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Benyamin Netanyahu discursará pela terceira vez no Capitólio americano e isso pode não ser nada bom
Márcio Messias Por unanimidade, o plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou a penalidade de advertência ao procurador de Justiça do Estado do Espírito Santo, Benedito Leonardo Senatore, por violação a dever funcional. A decisão do conselho ocorreu na quarta-feira, 28, durante a segunda sessão ordinária do ano. O processo administrativo disciplinar foi instaurado pela Corregedoria Nacional do Ministério Público para apurar falta funcional imputada ao referido procurador. O conselheiro relator, Fábio George Cruz da Nóbrega, destacou que restou apurado nos autos que, em dezembro de 2013, Benedito Senatore, que na época exercia o cargo de promotor de Justiça, estava num evento no município de Cariacica (ES), quando tomou conhecimento de que uma pessoa, a qual conhecia, tinha sido presa e autuada em flagrante. O membro do MP, então, telefonou para o delegado da Polícia Civil responsável pela prisão e passou a tratá-lo de forma descortês, com o emprego de gírias e expressões ofensivas. Além disso, o acusado passou a ditar o modo como o delegado deveria agir para promover a imediata liberação do detido, afirmando, ainda, que poderia representar contra ele na Corregedoria da Polícia Civil por suposta demora no processo de liberação. Diante dos fatos, o CNMP concluiu que ficou comprovada a falta de urbanidade no trato com integrante de polícia, dever funcional cuja violação constituiu infração disciplinar prevista na Lei Orgânica do MP-ES.
Rápidas
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Márcia Queiroz[/caption] O nome favorito para ocupar a Tesouraria da OAB-GO é o da advogada Márcia Queiroz. Como ela já está na Secretaria-Geral adjunta, mais um espaço será aberto na formação do grupo eleito.
- Na próxima terça-feira, o presidente eleito da OAB, Enil Henrique de Souza Filho, aproveitará a inauguração da nova sala da subseção da OAB-GO em Formosa, no Fórum da cidade, para visitar o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho.
- Um dos focos do presidente Enil será aprimorar a comunicação da entidade, após identificar que discordâncias internas têm ocorrido por falha nesse setor.
Últimas semanas foram marcadas pela posse de importantes dirigentes do meio jurídico de Goiás
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Andrey pediu exoneração para que tomasse posse no cargo de advogado do Sebrae-GO. O ex-secretário passou no concurso em 2012 e foi chamado no final do ano passado
Arthur de Lucca Gostei da entrevista do professor Dione Antonio de Carvalho (edição 2065). Como não poderia deixar de constar, estava lá a frase-clichê: “Tudo o que fizemos até hoje, nos últimos 30 anos, para resolver esse problema, em qualquer lugar do mundo, esteve ligado à política da guerra ao tráfico. E uma coisa que ficou clara é que isso não funcionou.” Parecia que eu estava lendo a “Superinteressante”, em que o editor-chefe é um incansável defensor da legalização. Faltou ser mencionado o Uruguai, aquela potência de país de 3 milhões de habitantes que está dando exemplo ao mundo. O que eu queria saber do sr. Dione é minha incompreensão, quando ele afirma: “quando legalizamos já se desarticula uma atividade criminosa. Isso é certeza: vai acabar com o tráfico, embora não com o uso”. Então, o que os traficantes irão fazer? Pleitear uma das 396.993 vaguinhas de emprego criadas pelo governo PT–PMDB em 2013? Arthur de Lucca é representante comercial.
