Prefeitos peemedebistas, como Adib Elias, Paulo do Vale e Ernesto Roller, preferem compor com Caiado mas não rejeitam pai de Daniel Vilela

Daniel Vilela e Maguito Vilela: entre a tradição e a renovação

O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) está fazendo uma peregrinação por todo o Estado de Goiás. Em todas as cidades, afirma que será candidato a governador e que já “distribuiu” seus colégios eleitorais para postulantes a mandato de deputado federal — como Iris Araújo, José Nelto e Humberto Machado.

Daniel Vilela afirma a aliados que sabe que enfrenta a resistência de alguns prefeitos — como Adib Elias, de Catalão, Paulo do Vale, de Rio Verde, e Ernesto Roller, de Formosa. Adib Elias praticamente lidera, no Sudeste do Estado, uma rebelião contra sua candidatura e discursa, sem subterfúgios, que, se querem ganhar o pleito de 2018, as oposições devem se unir e bancar o senador Ronaldo Caiado para o governo. Em reuniões internas, o prefeito de Catalão faz críticas acerbas ao parlamentar peemedebista, que, na sua opinião, é “imaturo” e “não agrega” nem mesmo sua base partidária. Ele cita explicitamente o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que “não morre de amores” pelo jovem filho do ex-governador Maguito Vilela.

Como os Vilelas não a­brem mão de disputar o go­verno, o grupo de Iris Re­zen­de cogita aceitar uma alternativa — a candidatura de Ma­guito Vilela, que, na opinião dos iristas, agrega mais do que Daniel Vilela. Maguito Vilela tem dito que vai até o “fim” com seu filho. O que significa “fim” não se sabe exatamente. Mas um irista frisa que, se Daniel Vilela não emplacar — permanecendo em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto até maio de 2018, pelo menos —, só há duas alternativas: Ronaldo Caiado, o postulante do DEM — que agrada tanto Iris Rezende quanto os prefeitos Adib Elias, Ernesto Roller e Paulo do Vale — e Maguito Vilela.

Os iristas não aprovam o que chamam de aliança tácita entre Maguito Vilela e o governador Marconi Perillo (PSDB). Mas não querem perdê-lo. Porque, dizem nos bastidores, há a possibilidade de uma composição com os Vilelas na hipótese de segundo turno. “No fundo, Maguito não é marconista. Espertíssimo, ele quer o apoio de todos e, sim, aceitará ser candidato a governador, desde que o filho desista”, afirma um irista.