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Dilma inclui na agenda da ONU o combate à corrupção como uma forma de neutralizar denúncias

Ao discursar nas Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff sinalizou a intenção de usar o combate à corrupção com maior frequência, na propaganda eleitoral, numa forma de autodefesa contra as de­nún­­cias que surgem em coincidência com a campanha pela re­eleição. O pronunciamento, na quarta-feira, incluiu três vezes a palavra corrupção co­mo marca de empenho nu­ma nova atitude de governo. Anunciou que sua gestão trava “combate sem tréguas à corrupção”. Em seguida pe­gou o mote e ensinou aos representantes de 120 países, reunidos na ONU, como se faz o combate: — A história mostra que só existe uma maneira correta e eficiente de combater a corrupção: o fim da impunidade com o fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. A fala da candidata coincidiu com o fim da negociação entre o Ministério Público e o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, pela adesão dele à delação premiada, como aconteceu com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petro­brás. Os primeiros depoimentos de Youssef mencionaram a participação de políticos em escândalos na petroleira. Agora é esperar o vazamento de confissões do doleiro, que se juntarão às de Costa. Aí, o risco à reeleição de Dilma, que preventivamente incluiu na agenda eleitoral o tema corrupção como se a ação da Polícia Federal fosse uma obra do governo. Não foi bem assim. O Planalto trabalha para travar vazamentos, especialmente agora na temporada de eleições. Há uma reação na PF contra a manipulação eleitoral do governo sobre as ações policiais. Entre os militares, se o pessoal da ativa deve se calar, os aposentados falam pela corporação sem esconder o rosto. O fato começou a se repetir entre policiais. Na quinta-feira, 25, o delegado aposentado Jorge Barbosa Pontes iniciou o processo com a publicação de um artigo em jornal.

Prefeitura abre inscrições para CMEIs

A prefeitura de Anápolis abriu o período de inscrições para ingresso nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e nos Centros de Educação Infantil conveniados. Crianças de zero a seis anos podem ser cadastradas para participar do sorteio de vagas, que será realizado em dezembro. Para inscrição, é necessária a apresentação de cópias da carteira de identidade e CPF dos pais ou responsáveis, certidão de nascimento da criança, cartão de vacinação e comprovante de endereço. Os responsáveis têm até o dia 21 de novembro para se cadastrar. O perfil socioeconômico é um dos critérios no sorteio. 70% das vagas existentes serão reservadas às crianças em situação de vulnerabilidade social e os 30% restantes serão destinados às demais crianças.

A reeleição foi à ONU, mas antes chamou a Polícia Federal para apurar o erro da Pnad

[caption id="attachment_16342" align="alignright" width="620"]Delegado da Polícia Federal, Ricardo Hiroshi Ishida: mandado por Dilma para apurar os erros de divulgação do Pnad | Divulgação/PF Delegado da Polícia Federal, Ricardo Hiroshi Ishida: mandado por Dilma para apurar os erros de divulgação do Pnad | Divulgação/PF[/caption] Na reta final para o primeiro turno no próximo domingo, a campanha da presidente Dilma se preparou com zelo para demonstrar o rigor administrativo da candidata no caso do erro do IBGE com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Mandou chamar um delegado da Polícia Federal, Ricardo Hiroshi Ishida, para ajudar na investigação de responsabilidade pelo erro. O delegado tem a missão de investigar no IBGE a origem do erro na Pnad. Trata-se de uma intervenção no Instituto, aparelhado por companheiros da presidente, que agiu com um rigor que apenas agora revela depois de quase quatro anos de governo. Na sindicância, o delegado tem a companhia de dois analistas administrativos, Igor Vinicius de Souza Geracy e Erika Lemância Santos. Em caso assim, ditadura chamaria um coronel. Dilma preferiu um delegado. Encomendou Ishida e embarcou rumo a Nova York com gente do marketing para registrar o discurso nas Nações Unidas com a propaganda de seu governo e a busca de criação de fatos de campanha. Na tribuna, Dilma discursou com o olhar privilegiando o cinegrafista de seus movimentos eleitorais. O pronunciamento colocou ênfase na sustentação de que a política econômica está no rumo certo - embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteja demitido desde já a partir de 31 de dezembro, conforme aquela promessa de campanha feita por Dilma no início do mês. Seria a salvação do país na crise mundial de 2008, como a presidente discursou na ONU: — Resistimos às suas piores consequências: o desemprego, a redução de salários, a perda de direitos sociais e a paralisia do investimento. Um pouco mais adiante, Dilma reconheceu que, mesmo assim, o país não está de todo a salvo. “Ainda que tenhamos conseguido resistir às consequências mais danosas da crise global, ela também nos atingiu, de forma mais aguda, nos últimos anos”, recuou no discurso. Mas aí o problema não seria propriamente nosso, e sim planetário: — Tal fato decorre da persistência, em todas as regiões do mundo, de consideráveis dificuldades econômicas, que impactam negativamente nosso crescimento. A favor da atual política econômica, a reeleição conta com outra ênfase na campanha, o baixo desemprego nas maiores cidades. O IBGE divulgou, na quinta-feira, 25, a estabilização em agosto do número de pessoas empregadas ou em busca de trabalho – a chamada População Economicamente Ativa. Em agosto, a PEA subiu 0,8% em relação a julho, foi a 5,7%. Assim, a taxa de desemprego se estabilizou em 5% nas seis principais regiões metropolitanas do país abrangidas pela pesquisa – São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. A falta de ocupação to­tal foi de 4,9% em ju­lho; 4,8% em junho; e 4,9% em maio. É a menor média desde a adoção da pesquisa mensal em 2002. A notícia é boa, mas a origem é suspeita porque o IBGE se tornou caso de polícia desde que Dilma mandou o delegado Ishida investigar o erro nos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domi­cílios relativa a 2013, divulgados há 10 dias. A Pnad abrange o perfil socioeconômico do país, com dados sobre o mercado de trabalho, educação e a acesso a bens nas famílias.

