Opção cultural

Bora descobrir quais as músicas mais escutadas pela equipe do Jornal Opção durante a semana? Nesta edição, um destaque especial para a música "Formation", de Beyoncé, lançada no sábado, 6 de feverero. O clipe e a letra da canção têm causado reboliço nos EUA e ao redor do mundo. "Formation" incomoda os conservadores americanos, os quais alegam que a cantora, para combater a violência, o racismo, estaria causando mais violência. Em resposta, Beyoncé os deu o silêncio, e uma carta; esta não ao conservadorismo, e sim a Jenna Wortham, jornalista da New York Times Magazine, que disse "'Formation’ não é apenas sobre brutalidade policial – é sobre a totalidade da experiência de ser negro nos Estados Unidos em 2016, o que inclui padrões de beleza, (des)empoderamento, cultura e as partes compartilhadas da nossa história". Na carta, escrita a mão, a artista agradece Jenna, por entender seu coração. "Com amor, Beyoncé". "Eu gosto do cabelo da minha filha, cabelo de bebê afro Eu gosto do meu nariz de negro como manda o Jackson Five" Beyoncé – Formation Baleia – Tardei Dido – Quiet Times Legião Urbana – O Teatro Dos Vampiros Roger Hodgson – Breakfast in America Sepultura – Ratamahatta The Offspring – Self Esteem Caffeine Lullabies - Wasted

Vencedora três vezes do Prêmio Jabuti, a autora de “Ciranda de Pedra”, “As Meninas” e “As Horas Nuas”, agora, tem tudo para conquistar o maior do mundo, o Nobel de Literatura
[caption id="attachment_57899" align="alignnone" width="620"] UBE indicou a escritora ao Prêmio Nobel de Literatura de 2016 | Foto: Reprodução[/caption]
Luís Antonio Torelli
Especial para o Jornal Opção
Lygia Fagundes Telles é a maior escritora viva do Brasil. Sua indicação ao Prêmio Nobel de Literatura foi uma iniciativa muito feliz, lúcida e justa da União Brasileira de Escritores (UBE). Para o nosso país, a concessão do prêmio à autora de obras-primas como “Ciranda de Pedra”, “As Meninas” e “As Horas Nuas” seria uma imensa conquista, à altura da qualidade e importância de nossa literatura, uma das mais ricas, diversificadas e belas do mundo, mas que jamais recebeu reconhecimento de tamanha envergadura.
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Foto: Reprodução[/caption]
Por isso, a candidatura é muito importante para o País, nossa população, literatura e setor editorial. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) apoia a indicação de Lygia, que, aos 92 anos, é uma expressão do que há de melhor na literatura nacional. Independentemente da decisão da Academia Sueca de Letras, responsável pela eleição do vencedor do Nobel de Literatura, a presença de nossa escritora entre os indicados é uma ótima oportunidade para todos os brasileiros conhecerem melhor nossa grande autora e o mundo saber quem é Lygia Fagundes Telles.
É importante entender como funciona o processo de indicação e escolha dos candidatos e do vencedor do Nobel. A Academia Real das Ciências da Suécia, que promove pesquisas científicas, é responsável pelos prêmios de Física, Química e Economia. O Instituto Karolinska, da Universidade de Estocolmo, indica os ganhadores em Medicina. A Academia Sueca de Letras escolhe o vencedor em Literatura. E o Comitê Nobel Norueguês, formado por pessoas indicadas pelo Parlamento daquele país, é quem entrega o prêmio da Paz.
Estas instituições enviam formulários a cientistas, professores e intelectuais de todo o mundo, solicitando a indicação de candidatos, cujos currículos e trajetórias são examinados por comitês de especialistas. São estes que, em cada um dos quatro órgãos, votam e elegem os vencedores. Tomara que, em outubro, quando costuma ocorrer o anúncio dos ganhadores, em Estocolmo, na Suécia, o Brasil receba pela primeira vez um Prêmio Nobel. Seria fantástico que essa inusitada conquista se desse no universo dos livros e por meio da genialidade de Lygia Fagundes Telles.
Nossa menina autora ganhou três vezes o Prêmio Jabuti (1966, 1974 e 2001), o primeiro que recebeu em sua brilhante trajetória de escritora e o mais importante do setor editorial brasileiro. Agora, tem tudo para conquistar o maior do mundo, o Nobel de Literatura. Sempre desbravadora, foi uma das primeiras mulheres a se formar na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Integrante da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Academia das Ciências de Lisboa, pode, mais uma vez, ser pioneira, dando o primeiro Nobel ao Brasil.
Saiba, porém, querida Lygia, que, para todos nós, você já é a maior, independentemente do resultado final. Cabe-nos agradecer tudo o que já fez e ainda fará pela literatura e o livro do Brasil.
Leia abaixo um trecho de "As Meninas", romance de 1973.
"Sentei na cama. Era cedo para tomar banho. Tombei para trás, abracei o travesseiro e pensei em M.N., a melhor coisa do mundo não é beber água de coco verde e depois mijar no mar, o tio da Lião disse isso mas ele não sabe, a melhor coisa mesmo é ficar imaginando o que M.N. vai dizer e fazer quando cair meu último véu. O último véu! escreveria Lião, ela fica sublime quando escreve, começou o romance dizendo que em dezembro a cidade cheira a pêssego. Imagine, pêssego. Dezembro é tempo de pêssego, está certo, às vezes a gente encontra as carroças de frutas nas esquinas com o cheiro de pomar em redor mas concluir daí que a cidade inteira fica perfumada, já é sublimar demais. Dedicou a história a Guevara com um pensamento importantíssimo sobre a vida e a morte, tudo em latim. Imagine se entra latim no esquema guevariano. Ou entra? E se ele gostava de latim. Eu não gosto? Nas horas nobres deitava no chão, cruzava as mãos debaixo da cabeça e ficava olhando as nuvens e latinando, a morte combina muito com latim, não tem coisa que combine tanto com latim como a morte. Mas aceitar que esta cidade cheira a pêssego, exorbita. ¿Qué ciudad será esa? ele perguntaria na maior perplexidade. ¿Tercer Mundo? Terceiro Mundo. ¿Y huele a durazno?Na opinião de Lia de Melo Schultz, cheira."
Luís Antonio Torelli é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