“Vanderlan seria o Márcio Lacerda de Goiás”
Di Almeida Acabo de ler o Editorial da edição 2065 do Jornal Opção. Vanderlan Cardoso (PSB) é, sem dúvida alguma, o melhor nome para prefeito de Goiânia. A aliança mais coerente seria mesmo PSB–PSDB, tendo em vista que ambos os partidos são da oposição em nível federal. O Vanderlan seria o Márcio Lacerda [prefeito de Belo Horizonte pelo PSB]. E — político habilidoso, com bom discurso e sendo um gestor experimentado — tem muita chance de vencer. Jayme Rincón (PSDB) deveria continuar o bom trabalho na Agetop [Agência Goiana de Transporte e Obras]. E-mail: [email protected]“Por esse modelo inescrupuloso, a morte virá por inanição”


[caption id="attachment_28122" align="alignright" width="620"] O adeus de Graça Foster da Petrobrás: novo presidente é Aldemir Bendine, homem de confiança de Dilma / Fotos: Tomaz Silva/ABr e Wilson Dias/[/caption]
Os escandâlos na maior estatal brasileira parecem não ter fim. Nesta semana, a Petrobrás continuou nas páginas principais de todos os jornais brasileiros. Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, um ex-gerente de engenharia da empresa, Pedro José Barusco Filho, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobrás -- o valor chegaria a meio bilhão de reais.
“Essa combinação envolveu o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante e os agentes de cada um dos estaleiros, que deveria ser distribuído o percentual de 1%, posteriormente para 0,9%”, declarou Barusco Filho no documento da Polícia Federal.
Além disso, após muita especulação, a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, cedeu à pressão e renunciou ao cargo. Os rumores sobre a saída de Graça ao longo da terça-feira, 3, fizeram disparar as ações da Petrobrás, que fecharam em alta de mais de 15% na Bovespa.
No centro do furacão das investigações, ela e outros cinco diretores da petroleira renunciaram na última quarta-feira, 4.
Aldemir Bendine foi anunciado como o novo presidente da empresa. Atual dirigente do Banco do Brasil e ligado ao PT, especula-se que o nome foi escolhido pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff (PT).
O goiano Henrique Meirelles chegou a ser cotado para o cargo, sob as bençãos do ex-presidente Lula (PT).
Enil derrota Macalé e é eleito presidente da OAB-GO
O advogado Enil Henrique de Souza Filho é o novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO). Então diretor-tesoureiro, Enil foi escolhido em eleição indireta para o mandato-tampão até o final deste ano. Especialista em Processo Civil e Direito Civil, ele derrotou com 44 votos o vice-presidente Sebastião Macalé, que obteve 25 votos. Alexandre Caiado, o terceiro candidato, angariu quatro votos. Em discurso, o presidente eleito clamou pela união para que a OAB Forte se mantenha no poder nas eleições de novembro: “Não consigo se não tiver o apoio de todos ”.Record apresenta programação para 2015 em evento
A Record anunciou na última quinta-feira, 5, a nova programação da emissora para 2015, durante cerimônia com artistas da casa, na capital paulista. As novidades estarão presentes em todos os gêneros da programação, como nas áreas de entretenimento e jornalismo. No esporte, o destaque será a transmissão dos Jogos Pan-Americanos, em Toronto. Havia uma grande expectativa para a divulgação oficial da contratação da apresentadora Xuxa Meneghel. A rainha dos baixinhos, no entanto, deve ser apresentada apenas nas próximas semanas.Vice-governador recebe embaixador da França
Com o objetivo de mostrar as potencialidades de Goiás, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, José Eliton (PP), recebeu o embaixador da França no Brasil, Denis Pietton. Acompanhados de uma delegação formada por diretores e executivos de grandes empresas com matriz naquele país, os representantes se comprometeram a estreitar relações com o Estado. Durante discurso, o embaixador da França se mostrou entusiasmado frente à possibilidade de ampliar as relações com Goiás, que classificou como “um dos estados mais dinâmicos do Brasil”. “Pensamos que as empresas francesas têm muitos trunfos para oferecer ao Estado, como na área de saneamento e transporte, por exemplo”, explicou ele. Na reunião também foi discutida a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na capital goiana.Anderson Silva é pego no exame antidoping