A soberania do Fundo Soberano entrou em jogo e o Banco do Brasil se sentiu em leilão

[caption id="attachment_16339" align="alignright" width="620"]Presidente Dilma Rousseff: limpou o caixa do Fundo Soberano para salvar imagem de gestão às vésperas do pleito Presidente Dilma Rousseff: limpou o caixa do Fundo Soberano para salvar imagem de gestão às vésperas do pleito | Foto: Ichiro Guerra/ Dilma 13[/caption]   A cada dia mais próxima das urnas da reeleição, a presidente Dilma revela disposição para raspar o tacho e queimar caravelas que possam servir ao PT como transporte de volta à oposição. É uma espécie de jogo sem volta com efeitos capazes de espantar a própria presidente, além de incomodar o aparelho de Estado. “Estranhérrimo”, a candidata foi a primeira a espantar-se, de forma inadequada, ainda em Nova York, quando soube por repórteres da repercussão ne­gativa do saque de R$ 3,5bilhões que mandou fazer no saldo do estratégico Fundo Soberano, criado pelo governo há seis anos como uma reserva financeira para momentos de crise. “É estarrecedor que questionem o uso do Fundo Soberano quando o país cresce menos do que crescia quando o Fundo foi formado”, acrescentou Dilma com sua dificuldade para construir frase harmônica. Ainda pairava no ar o novo rebaixamento da expectativa de crescimento do PIB neste ano. Agora, a três me­ses do fim do ano, com o índice inferior a 1%: 0,9. O fundo foi criado para e­mer­gências, mas agora a candidata limpa o caixa para salvar a má a­parência da gestão das contas públicas a quatro semanas do se­gundo turno presidencial. O fundo tinha R$ 3,8 bilhões. Agora Dilma le­vou R$ 3,5 bilhões. Sobraram R$ 300 milhões? Não, menos. Há uma se­mana, o patrimônio do fundo já es­tava desvalorizado em 10,7 por cento. Por isso, espantaram-se técnicos do Banco do Brasil, cujos títulos formam o patrimônio do fundo, mas perdem valor por causa da falta de confiança no governo pelo mercado. A súbita presença de R$ 3,5 bilhões em títulos, à venda no mercado, em momento de crise, pressiona para baixo o valor dos papéis, numa espécie de leilão do banco. Há dois anos, o Fundo Sobe­rano já perdeu dinheiro, com Dilma, ao abrir mão de ações da Petrobras em troca de papéis do Banco do Brasil, como desejava o governo. O prejuízo rondou os R$ 400 milhões na operação. O espanto do pessoal do banco chegou ao Ministério da Fazenda. Lá, responderam que a venda de papeis do fundo não é certeza, mas possibilidade. Porém, o mercado acredita na ven­da para maquiar as contas públicas. Ao sacar a grana de bilhões, a pre­sidente gera uma ilusão. Finge que há equilíbrio fiscal. Cria superávit pa­ra fazer de conta que arrecada impostos num valor acima do que queima em gastos primários. Vale tudo em re­eleição presidencial. É preferível ven­der os bens do Estado a cortar despesas. Para poupar o público que vota para presidente, o aumento do im­posto sobre a cerveja e refrigerantes foi adiado mais uma vez. Ficou para o ano que vem. Mais urgente, o novo aumento na conta de luz deve vir depois do segundo turno. O aumento compensará o rombo de R$ 4 bilhões - superior ao dinheiro que estava no Fundo So­berano – para cobrir a grana gasta no pagamento a empresas de eletricidade na temporada de congelamento de tarifas. Prepare-se o eleitor-consumidor: a conta de luz mensal deve ficar 25 por cento mais cara. Em nome da armação de uma contabilidade com números mais simpáticos nas contas do governo, mesmo que artificiais, a equipe econômica decidiu fazer de conta que o rombo na Previdência Social será menor do que a expectativa externa. Para fechar as contas deste ano sem cortar gasto em temporada eleitoral, o Ministério da Fa­zenda passou a prever o rombo de R$ 40,6 bilhões neste 2014. No mercado, o cálculo é outro. O buraco na Previdência estará acima de R$ 50 bilhões. Sem contar o impacto do novo salário, a despesa com pagamento de precatórios, em novembro, deve exigir algo como R$ 3 bilhões.