[caption id="attachment_58394" align="alignnone" width="620"] O filme continua em cartaz durante a semana, prometendo lotar muitas salas, com o mesmo valor de ingresso até o dia 17 | Foto: Reprodução[/caption]
O Cinema Lumière do Shopping Bougainville realiza uma pré-estreia inusitada de “Deadpool”, um dos mais aguardados filmes do ano. Baseado nas histórias em quadrinhos, o anti-herói Wade Wilson promete mostrar que nem todo mundo com poderes é super bonzinho.
A sessão será às 00h05 da quinta-feira, 11, mas os fãs serão recebidos com surpresas na noite anterior. Os cinemas não revelaram qual é a surpresa, mas a expectativa é grande. Em menos de dois dias, mais de 100 ingressos foram vendidos pelo valor promocional da mostra “O Amor, A Morte e As Paixões”, R$ 10.
O filme continua em cartaz durante a semana, prometendo lotar muitas salas, com o mesmo valor de ingresso até o dia 17. Na noite de quarta-feira, filmes como “Joy: O Nome do Sucesso”, “A Marcha”, “Spotlight – Segredos Revelados” e, dentre outros, “Adeus à Linguagem” serão exibidos pela mostra. Na quinta-feira, os longas “Anomalisa”, “Boi Neon”, “O Cavalo de Turim”, “Periscópio” e “Victoria” ficam em cartaz.

