Confira a agenda de leituras para 2024 de escritores, intelectuais e jornalistas (1ª parte)
24 dezembro 2023 às 00h01
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Roberson Guimarães — Médico
1 — Tomás Nevinson, de Javier Marías.
Último livro do escritor espanhol que faleceu em 2023 retoma temas caros ao autor da excepcional trilogia “Seu Rosto Amanhã”: espionagem, fronteiras da identidade e as relações afetivas.
2 — Estrela da Manhã, de Karl Ove Knäusgard.
Primeiro romance de Karl Ove Knausgård desde a consagrada série autobiográfica “Minha Luta”, “Estrela da manhã” é um impressionante relato da vida de nove pessoas durante dois dias de agosto, enquanto uma estrela gigantesca e inexplicável surge no céu. Uma digressão sobre a finitude humana.
3 — Cidades da Planície, de Cormac McCarthy.
Desfecho da premiada Trilogia da Fronteira. Mais um gigante que se foi em 2023.
4 — Não Fossem as Sílabas do Sábado, de Mariana Salomão Carrara.
O romance vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2023 de melhor romance do ano. Escritora paulistana de 37 anos. A única referência é o prêmio.
5 — Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo.
Um dos termos que marcou o ano de 2023 foi literatura decolonial, no sentido de obras que têm um viés libertador e que nunca foram contadas. O romance de Conceição Evaristo, escrito em 2003, inserido na realidade étnico-racial brasileira, instiga-nos a refletir sobre a situação da população afro-brasileira, leva-nos a olhar para a outra face, silenciada e ocultada da história do Brasil.
6 — Engenheiro Fantasma, de Fabrício Corsaletti.
Livro de poesia vencedor do Jabuti 2023. Corsaletti veste a máscara de Bob Dylan e narra em 56 sonetos uma temporada de exílio voluntário que o genial letrista norte-americano teria supostamente vivido em Buenos Aires em algum período não-especificado deste século.
7 — Pedro Páramo, de Juan Rulfo.
Este é um livro que releio sempre. Uma daquelas obras literárias que ocupam lugar de destaque na literatura por serem textos totais. Obras que reúnem em si um universo, que se eternizam e admitem tantas leituras quantas se quiser dedicar-lhes. Esse romance é uma dessas obras raras
“Pedro Páramo” é uma história de terror. E uma nova forma de narrar. E um romance de amor e uma crítica a esse amor. E um poema sobre a nostalgia, uma fábula sobre a destruição e o que resta, mas também um tratado sobre a solidão e uma conversa.
8 — Salmo: romance-meditação sobre os quatro flagelos do Senhor, de Friedrich Gorenstein.
Uma trama fantástica baseada na passagem mítica do Anticristo pela URSS entre 1933 e 1973. Ao longo de 40 anos, o Anticristo é testemunha de momentos cruciais da história soviética, como a fome nos anos 1930, a invasão dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, a evacuação, o pós-guerra, a censura stalinista, etc. Estruturado em cinco partes, aborda quatro grandes flagelos divinos: a fome, a espada, a luxúria e a doença.
2
Carlos Willian Leite — Presidente do Conselho Estadual de Cultura de Goiás
À medida que 2024 se aproxima, me vejo diante de um horizonte literário ainda indefinido. O meu programa de leituras para este ano reflete essa incerteza, reconhecendo que as escolhas são frequentemente moldadas por fatores inesperados e mudanças nas tendências culturais. Ao longo do ano, espero encontrar livros que me surpreendam e desafiem minhas expectativas, acompanhando o ritmo dinâmico da literatura contemporânea.
Minha estratégia, por enquanto, está focada em explorar obras que já foram traduzidas, pois não domino outros idiomas. Estou curioso para ver o que as editoras trarão em seus catálogos de traduções, previstos para serem anunciados no final de janeiro.
Enquanto espero por esses novos lançamentos, selecionei alguns livros de autores que li em 2023 e que me deixaram curioso para explorar mais de suas obras. Com isso em mente, inicio 2024 com uma mistura de expectativa e abertura para novas experiências literárias, ansioso para descobrir quais histórias capturarão minha imaginação neste ano.
1 — Dostoiévski-trip, de Vladímir Sorókin.
Iniciarei minha jornada literária de 2024 com “Dostoiévski-trip”, de Vladímir Sorókin, um autor radical e significativo na literatura russa contemporânea. Este livro, focado em dependentes químicos que aguardam um traficante, usa as drogas como metáforas para autores literários, proporcionando aos personagens vivências intensas nas obras de Dostoiévski. No ano passado, li “O Dia de um Oprítchnik”, outra obra de Sorókin, situada em uma Moscou futurista de 2027, que mistura autoritarismo histórico e contemporâneo, refletindo sobre a continuidade de regimes autocráticos na Rússia.
2 — Jakob von Gunten, de Robert Walser.
