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Tom desiste e fragiliza candidatura de Eduardo Gomes ao Senado

Candidatura do deputado Eduardo Gomes (SD) ao Senado sofre novo desgaste com mudança de suplentes. Desta vez o candidato perdeu os dois suplentes de uma vez só: o empresário José João Stival (PR), que ocupava a primeira suplência e havia sido indicado pelo ex-governador Siqueira Campos, e o vice-governador Tom Lyra (PR), que tinha a segunda suplência, indicado pelo seu partido. A renúncia de ambos teve relação direta com a indicação da vereadora de Gurupi Marilis Fernandes (PDT) para a primeira suplência, numa articulação do deputado Eduardo Gomes, certamente pressionado pelo candidato a vice-governador, deputado Ângelo Ag­nolin (PDT), que busca abrir mais espaço para o seu partido na majoritária. A indicação da vereadora incomodou o segundo suplente Tom Lyra, que decidiu renunciar à candidatura. Lyra já tinha sido vítima desse processo de mudança imposta pela cúpula por pressão política. Ele havia perdido a primeira suplência para o empresário João Stival, indicado de Siqueira Campos. Ao falar sobre as mudanças Eduardo Gomes tentou minimizar a renúncia dos dois suplentes dizendo que não teve nenhuma participação nas mudanças. Ele assegura que a alteração não prejudica em nada a sua candidatura nem desgasta a chapa majoritária. Na verdade foi uma renúncia mal explicada que pode ter a ver com o fraco desempenho do candidato nas pesquisas de intenção de voto. Nos últimos levantamentos ele aparece atrás do deputado Sargento Aragão (Pros). Ainda há o problema do envolvimento do candidato com o escândalo do Igeprev, cujo processo corre em segredo de justiça. É o começo de uma crise que certamente terá novos desdobramentos.

“Estamos vivendo um governo de mentira, uma farsa administrativa”