E nem precisa ser atrás do bloco, pode ser só um palco mesmo

Show acontece às 19 horas da sexta-feira (12/2) na praça de eventos do shopping, com entrada gratuita

[caption id="attachment_58016" align="alignnone" width="620"] Foto: Wagner Araújo[/caption]
Realizado de 3 a 7 de agosto na cidade de Pirenópolis, a mostra PirenópolisDoc reúne diversos documentários a fim de difundir o documentário produzido por todo o país. As inscrições vão até o dia 1º de abril e podem ser realizadas pelo site www.pirenopolisdoc.com.br. Promovido pela Violeta Filmes e Maricota Produções, o festival abarca duas categorias: documentários de curta-metragem (até 31min) e de longa ou média-metragem (a partir de 31min). Produções realizadas no Brasil ou com coprodução brasileira são aceitas. Os temas são livres, bem como o formato. A fim de estimular o pensamento crítico e gerar discussões sobre o gênero cinematográfico, o evento ainda promove debates, bate-papos e cursos.

[caption id="attachment_58374" align="alignnone" width="620"] Divulgação[/caption]
Nas tardes de segunda e terça-feira, dias 8 e 9, o Grande Hotel se faz avenida para desfilarmos a vida. Com realização do Coletivo Groove Orgânico e da Prefeitura de Goiânia, o carnaval de rua Tataruê reúne boa música, bebidas geladíssimas, projeções e uma decoração supimpa. Nos vinis dos DJs Pri Loyola, Ângelo Martotell, Matias e Bueno, muitas marchinhas e samba, além de um mix de hits que não deixa ninguém parado. O carnaval vai até às 22h. É só se achegar.

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- No sábado, 13, a Vila Cultural Cora Coralina recebe a 2ª Mostra de Arte Urbana no Brasil Central. Nesta edição, o projeto foca sua discussão na cidade, onde possibilidades de ocupações e intervenções artísticas se fazem. São diversas linguagens e expressões que compõem um recorte do que é produzido hoje sob a definição de arte urbana.
- No domingo, 14, o Beco da Codorna recebe a 5ª edição do projeto cultural Sons do Beco. Realizado pelo coletivo Oz Outros, o evento traz as bandas Shallrise, SC16, Rural Killers, Fratura, Cyber Croatoan, Acéfalos, O Quarto Pecado e uma surpresa. Além disso, uma feira de usados. A entrada é franca.

Livro
O Absoluto Frágil
Com tradução de Rogerio Bettoni, a obra do filósofo esloveno Slavoj Zizek mostra como cristianismo e marxismo podem estar lado a lado na luta contra o fundamentalismo
Autor: Slavoj Zizek
Valor: R$ 34,30
Editora: Boitempo
Música

Filme


Novamente, o Opção Cultural provocou 100 escritores, brasileiros e de outras partes do mundo, a criarem histórias curtinhas. Depois dos 100 contos, a vez agora é das poesias, versadas ou não, mas certamente memoráveis

A playlist desta semana traz uma música que foi destaque nos últimos dias. “Turning Your Beauty Into A Sickness”, dos goianos da Overfuzz, ganhou clipe na segunda-feira, 1º de fevereiro. A faixa foi um dos primeiros singles da banda, lançado ainda em 2013; agora, com nova gravação, realizada no estúdio Rocklab, a música tem produção de Gustavo Vazquez. Com direção de Guilherme Toscano e Marcelo Kamenach, o videoclipe foi gravado na Diablo Pub e pelas ruas do Setor Central. Overfuzz é headliner no último dia do festival Grito Rock 2016, domingo, 7 de fevereiro. Então, bora dar play? Bezerra da Silva – Malandragem Dá Um Tempo Cátia de França – Coito das Araras Deftones – Prayers/Triangles Inês Brasil – Make Love Machine Head – Locust MØ – Kamikaze O Rappa – Papo de surdo e mudo Overfuzz – Turning Your Beauty Into A Sickness The Fray – How to Save a Life Vampire Weekend – Diane Young

Publicado pela Editora Unicamp, a nova edição do livro de 1982, “Do vampiro ao cafajeste — uma leitura da obra de Dalton Trevisan”, tem 17 novos artigos

Em sua 10ª edição, festival leva 20 artistas para o Centro Cultural Martim Cererê

