Caiado explica decisão de participar de ato convocado por Bolsonaro e da posse de Flávio Dino no STF
23 fevereiro 2024 às 16h47
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O governador Ronaldo Caiado (UB) comentou nesta sexta-feira, 23, durante coletiva de imprensa, a sua participação no ato político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento está agendado para o próximo dia 25 e foi convocado após operações da Polícia Federal (PF), no último dia 8, que investiga uma suposta tentativa de golpe de estado durante as eleições de 2022.
“Eu sou um homem que em toda a vida participei de todos os movimentos democráticos no Brasil, você deve ter acompanhado minha trajetória, eu estive em todos os movimentos da paulista. Chega um momento que alguém que tem poder de mobilizar pessoas para irem à Avenida Paulista, para poder dar explicações com isso, que ele deseja dar a população, eu enxergo isso como sendo um ato democrático,” afirmou Caiado.
“Olha, se democracia não for falar ao povo em praça pública, então se inverteu totalmente a definição de democracia. Não é na Venezuela que se tem isso, é no Brasil que se tem a democracia implantada,” arrematou.
Caiado foi questionado por uma repórter se a participação no ato de Bolsonaro possui “cálculo político para 2026”. O governador respondeu que há posições políticas em todas as manifestações que sempre têm feito publicamente. “Minha trajetória de vida foi sempre de tomar posições, eu sempre tive lado na minha vida, nunca tive aquela posição de pé em duas canoas, eu sempre tive um rumo”, disse.
O governador ressaltou que embora esteja em um lado ideologicamente contrário ao espectro da esquerda, existe a relação institucional entre os governos. “Eu tenho uma posição ideológica contrária ao PT, mas existe uma situação respeitosa de governabilidade. São coisas distintas e na democracia as pessoas precisam entender isso, ou seja, as posições contrárias não significam ter que agredir quem quer que seja. Acho que o Brasil, mais do que nunca, precisa de pacificação. De paz, de tranquilidade, para podermos desenvolver o país”, pontuou.
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) também ponderou a participação de Caiado no próximo ato pró-Bolsonaro. “O governador é o é um dos líderes mais longevo da direita e que continua em ascensão. Naturalmente uma liderança em razão dos resultados que o colocam como o governo mais bem avaliado do Brasil, é natural que ele participe”, opinou.
Segundo o emedebista, o governador entendeu que Bolsonaro “merece a oportunidade de esclarecer e de falar”. Vilela argumenta que entende que é um ato nesse sentido convocado pelo ex-presidente para poder apresentar sua defesa em relação aos últimos acontecimentos.
Posse de Dino no STF
Em relação à presença na posse de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Caiado ressaltou que foi um ato de respeito. “Eu convivi com ele na Câmara (dos Deputados) por dois mandatos, participamos juntos da reforma eleitoral, tanto perseguida por nós naquela época. Nós sempre tivemos posições ideológicas contrárias, mas existe um tratamento respeitoso entre nós. Eu reconheço a competência dele e as condições dele chegar ao Supremo Tribunal e não é por isso, por não concordar com ele ideologicamente, que eu tenho que ser inimigo dele, não. Isso não está no processo democrático”, enfatizou o governador.
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