O empresário e ex-prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares, disse em áudio enviado a um grupo fechado de produtores que vai fechar sua empresa e liquidar todo o estoque se o candidato Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), ganhar a eleição presidencial neste 2º turno. O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Goiás investiga o caso como coação eleitoral e determinou medidas que assegurem a livre expressão política dos trabalhadores. Além disso, o órgão estipulou ao proprietário multa no valor de R$ 200 mil por danos coletivos.

“Eu já anunciei para todos os funcionários, dia primeiro a empresa minha vai estar com uma faixa de liquidação de estoque que vai fechar a empresa, se o Lula ganhar vai fechar a empresa”, disse na gravação.

Nesta terça-feira, 11, foi instaurado um inquérito civil, para apurar a ameaça a empregados da empresa. Já nesta quarta-feira, 12, a promotora de Justiça Carolina de Jesus Nunes, da Vara de Uruaçu, decidiu, imediatamente, o respeito a trabalhadores que prestam serviços diretamente ou por empresas terceirizadas ao do ex-prefeito, do direito fundamental à livre orientação política e à liberdade de filiação partidária, na qual se insere o direito de votar e ser votado.

O MPT proibiu a adoção de qualquer conduta que, por meio de promessa de concessão de benefício ou vantagem, configure assédio moral, discriminação, violação da intimidade, ou abuso do poder diretivo ou político. A promotora proibiu a discriminação dos trabalhadores, por crença, convicção política, de modo que não sejam praticados atos de assédio ou coação eleitoral, no intuito de constrangimento e intimidação.

Na gravação, que tem pouco mais de 1 minuto de duração, Eronildo diz que os funcionários estão todos preocupados com o 2º turno da eleição. “É isso que temos que estar falando, mostrar o seguinte: se querem o emprego, que deêm valor em quem arruma emprego, quem dá a oportunidade para eles trabalharem. Se não, vão ter que procurar o pessoal do PT para arrumar emprego”, diz o ex-prefeito.

Por meio de nota, o empresário e político se pronunciou sobre o caso e disse que o áudio foi distorcido e que nunca obrigou qualquer colaborador a seguir seus ideais políticos, bem como tem garantido a liberdade do voto livre e secreto.

No mesmo áudio, o empresário diz que acredita que todos os eleitores do candidato Jair Bolsonaro, do PL, têm condições de conquistar mais um voto. “Se 10% dos eleitores do Bolsonaro conquistar mais um voto, com certeza ele ganha essas eleições”, destaca.

Em outro momento, o ex-prefeito de Porangatu afirmou também que não compra produtos para sua empresa de fornecedores que sejam petistas. “Também não compro mais ninguém que seja PT. Se o dono é PT, não compro”, finalizou.

Além disso, o MPT em Goiás recomenda também a Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg) a garantia do respeito a trabalhadores que lhe prestam serviços diretamente ou por empresas terceirizadas, do direito fundamental à livre orientação política e à liberdade de filiação partidária, na qual se insere o direito de votar e ser votado.

Nota de Eronildo Valadares

Em primeiro lugar, gostaria de repudiar as ilações e distorções do áudio em questão, o qual foi realizando em grupo fechado da associação dos produtores de São Félix do Xingu.

Estou na vida pública desde 1998, sendo candidato ou diretamente envolvido desde 2002, em todo esse período sou empresário e agropecuarista, nunca tendo obrigado qualquer colaborador seguir meus ideais políticos, bem como garantido a liberdade do voto livre e secreto.

Quando candidato à reeleição não obriguei qualquer colaborador das minhas empresas ou da administração pública a votar na minha pessoa, em meu áudio deixo bem claro a minha posição política, bem como decisões pessoais, individuais e intransferíveis que compete única e exclusivamente a minha pessoa e ou sociedade que administro.

Faço uso da minha liberdade de expressão, bem como dou ciência àqueles que à minha volta precisa tomar suas decisões, em nenhum momento violei qualquer direito individual de escolha ou forcei qualquer tomada de decisão alheia.

Como empresário do ramo da construção civil e agropecuarista, tenho a obrigação de antecipar e alertar todos que comigo trabalham sobre potenciais riscos que podem interferir fortemente em nossos negócios levando, inclusive, ao fechamento de empresas e desempregos.

Qualquer afirmação diferente disso, não passa de mentiras produzidas com o intuito de tentar desabonar minha reputação e atrapalhar a reflexão que quero que as pessoas tenham nesta que pode ser a eleição mais importante para nossa nação.

Todos são e sempre foram livres para expressar seus votos, assim como eu também sou e por isso o faço em favor do presidente Jair Messia Bolsonaro.

Como democrata e brasileiro, estarei sempre na defesa da liberdade e dos valores que devem ser a base da nossa sociedade.

Assinado: Eronildo Lopes Valadares, empresário e agropecuarista.