Iris pode ter direitos políticos cassados por permuta supostamente lesiva ao Erário

Além do candidato ao governo, outras 16 pessoas podem ser condenadas a ressarcir o Erário em mais de R$ 1 milhão devido à operação de troca de áreas entre município e associação filantrópica

Medida liminar suspende reajuste do IPTU e ITU

[caption id="attachment_16330" align="alignleft" width="620"]semana.qxd Após confusões, reajuste de alíquotas do IPTU na capital deve ficar para 2016 / Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Um mandado de segurança, expedido na sexta-feira, 26, pela juíza Jussara Cristina Oliveira Louza, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos, suspende a tramitação do projeto que reformula as alíquotas do IPTU e ITU da capital goiana até que sejam realizadas novas audiências públicas. Durante a semana, a proposta de reajuste gerou um clima de tensão no diretório municipal do PT. Após se posicionar contrariamente ao projeto de autoria do prefeito Paulo Garcia (PT), o vereador Tayrone di Martino foi alvo de críticas do único legislador petista a favor da proposta, o vereador Carlos Soares (PT). Segundo Carlos, a discussão foi feita em um “plano de fundo eleitoral”, onde interesses políticos estariam envolvidos. Tayrone é candidato a vice-governador pela sigla ao lado do governadoriável Antônio Gomide. Ele rebateu as insinuações do colega petista: “Meu posicionamento não é eleitoral, mas, sim, político, e em prol da população”. A decisão de Tayrone causou surpresa, pois, até então, era considerado aliado de Paulo Garcia, chegando a integrar o corpo administrativo do Paço Mu­nicipal como assessor de imprensa. Em 2013, ele foi um dos legisladores que votou a favor do projeto de readequação das alíquotas de imposto. “No último ano, o projeto foi muito discutido. Dessa vez, não. Hoje ninguém sabe de quanto que vai ser esse reajuste sem a planta de valores. Falta transparência e discussão”, lamentou Tayrone. Além de criticar a gestão do prefeito como “ruim, muito ruim” e afirmar que ele não possui perfil de administrador, Tayrone declarou em seu Twitter que pedirá a expulsão de Paulo Garcia da legenda. O presidente do PT em Goiás, Ceser Do­nis­ete tentou amenizar a discussão: “O PT não tem dono e Pau­lo Garcia e Tayrone di Martino não vão sair do partido”. A situação se intensificou no início da semana quando a votação, que aprovou em primeiro turno a mudança nas alíquotas do IPTU e ITU de Goiânia, foi anulada. A escolha do relator do projeto de lei, Carlos Soares, fez o processo de aprovação da matéria voltar à estaca zero. O petista não pôde relatar o projeto por ser o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ), que avaliou, anteriormente, a matéria. Dois dias depois da anulação, na quinta-feira, 25, a votação aprovou a alteração na alíquota. O resultado, favorável aos interesses da Prefeitura, não contou com os votos de Tayrone e também do vereador Felisberto Tavares, que mantiveram sua posição contrária. Sus­pensos do partido, os vereadores “dissidentes” devem passar pelo Conselho de Ética da legenda, com a possibilidade de expulsão de am­bos do PT. A ação inviabiliza a aprovação da proposta até a terça-feira, 30, último dia hábil para que a matéria seja sancionada. Do contrário, o reajuste fica para 2016.

Governo nega surto de chikungunya

O governo do Estado do Ama­pá negou a existência de surto da doença chikungunya na região. A Co­or­denadoria de Vigilância em Saúde do Amapá informou que município de Oiapoque já registrou 129 casos. Além disso, outros 27 casos estão em análise no sistema de dados do órgão. Porém, o governo afirmou que apenas quatro casos foram confirmados, dois originários de contaminação no próprio município e dois contraídos em outros países e vindos para o Brasil. A cidade baiana de Feira de Santana já registrou 14 casos da doença. A febre chikungunya é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Se­gundo técnicos, a pessoa só pega a doença uma vez. Os sintomas podem durar até dez dias e são os mesmos da dengue: dor de cabeça, febre e dores no corpo.

Polícia apreende 3,7 toneladas de droga

A Polícia Civil realizou a apreensão de 1,2 tonelada de cocaína e 2,5 toneladas de maconha, sendo a maior apre­ensão de entorpecente em Goiás em 2014. A ação foi resultado da Operação Avalanche, deflagrada na segunda-feira, 22. Além da droga, a operação culminou na prisão de um homem e uma mu­lher, suspeitos de serem os maiores traficantes no Estado, que residiam e es­tocavam entorpecentes na capital goiana. A investigação foi feita em parceria com a Delegacia Estadual de Re­pressão a Narcóticos (Denarc) e o Gru­po de Especial de Repressão a Nar­cóticos (Genarc), de Goianésia. Os detidos foram autuados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo. Se condenados, podem pegar até 38 anos de reclusão.