Senadora diz que o Tocantins vive um apagão administrativo e que só um choque de gestão pode tirar o Estado do caos em que se encontra. Para ela, a crise da saúde é exemplo clássico de incompetência administrativa Ruy Bucar [caption id="attachment_11560" align="alignleft" width="620"]Untitled 3 Foto: Valter Campanato/ABr[/caption] A senadora e candidata à reeleição Kátia Abreu (PMDB) recorre mais uma vez ao Ministério da Saúde para tentar contornar mais um foco de crise no sistema de saúde do Tocantins. A senadora reclama da falta de agilidade do governo estadual na aplicação de recursos que conseguiu junto ao governo federal para construção, ampliação e melhoria da rede hospitalar do Estado, e afirma de forma categórica que a crise na saúde do Tocantins é exemplo clássico de incompetência administrativa. Segundo ela, não faltam recursos, o que sintetiza bem a situação do governo. A senadora diz que se sente traída com o fracasso do governo Siqueira Campos, ao qual ajudou a eleger. Primeiro, pelo pífio desempenho que, segundo ela, só tem uma explicação: a terceirização do comando de decisão para o filho (Eduardo Siqueira Campos), que em vez de administrar preferiu usar a estrutura para fazer campanha. Segundo, pelo golpe da eleição indireta que levou o governador Sandoval Cardoso a uma nova campanha. “Nós estamos praticamente há quatro anos de apagão administrativo, vivendo quatro anos de campanha eleitoral. Não há nenhum Estado que segure”, comenta a senadora, indignada com as denúncias de má gestão que pipocam para todos os lados. Eleita pela sétima vez uma das 100 cabeças mais influentes do Congresso Nacional (única líder do Tocantins nesta lista), Kátia Abreu explica que o segredo de uma boa atuação parlamentar está na obstinação. “Obstinação é a palavra certa. Eu acredito na obstinação em todas as áreas, para quem quer vencer como jornalista, como produtor rural, como um político, etc., a obstinação é tudo”, defende. Sobre as eleições Kátia Abreu comenta que é hora de renovar as esperanças com a grande possibilidade de mudança, que segundo ela tem todas as condições de acontecer porque é da vontade do povo. “Nós estamos diante de uma possibilidade de mudar tudo isso, de sair de uma constante campanha eleitoral e entrar para efetivar um governo de verdade. Espero que a partir dessas eleições nós possamos ter um governador de verdade”, ressalta. O que lhe motivou a solicitar intervenção mais uma vez do Mi­nistério da Saúde para tentar contornar crise no sistema de saúde do Tocantins? Há algum tempo nós fizemos isso com relação ao Hospital e Maternidade Dona Regina, quando os próprios médicos fecharam a UTI neonatal em protesto por não compactuarem com a irresponsabilidade que estava acontecendo naquela unidade. Partindo do princípio de que o Congresso Nacional defende o Estado brasileiro, defende as pessoas e, portanto, também o orçamento público, e os recursos da saúde vêm do Orçamento Geral da União, via SUS, me achei na obrigação de alertar o Ministério da Saúde sobre o que estava acontecendo aqui, partindo de uma ação dos médicos. Isso surtiu efeito de certa forma positivo. Não solucionou definitivamente os problemas, mas foi uma alerta para o governo de que os poderes estão atentos às ações, e agora não é diferente. No Hospital Geral de Palmas os escândalos se repetem todos os dias, inclusive, mostrados no “Jornal Nacional”, não só na imprensa local. Eu achei por bem mais uma vez fazer o meu papel de senadora da República e alertar o ministério para que viesse ver com seus próprios olhos as atrocidades e os desmandos, os descalabros que estão acontecendo no Hospital Geral de Palmas. A população inteira conhece, mas é bom repetir. Um problema foi a UTI no ar que abandonou os serviços por falta de pagamento, e é bom lembrar que esses pagamentos são carimbados pelo SUS, o governo recebeu esses valores que poderiam ter pago a UTI, desviou para outros pagamentos, e isso, com certeza, causou a morte de duas crianças por abandono e por falta de assistência. Depois o lixo do mesmo hospital, em que a empresa, por falta de pagamento, abandonou a coleta. E a ausência de remédios, a falta de plantões, a falta de pagamento dos plantões dos médicos. Então nós chegamos ao fundo do poço. Se fosse falta de recursos nós precisávamos arregaçar as mangas, a oposição, o governo, todos os políticos do Estado, para ir atrás desses recursos, mas ficou provado que o Tocantins recebe recursos, um dos maiores volumes por leito do Brasil. Então fica constatado que o problema é a gestão, a capacidade administrativa, a falta de compromisso. O que está acontecendo com o sistema de saúde do Tocantins? Não gostaria de simplificar numa resposta, mas alguns palpites a gente precisa ter e refletir sobre eles. Se você pegar desde o afastamento do Marcelo Miranda do governo, quando tomou posse o deputado (Carlos Henrique) Gaguim para governar um ano e meio, ele já entrou em campanha, não entrou para governar, ele entrou para