Quatro entre cinco brasileiros receberam informações falsas sobre as eleições de 2022 pelas redes sociais. O levantamento é da empresa de cibersegurança Avast, que já há dois pleitos faz parceria com o Tribunal Superior Eleitoral para identificar robôs e combater a propagação de desinformação. 

Além de constatar que 79% das pessoas receberam fake news sobre as eleições, o estudo apontou que 86% dos brasileiros acreditam que as mídias sociais devem ser responsáveis pela remoção de notícias falsas. Quanto à verificação da veracidade das informações, 36% dos entrevistados pela Avast afirmaram que sempre buscam o fato noticiado em outros veículos e sites, três em cada dez (30%) o fazem com frequência e 23% às vezes. Apenas uma pequena porcentagem de pessoas raramente (7%) e 3% nunca o fazem.

Javier Rincón, diretor Regional para a América Latina da Avast, escreveu sobre os resultados da pesquisa: “Um alto nível de conscientização sobre fake news é essencial na sociedade para combatê-las, pois quem começa a consumir sites de notícias com informações falsas pode entrar cada vez mais em um turbilhão de fake news. Pesquisas de nossa equipe de IA mostram que mais de 17% dos sites que espalham desinformação têm links para outros sites de notícias falsas. Isso pode criar rapidamente uma cadeia de consumo de fake news. 37% dos brasileiros concordam que as notícias e os comentários nas mídias sociais podem influenciar a decisão do voto”.

As fontes com mais comuns para os brasileiros ainda é a TV (usada para obter informações sobre as eleições por 74% da população). Mas apenas 72% dos entrevistados disse considerar que a TV tem credibilidade para informar sobre política. O rádio é usado por apenas 34% dos entrevistados como fonte de informações e conta com confiança de 70%. Em comparação, as redes sociais são fontes de informação para 56% da população e confiáveis para 43% dos usuários. 

A Avast realizou esta pesquisa online com uma amostra representativa de 1.000 pessoas maiores de 18 anos, residentes no Brasil. A pesquisa foi realizada de 10 a 23 de agosto de 2022. O painel online foi fornecido pela Dynata.

Uso político

Nesta sexta-feira, a assessoria jurídica da campanha presidencial de Lula (PT) entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o Twitter coiba mentiras publicadas por opositores, cumprindo o termo de cooperação firmado com a Corte. Segundo o partido, as fake news estão sendo divulgadas por 34 perfis que vão dos filhos do presidente, jornalistas e contas anônimas. São 27 temas explorados – “kit gay”, fechamento de igrejas, uma fotomontagem de Lula com Suzane Von Richthofen, e outros.

Concomitantemente, o Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, entra desde setembro com representações no TSE pedindo a remoção de conteúdos publicados sobre o presidente da República. Três publicações feitas pelo deputado André Janones (Avante) associando Bolsonaro à suspensão do piso salarial da enfermagem já foram removidas por determinação da Corte.