Segue aberto Cais interditado

O Centro Integral à Saúde (Cais) do Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, continua realizando atendimentos. A unidade foi interditada na terça-feira, 23, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE-GO), por más condições sanitárias. O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) prometeu entrar com ação civil pública contra a prefeitura de Aparecida de Goiânia e a Se­cre­taria Municipal de Saúde (SMS), em busca de soluções para o Cais. Fezes de ratos encontradas em armário de armazenamento de máscaras, mofos em paredes, infestação de formigas, equipamentos enferrujados e equipamentos cirúrgicos guardados ao lado de produtos de limpeza são algumas das irregularidades constatadas pelo MPT-GO e pelo Conselho Regional de Enfermagem em inspeção realizada. A população está confusa se o Cais continua ou não funcionando.

Brasil tem 5% de desempregados

A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas brasileiras em agosto deste ano ficou em 5%, em agosto deste ano. O percentual, referente à Pesquisa Mensal de Em­prego (PME) e anunciado na quinta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o menor índice registrado desde 2002. A entidade também divulgou as taxas médias completas de julho (4,9%), junho (4,8%) e maio (4,9%), que haviam sido informadas, anteriormente, sem os dados de todas as regiões metropolitanas, devido à greve dos servidores do instituto, que terminou em agosto. A PME é feita em seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. No entanto, pela paralisação, os números divulgados em maio, junho e julho não incluíam as taxas de Salvador e Porto Alegre. Sem os dados das seis capitais, o IBGE não pôde divulgar uma média nacional. semana.qxd

PF libera edital para 600 vagas de agente

Inscrições podem ser feitas entre 6 a 26 de outubro. Cespe/UNB será responsável pela banca organizadora das provas

Tráfico, desigualdade e consumo: a mistura explosiva para se matar tanto em Goiás

Ironicamente, a falta de uma estrutura orgânica do crime no Estado pode estar contribuindo para uma elevação do número de assassinatos. A grande desigualdade social e o consumismo agravam o quadro