O UFC divulgou no início da última semana que o lutador brasileiro Anderson Silva foi pego no exame preliminar antidoping para a luta realizada no último dia 31 contra o americano Nick Diaz, pelo uso da substância Drostanolona. Anderson foi submetido a três testes pela Comissão Atlética de Nevada (NSAC), dois de sangue, nos dias 9 e 19 janeiro, e um de urina, no dia 31. Somente o primeiro constatou irregularidade. Em nota, o UFC disse que novos testes serão feitos e destacou a importância do atleta: “Anderson Silva tem sido um excelente campeão. O UFC está desapontado por saber destes resultados iniciais.” Nick Diaz também caiu no doping, no entanto, o exame foi feito após o confronto com Spider. O teste do norte-americano apontou para metabólicos relacionados à maconha. Após a divulgação dos exames, a luta realizada no último dia 31 foi cancelada pelo UFC.Com novos impostos, gasolina chega a R$ 3,49 em Goiânia
Semana “doída” para quem abasteceu o carro em Goiânia. O aumento nas alíquotas de PIS/Cofins e nas Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o combustível chegou, de vez, à capital. Desde o começo da semana, o consumidor goianiense tem encontrado gasolina a R$ 3,49. Embora o reajuste proposto pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy tenha afetado apenas a gasolina e o diesel, sendo o aumento de 22 e 15 centavos por litro, respectivamente, os postos têm repassado o valor, também, sobre o etanol — encontrado até a R$ 2,39. De acordo com o Procon Goiás, ainda não é possível afirmar se há abuso, ou não, sobre tais preços, pois é preciso que haja uma análise técnica para avaliar os repasses. No entanto, o aumento chega a 35 centavos em alguns postos — 13 a mais do que o anunciado. O Sindicato dos Postos de Combustível (Sindiposto) não se manifestou.Entre aspas
Estejam preparados, porque vocês vão experimentar o que nunca viram nesta Casa Ronaldo Caiado, senador, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) após manobra para excluir oposição da mesa diretora

A goiana Potrich Potrich nasceu em meio a um antiquário, desbravou preconceitos e se consolidou como uma das galerias mais reconhecidas em território nacional

O Jornal Opção tem publicado “Quatro Estações”, série literária em que dois autores escrevem, a quatro mãos, uma breve narrativa inspirada em uma estação do ano. E, dando continuidade a série, eis que chega aos leitores "Outono", obra dos escritores Mauricio de Almeida e Rafael Gallo. Na próxima semana, se achegará o último conto, "Inverno", de Carlos Henrique Schroeder e Mario Araujo.
[caption id="attachment_28114" align="alignright" width="620"] Venâncio Cruz é fotógrafo e estudante de Arte Dramática[/caption]
Assim que abre a porta do teatro e se depara com o palco, o ator sente a pungência de uma desolação, tocando-o como a dor refletida de um ferimento mais interior. As folhas secas recortadas de papel crepom espalhadas pelo chão, penduradas nas cortinas da cenografia com tiras de durex aparentes, foram a primeira coisa na qual deteve seu olhar e parecem ser as desencadeadoras de seu abatimento. Entretanto, ele sabe que a sensação de tudo em si próprio estar ressecado e prestes a desabar vem de muito antes: pronunciava-se já no gesto da mão que abaixou a maçaneta da entrada sem a antiga convicção da própria solenidade enquanto ator experiente, estava latente há dias, meses, anos. A precariedade da arte diante dele é a mesma de uma vida inteira.
Enquanto caminha pelo corredor escuro em direção ao palco, ele sente o dissabor rebatido de cada uma das poltronas vazias, cujo abandono, pode prever, não será muito menor nas noites de apresentação. Nem mesmo os garotos e as garotas mais jovens do elenco, que num suspiro coletivo, parecendo ensaiado, suspendem os movimentos e mal contêm sua alegria primaveril ao vê-lo chegar, conseguem dissuadi-lo desse desconforto. A proximidade definitiva do palco e a recepção calorosa da companhia deveriam levantar seu moral, retornando-o àquela sensação de ser uma celebridade em algum grau, mas as imitações de folhas secas –– agora vistas de perto e notavelmente mais toscas –– impõem a consciência inevitável da nulidade de suas conquistas ou notoriedade, as quais nunca bastaram para alcançar algo além dessa cenografia similar a de peças amadoras montadas em escolas primárias. Talvez não fosse apenas ele a vítima dessa queda outonal, mas também isso tudo a que sempre deu o nome sacralizado de: arte do teatro.
