Bastidores

Wilder Morais, Demóstenes Torres, Lúcia Vânia e Vilmar Rocha avaliam que vai se eleger o candidato que mantiver estruturas políticas nos municípios

Prefeitos peemedebistas, como Adib Elias, Paulo do Vale e Ernesto Roller, preferem compor com Caiado mas não rejeitam pai de Daniel Vilela

Empresários apostam que o ex-deputado federal eleva o status da Federação das Indústrias de Goiás

Eleitores de Goiânia sabem que o prefeito banca tanto o peemedebista quanto o democrata

Advogado Adriano Gustavo afirma que a Celg é a responsável pelo problema da energia elétrica e garante que cidade está limpa

Grupos de Leon Deniz, Miguel Cançado e Enil Henrique devem se unir para tentar derrotar o grupo de Lúcio Flávio

Empresário afirma que ele e seus irmãos não planejam disputar a suplência. Vereador diz que suplentes serão de Anápolis e Entorno do DF

Sem contato com o player Marconi Perillo, o jornal ignorou que uma das principais fontes dos jornais de São Paulo e Rio de Janeiro mora em Goiás “O Popular” tornou-se especialista numa arte: a de tomar furos. Ao cobrir — ou melhor, ao deixar de cobrir — a disputa nacional pela presidência do PSDB, o jornal do Grupo Jaime Câmara perdeu terreno para os jornais de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Motivo: apesar de um dos players do tucanato — o governador Marconi Perillo — ser de Goiás, os repórteres do veículo da Serrinha perderam contato com as fontes locais (e não têm fontes nacionais). O resultado foi uma cobertura pífia, serva do material de agências (como se sabe, algumas agências enviam, não material exclusivo, e sim o “restolho” — aquilo que vende para todos os jornais).

Um deputado estadual conta que perguntou a uma importante repórter de “O Popular” por qual motivo o Grupo Jaime Câmara decidiu não publicar a recente pesquisa do instituto Serpes — paga pela Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg). Resposta do colunista: “Embora o instituto faça pesquisas para ‘O Popular’, a pesquisa não inspirou confiança”.

A base governista comemorou ao menos um dado da pesquisa Serpes/Acieg. O fato do pré-candidato do DEM, senador Ronaldo Caiado, aparecer com 44% é visto, paradoxalmente, como “positivo”. Estranho? Nem tanto.
Acredita-se que Ronaldo Caiado não tem como manter tais números, com o acirramento da pré-campanha e da campanha. Aí cria-se o clima de queda e virada.
Governistas sugerem que José Eliton, pré-candidato do PSDB, e Daniel Vilela, pré-candidato do PMDB, ainda não são conhecidos suficientemente dos eleitores, que, por isso, não têm como avaliá-los e mesmo mencioná-los. Aposta-se que, quando se tornarem conhecidos, tendem a crescer e vão, exatamente, retirar votos-eleitores de Ronaldo Caiado.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, se tornou protagonista nacional com a vice-presidência do PSDB. A capacidade de aglutinação e o diálogo amplo com vários grupos do partido pesaram na escolha do tucano goiano.
Marconi Perillo é reconhecido pelos principais líderes do PSDB — como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito de São Paulo, João Doria Jr. — como uma de suas mais expressivas figuras nacionais.
Vale frisar que outro fator decisivo foi seu governo equilibrado, que hoje chama a atenção tanto do PSDB quanto do país. Num momento em que vários governos estão quebrados — como o do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Estados governados pelo PMDB, e de Minas Gerais, gerido pelo PT —, o governo de Goiás paga salários em dia e faz obras em todos os municípios (com o programa Goiás na Frente).

[caption id="attachment_110962" align="aligncenter" width="620"] Marconi Perillo durante congresso “Senado e Câmaras Municipais” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quem conversa com ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso percebe que é pródigo em elogios ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Os elogios são dirigidos tanto ao gestor — visto como responsável — quanto ao político, apontado como eficiente.
Mas recentemente, na escolha dos novos dirigentes do PSDB, hipotecaram apoio a Marconi Perillo: o senador José Serra; o prefeito de São Paulo, João Doria; o governador de Mato Grosso, Pedro Taques; o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; senador-ministro José Aníbal; o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio; Paulo Bauer, o embaixador Sérgio Amaral. O tucanato de Minas Gerais também ficou ao lado do líder tucano.
Ao abrir mão de seu favoritismo, Marconi Perillo contribuiu, de maneira decisiva, para manter a unidade do PSDB.
A pesquisa do instituto Serpes/Acieg contém um dado que contraria a geografia: o município de Faina, que fica na região do Araguaia, aparece na região Nordeste de Goiás.
É provável que o Serpes aponte que o erro é da Acieg e a Acieg sugira que o erro é do Serpes. Só falta mesmo os dirigentes dizem que a geografia enlouqueceu.

O empresário Hugo Goldfeld — o Jair Bolsonaro do mundo pastoril —, ex-presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura e fã número zero do senador Ronaldo Caiado, pré-candidato do DEM a governador de Goiás, é apontado como líder do grupo que financiou a pesquisa Serpes/Acieg.
Hugo Goldfeld serviu ao regime militar com ardor e não se arrepende disso.

O PRB de João Campos e Gilvan Máximo está conversando com José Eliton, pré-candidato a governador pelo PSDB. Mas setores do partido sugerem que o advogado Djalma Rezende, se estiver bem de saúde — ele faz tratamento de câncer no Hospital de Câncer de Barretos (SP) —, pode ser candidato a governador de Goiás. Visto como self-made man, o proprietário de uma das mais poderosas bancas de advocacia do Estado começa a ser citado nas pesquisas de intenção de voto.