Estou particularmente entusiasmado com “Jakob von Gunten”, de Robert Walser, um dos autores suíços (escrevia em alemão) mais intrigantes do século 20, admirado por nomes como Kafka e Walter Benjamin. Já li “Os Irmãos Tanner”, de Walser, uma narrativa autobiográfica que descreve a vida de quatro irmãos distintos. O romance aprofunda-se nas complexidades das relações humanas e escolhas pessoais, combinando reflexões filosóficas com observações críticas sobre arte e cotidiano.
3 — Limonov, de Emmanuel Carrère.
Planejo ler “Limonov”, de Emmanuel Carrère, um best-seller francês que relata a extraordinária vida de Eduard Limonov, abrangendo suas várias facetas, de poeta russo a revolucionário, celebridade e presidiário. Em 2023, li “Ioga”, de Carrère, uma mistura de romance e autobiografia no qual o autor descreve sua luta contra a depressão, e “Outras Vidas que Não a Minha”, que entrelaça histórias reais do tsunami de 2004 no Sri Lanka, refletindo sobre a complexidade da condição humana.
4 — O Último Homem Branco, de Mohsin Hamid.
“O Último Homem Branco”, de Mohsin Hamid, reconhecido como um dos melhores livros de 2022 pela revista “New Yorker”, também está na minha lista. O romance questiona as concepções tradicionais de racismo e branquitude. De Hamid, li “Como Ficar Podre de Rico na Ásia Emergente”, uma sátira aos manuais de autoajuda, narrando a ascensão de um jovem rural à riqueza na Ásia, criticando as dinâmicas das sociedades emergentes e explorando temas de ascensão social.
5 — Alvo Noturno, de Ricardo Piglia.
“Alvo Noturno”, de Ricardo Piglia, um romance noir de 2010 ambientado no pampa argentino, está nos meus planos. A história segue o jornalista Emilio Renzi na investigação do assassinato de Tony Durán, desvendando as contradições da vida rural argentina nos anos 1970. Em 2023, li “Dinheiro Queimado”, de Piglia, uma narrativa baseada em fatos sobre um violento assalto em Buenos Aires e Montevidéu, marcada por uma profunda análise psicológica e exploração dos aspectos sombrios da natureza humana.
6 — Mestres Antigos e Extinção, de Thomas Bernhard.
Estou igualmente ansioso para ler “Mestres Antigos” de Thomas Bernhard, uma obra crítica e humorística sobre o meio artístico e a cultura austríaca, assim como “Extinção”, em que Bernhard trata de temas de autodestruição. No ano passado, li “Derrubar Árvores”, um livro que se destaca por sua crítica cínica e misantrópica à sociedade e à classe intelectual austríacas.
7 — Segunda Casa, de Rachel Cusk.
Outra leitura planejada é “Segunda Casa”, de Rachel Cusk. A história foca em M, uma mulher de meia-idade cuja vida pacata é transformada pela chegada do artista plástico L e sua parceira Brett em uma residência artística. M, tomada por uma obsessão por L, narra os eventos, entrelaçando o período da estadia com reflexões e memórias pessoais. De Cusk, li a aclamada trilogia “Esboço” (2014), “Trânsito” (2016) e “Mérito” (2018), focada em Faye, uma escritora e mãe recém-divorciada.
8 — O Quebra-Nozes, de E.T.A. Hoffmann.
Com muitos anos de atraso, estou ansioso para ler “O Quebra-Nozes”, de E.T.A. Hoffmann, um pioneiro da literatura fantástica. A habilidade de Hoffmann em entrelaçar histórias dentro de histórias influenciou centenas de obras, de “Pinocchio” a “Toy Story”, e inspirou o famoso balé de Tchaikovski. Ano passado, li “O Homem da Areia”, uma obra seminal de Hoffmann, que explora a psicologia humana por meio de um personagem atormentado por medos infantis.
9 — As Pontes de Königsberg, de David Toscana.
Promete ser uma leitura cativante “As Pontes de Königsberg”, de David Toscana, que combina história, imaginação e mistério, abordando eventos da Segunda Guerra Mundial e o enigmático desaparecimento de seis meninas. Em 2023, li “Santa Maria do Circo” de Toscana, uma sátira social em que personagens marginais estabelecem uma nova sociedade em um vilarejo mexicano abandonado, revelando o absurdo do comportamento humano.
3
Beto Silva, humorista, escritor e membro do Casseta & Planeta
Em 2023 eu li muito, bati meu recorde de livros lidos, o que não quer dizer muita coisa, afinal quantidade e qualidade não frequentam sempre os mesmos ambientes. Sei que li muita coisa boa, e tenho certeza de que li muita bobagem também. E pretendo continuar assim no ano que vem.