Sozinho no camarim, troca-se estranhando o local ao seu redor como se a consciência de seu corpo no ambiente –– ferramenta básica de todo ator –– tivesse sofrido uma fratura imperceptível. Observa as roupas nas araras, as plumas e as penas, as coroas e outros adereços, e refaz sua carreira: tantos personagens, tantas caracterizações alheias, tudo suspenso no tempo, deslocado no espaço. O ator senta-se na cadeira e as luzes que contornam o espelho iluminam seu reflexo já vestido com a velha camiseta branca e a calça de moletom própria de ensaios. Vislumbra a imagem à frente, procurando em seu rosto um mapa de seus erros e acertos, já cometidos ou ainda possíveis. E, enquanto perscruta os vincos (ou suas sombras cavadas pelas lâmpadas) que parecem mais profundos em volta dos lábios e aos cantos dos olhos, cuja falta de viço ou brilho os tornara pálidos como a barba esbranquiçada que desponta no maxilar, é surpreendido por toques delicados à porta, que deixa entrever uma assistente perguntando se ele está pronto. Sem desviar o olhar de seu reflexo, responde que sim, muito embora necessitasse ainda de uma maquiagem impossível de ser desenhada naquele rosto, manchado não somente pelas oxidações do espelho, mas, sobretudo, pela própria inconsistência e, inevitavelmente, pela vida.
Tentando se desfazer desses pensamentos, o ator sai do camarim e, antes de subir no palco, cumprimenta o diretor da peça, cujo entusiasmo demonstrado lhe parece estranho. Por consideração, responde estar pronto e satisfeito com aquela montagem surpreendente, o pastiche que traz outra leitura à velha peça inglesa. No entanto, quando adentra o palco, a sensação de plenitude espiritual e de ter sua existência justificada –– que sempre o banhou nesse espaço como o sol de um verão íntimo disparado pelos holofotes –– já não o tocam.Esses sentimentos de satisfação (os quais sempre foram a nota de fundo de uma promessa particular, calcada em um reconhecimento maior por vir) agora estão substituídos pela exasperação que não o deixa. A luz lhe incomoda e, mesmo que insista em não entender, o palco também se fende numa fratura imperceptível mas sensível, revelando o desfecho do arco que tem sustentado seu drama: a promessa não se cumpriu e não se cumprirá.
Ele deriva nesse desnorteio e somente quando percebe a perplexidade calada do elenco se dá conta de que não respondeu à deixa de sua entrada. Após o pedido do diretor para recomeçarem, feito com uma gentileza indulgente que lhe irrita, ele respira fundo procurando recobrar a altivez de performances passadas. Retorna à coxia e, ao sinal, surge no momento exato, fazendo parecer espontâneo o movimento ensaiado até a exaustão, apresentado em inúmeras ocasiões. Ele outra vez um bardo, outra vez um parvo, ele outra vez um outro, ainda e sempre distante de seu papel definitivo, da imagem que vislumbrava de si mesmo.
Quase não contendo a vontade de sumir por trás das luzes e ao fundo da escuridão para nunca mais voltar, o ator prossegue na cena: é preciso cumprir ao menos o curto itinerário que o conduz ao centro do palco. Cada passo é marcado pelo pisar nos recortes de papel crepom em forma de plátanos amarronzados e amarelados que nem mesmo lhe retribuem um estalo vívido, ao contrário, desmancham-se sem substância sob seus pés. Jamais vira um outono feito da queda de folhas dessa espécie fora dos palcos. Procurando se concentrar no texto que enunciará, sente o papel grudar em seus pés a cada passo nessa caminhada tão falsa e insossa quanto um outono feito de plátanos de crepom.
