O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, emitiu um alerta ao governo do Distrito Federal sobre possíveis manifestações marcadas para o dia 7 de setembro de 2023. Dino resolveu acionar o governo após a identificação de 10 vídeos, incluindo um do pastor Silas Malafaia, que fazem menção à data e sugerem que o evento será de grande proporção.

Na gravação, feita no dia 9 de agosto, Malafaia xinga o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “ditador de toga”, dispara contra a prisão de bolsonaristas envolvidos com os atos golpistas do dia 8 de janeiro e ainda cobra uma postura golpista de generais das Forças Armadas diante do caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso desde maio.

“Sabe por que o ditador de toga Alexandre de Moraes comete todas essas injustiças? Nós temos meia dúzia de generais de 4 estrelas que são covardes e frouxos. Não estou falando de golpe, não. Escute bem. Não é o Exército Brasileiro. É meia dúzia de general de 4 estrelas que são frouxos e poderiam botar o pé na porta”, atacou Malafaia.

Silas Malafaia atacando os ministros do STF. | Foto: Youtube

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), criou um Gabinete de Mobilização Institucional para elaborar e executar um plano de reforço de segurança para o feriado de 7 de Setembro em Brasília. Ibaneis Rocha, governador do DF, que atualmente está em viagem aos Estados Unidos, segundo Celina, teria sido o responsável pela determinação da criação do grupo para garantir a segurança no Dia da Independência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro feriado de 7 de Setembro de seu novo mandato, pretende fazer um contraponto ao tom político e ideológico empregado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta de Lula é desvincular a data do antecessor e retomar o caráter cívico nacional do desfile da Independência.

Como funcionará a mobilização

O Gabinete será coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do DF. Também estão na composição do grupo as secretarias de Proteção da Ordem Urbanística (DF LEGAL) e de Saúde do DF, e o Serviço de Limpeza Urbano (SLU/DF).

O ofício também determina que poderão ser convidados a participar do Gabinete os ministérios da Justiça e da Defesa; o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI); o Senado; a Câmara dos Deputados; o Supremo Tribunal Federal (STF); a Procuradoria-Geral da República (PGR); a Polícia Federal (PF); a Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o Ministério e a Defensoria Públicos do DF e a subseção do DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O grupo atuará na “coordenação das atribuições administrativas” e poderá “adotar as medidas administrativas necessárias à preservação da estabilidade institucional e da proteção dos bens, serviços e instalações”.

As atividades do Gabinete de Mobilização Institucional terão duração de dez dias, a contar de 1º de setembro. As entidades participantes deverão indicar representantes para o grupo em um prazo de 24 horas.