, uma no dia 29, quando estaremos em Tocantinópolis com as lideranças políticas daquele município e dos municípios adjacentes; e no dia seguinte, 30, estaremos em Augustinópolis também agindo da mesma forma, fazendo o encontro com as lideranças de lá e dos municípios vizinhos. Essa é a primeira agenda de visitas e ela será antecipada por um almoço com as lideranças do partido no Estado, todos os municípios estarão presentes em Palmas e serão recebidos pela senadora Kátia Abreu em sua casa, em um almoço, para conversarmos sobre os rumos e as propostas do PMDB. Serão as primeiras ações que estamos delineando para o partido.

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O PMDB tem pelo menos dois pré-candidatos ao governo, Marcelo Miranda e Júnior Coimbra. Qual será o critério de escolha?

Entendo que é uma demonstração de força do partido quando ele tem vários nomes que podem ser oferecidos para a apreciação popular para essa disputa. As pré-candidaturas colocadas são legítimas, e essa definição ocorrerá nas convenções de junho. Estou seguro de que o partido marchará unido nas convenções de junho, com um candidato ao governo e um ao Senado, com os candidatos a deputado federal e a deputado estadual e com uma conjugação de forças com os partidos que se propuserem a formar essa frente de oposição e que já sinalizam hoje com postura de oposição ao governo.

Como fica, sobretudo, o diálogo com o PT, que tem candidato próprio, mas sempre foi um parceiro preferencial do PMDB em função da aliança em nível nacional? É um diálogo a ser construído?
A forma de encontrar esse entendimento é o diálogo. Nós vamos conversar com o PT, que já foi parceiro em outras jornadas, como também va­mos conversar com outros partidos, que a exemplo do PT sinalizam uma situação de oposição ao governo.

Quais partidos?
O PP, o PSD, o PV, enfim, todos que entendem que devem formar uma linha de oposição. Nós vamos conversar com todos eles para formar uma grande frente.

É possível prever como vão ser as eleições, terá segundo turno, terceira via?

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Está muito cedo para fazer uma avaliação com segurança a respeito desse cenário, até porque há muitas postulações sendo colocadas nas pré-candidaturas, é preciso que nós avancemos um pouco o processo. O diálogo de composição de forças está começando e só com o avançar desse entendimento é que poderemos prognosticar alguma coisa. Não quero arriscar nada agora, nós vamos começar a andar, visitar as bases, manter contato com as lideranças e com a população do Estado, mas vamos simultaneamente estar conversando com os líderes dos outros partidos, aí mais na frente poderemos fazer alguma indicação de que como ocorrerá o processo eleitoral.

O que explica o fracasso do governo?
Eu gostaria muito de estar aplaudindo as realizações do governo, porque seria um sinal de que ele estaria agradando a população. Mas tenho é ouvido muitas reclamações da população tocantinense nas suas demandas básicas. Espero que possamos nesse debate levantar as linhas mestras das reivindicações populares para ajudarmos, com a participação da população, os nossos candidatos e, sobretudo, o candidato a governador a traçar uma linha de governo que venha a atender a quem pode mais e a quem pode tudo e a quem nós devemos tudo, que é o povo tocantinense.

O que o PMDB faria de diferente ao voltar ao comando do governo?
A primeira coisa de diferente a ser feita é ouvir mais a população. O povo é sábio e está sofrendo na pele, está sofrendo na carne as dificuldades e o distanciamento da presença do governo nas suas necessidades. Então esse contato vai nos revelar exatamente qual é o caminho que devemos seguir em termos de estruturação do governo. Não há bola de cristal para adivinhar nada nem queremos adivinhar nada, queremos é conversar com o povo, saber como a mãe está se sentindo quando o seu filho sai de casa para escola, ou para o trabalho, de dia ou de noite, será que ele volta com a sua integridade física pre­servada? Qual é a qualidade de educação que o seu filho está tendo? Quais são as opções, as oportunidades que o seu filho está tendo ao se formar, de poder integrar a força de trabalho do Estado e com isso contribuir com os ganhos familiares. Enfim, é escutando o povo que nós vamos saber si­nalizar quais são as propostas que o PMDB, que sempre teve a honra de representar o povo tocantinense, poderá fazer nessas eleições que se avizinham.

Qual o plano B do PMDB se o ex-governador Marcelo Miranda ficar impedido de ser candidato? A senadora Kátia Abreu poderá ser convocada?
Há muitas especulações quanto à situação jurídica do ex-governador Marcelo Mi­randa, mas não há hoje absolutamente nada que o impeça de ser candidato a governador. Não temos preocupação com isso, ele vai ser candidato. Certamente há a colocação de outras candidaturas no partido, mas já há o compromisso de que quem estiver melhor nas pesquisas vai postular. Não temos receios nem dúvidas de que teremos candidaturas seguras, representativas para concorrer e vencer as eleições.