Há uma espera ansiosa e, com o ensejo do roteiro que o manda observar os outros personagens com atenção antes de se pronunciar, o ator perscruta os jovens ainda entusiasmados, devotados às próprias promessas e imersos naquela sensação de banharem-se em realização. E, sem saber se seu rancor é desprezo por eles ou por si mesmo, pensa na estupidez que é essa entrega obstinada a seus papéis, a qual denuncia uma crença desmedida na arte como algo enobrecedor, acesso privilegiado a uma dimensão interdita ao senso comum. Porém, tudo que lhes espera por trás das cortinas dos sonhos são meras cenografias falsas, folhas recortadas com papel crepom, atores feitos dos mesmos contornos toscos e noções fajutas da realidade, montagens e mais montagens de uma peça para ninguém ver. Esse desligamento do mundo não será mais tão encantador com a passagem dos anos, ele pondera. E, na frieza de seu silêncio, o olhar do ator inquire o elenco para anunciar a proximidade de um inverno glacial, o fim de tudo.
Chega o momento no qual sua voz deve ecoar por todo o auditório em uma fala de grande impacto. O ator sabe que, muito embora se trate apenas de um ensaio, é com grande expectativa que todos esperam ser deslumbrados por ele enunciando falas antigas que ainda servem à catarse. Mas de que adianta comovê-los se não convence mais a si mesmo? Essas falas já não ressoam nenhum sentido. Por isso, postado numa iminência, os olhos atentos, as folhas em desmanche grudadas aos pés, a gana que lhe falta como se lhe faltasse o movimento ou a voz, ele observa tudo ao redor e, sem maiores anúncios, desce do palco e adentra a escuridão do auditório, rumo à porta de saída sem qualquer solenidade, indiferente ao estupor e desconcerto de todos, que ficam para trás como outra plateia abandonada.
Maurício de Almeida nasceu em 1982, em Campinas (SP). É autor de "Beijando Dentes" (2008), livro de contos vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2007. Tem contos publicados em antologias, revistas e jornais, além de traduções para o espanhol e para o inglês. Escreve também para o teatro. Mais: mauriciodealmeida.com.br.
Rafael Gallo é autor de "Réveillon e Outros Dias", livro vencedor do Prêmio Sesc de Literatura e finalista do Jabuti na categoria Contos. Tem contos incluídos em antologias diversas e neste ano publica o romance "Rebentar", pela Editora Record

[caption id="attachment_28112" align="alignright" width="620"] Foto: Layza Vasconcelos[/caption]
A boa preguiça chega mais cedo nesta semana e se achega logo na quinta-feira, 12, com as peripécias do inesquecível Ariano Suassuna encenadas pelo Grupo de Teatro Guará. É galera, o poeta Joaquim Simão bota as manguinhas para fora na “Farsa da Boa Preguiça”. O pobre se aventura na beleza de Clarabela, a esposa de Aderaldo, seu vizinho que quer, a todo custo e controvérsia, sua mulher, Nevinha. E, como se não bastasse, ainda tem três demônios para botar os casais na tentação. E, enquanto Jesus, na companhia de dois santos, impede que eles caiam nessa, você cai na gargalhada com essa comédia. O quiproquó todo começa às 20 horas, ali no palco do Teatro Sesc, na rua 15, esquina com a rua 19, no Centro de Goiânia. Os ingressos para o espetáculo custam R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Vai ficar dando uma de Dom Casmurro sentado no sofá de casa ou vai partir na busca de alegrar a vida um pouquinho que seja?
O letra livre, selo de publicação literária que também costuma movimentar a cidade com saraus de palco aberto, encontros e outros muitos apontamentos de arte, está convidando escritores para a 3° coletânea letra livre. Na última edição, 30 novos autores apareceram. Agora, nessa terceira, a ideia é reunir 40 novos autores de Goiás e do Brasil todo. Se estiver afim de participar, mais simples não existe. Vai vendo: é só enviar seu nome completo, sua cidade e uma seleção dos seus escritos no corpo do e-mail e apertar o “enviar” para o endereço [email protected]. Aí é só aguardar a edição do material recebido que, logo logo, tem sarau para lançar a belezura do livro. Então, meu caro, vamos desguardar os textos e mandar porque tem gente querendo ler! =D
O Bloco Socialista leva samba, marchinhas de carnaval e rock para as ruas de Goiânia. Nesta quinta, 12, o grupo traz atrações como Coró-de-pau, Escola de Samba Lua-Alá, Banda Mercado + Fausto Noleto, Mundhumano e Hugo Roquete + Fred Noleto para a Praça Universitária. Este é o 4° ano que o Samba Leviano põe o bloco na rua. É às 19 horas. Já na semana que vem a agenda aperta: dia 13 vai ter encontro de blocos no Grande Hotel; e do dia 14 ao dia 17 tem programação na cidade inteira: da Rua 74 ao Vaca Brava.