A capitalista selvagem Amazon, que chega ao Brasil, é a Al-Qaeda das livrarias/

Comercializando livros com preços mais baixos, a Amazon contribuiu para a falência de livrarias e crise de editoras nos Estados Unidos, mas reinventou a leitura, com o Kindle, e agora deve mexer com a acomodação das livrarias e editoras brasileiras. Entrega rápida de produtos é um de seus principais trunfos [caption id="attachment_16316" align="alignleft" width="620"]Layout 1 Jeff Bezos, o empresário que criou a Amazon, agora é dono do Washington Post e tem uma fortuna de mais de 25 bilhões de dólares[/caption] Recentemente, adquiri “Um Homem Torturado — Nos Passos de Frei Tito de Alencar” (Civilização Brasileira, 418 páginas), de Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meirelles. Pedido no site da Livraria Cultura, o livro demorou mais de um mês para chegar. Entrei em contato por e-mail e recebi a seguinte explicação: “Referente ao pedido 5412340, informamos que houve um atraso no processo logístico ao faturar o item. Porém o item se encontra em posse de nosso prestado que estará efetuado a entrega em breve. Por esse motivo nós lhe devolveremos o valor pago no frete de R$ 6,15” (transcrevo sem corrigir os erros de português). Ressalvo que a Cultura é a livraria que trata o cliente com mais respeito no Brasil e tem um dos maiores acervos, inclusive comercializa livros de editoras menores que não são colocados nas estantes das demais livrarias. A livraria virtual Amazon, recém-instalada no País, promete atender o cliente rapidamente e com preços mais baixos. “A habilidade da Amazon de entregar produtos com eficiência e dentro de prazos precisos lhe deu uma clara vantagem competitiva sobre seus rivais”, afirma o jornalista Brad Stone, no livro “A Loja de Tudo — Jeff Bezos e a Era da Amazon” (Intrínseca, 398 páginas, tradução de Andrea Gottlieb). A empresa, que faturou 62 bilhões de dólares em 2012 — seu 17º ano de operação —, foi financiada, inicialmente, com 10 mil dólares de Bezos. A Amazon é um vírus insidioso que, depois de penetrar no sistema de defesa do mercado, não sai mais, contaminando tudo. Livrarias e editoras brasileiras que fiquem muitas atentas com uma empresa que se considera “missionária”, mas é apontada como “mercenária”. Seus dirigentes não têm pudor algum de destruir concorrentes. O romance “O Pintassilgo” (Companhia das Letras, 719 páginas, tradução de Sara Grünhagen), de Donna Tartt, custa R$ 36,90 na Amazon (o preço varia durante a semana). Na Livraria Cultura, em São Paulo, e nas livrarias de Goiânia custa R$ 49,50. São R$ 12,60 a menos no site da Amazon (o qual informa, errado, que o livro é de Donna Tartt e de Sara Grünhagen, mas esta não é a autora, e sim a tradutora). No Brasil, por enquanto, a Amazon é “apenas” uma livraria virtual, mas, nos Estados Unidos, vende quase tudo, como DVDs, músicas, roupas, equipamentos eletrônicos. “Queremos ser o lugar onde uma pessoa encontra e descobre tudo que quer comprar”, afirma Bezos (sobrenome cubano, pronuncia-se “Bei-zos”, e não “Bi-zos”). Sobretudo, é uma empresa guerreira, selvagem, predadora. É uma espécie de Al-Qaeda das livrarias. Onde se instala deixa um rastro de destruição, com livrarias quebradas e funcionários desempregados. Sob sua hegemonia, várias livrarias físicas fecharam as portas nos Estados Unidos. “Durante os anos 1990, a Borders fundou livrarias imensas em shopping centers por todo o território norte-americano e em Cingapura, na Austrália e no Reino Unido, entre outros países, passando de 224,8 milhões de dólares em vendas em 1992 para 3,4 bilhões em 2002. A rede fechou em 2011, demitindo 10.700 funcionários”, afirma Brad Stone. Culpa só da empresa de Bezos? Não. A Borders não soube investir no comércio virtual, perdendo novos e sendo abandonada por velhos consumidores de livros. Como empresário, Bezos é de uma agressividade que espanta capitalistas ortodoxos, como os dirigentes do hipermercado Walmart, que chegaram a processá-lo. Quando o romance “Harry Potter e o Cálice de Fogo” foi lançado, “a Amazon ofereceu 40% de desconto na compra do livro e entrega expressa [mais rápida], para que os consumidores o recebessem no sábado, 8 de julho [de 2000] — dia do lançamento —, pelo mesmo custo da entrega comum. A Amazon perdeu alguns dólares em cada um dos 255 mil pedidos. Mas Bezos se recusou a ver essa ‘jogada’ como qualquer outra coisa que não uma forma de conquistar fidelidade do consumidor”. No Brasil, a Amazon está comprando livros patrocinados pelas livrarias Cultura e Saraiva por um preço mais elevado e vendendo por preços menores, com prejuízo. Alega que está conquistando e fidelizando clientes. Onde comprar mais barato? Aos poucos, os consumidores, no lugar de consultar outros sites, irão direto ao site da Amazon. A tese de Bezos, segundo Brad Stone, é ter “preços baixos todos os dias”. A palavra do empresário: “Existem dois tipos de vendedores: os que trabalham para descobrir como cobrar mais e os que trabalham para descobrir como cobrar menos, e nós seremos o segundo, ponto final”. Ao executivo Steve Kessel, Bezos recomendou: “Quero que você aja como se sua meta fosse deixar todos aqueles que vendem livros físicos desempregados”. O consumidor aprova suas táticas de vender mais barato a qualquer custo e sua entrega de produtos, em geral, veloz. Dois “segredos” da Amazon são contratar os melhores profissionais do mercado, pagando-os bem, e exigir agressividade extrema e otimismo realista em tempo integral. Quem hesita, ante metas ambiciosas, é expurgado da empresa, sem dó, piedade ou agradecimento. Bezos considera que a Amazon, mais do que uma livraria, é uma empresa de tecnologia. Tanto que, em 2007, lançou o Kindle, mudando a forma de se ler e ter acesso a livros. Antes disso, no final dos anos 1990, ele vaticinou: “Acredito firmemente que em algum momento a grande maioria dos livros será publicada em formatos eletrônicos”. E sugeriu que era fundamental “dominar o negocio dos e-books”. “Não queremos ser a Kodak”, sublinhou. Qual o título adequado para Bezos? O empresário aprecia ser qualificado de “rei do comércio eletrônico” e a Amazon é vista como “a loja de tudo” ou “a superloja que domina a internet”. Por que, exatamente, a Amazon derrotou gigantes como a Barnes & Noble e a Borders? Seus adversários citam a “agressividade”, táticas antes vistas como suicidas — vender com prejuízo, num primeiro momento — e atos que consideram “ilegais”, mas, na prática, típicos do capitalismo, que é predatório em qualquer época e lugar. Eles têm razão, mas não podem ignorar a competência e a disposição de Bezos para criar novas áreas de atuação. “A página da empresa continha milhões de títulos, e não apenas os cerca de 150 mil encontrados nas prateleiras de megalojas da Barnes & Noble. Ao contrário dos varejistas tradicionais, ela devolvia poucos livros não vendidos — muitas vezes menos de 5%. As grandes redes de livrarias regularmente devolviam 40% dos livros que haviam adquirido das editoras e obtinham um ressarcimento total, um acordo único no