Eu não era muito de releituras. Mas a gente vai ficando velho e percebe que não lembra mais de nada, que alguns livros foram lidos há tanto tempo que praticamente podem ser considerados inéditos de novo. Então comecei a reler alguns clássicos e foi ótimo. Dentre as releituras recentes, “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel García Márquez e “Viva o Povo brasileiro”, do João Ubaldo foram ótimas experiências. Me animei e em 2024 pretendo revisitar outros livros desses autores. “Crônica de uma Morte Anunciada”, do colombiano, e “Sargento Getúlio”, do baiano, estão na minha lista.
Também nessa área de releitura, estão livros policiais de autores que sempre adorei e que não lia há tempos. Rex Stout e Andrea Camilleri estão na minha lista. Ambos geniais. Alguns podem achar que literatura policial está na área de bobagens, mas isso é uma tremenda bobagem.
Um autor que descobri há pouco e que já devorei alguns livros é o Cormac McCarthy. Já tenho em mãos o “A Estrada”, que dizem que é ótimo. Conferirei.
Descobri há muito pouco tempo o João Anzanello Carrascoza. Uma falha já resolvida nas minhas leituras de 2023. Já comprei uma Seleta de seus contos, que está devidamente na fila para 2024.
E por falar em falhas, tenho algumas dívidas históricas, clássicos que sempre quis ler, mas que não encarei ainda. Nesta lista está uma empreitada: “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust. Em 2024 pretendo correr em busca deste tempo perdido.
E no campo da literatura brasileira, outras dívidas que pretendo pagar: “Quarto de Despejo”, da Carolina Maria de Jesus, e “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do Lima Barreto.
E continuarei lendo livros de dois autores portugueses por quem me afeiçoei: Afonso Cruz e Gonçalo M. Tavares.
E na área das bobagens que são mesmo bobagens, mas ótimas e importantes bobagens, pretendo ler muitos livros de humor e muita HQ.
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Yara Nunes, advogada e secretária de Cultura do Estado de Goiás
“A Sociedade do Cansaço”, do filósofo Byung-Chul Han. Por que vou ler o livro? Porque a obra convida à reflexão profunda sobre os desafios e metamorfoses que a sociedade contemporânea impõe a cada indivíduo. O autor mergulha nas complexidades do nosso modo de vida, destacando as pressões e demandas que enfrentamos diariamente; a leitura leva a refletir sobre como podemos redefinir nosso estilo de vida em busca de um equilíbrio mais saudável. Quero explorar as análises de Han e, possivelmente, encontrar orientações para viver de maneira mais consciente e harmoniosa neste mundo acelerado e exigente.
“A Tirania do Amor-Próprio”, de Alain Ehrenberg. Decidi mergulhar na leitura motivada pela proposta de reflexão profunda que a obra oferece sobre a transformação do amor-próprio de uma virtude para uma obrigação, desencadeando uma análise crítica sobre como essa mudança está contribuindo para o crescente aumento dos transtornos mentais na sociedade contemporânea. Através deste livro, espero ganhar uma compreensão mais profunda das complexidades envolvidas nesse fenômeno, desafiando minhas próprias concepções e abrindo espaço para uma reflexão mais ampla sobre o papel do amor-próprio em nossa vida cotidiana.
“O Colapso da Modernidade”, de Zygmunt Bauman. Vou ler a obra para melhor compreender a crise que assola a modernidade e seus reflexos na saúde mental foi o que me motivou na leitura. Estou ansiosa para explorar as argumentações de Bauman, as quais apontam que essa crise está diretamente ligada ao aumento exponencial do cansaço, do estresse e da ansiedade; leitura promete fornecer uma perspectiva crítica que pode lançar luz sobre os complexos vínculos entre a modernidade e o bem-estar mental.
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Nasr Fayad Chaul, historiador, compositor e membro da AGL
1 — Uma Nova História da Humanidade, de David Graeber e David Wengrow.
Ler para ver os argumentos dos autores, um deles não sobreviveu para ver a repercussão do livro, na análise que propõem para rebater as análises das sociedades da agricultura às cidades e a origens do Estado e da Democrata. Gosto demais de revisões da História.
2 — Minha Sombria Vanessa, de Kate Elizabeth Russel.
Trata da relação antiga entre aluna e professor, ele bem mais velho, descrevendo uma espécie de Lolita contemporânea. Dentro dos novos patamares de relacionamentos, com todos os problemas atuais de comportamentos amorosos, me parece instigante e uma leitura leve. Ou não.
3 — O Príncipe Maldito, de Mary Del Priore
Mary tem diversos estudos sobre a história da sociedade e vem se especializando na família real portuguesa no Brasil. Aqui propõe mergulhar nas traições e loucuras da família imperial. Como gostei muito de sua obra sobre “A Condessa de Barral e Histórias Íntimas”, estou curioso pra ver por onde essa colega historiadora vai decifrar essa história familiar.
4 — Salvar o Fogo, de Itamar Vieira Junior.