[caption id="attachment_28104" align="alignright" width="620"] Paulo Garcia, prefeito, e Adriana Accorsi, deputada: o petista pode bancá-la para prefeita ou vice de Iris Rezende Machado[/caption]
O Jornal Opção ouviu cinco petistas que militam basicamente na capital e perguntou: “Qual é a possibilidade de o PT compor com o PMDB na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016?” Todos deram uma resposta padrão, que pode ser sintetizada assim: “Se Iris Rezende for o candidato do PMDB, o PT dificilmente vai lançar candidato a prefeito de Goiânia”.
Os petistas dizem que têm ouvido que, entre abril e junho de 2016, o PMDB pretende romper a aliança com o PT, para não ser responsabilizado pelo desgaste do prefeito petista Paulo Garcia. “A questão é que um prefeito não tem apenas desgaste, e há a chance de recuperar a imagem, como fez Marconi Perillo em termos de Goiás. Um prefeito de uma capital conta com uma estrutura poderosa e subestimá-lo pode ser um erro tático-político”, afirma um petista.
Um ex-deputado postula: “O PMDB e o PT são uma coisa só em Goiânia. Depois de tanto tempo juntos, quem tentar dissociá-los acabará se ‘queimando’”. Um ex-candidato a deputado frisa: “Não se pode dizer nada com certeza, pois a eleição ocorrerá daqui a um ano e oito meses, mas a chapa dos sonhos dos dois partidos é Iris para prefeito, com uma vice do PT, Adriana Accorsi. Se não for possível, a chapa dos sonhos do petismo, o de Goiânia, é a deputada Adriana Accorsi para prefeita, com um vice do PMDB, Bruno Peixoto ou Agenor Mariano. Ou qualquer um, desde que indicado por Iris”.
Um deputado petista é peremptório: “Sem o PMDB, o PT pode dizer adeus à Prefeitura de Goiânia. Está cristalizando no imaginário do goianiense que o PT administra mal a capital. Porém, sem o PT, o PMDB não será páreo para o candidato do governo do Estado, que vem com força total”. O parlamentar recomenda: “O PMDB, para disputar em igualdade de condições com um candidato consistente como Jayme Rincón, que tem fama de gestor competente, arrojado e antiburocracia, vai precisar da máquina do PT”.

[caption id="attachment_28102" align="alignright" width="620"] Iris Rezende e Júnior Friboi: de aliados e amigos a adversários figadais[/caption]
A principal reportagem da revista “Piauí” que está nas bancas, “Boi na linha” (título da capa), relata “a história dos donos da Friboi e sua íntima relação com o BNDES”. Com nove páginas, a matéria, assinada por Consuelo Dieguez, comenta os supostos privilégios da JBS e, na última página, faz um relato sobre a presença política de José Batista Júnior, conhecido como Júnior Friboi, em Goiás.
“Estimulado por Lula e pelo vice-presidente, Michel Temer, Júnior migrou [do PSB] para o PMDB. Antes de se decidir, fez uma visita a Iris Rezende, cacique do partido no Estado. O ex-governador, segundo assessores de Júnior, o incentivou a ir adiante. O primogênito dos Batista chegou a levar o marqueteiro Duda Mendonça a uma das reuniões com a velha raposa da política. Rezende concordava com tudo”, relata a reportagem “O estouro da boiada” (título interno).