varejo.” Paralelamente à batalha contra as livrarias físicas, que perderam terreno, a Amazon passou a cutucar as principais editoras. “A Amazon usou uma abordagem agressiva com as editoras. Ela exigiu ajustes com descontos maiores em compras grandes, períodos mais longos para pagar suas contas e acordos de envio que serviriam para aumentar os descontos da Amazon. As editoras que não aceitavam essas condições eram ameaçadas de ter seus livros retirados do sistema automático de personalização e recomendação do site, o que significava que eles não seriam mais sugeridos aos clientes”, relata Brad Stone. Aí as vendas das editoras caíam, porque a Amazon era e é a maior vendedora de livros dos Estados Unidos. “As editoras ficaram chocadas. A empresa, antes vista como um contraponto bem-recebido pelas redes, agora representava constantemente novas exigências.” Uma delas, a principal, eram preços mais baixos. As livrarias e editoras brasileiras vão sentir o poder de pressão da Amazon aos poucos. Por enquanto, seus dirigentes, interessados num mercado gigante, estão tateando o terreno. Depois, conhecida a área, com o time inteiramente em campo, as pressões vão ser intensas e, até, monopolistas. Os preços mais baixos, com diferenças que impressionam, começam a incomodar sobretudo as livrarias físicas, como Cultura, Saraiva e Fnac (que é mais uma loja de departamentos do que livraria; em Goiás, na área de livros, seu atendimento é o pior, muito atrás da Leitura e da Saraiva). Editoras como Record e Companhia das Letras, gigantes locais, certamente vão “sofrer”, a médio prazo, nas mãos da Amazon. São empresas físicas, com despesas físicas, disputando com uma empresa que, apesar de ter parte de seu empreendimento físico, é, no geral, virtual, com custo de manutenção menor. A primeira grande guerra da Amazon foi com as divisões europeias da Random House, da Hachette e da Bloomsbury. A empresa de Bezos decidiu boicotá-las. O executivo Randy Miller admite: “Fiz tudo que pude para acabar com o desempenho delas”. “Ele aumentou o valor de alguns livros do catálogo para o preço integral e os retirou do mecanismo de recomendações do site; em alguns casos, como no dos guias de viagem, ele passou a promover títulos semelhantes de concorrentes”, conta Brad Stone. A “briga de facas”, no dizer de Sloan Harris, com a Macmillan deixou o mercado estupefato com a virulência da Amazon. Como a Macmillan não aceitou os termos do negócio de e-books, Bezos mandou retirar o anúncio de seus livros do site. A Amazon só cedeu, algumas vezes, sob pressão, sobretudo quanto processada judicialmente (na Europa — Alemanha e Franca — enfrenta uma verdadeira batalha jurídica com editoras e livrarias). A própria empresa processou editoras e a Apple, acusando-as de estarem “envolvidas numa conspiração ilegal para fixar os preços dos e-books”. Porém, antes do acordo com a Apple, algumas editoras já atrasavam a entrega de livros para a Amazon. O jogo era e é brutal, sem meias medidas. “As sessões de persuasão da Amazon às editoras eram seguidas por ameaças. Editoras que não digitalizassem um parcela aceitável de seus catálogos ou não o fizessem rápido o bastante eram informadas de que corriam o risco de perder sua posição de destaque nos resultados de busca do site e nas recomendações da companha para os clientes”, assinala Brad Stone. A Amazon passou até a publicar best sellers para tentar reduzir o poder das editoras. Com os livros digitais, a Amazon partiu, de vez, para cima das editoras. Sem nenhuma pesquisa, apostando puramente na intuição, Bezos definiu um preço — 9,99 dólares — para os livros digitais e lançamentos. As editoras estrilaram e as livrarias não puderam, de imediato, competir em igualdade de condições. “Os consumidores são inteligentes, e achamos que eles esperariam e mereceriam livros digitais com preços inferiores aos dos livros físicos”, diz Steve Kessel. Chegada do Kindle [caption id="attachment_16317" align="alignleft" width="300"]Livro mostra que Jeff Bezos, o chefão, faz investimentos que darão prejuízo mas pensando  em fidelizar o consumidor Livro mostra que Jeff Bezos, o chefão, faz investimentos que darão prejuízo mas pensando
em fidelizar o consumidor[/caption] Bezos, para quem o Céu é o limite, quer sempre mais (investe até em pesquisa espacial e comprou, há pouco, o “Washington Post”, o jornal que contribuiu, de maneira decisiva, para a renúncia do presidente Richard Nixon, dos Estados Unidos, em 1974), e investe pesado em tecnologia, sem receio de a empresa ter de lidar com prejuízos. Em novembro de 2007, depois de investir milhões de dólares e contratando cientistas das melhores universidades e de empresas de criação tecnológica, Bezos apresentou o Kindle. Brad Stone frisa que “a concorrência foi pega de surpresa pelo sucesso do Kindle”, que facilitava a leitura dos livros digitais. A livraria Barnes & Noble avaliou que seria um fracasso e deu-se mal. “A inovação tecnológica causou problemas terríveis à companhia e à indústria como um todo. Ninguém foi mais afetado do que as editoras”, destaca Brad Stone. As livrarias foram brutalmente atingidas. Em 2007, enquanto a rede gigante de livrarias Barnes & Noble faturou 5,4 bilhões, a Amazon faturou 14,8 bilhões. Ao final das guerras entre o capitalismo supersônico da Amazon e o capitalismo retardatário de editoras e livrarias, quem for competente, especialmente se não ficar criando e fortalecendo a figura do bicho-papão, vai sobreviver. A excelente Cultura, a mais qualificada livraria do País, dificilmente sucumbirá. Do ponto de vista dos consumidores, dos leitores, o Kindle foi uma revolução. “O Kindle 2” pode “facilmente ser considerado o dispositivo que revolucionou o ramo de publicação e modificou a forma como as pessoas do mundo inteiro leem livros. A Amazon tinha 90% do mercado de leitura digital.” Caiu, em 2012, para 60%. Rio Amazonas Bezos não aprecia estabelecer vínculos pessoais com seus profissionais, mas procura motivá-los para render o máximo possível. Grita, berra e demite a rodo. Funcionários que erram com frequência são demitidos porque o empresário avalia que continuarão errando. Ele sustenta a tese de que seus funcionários estão na Amazon para contribuir para o seu desenvolvimento e expansão — não para aprender, não para estagiar. Uma empresa de ponta, altamente competitiva, não é um centro de filantropia. O critério para conquistar os melhores profissionais do mercado? Pagar bem. Ele detesta “bonzinhos” e “medíocres”. Quando está se repetindo, quando não está criando, tira um período sabático e volta revigorado. Ele praticamente obriga seus melhores executivos a lerem e a ficarem atentos aos bons livros. O nome Amazon naturalmente tem a ver com o Brasil. “No ano de 1994, Bezos procurou no dicionário todas as palavras que começavam com a letra A e teve uma epifania ao chegar à palavra ‘Amazon’. O maior rio da Terra; a maior livraria da Terra.” O site entrou no ar em julho de 1995. Bezos tem uma fortuna avaliada em 25 bilhões de dólares. A empresa faz 20 anos em 2015.