se reeleger. Pos­teriormente o Siqueira ganha a eleição e tinha prometido que faria uma administração com a mão muito firme, já que era o seu último mandato ele cortaria na carne no sentido de fazer até algumas ações impopulares, mas em prol do equilíbrio fiscal do Estado. Contrariando o seu compromisso, que ele fez pessoalmente comigo, Siqueira já entregou também o governo a uma campanha do filho Eduardo Siqueira Campos, para que este se viabilizasse governador do Estado. E isso não deu certo, renunciou Siqueira, renunciou o vice numa quase que tragédia no final da carreira de Siqueira Campos, que tanto louvor tem na construção do Estado, teve um fim triste, obrigado emocionalmente pelo filho a fazer essa renúncia, enganado pelo filho, pensando que o filho seria o candidato a governador. Aí Sandoval Cardoso assume o governo e já começa outra campanha. Então nós estamos há quatro anos num apagão administrativo, e estamos vivendo praticamente quatro anos de campanha eleitoral. Não há nenhum Estado que segure, isso é o mesmo que trocar o pneu do carro com o carro andando. Desde Gaguim para cá não há gestão, há apenas campanha eleitoral. A revista inglesa “The Economist” aponta que o Tocantins figura nos últimos lugares em atrativo para investimentos. Há um declínio dos indicadores econômicos do Estado. É o reflexo de uma gestão que em vez de impulsionar está emperrando o desenvolvimento? [caption id="attachment_11561" align="alignleft" width="644"]Em oito anos, o ex- governador Marcelo Miranda construiu 40 mil casas, e ele não tinha a força do minha casa minha vida. agora, este governo perdeu a oportunidade de encher o estado de casas novas” Em oito anos, o ex- governador Marcelo Miranda construiu 40 mil casas, e ele não tinha a força do Minha Casa Minha Vida. Agora, este governo perdeu a oportunidade de encher o estado de casas novas”[/caption] O Tocantins está sendo apresentado em nível nacional como um Estado inóspito e isso não é a realidade. A natureza nos ajudou muito, nos deu dois dos cinco maiores rios, nos deu terras férteis, áreas agricultáveis e irrigáveis, que é coisa rara no Brasil, temos o maior espaço irrigável do país; nos deu produtores valentes que aplicam tecnologia, que estão desenvolvendo. E quero aqui registrar que se não fosse a natureza, não fosse a vontade e valentia dos produtores rurais, não fosse os investimentos do governo federal, nós estaríamos praticamente vivendo em estado de calamidade pública. Estamos contando com edital que já está na praça, para duplicação da BR-153 pela presidente Dilma; vemos concluir a Ferrovia Norte-Sul pela presidente Dilma; foi lançada a primeira pedra, o primeiro passo para executar a hidrovia Tocantins pela presidente Dilma. No que dependeu do governo do Estado com relação ao Minha Casa Minha Vida, o grande carro-chefe da presidente Dilma, com mais de 3 milhões de casas, o que o Tocantins fez? Com exceção de Araguaína, Gurupi e Palmas, cidades com mais de 50 mil habitantes, onde os prefeitos tem condição de pessoalmente buscar as suas casas, porque é onde o programa existe, as casas aconteceram. Mas lembro que Marcelo Miranda fez em oito anos 40 mil casas, e ele não tinha a força do Minha Casa Minha Vida. Agora, quantas casas o governo fez nestes quatro anos, mesmo com o Minha Casa Minha Vida? Perdemos uma grande oportunidade de povoar de casas novas o nosso Tocantins a exemplo do Mato Grosso, onde estive com a presidente no lançamento do Plano Safra deste ano. Vi e ouvi o governador de lá agradecer à presidente Dilma as 65 mil casas construídas no Mato Grosso. Comparando com o Tocantins, aquilo fez o meu coração doer, mas não basta ter a senadora atrás dos recursos, não basta um programa da presidente Dilma se o governo do Estado não reage, porque o governo do Estado precisa reagir, fazer os projetos, buscar e executar as licitações e os programas colocados pelo governo federal. Com relação ao hospital de Gurupi, é outro exemplo clássico da falta de competência administrativa. No primeiro ano do governo Siqueira eu consegui com a presidente Dilma os recursos do Hospital Geral de Gurupi, R$ 41 milhões, em dois anos e meio de governo nós deveríamos estar quase inaugurando aquela unidade, o dinheiro está lá, mas não fizeram a licitação, não cuidaram do projeto, não começaram. Isso quer dizer que o sentimento de urgência está direcionado para a campanha eleitoral e não para a solução dos problemas. Lança-se pedra fundamental, tratando a população como se fosse um circo, tratando a todos nós como se fôssemos palhaços, rindo da nossa desgraça, rindo da dificuldade do povo do Tocantins e lançando pedra fundamental em todo o Estado sem executar nada. Os R$ 500 milhões que a presidente Dilma avalizou pelo Tesouro, a meu pedido, porque o Estado não tinha mais condição de tirar esse dinheiro do BNDES, e consegui tirar isso. A secretária Vanda Paiva, da Saúde, foi testemunha comigo quando eu consegui esse aval para construir o Hospital de