[caption id="attachment_57626" align="alignnone" width="620"] Músico e diretor artístico da Fósforo Cultural, João Lucas fala do início do Grito do Rock que abre, atualmente, janelas para artistas diversos | Foto: Reprodução Suprassumo[/caption]
Yago Rodrigues Alvim
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O músico e diretor artístico da Fósforo Cultural, João Lucas, contou ao Opção Cultural um pouco mais do festival que há dez anos faz do carnaval uma festa rock’n roll. João fala do início do Grito Rock que, hoje na cidade, abre janelas para artistas diversos. Se antes, apenas o rock de garagem se distinguia do sertanejo goiano, hoje os músicos produzem sonoridades com influências cada vez mais diversas.
Desde o início, a Fósforo realiza o festival? Como percebem o crescimento do Grito?
A Fósforo realiza o Grito Rock desde sua primeira edição integrada; estamos na décima edição. O evento começou de forma menor, pois era um desafio competir com o carnaval tradicional. Porém, desde as primeiras edições, o Grito demostrou um potencial de crescimento muito bom, devido à carência de opções alternativas e falta de tradição no carnaval em si.
São dois dias com diversas bandas de sons variados. Quão valiosa é esta pluralidade sonora do festival, considerando, principalmente, uma cena musical goiana até então conhecida e talvez até estereotipada pelo sertanejo e rock de garagem?
Não só o Grito, como todos os eventos da Fósforo são pautados pela diversidade musical e cultural. Buscamos trabalhar dentro do universo da música independente, que é cada vez mais amplo. Temos, por exemplo, o som pesado das bandas Hellbenders, Overfuzz, DogMan e Dry. Os eletrônicos e modernos do Ara Macao e Stefanini. A boa música brasileira também é representada pelo Chá de Gim, Pó de Ser e Carne Doce. Preocupamo-nos sempre em agregar novíssimos artistas da cidade, a fim de trabalhar sua formação de público.
Qual a expectativa para o festival, que dá o pontapé inicial no calendário cultural musical da cidade, em um dos nossos lugares mais sagrados da arte, o Martim?
Saímos de um ano bem complicado para a produção cultural, dado os cenários político e econômico bastante complexos. Quase não foi possível realizar o evento por questões financeiras, falta de apoio. Porém, com essa dificuldade, foi bem importante para estabelecermos relação de confiança e parceria com fornecedores, bandas e principalmente com o público. Sem o apoio de toda esta cadeia, que é a base do nosso trabalho, o evento não seria viável. Focamos nas bandas locais, nas quais acreditamos serem fortes, exportamos música para o mundo atualmente e temos certeza que será uma grande festa. O Martim Cererê é o berço da música independente goiana. E a continuidade do projeto é de extrema importância para a sua consolidação. Esse é o nosso compromisso.
Por fim, quão significativa é, em tempos de marchinhas, uma festa rock’n roll?
O carnaval é uma festa multicultural bem diversificada no Brasil, de acordo com suas características regionais. Apostamos na novidade, respeitando as tradições. Tem espaço para todo mundo.

[caption id="attachment_57615" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Realizada de 18 a 22 de abril, a nona edição do festival pernambucano de curtas-metragens Curta Taquary tem inscrições abertas. Em 2015, seis curtas goianos participaram do festival. São eles: “A Caça”, de Thiago Camargo; “O Dia Secreto”, de Benedito Ferreira; “Enquanto a Família Dorme”, de Getúlio Ribeiro; “Não Perturbe”, de Matheus Medeiros; “Água”, de Cristiano Sousa; e “A Pedra”, de Adriana Rodrigues. Uma das principais vitrines de curtas-metragens do Brasil, o festival Curta Taquary, idealizado pelo também diretor e curador Alexandre Soares, já exibiu mais de 1200 curtas para um público superior a 40 mil pessoas. Os interessados em participar devem preencher o formulário no endereço eletrônico do festival. Não há limite quanto ao número de trabalhos por participante e a inscrição, que se encerra no dia 20 de fevereiro, é gratuita.