Depois de uma estreia exuberante com “Torto Arado”, não tive tempo para ver a performance do autor no novo livro. Seus personagens extraídos das entranhas da vida brasileira com os sofrimentos e reações acima dos preconceitos, talvez mantenha o nível do livro anterior, apesar das críticas feitas e questionadas acerca da nova obra. Vamos ler para crer.
5 — O Deserto e Sua Mente, Jorge Baron Biza.
Li em algum lugar uma crítica positiva de uma história real cuja mulher tem seu rosto desfigurado pelo marido que, após o divórcio, agride a mulher na frente do filho e a busca de sua identidade após o episódio com a ajuda do filho. Uma dupla história de realidades romanceadas que se passa nos anos 60 na Argentina. Tanto o marido como o autor cometem suicídio. Muita tragédia numa Argentina não menos trágica. Um tango triste.
6 — Goiás Reflexão e Ressignificação. Vols. 1 e 2, coordenação de Jales Mendonça e Nilson Jayme.
Os livros tratam de revisões e analistas de tópicos dos processos históricos de Goiás nas áreas da História, Geografia, Memória e Patrimônio, Literatura, Cronistas e Viajantes e Povos Originários. Ótima coleção de diversos coordenadores por obras. Li e escrevi para o Volume 1 e pretendo terminar o segundo em 2024.
7 — Travessia e Travessuras, de Lêda Selma de Alencar.
A rica poesia da contista, cronista, poeta e literata Lêda Selma é plena de encantamento. Nessa reunião de poemas, toda a beleza e criatividade da autora nos prende e arrebata. Leio sempre e prometi a mim mesmo terminar em 2024. Atente para o prefácio de Gilberto Mendonça Teles sobre a obra poética de Lêda.
8 — Passagens, de Walter Benjamin.
A obra de Benjamin é obrigatória para se compreender a história cultural das sociedades (e cidades). “Passagens” é uma de suas principais reflexões de 1935 a 1939 com seus mares de citações e ensinamentos. Li boa parte mas é uma obra mais para pesquisa do que para deleite. Há uma ótima nota introdutória de Willi Bolle, que já nos brindou com seu “grandesertão.br” É uma leitura hercúlea mas de imenso valor reflexivo. Tomara que consiga terminar.
9 — Walt Whitman — A Formação do Poeta, de Paul Zweig.
Uma releitura que faço todos os anos. A poesia de Whitman é o Céu no Chão. Foi um presente sensacional do jovelho Euler de França Belém e colou em mim de tal forma que nunca mais larguei. Promessa de releitura que certamente será novamente feita.
10 — Aniquilar, de Michel Houellebecq
Leio sempre o autor francês, que me surpreendeu com “Submissão” na estreia. Estreia pelo menos para mim. Gostei menos de “Serotonina” mas ainda me cativou. Espero
Nessas andanças e intrigas por Paris e suas nuances de crimes e castigos, o autor mantenha sua pegada original.
11 — Desaparecer de Si: Uma Tentação Contemporânea, de David Le Breton.
Me foi indicado pelo amigo Lisandro Nogueira essa intrigante obra de um possível enfrentar do mundo contemporâneo através da ausência de comunicação e das perdas de perspectiva diante do colapso do tempo vivido. Pretendo que seja minha primeira leitura de 2024.
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Sinésio Dioliveira — Jornalista e poeta
Depois que comecei a colher as coisas que alegram meus olhos por meio do uso da fotografia, confesso que fiquei um pouco preguiçoso no campo da leitura. Já li muito. Em muitos livros não tive acesso por completo ao seu conteúdo, transitei apenas na casca de suas palavras. Isso não por analfabetismo funcional, mas por falta de maior familiaridade com a linguagem, a ponto de não entender o que o poeta Carlos Drummond de Andrade disse num de seus poemas sobre as muitas faces das palavras: “Cada uma/ tem mil faces secretas sob a face neutra…”.
Os livros para formação da pessoa enquanto o que sou, já li. Não preciso mais de livros assim. Aprendi com o crítico literário Agripino Grieco (1888-1973) que o essencial não é ler muito, porém ler bem. Para 2024, tenho em mente as leituras (releituras) abaixo relacionadas. Folha seca que sou, o vento pode me fazer ler mais do que as obras mencionadas ou menos ou outros no lugar dos citados. Tem livro que a gente encontra (ou o contrário). Aí folheia, lê alguma coisa e então termina de ler.
De Albert Camus (releitura): “O Estrangeiro”, “A Peste”, “O Mito de Sísifo”.
De Antoine de Saint-Exupéry: “Terra dos Homens”, “Um Sentido Para a Vida”.
De Gustave Flaubert (releitura): “Madame Bovary”.
De Virgílio: “Eneida”.
De Itamar Vieira Junior: “Torto Arado”.
De Paul Auster: “4321”.
De Raul Bopp: “Cobra Norato”.