Araguatins, construir o de Araguaína, reformar o HGP de Palmas, a maternidade Dona Regina e a maternidade de Porto Nacional, o dinheiro não saiu do lugar, esses recursos estão aprovados há quase dois anos. Então, sinceramente, o nosso Estado não merece o que está passando. Felizmente são quatro anos, eu sei que é muito para a população, mas nós estamos diante de uma possibilidade de mudar tudo isso, de sair de uma constante candidatura e campanha eleitoral e entrar para efetivar um governo de verdade. Agora estamos vivendo um governo de mentira, uma farsa, nós estamos assistindo a um golpe que foi aplicado no povo do Tocantins. Eu espero que a partir dessas eleições nós possamos ter um governador de verdade. A sra. se sente traída por ter ajudado a construir um governo que está terminando tão mal, sendo acusado de atrasar o desenvolvimento do Estado? Me sinto traída, muito contrariada, triste, decepcionada, porque eu jamais apoiaria se não acreditasse que aquilo tudo fosse verdade. Eu ajudei a fazer o plano de governo, acreditei em todas as propostas, acreditei que seria o melhor governo. Nós todos fomos para a campanha, metade do Tocantins acreditou nisso, não foi só eu, e assim como eu cidadã comum como todos, estamos todos decepcionados. Ninguém consegue explicar o que aconteceu com o governo Siqueira Campos, mas nós que estamos mais próximos sabemos que a tragédia foi exatamente essa. Ele terceirizou o governo para o filho e o filho abriu campanha desde o primeiro dia do governo. Não dá para enxugar a máquina, não dá pra economizar, não dá para ser um pai severo que faz as coisas com responsabilidade com campanha na cabeça. De fato foi uma grande decepção, por isso me afastei do governo no meio do ano passado, depois de avisar várias vezes de que não tinha mais condições de ficar lá, embora só tivesse uma vaga para candidatura ao Senado, e é sempre mais tranquilo estar na sombra do governo, com todas as benesses, mas eu prefiro estar na sombra da minha consciência. Eu não podia compactuar com aquilo. Estando no lado do governo eu preferi ir para a oposição e não compactuar com o que estou assistindo no Estado. Não faz parte da minha personalidade, do meu caráter. Mais uma vez a sra. figura entre os parlamentares mais influentes do Congresso, o que ocorre há vários anos. Como avalia isso? Não estou fazendo mais do que a minha obrigação. Quando eu me elegi senadora, em todos os palanques eu disse que ia me esforçar demais para ser uma das melhoras senadoras que o Tocantins teve. Busquei isso, lutei como louca para o povo do meu Estado se orgulhar de mim, para eu ser uma voz do Tocantins no Brasil, para que o Brasil e os países por onde ando no mundo afora pudessem conhecer o meu Estado. Hoje é raro um país onde eu já tenha ido que não conheça o Tocantins com muita clareza. E em todos os lugares do Brasil, os empresários, o Brasil inteiro sabe o que é o meu Estado. Essa representatividade eu busquei para retribuir a honraria de ser senadora da República. E gosto de dizer que são 200 milhões de habitantes, 81 senadores apenas e eu ser uma desses 81, isso não é mole, é muito difícil de acontecer. Você tem que honrar o cargo que recebeu e se eu me reeleger, se o povo entender que eu mereço ser reeleita, com a ajuda de Deus eu vou fazer muito mais do que eu fiz até agora. Se eu promovi meu Estado, se trouxe recursos, se dei orgulho ao Tocantins, é preciso que os tocantinenses saibam que se eu for eleita novamente, eu farei em dobro o que consegui até agora. Qual o segredo para esse desempenho? Obstinação. Obstinação é a palavra certa. Eu acredito na obstinação em todas as áreas, nas pessoas que querem vencer como jornalista, como produtor rural, como um político, enfim, a obstinação é tudo. Infelizmente, muitas pessoas enfrentam uma empreitada e só tem o começo ou começo e meio. Precisamos nos doutrinar para tudo na vida ter começo, meio e fim. Às vezes as bandeiras são longas, demoradas, mas você tem que persistir. Cito como exemplo a hidrovia Araguaia-Tocantins, há quantos anos estou batendo e lutando por essa hidrovia. Se eu fosse desistir na primeira hora não tinha saído. Há obras mais rápidas, obras municipais que você traz para os prefeitos, os hospitais, as creches, os postos de saúde, o ginásio de esportes, mas o importante é você ter ética, princípios, escolher as bandeiras que de fato chegam e alcançam o coração do povo. O político eleito está lá para isso, tem quase a obrigação de adivinhar o que o povo quer para poder desempenhar o seu papel. Não adianta chegar lá e fazer o que se quer, essa identificação e essa busca do ouvido afinado com o povo é o que eu procuro fazer e defender com rigor. Não tenho medo de nada, eu tenho medo apenas de Deus, eu sou fervorosamente temente a Deus e tenho medo demais de quebrar os meus princípios e a minha consciência, fora isso não tem malandragem, não tem corrupção, não tem nada preso na minha vida. E defendo com muita convicção aquilo em que acredito.