Uma defesa da divulgação do vídeo que mostra jornalista sendo decapitado

[caption id="attachment_16311" align="alignright" width="620"]Kim Phuc, vietnamita de 9 anos, corre, queimada por Napalm: a foto chocou e comoveu o mundo e ajudou a pôr um fim à Guerra do Vietnã Kim Phuc, vietnamita de 9 anos, corre, queimada por Napalm: a foto chocou e comoveu o mundo e ajudou a pôr um fim à Guerra do Vietnã[/caption] Leitores perguntam, com certa insistência, se aprovo a divulgação de vídeos escandalosos e de vídeos que chamam de “sádicos”. Entre os escandalosos estão os que expõem pessoas nuas, famosas ou não, ou, às vezes, mantendo relações sexuais. Se o próprio indivíduo expõe os vídeos, não faço nenhum reparo. É seu direito. Porém, se o vídeo foi “roubado” e é exibido contra a vontade da pessoa, aí oponho-me à sua divulgação. Trata-se, a vulgarização, de um crime. No caso dos vídeos que os leitores denominam de “sádicos” — as imagens de um tigre matando um jovem e de um terrorista decapitando um jornalista —, nada tenho contra a divulgação. O vídeo do tigre, comecei a ver e, rapidamente, desisti. Sugiro, portanto, que as pessoas façam suas escolhas, como fiz a minha, mas não proponho qualquer censura. Um alerta — “este vídeo contém cenas fortes” — talvez seja apropriado. A ressalva é que um aviso deste tipo serve mais como incentivo. O vídeo de um jornalista sendo decapitado, por lamentável e chocante que seja, é informação, um fato. É importante, mesmo para quem não queira vê-lo, saber o que os terroristas do Estado Islâmico fazem com inocentes. É possível sugerir que sua divulgação maciça contribui para que seja aceita a violência americana no Iraque, e não apenas contra terroristas. Quando militares dos Estados Unidos atacam esconderijos terroristas, no Iraque ou em outros países, eventualmente centenas de inocentes também morrem. A maioria não está envolvida diretamente na guerra, embora muitos sejam usados como “escudos” por terroristas. A foto da menina vietnamita Kim Phuc, de 9 anos, correndo nua e queimada, na Guerra do Vietnã (militares americanos jogaram napalm), contribuiu, em larga medida, para que o mundo condenasse a ação dos Estados Unidos e para acelerar o fim da batalha. A foto é chocante, permanece explosiva, mas quem pode sublinhar que sua publicação não foi relevante? Veja vídeo com cenas de jornalistas que foram decapitados: https://www.youtube.com/watch?v=9soEUzx-Q5A  