De Benjamin Moser: “Clarice,” (biografia de Clarice Lispector).
7
Augusta Faro, escritora e membro da AGL
“Jesus, Mestre de Nazaré” é muito mais que uma nova biografia de Jesus, o grande personagem e aniversariante deste final de milênio.Trata-se de uma história que desafiou 2000 anos.
Em estilo romanceado, usando as descobertas da ciência bíblica, e historiadores da época de Jesus, especialmente do judeu Flávio Josefo, o autor faz do texto sagrado surpreendente obra literária. É um livro para todos, para quem nada sabe sobre Jesus Cristo, para quem o conhece e nele crê e também para quem possui bons conhecimentos bíblicos e teológicos.
É uma obra de fôlego do russo Aleksander Mien, cuja morte se deu logo após a publicação do livro, em 1989, provocado por extremistas em pleno clima da glasnost e da perestroika. O movimento que foi incapaz de deter a conquista dos corações do seu povo, sendo mais de 1 milhão de exemplares vendidos logo no primeiro ano. Foi lançado pela Editora Cidade Nova S Paulo. Ganhei o livro ano passado de um primo querido que faleceu precocemente.
8
Martiniano José da Silva — Advogado e membro da AGL
Eis alguns livros que considero fundamentais, leitura obrigatória. Dentre outros, “Ignorância — Uma História Global”, do historiador cultural Peter Burke, e “Como Shakespeare se Tornou Shakespeare”, de Stephen Greenblatt.
Contudo, o livro que escolhi e indico como leitura obrigatória a fazer parte da lista de escolhidos pelo Jornal Opção, para o ano de 2024, é “Onde Encontrar a Sabedoria?”, do extraordinário crítico literário americano Harold Bloom.
Conforme oportuno texto da contracapa, Harold Bloom “nos conduz pelo cânone literário ocidental , desde a Bíblia até o século XX, examinando como a literatura pode nos mostrar o caminho para a sabedoria nas nossas vidas”. Dando-nos a resposta: “Por meio de comparações dos Livros de Jó e Eclesiastes, Platão e Homero, Cervantes e Shakespeare, Montaigne e Francis Bacon, Samuel e Johnson e Goethe, Emerson e Nietzsche, Freud e Proust, e, finalmente, em reflexões sobre o Evangelho de Tomás e a obra de Santo Agostinho, Bloom desfila as diversas — e por vezes contrárias — formas de sapiência que moldam o nosso pensar”.
Assim, creio poder enquadrá-lo entre os livros “de todos os tempos”, segundo ilustre pensador, acreditando não ser necessário resenhá-lo.
9
Hélverton Baiano, jornalista e escritor
Minha vontade é a de ler toda poesia que em 2024 cair em minhas mãos. Vou me deixar cair em tentação. Prestigio os poetas da terrinha, meus pares. Estou me preparando para quando o carnaval chegar, que fiquei sabendo virá muita coisa boa de autores do nosso Estado por aí. Nessa toada, vou de “Poesias”, de Hugo de Carvalho Ramos, da coleção Gleba (Editora Trilhas Urbanas), que a gente conhece da prosa de “Tropas e Boiadas”. No rol de releituras estão “Vidas Secas”, do mestre Graciliano Ramos; “Sagarana”, de outro grande mestre Guimarães Rosa, e também “Viver é Prejudicial à saúde”, de Jamil Snege, autor que gosto muito. Isso porque preciso me melhorar, para ficar um pouco pior.
Já separei estante afora e estou metendo os peitos na virada de ano no romance “O Quinze”, de Rachel de Queiroz, que já acompanhei pelo cinema, mas ainda não li. “As Intermitências da Morte”, de José Saramago, está no meu radar, assim como “Cuca Fundida”, de Woody Allen. Gosto de misturar estilos, para ver como eu fico depois da leitura. Meus paradoxos me completam. Quero me adentrar em “Não É um Rio”, da argentina Selva Almada, e no “A invenção de Morel”, do seu conterrâneo Adolfo Bioy Casares.
Vou tentar fazer uma incursão pelo “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. Acho que eu já posso tentar essa ousadia, porque não quero deixar para fazer isso depois de morto (não entendo de psicografia, afinal). Está no radar “A Confissão”, do goiano Flávio Carneiro, e quero adentrar também à “Cidade Infundada”, contos de uma turma de amigos, livro organizado por Adérito Schneider e Fernanda Marra.
Está em meu radar ainda “No Final da Tarde”, de Kent Haruf; “O imitador de Homens”, de Walter Tevis; “Pesado”, de Kiese Laymon; “Nossa Parte Noite”, de Mariana Enriquez; “A Ilha Perdida”, de Maria José Dupré, autora de “Éramos Seis”, que li na adolescência; “Max Perkins — Um Editor de Gênios”, de A. Scott Berg; “O Grande Mentecapto”, de Fernando Sabino, autor que é interessante revisitar; e, se der tempo no tempo de doze meses, “Samarcanda”, de Amin Maalouf, de quem li recentemente “As Cruzadas Vistas Pelos Árabes”.