Eduardo quer virar governador sem ter o voto do povo

Depois de Gaguim e Sandoval, o filho de Siqueira Campos espera se eleger deputado estadual, virar presidente da Assembleia Legislativa e conquistar o Palácio Araguaia pela via indireta. Pretensão esbarra na baixa cotação junto ao eleitor Ruy Bucar [caption id="attachment_11554" align="alignleft" width="620"]detaque Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] O ex- senador Eduar­do Si­queira Campos (PTB), principal her­deiro do siqueirismo, inexplicavelmente abriu mão de ser candidato ao governo do Estado, contrariando um projeto que vinha sendo articulado desde o primeiro dia do governo do pai e que ele co­mandou até o dia da renúncia. As suas atitudes indicam que também comanda o governo do sucessor, Sandoval Cardoso (SD), com o qual tem voz decisiva, como se vê por meio de atos e declarações insuspeitas. Eduardo abriu mão também de ser candidato ao Senado e à Câmara Federal, mas não desistiu de ser governador. Pelo menos é o que revelam aliados próximos que dizem que o ex-senador mudou de estratégia, mas mantém ambição pelo cargo. Para tanto está disposto a bancar uma estratégia que pode custar caro, mas que acredita poder levá-lo com segurança ao comando do Palácio Araguaia. Em vez de se submeter ao voto popular, Eduardo Siqueira Campos persegue agora outro caminho que considera mais fácil e seguro, sem passar por desgaste de campanha eleitoral nem sofrer o risco de perder eleição. O plano é se eleger deputado estadual, de preferência o mais votado, o que facilita conquistar a presidência da Assembleia Legislativa, e daí a dois anos se eleger governador pela via indireta. Essa estratégia leva em consideração o histórico dos últimos seis anos em que dois governadores — Carlos Henrique Gaguim e Sandoval Cardoso — foram eleitos por esta via. A estratégia parece simples, mas é por demais complicada e depende de muito fatores que não estão ao alcance de um herdeiro do siqueirismo, que considera o Estado um feudo. Eduardo sequer tem garantida a sua eleição para a Assembleia Legislativa. Invadindo colégio eleitoral de aliados ele já criou uma guerra na base governista e está aumentando a rejeição ao seu nome. Por isso mesmo, Eduardo é um dos líderes com maior rejeição no Tocantins. Em meio à perplexidade do pai, que foi convencido a renunciar ao mandato para abrir vaga para ele e o viu desistir da postulação, e de aliados próximos que articulavam a sua candidatura, Eduardo decidiu ser candidato a deputado estadual. Ele acredita que esse é o caminho mais curto para chegar ao Palácio Araguaia. Pode ser o mais curto, mais seguro e menos complicado, mas não dispensa o voto popular, como ele imagina. Então vejamos. Para chegar ao governo do Estado Eduardo Siqueira Campos precisa ser eleito deputado, e não basta apenas ser o mais votado. Precisa contar com uma combinação de fatores que inclui a reeleição do governador Sandoval Cardoso e da disposição deste em renunciar, como também o vice, deputado Ângelo Agnolin (PDT), o que provocaria uma eleição indireta a ser conduzida pela Assembleia Le­gislativa. Só nestas condições Eduardo Siqueira pode triunfar. Pesquisas qualitativas, que buscam não apenas saber a opinião do eleitor, mas investigar as razões das suas escolhas eleitorais, começam a identificar com muita clareza o temor dos eleitores do Tocantins em votar em Sandoval Cardoso temendo um novo “golpe”, qual seja a renúncia do governador eleito para ceder lugar para outro governador que será eleito não por eles, mas pelos deputados. O temor do eleitor aumenta a rejeição da chapa governista, que abusou do recurso da eleição indireta e deixou uma imagem negativa, de manipulação, de golpe. O temor dos eleitores que dizem claramente não querer votar em Sandoval Cardoso, para não correr o risco de eleger outro nome que eles nem sabem quem pode ser, revela que o plano de Eduardo