A repórter relata que “os políticos do PMDB goiano se alvoraçaram com a movimentação de Júnior Friboi. Ele prometia injetar 100 milhões de reais na campanha dele e dos aliados. Só na pré-campanha, Júnior já havia desembolsado cerca de 30 milhões”. Mas aí “começaram os ataques”. Saiu em “O Popular” uma reportagem na qual se informava que a JBS devia 1,3 bilhão de reais ao governo de Goiás. A revista sugere que as informações foram vazadas pelo staff do governador Marconi Perillo. Está errado, ao menos do ponto de vista de Friboi. Este tem informações, da própria redação do jornal, de que os dados foram repassados por um aliado de Iris Rezende. A Marconi não interessava a divulgação da notícia. “Em setembro [de 2014], o jornalista responsável pela notícia foi contratado como assessor de imprensa da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás”, sustenta, equivocamente, a revista. O repórter não foi contratado.
“Piauí” frisa que, sob bombardeio do irismo, inclusive de uma filha de Iris Rezende, Ana Paula, “os irmãos e os paIs convenceram” Friboi “a desistir da campanha”. Um assessor do empresário confidenciou à repórter: “Tinha ficado claro para a família que, no mundo político, o Júnior tinha se tornado peça a ser abatida. E o calcanhar-de-aquiles deles é empresarial”.
A reportagem da “Piauí” mostra que o sucesso da JBS se deve, em grande parte, aos investimentos do BNDES — cerca de 10 bilhões de reais —, mas admite que os Batistas, Wesley e Joesley, são eficientes como gestores e enfrentam, de igual para igual, capitalistas altamente experimentados dos Estados Unidos e Austrália. Em alguns momentos, a reportagem reforça velhos preconceitos contra pessoas de Estados que não são de São Paulo e Rio de Janeiro — como se o falar acaipirado fosse exclusivo de Goiás — e os Batistas são apresentados como “matutos”. Em certas passagens, fica-se com a impressão de que Consuelo Dieguez é uma discípula retardatária de Lombroso e de Nina Rodrigues, sobretudo quando busca traços “índios” em Joesley, como se quisesse, aparentemente, “diminui-lo”. Embora deboche da fala “errada” dos irmãos Batista, a repórter escreve “frustação”, e não frustração.

[caption id="attachment_26333" align="alignright" width="620"] José Mário Schreiner: é preciso ampliar o seguro agrícola[/caption]
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), o suplente de deputado federal José Mário Schreiner (PSD), diz que as perdas agrícolas no Sudoeste, no Sudeste, no Sul e no centro de Goiás são “aterradoras”. “Goiás perdeu pelo menos 20% de sua safra de safra e milho. Até pastos, com a consequente queda na produção de leite, produção de leite, foram afetados. Pode-se falar num prejuízo direto — só na base da produção — de cerca de 2 bilhões de reais. O crescimento do PIB será comprometido. É preciso entender que, como a economia é integrada, o prejuízo não será apenas dos produtores, e sim de toda a cadeia produtiva e, claro, da sociedade.” Schreiner revela que apenas 14% da produção tem seguro. “Mas o seguro só cobre de 50 a 70% do custo de produção. Estamos pleiteando, do governo de Goiás, um plano de emergência por região.”

[caption id="attachment_28098" align="alignright" width="620"] Jayme Rincón está praticamente definido como candidato da base governista a prefeito de Goiânia[/caption]
Na semana passada, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), conheceu o sistema BRT do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) apresentou-lhe o que está fazendo de mais moderno para requalificar o transporte coletivo da Cidade Maravilhosa — tornando-o mais rápido e confortável. Durante a conversa, que saltou de gestão para política, Eduardo Paes, que deve ser candidato a governador em 2018, apontou para o supersecretário-executivo de Coordenação de Governo, o jovem deputado federal Pedro Paulo Teixeira, e disse: “Este é o meu candidato a prefeito do Rio em 2016”.
O governador Marconi Perillo, que estava observando Eduardo Paes, virou-se, olhou para Pedro Paulo e, apontando para o presidente da Agetop, Jayme Rincón, disse: “E este é meu candidato a prefeito de Goiânia”.
O presidente da Metrobus, Eduardo Machado (PHS), afirma, de maneira peremptória: “Tenho 100% de certeza que Jayme Rincón será candidato a prefeito. Seu vice deverá ser o deputado Francisco Júnior, do PSD”.