10
Elias Antunes — Escritor e crítico
Em primeiro lugar, entendo que a leitura é a própria essência da literatura, mas não só. Há livros para tudo e para todos, para todas as áreas e todos os gostos, quero dizer.
A leitura é um grande caminho de reflexão, exercício mental e beleza estética.
Neste ano de 2024 estão na minha lista para leitura (ou releitura) livros de ensaio, prosa e poesia:
“Lingu@gente”, de Gustavo Dourado. Poeta, escritor e cordelista, foi aprovado por unanimidade para a Academia Brasileira do Cordel, deixando para trás nomes importantes, como Bráulio Bessa.
“Fagulhas d’Alma”, de Leão Sombra do Norte. Poeta, ator, escritor, teatrólogo etc., desponta como um dos criadores da Academia Taguatinguense de Letras.
“A pele do Céu”, de Elena Poniatowska. A escritora mexicana tornou-se um nome reconhecido pelos seus romances que contam histórias humanas e atuais.
“Curso de Literatura Inglesa”, de Jorge Luis Borges. Um nome incontornável da literatura mundial. Neste livro temos as aulas dadas pelo autor argentino, transcritas por Martín Arias e Martín Hadis.
“Para Onde Vamos É Sempre Ontem”, de Ruy Espinheira Filho. Um dos poetas mais em voga na atual literatura brasileira. O livro reúne poemas selecionados dos livros publicados pelo poeta.
“La Vie en Close”, de Paulo Leminski. O principal nome da poesia marginal brasileira, Leminski causa sensação. Muito atual e necessário.
“Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. Considerado por muitos como o poeta maior de nosso idioma, em seu melhor momento.
“A história da Filosofia”, de Will Durant. Quis fazer uma obra sobre filosofia, sua história e teve a feliz ideia de escrever sobre os mais importantes filósofos.
“As Intempéries do Vento”, de Carlos Willian Leite. Ainda muito jovem, Carlos Willian ganhou o Prêmio Cora Coralina com esse livro de uma densidade poética surpreendente.
“Os Cantos”, Ezra Pound. Pound, sem sombra de dúvida, figura como o poeta máximo de nosso tempo.
“Redemoinho”, de Valdivino Braz. Poeta de ponta da nossa literatura, também escritor gabaritado. “Redemoinho” é uma novela que ganhou o prêmio Hugo de Carvalho Ramos.
“Trama da Luz”, de Alcione Guimarães. Poeta premiada, mantém uma tônica intimista e profunda ao mesmo tempo.
“A Lírica Poética da Manhã que Chega”, de Sônia Elizabeth. Considerada uma de nossas melhores poetas, seus poemas alcançam muita beleza estética e muita ternura.
“Antes do Fim”, de Ernesto Sábato. O grande romancista argentino apresenta nesse livro memórias de sua vida, enfrentando os dilemas de abandonar a ciência e buscar na literatura suas sombras. Transforma a tristeza da perda familiar em textos brilhantes.
“Mergulho nos Poros”, de Maria Luísa Ribeiro. Trabalha muito bem com a densidade poética. Este livro é uma verdadeira obra de arte, todo ilustrado com imagens.
“Balzaquianas”, Ubirajara Galli. O grande poeta, atualmente presidente da Academia Goiana de Letras, neste livro traz poemas eróticos e a celebração do amor físico.
“A Porta”, Margaret Atwood. Famosa por seus romances, a poeta também construiu obras interessantes.
“Travessias e Travessuras”, Lêda Selma. Este livro reúne os poemas publicadas por Lêda, ao longo de uma carreira vitoriosa.
“Queixumes”, Edival Lourenço. O grande romancista goiano é um poeta singular.
“Uma Confissão”, Liev Tolstói. O monstruoso autor de “Guerra e Paz” e “Anna Kariênina”, fez um livro pequeno, mas excelente sobre a experiência pessoal do reencontro com a fé.
“Breve Segunda Vida de uma Ideia”, de Solemar Oliveira. Livro de contos de um escritor premiado que já mostrou enorme talento na literatura.
“História da Terra e do Homem no Planalto Central”, de Paulo Bertran. Um dos maiores livros de história de nosso país, comparado a Gilberto Freyre.
“Vislumbres da Aurora”, de Denise Viana Toledo. O livro traz poemas místicos, com uma visão geral da natureza e do criador.
“Sentimento do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade. Pode ser que esse seja o melhor livro individual de um dos maiores poetas brasileiros.
“Melhores Poemas”, de Ferreira Gullar. Outro poeta de grande envergadura. A edição está atualizada e enriquecida com mais poemas do fabuloso autor.