Siqueira está fadado ao fracasso. O plano pode ser legal, mas é imoral. E se pode fortalecer a figura do ex-senador, está ajudando a enfraquecer a combalida candidatura de Sandoval Cardoso. Sem a reeleição de Sandoval tudo irá de água abaixo. E não será a primeira derrota. A primeira foi a renúncia do pai para que o filho pudesse ser candidato ao governo e no final nem sequer pôde compor a chapa majoritária. Aliás, nenhum dos dois. Daí talvez a ideia do “golpe” com uma eleição indireta para tentar recuperar aquilo que já foi perdido: o poder. A rejeição dos eleitores à eleição indireta tem explicação. Nos últimos seis anos o Tocantins teve quatro governadores — Marcelo Miranda, Carlos Henrique Ga­guim, Siqueira Campos e San­doval Cardoso —, sem falar do próprio Eduardo Siqueira Cam­pos, que mesmo sem ter sido eleito foi o que mais governou neste período. Neste contexto fica difícil a gestão deslanchar. Para a senadora Kátia Abreu (PMDB) esse processo de troca de gestores é a principal razão do fracasso da gestão pública. Segundo ela, Gaguim já entrou no governo pensando não em governar, mas em se reeleger. Em seguida Siqueira venceu a eleição e entregou o governo ao seu filho, que desde o primeiro dia trabalhou pela sua campanha. “Desde Gaguim para cá não há gestão, há apenas campanha eleitoral”, observa a senadora, que condena este tipo de golpe violentador da democracia e que tem comprometido o desenvolvimento do Estado. A exoneração do radialista PC Lustosa da Rádio FM 96,9, supostamente a pedido do ex-senador Eduardo Siqueira Campos, causa um grade estrago na campanha do candidato a deputado. O caso é grave e prejudica não só Eduardo como o governador Sandoval Cardoso. Na conclusão dos eleitores, além da perseguição que todos sabem que Eduardo é capaz, ainda tem um problema adicional, que é a confirmação da suspeita de que continua governando, o que inclusive pode suscitar a impugnação de sua candidatura. Um escândalo desnecessário que tem muito a ver com o estilo do ex-senador. Se foi ele ou não o estrago já está feito. Ao desistir de se candidatar ao governo por absoluta falta de condições políticas o ex-senador mandou espalhar a ideia que estava refluindo para voltar mais forte. A ideia era mostrar força e poder. Demonstrar que ainda comanda o governo, que será usado como trampolim para a sua eleição. Seria um recado para levantar a autoestima dos siqueiristas meio desanimados depois da renúncia do velho líder. A notícia se espalhou rapidamente por todo o Estado, só que fez efeito contrário. Mesmo os eleitores simpáticos ao governo dizem que se Sandoval for eleito, dentro de dois anos haverá uma nova eleição, levando para o governo alguém que não consegue vencer uma eleição direta, no caso Eduardo Siqueira. O que as pesquisas qualitativas perceberam o senso comum já vinha denunciando. A eleição de Sandoval Cardoso prenuncia um novo golpe político no Tocantins, colocando no comando do Palácio Araguaia alguém que não foi eleito pelo povo. No marketing político, quando uma ideia faz efeito contrário é considerada erro tático. Uma ideia fora do lugar. A ideia pode até ser boa, mas talvez não apropriada para aquele momento ou aquela realidade. Foi o que aconteceu em maio de 1992, no auge do movimento pelo impeachment do presidente Collor de Melo. Alguém sugeriu que ele convocasse a sociedade para vestir verde e amarelo em apoio ao seu governo. No outro dia as pessoas amanheceram de preto, dando origem ao domingo negro. Tempos depois o ex-presidente confessava que quando viu chegar as informações sobre o que as pessoas estavam vestindo, concluiu: “a Presidência está perdida”. Collor considerou que a ideia foi um erro tático absurdo que apressou a sua queda. A ideia de mais uma eleição indireta para levar Eduardo Siqueira ao Palácio Araguaia pode estar seguindo este mesmo caminho. Distanciando ainda mais o siqueirismo do poder.  

