Léa Garcia receberia homenagem com Troféu Oscarito no Festival de Cinema de Gramado nesta terça, 15.

A atriz Léa Garcia, de 90 anos, morreu nesta terça-feira, 15, ao sofrer um infarto em casa. Ela estava em viagem na cidade de Gramado (RS) para receber o Troféu Oscarito durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Pela primeira vez, a honraria seria entregue para duas pessoas, Léa e a atriz Laura Cardoso. O anúncio da morte, porém, veio durante a manhã pelas redes sociais da atriz, uma das primeiras mulheres negras a atuar na televisão brasileira.

De acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, para onde Léia foi encaminhada, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio. A atriz encenou em produções para televisão, cinema e teatro, consolidando uma carreira de papéis marcantes em produções como Selva de Pedra, Escrava Isaura, Xica da Silva e O Clone. Foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.

Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando quatro Kikitos com Filhas do Vento, Hoje tem Ragu e Acalanto. Aos 90 anos, a veterana detinha de um currículo com mais de cem produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Com uma célebre trajetória nas artes, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme Orfeu Negro que, em 1960, ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a França.

Em 2022, atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita. Ontem, segunda-feira, 14, havia confirmado negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer.

Ela deixa três filhos, três netos, dois bisnetos e uma tataraneta.