“Mudança”, de Mo Yan. Escritor chinês, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. O livro faz uma análise de seu país, problemas e dificuldades, a partir de acontecimentos em sua vida. Caminha entre o romance e o ensaio memorialístico.
“Selección de poemas”, de Raúl Zurita. Indicado ao Nobel, Zurita tem causado verdadeiro frisson, com sua presença marcante. Na sua juventude, o poeta chileno, comunista e estudante, foi preso e torturado pela ditadura de Pinochet. Depois disso, passou por episódios de autolesão e automutilação, para procurar ultrapassar a dor. Seus poemas falam das prisões físicas e mentais, dos amores, da vida humana e suas lutas e dilemas. Infelizmente, ainda sem livros traduzidos no Brasil.
“Chão de Espera”, de Gabriel Nascente. O brilhante poeta goiano com seu livro, dentre dezenas, mais emblemático.
“Expedição Abissal”, de Hélverton Baiano. Poeta e escritor, nesse romance narra as desventuras de um grupo perdido em uma caverna. Baseado em fatos reais, o texto mistura realidade e ficção.
“Brasil 17.1”, de Ademir Luiz. O grande romancista Ademir Luiz comprova, neste livro, sua qualidade de ensaísta.
“O outro caminho”, de Coelho Vaz. Um dos baluartes da cultura do Estado de Goiás, construiu um livro com poemas refinados, sagrando-se vencedor do Prêmio Hugo de Carvalho Ramos.
“Obra Poética”, Yves Bonnefoy. Poeta francês de altíssimo nível, com seus poemas muito bem traduzidos — por Mário Laranjeira — em nosso idioma.
“Melancolia”, de Jon Fosse. Romance do vencedor do Nobel de Literatura de 2023. Com seu estilo muito pessoal, narra sobre a vida de um artista.
“Poesia”, de Jorge Luis Borges. Reúne os principais livros de poesia do maior poeta argentino.
“Sol Ridente”, de Pietro Costa. Pietro Costa, poeta candango, vem ganhando renome com sua obra, tanto na poesia, quanto na prosa.
“Desenhando Quadrinhos”, de Scott McCloud. Eu, procurando exercitar uma de minhas maiores vocações não realizadas. O livro não só ensina como desenhar, mas como trabalhar a história em quadrinho, com modelos, ideias, exemplos etc.
“O Riso”, de Henri Bergson. Filósofo francês, reconhecido e premiado, tratando sobre a questão do riso, nesse ensaio que muito serve para a teoria literária.
“Versos Que Me Habitam”, de Maria Félix Fontele. Neste livro de poemas, Maria Félix consegue apresentar poemas simples e, ao mesmo tempo, profundos.
“Poemas”, de Seamus Heaney. Poeta irlandês, vencedor do Nobel. A obra reúne o melhor de sua poesia. Trata da vida do campo, das memórias, das descobertas.
Etc.
Depois que terminei a lista, para alguém que se propõe a seguir uma carreira literária o “etc” era mais do que necessário. Percebi, também, que a maioria dos livros eram de poesia, o que me leva a reconhecer, mais uma vez, a beleza singular da linguagem poética.
11
Irapuan Costa Junior — Escritor e colunista do Jornal Opção
1 — Ficando em Portugal por força de umas tarefas que vão aqui me prender desde este dezembro até o próximo fevereiro, andei visitando alguns alfarrabistas (como se chamam os sebos por aqui) e encontrei um volume que será minha primeira leitura de 2024. É uma publicação lisboeta de 1906, um dos muitos volumes de uma coleção de clássicos portugueses, escrito por Duarte Galvão, que leva o título de “Chronica de El-Rei D. Affonso Henriques” (sic).
Duarte Galvão (1446-1517) escreveu estas páginas à época do descobrimento do Brasil, mais precisamente em 1505, e pretendeu fazer um retrato biográfico do fundador e primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (1109?-1185). Juntou registros, notícias, narrativas. O título original, era por sinal bem mais extenso: “Chronica do Muito Alto e Muito Esclarecido Príncipe D. Affonso Henriques, Primeiro Rey de Portugal” (sic). Galvão era fidalgo da Corte Portuguesa, Cronista-Mor do Reino e Diplomata, tendo sido embaixador em Roma e na França de Luís XII. Foi secretário de D. Afonso V e de D. João II.
Anos depois de publicado, o livro sofreu críticas, não porque dissesse inverdades, mas por revelar fatos que não seguiam os bons costumes da nova época portuguesa mais civilizada, como as lutas de D. Affonso Henriques com a mãe, Teresa de Leão, o encarceramento desta e o tratamento hostil dado por ele ao legado do Papa, enviado para amenizar a contenda.
É um livro de sessenta pequenos capítulos, com cerca de 200 páginas. Mais uma publicação de qualidade do que de quantidade de narrativas.