Jornalistas como William Bonner e Fátima Bernardes se tornaram capitalistas

[caption id="attachment_16302" align="alignright" width="250"]Untitled-14 Jornalistas como William Bonner e Fátima Bernardes se tornaram capitalistas[/caption] O economista francês Thomas Piketty, autor do livro “O Capital no Século XXI” (Intrínseca, 768, tradução de Monica Baumgarten de Bolle), diz que alguns indivíduos que são vistos como trabalhadores deveriam ser percebidos como capitalistas. É o caso dos executivos de algumas empresas e mesmo jornalistas. O apresentador e editor-chefe do “Jornal Nacional”, William Bonner, recebe 1,5 milhão de salário (18 milhões por ano) — valor que extrapola a ideia de salário e pode ser considerado praticamente participação nos lucros —, um rendimento mensal que muitas empresas de médio porte não obtêm. Na semana passada, a “Folha de S. Paulo” revelou que, além de um salário de 1,5 milhão de reais, a jornalista Fátima Bernardes, apresentadora de um programa matutino na Globo, está se tornando uma das garotas-propaganda mais bem pagas do País. Seu cachê saltou de 5 milhões para 10 milhões. Ela faturou 5 milhões da Seara, segundo o jornal. É provável que Piketty tenha razão: alguns executivos e jornalistas se tornaram neocapitalistas. Dizer isto nada tem de pejorativo. É uma constatação de como o capitalismo se tornou mais “absorvente” — transformando setores das classes médias em, para usar uma linguagem antiquada, burgueses.

O Brasil não é só litoral mas os dez jornalistas mais admirados do país são de São Paulo e do Rio

O Jornalistas&Cia e o Maxpress, por meio de votação, listaram os 100 jornalistas mais admirados do Brasil. Observando a lista, sobretudo dos dez mais admirados, é possível concluir que o País resume-se a São Paulo e Rio de Janeiro. Não há jornalistas do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Minas Gerais, de Goiás, da Bahia, de Pernambuco. É provável que os mais admirados sejam, na verdade, os mais conhecidos. Tanto que, do chamado top 10, sete são profissionais de redes de televisão, que são os mais vistos e lembráveis. Eis o chamado top 10: 1 — Ri­cardo Boechat — Apresentador da TV Bandeirantes. 2 — Miriam Leitão — Comentarista da Globo News e colunista de “O Globo”. 3 — Elio Gaspari — Colunista e articulista da “Folha de S. Paulo” e de “O Globo”. 4 — Caco Barcellos — Repórter da Rede Globo. 5 — William Waack — Apresentador do “Jornal da Globo”. 6 — William Bonner — Apre­sentador e editor-chefe do “Jornal Nacional”. 7 — Carlos Alberto Sardenberg — Comentarista do Globo News. 8 — Mino Carta — Diretor de redação da revista “CartaCapital”. 9 — Eliane Brum — Colunista do jornal “El País” e repórter. 10 — José Hamilton Ribeiro — Repórter do “Globo Rural”, da TV Globo.

Filósofo britânico John Gray diz que ciência e ocultismo se uniram pela “imortalidade”

Untitled-1Autor de livros importantes, como “Cachorros de Palha”, “A Anatomia de Gray”, “Missa Negra”, “Al-Qaeda e o Que Significa Ser Moderno”, “Falso Amanhecer”, o filósofo John Gray lança mais um livro polêmico, “A Busca Pela Imortalidade — A Obsessão Humana em Ludibriar a Morte” (Record, 251 páginas, tradução de José Gradel). Gray, filósofo que desagrada a esquerda e a direita, dadas suas críticas contundentes a ambas, diz, no livro mais recente, que, “durante o final do século 19 e o começo do século 20, a ciência transformou-se em um instrumento investido contra a morte. O poder do conhecimento foi convocado para libertar os seres humanos de sua mortalidade. A ciência foi lançada contra a ciência e tornou-se um canal para a magia”. Muitos, afirma Gray, “voltaram-se para a ciência para escapar ao mundo que a própria ciência havia revelado”. O filósofo frisa que, “na Rússia, assim como na Grã-Bretanha, a ciência era usada como uma forma de não aceitar a lição de Darwin de que os seres humanos são animais, sem nenhum destino especial que lhes assegure um futuro além de seu lar terreno”. Gray deu aulas na London School of Economics, Oxford, Harvard e Yale.

Falta de criatividade faz O Popular insistir com o tema de Carlos Cachoeira

Na terça-feira, 23, “O Popular” publicou uma extensa reportagem, “Saída de Walter Paulo reduz grupo ligado a Cachoeira”, na capa de seu caderno de política. Fica-se com a impressão de que o jornal está perdendo tempo com temas, na verdade, de pouco interesse para a população. Há um problema técnico. “O Popular” não percebeu que, se não tem mandato e se não foi eleito — pelo contrário, desistiu de disputar cargo na Câmara dos Deputados —, como se pode sugerir que, com sua saída, Walter Paulo reduz grupo ligado a Cachoeira? Será possível dizer que, se uma jornalista “x” sair de um diário local, o grupo de Cachoeira ficará menor na redação?

O Popular não examina suas pesquisas com o cuidado devido

O Serpes é um instituto de pesquisa de nível nacional. No entanto, algumas reportagens do “Pop” que interpretam seus dados, como uma do jornalista Caio Salgado (Fabiana Pulcineli, embora às vezes idiossincrática, interpreta-os de maneira muito mais qualificada), são de um primarismo atípico. Algumas vezes, o levantamento diz uma coisa e a reportagem, outra.