2 — Outro livro que está em meu colimador é “Histoire de la Nation Portugaise”, de Yves Léonard, saído no ano passado, pela editora francesa Tallandier.
Yves Léonard, de 62 anos, é um professor da Sorbonne e historiador francês especialista em Portugal. Já publicou vários livros sobre a história portuguesa e continua escrevendo sobre ela. O livro abrange a saga lusitana desde D. Afonso Henriques até Salazar e está muito comentado por aqui.
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Reinaldo Barreto — Advogado
Fazer lista de sugestões de leituras não é tarefa fácil. Incumbido pelo dileto e centenário amigo Euler de França Belem ponderei, mais uma vez, em preliminar que fico intimidado com as lembranças recorrentes de listas de conhecido amigo em comum que, além de trazer centenas de indicações, são de nível Oxford ou Cambridge. Há um livro que merece tradução para o português: “Vintage Crime — A Short History of Wine Fraud. É uma história das falsificações no mundo do vinho — o que é interessante para os brasileiros, que, cada vez mais, estão apreciando tomar bons vinhos. O livro menciona, até, “envenenamentos” — o que, aparentemente, está na “moda”.
Então, vamos lá:
1 — O Livro Que Mudou a Minha Vida, organizado por José Roberto de Castro Neves
Neves é destacado advogado no Rio de Janeiro e expert em Shakespeare, tendo já publicado várias obras excelentes e de leituras deliciosas, como “Medida por Medida — O Direito em Shakespeare”, “Como os Advogados Salvaram o Mundo” e “Shakespeare e os Beatles”. Em “O Livro Que Mudou a Minha Vida” vemos várias celebridades, de diversas áreas, apontando o livro mais importante em suas histórias e explicando os motivos das escolhas. Do ministro Luís Roberto Barroso à Monja Cohen, de Nelson Motta a Roberta Sudbrack, temos uma diversidade de abordagens literárias muito interessantes e enriquecedoras.
2 — Gravidade Zero — de Woody Allen.
Nessa coletânea de contos o genial cineasta mostra mais uma vez seu talento criativo. As vezes hilariantes, muitas vezes provocativas, as estórias curtas e ilustrativas do mundo cultural norte-americano são contadas por um dos mais autênticos nova-iorquinos, com sua vasta gama de neuroses e paranoias.
3 — O Eterno Declínio e Queda de Roma, de Edward J. Watts.
Uma abordagem muito original de toda a história de Roma desde a República, no Império e no declínio militar, político e cultural. O livro explica o fascínio que esse percurso sempre exerceu na humanidade, com foco nas tentativas de restauração do poder e da glória romana até o fascismo.
4 — Miserável no Paraíso, A Vida de Anthony Bourdain — Charles Leerhsen
A biografia não autorizada de uma celebridade mundial que surpreendentemente suicidou-se em 2018. Bourdain, rico e famoso, fazia programas nas televisões europeias retratando viagens e experiências gastronômicas em todas as partes do planeta.
5 — Fernando Pessoa, Nietzsche e o Niilismo” — Fabrício Fonseca Machado,
A junção da filosofia de Nietzsche e a poesia de Fernando Pessoa e seus múltiplos heterônimos resultam em surpreendente afinidade ao afunilarem-se no niilismo, considerado por muitos o “horizonte sombrio”, o “hóspede sinistro do século XIX”. Ou seja, a obra é uma paulada, com balanço profundo da fugacidade da vida. Vale ler também “Pessoa — Uma Biografia”, de Richard Zenith. Trata-se da biografia mais atualizada do poeta português.
6 — Entre Esplendores e Misérias — Adalberto de Queiroz.
Obra recente do poeta goiano. Sua mulher, Helenir Queiroz, publicou sua autobiografia “De um Jeito ou de Outro”, no qual desnuda a história do casal de modo surpreendentemente sincero. A empresária é uma self-made woman que tem contribuído para o desenvolvimento de Goiás. Adalberto de Queiroz é poeta de nível nacional, que merece ser publicado por editoras importantes, como Companhia das Letras, Relicário, Todavia, Cosac (que voltou ao mercado) e Iluminuras — única maneira de ser reconhecido no país. Bom poeta, já é; só falta o reconhecimento para além do Estado. O bardo goiano precisa ser lido e criticado por analistas do porte de Alcir Pécora e Paulo Henriques Britto.
7 — Um Tempo Para Não Esquecer — Margareth Dalcolmo.
A médica pneumologista e pesquisadora reuniu os artigos publicados no jornal “O Globo” desde a nefasta pandemia de 2020, trazendo a visão da ciência no enfrentamento da crise global. É uma voz iluminista da ciência brasileira. É presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e realiza importantes trabalhos na Fiocruz e no Ministério da Saúde. Atualmente lidera nacionalmente campanha relevantíssima contra o uso de cigarros eletrônicos, nefasta ameaça à saúde pública.