Campanha de Ataídes mobiliza mulheres

Tocantins_1885.qxd“Muitas mulheres são políticas, mas não estão na política partidária. Quando deixamos de governar, perdemos a voz. Pre­cisamos sair da zona de conforto e partir para a ação”, declarou a ex-miss Tocantins Viviane Fra­goso, ao abrir a reunião do movimento de mulheres denominado Reage Mulher, da coligação Reage Tocantins, encabeçada pelo senador Ataí­des Oliveira (Pros). Para Vivia­ne, que coordena o movimento, a política tocantinense ne­cessita que as mulheres tenham voz ativa, para isso informa que foi criado o movimento de mulheres da coligação. O evento, realizado na semana passada, reuniu cerca de 80 mulheres, líderes e esposas dos candidatos que compõe a coligação, para propor novas ideias e discutir a participação efetiva na política. Candidata à vice-governadora pela coligação, Cinthia Ribeiro, pioneira em reunir grupos de mulheres para debater política no Esta­do, compartilhou sua experiência com as participantes. “Comecei com um movimento pioneiro. Construímos um trabalho de formiguinha, que rendeu bons frutos. Queremos chamar as mulheres para participar ativamente da vida pública e que elas possam nos ajudar a construir um Tocantins melhor”, disse Cinthia. Para a presidente do Pros Mulher, Nazaré Marthins, as mulheres estão com a oportunidade de mudar o rumo do Tocantins. “No governo do senador Ataídes Oliveira as mulheres terão espaço. Para isso nós estamos nos preparando”, disse. A campanha no Tocantins ainda não alcançou as ruas, mas já está sendo debatida em encontros, reuniões e eventos sociais em que os candidatos comparecem. O candidato Ataídes Oliveira foi primeiro a organizar um comitê de campanha e o primeiro também a criar movimento de rua, ainda reunindo apenas militantes dos partidos da coligação, mas já é o começo propriamente da campanha de rua. Talvez este seja o primeiro grande evento da campanha deste ano após as convenções.

Andrino arrasta apoio pelo interior

Tocantins_1885.qxdPelo interior o candidato a deputado federal Tiago Andrino (PP) está passando como “furacão” e arrastando vereadores e líderes políticos para o seu palanque. O afilhado do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), aprendeu rapidinho como funciona a política do Tocantins. Nota-se que o entusiasmo com que os vereadores falam de Andrino  não é com propostas inovadoras que romperiam com a velha política. Talvez seja o contrário.

Advogados encabeçam a disputa

Dos seis candidatos a governador, dois são advogados (Luis Cláudio e Ataídes Oliveira), um é jornalista (Carlos Potengy), um médico (Joaquim Rocha) e dois não têm formação superior (Sandoval Cardoso e Marcelo Miranda). Os advogados dominam, portanto, a disputa pelo Palácio Araguaia.

Plenário do TRE vira centro das atenções

O plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) virou o centro das atenções dos candidatos. É de lá que pode sair a sentença que vai turbinar a campanha de muitos candidatos ou eliminar alguns da disputa. Até o dia 5 de agosto, quando termina o prazo de julgamento dos pedidos de registro de candidaturas, permanece o clima de expectativa.

Representação beira o real

Júnior Coimbra é um caso raro de político com forte vocação artística. Sua representação beira o real. Depois de contribuir com o governo desarticulando o PMDB até onde pôde, agora posa de vítima do que chamou de “autoritarismo” do partido que o arredou do comando. O deputado vai terminar se convencendo que sempre trabalhou pela eleição de Marcelo Miranda e Kátia Abreu, mas o partido é que atrapalhava, e que sua boa relação com membros do governo é por pura solidariedade aos líderes incompreendidos.

Coimbra mantém coerência siqueirista

O deputado Júnior Coim­bra (PMDB) tem razão. Não é mesmo de se estranhar vê-lo ser fotografado ao lado do governador Sandoval Cardoso (SDD) em visita pelo interior do Estado. Afinal, o deputado está apenas mantendo a coerência. Está do lado onde sempre esteve.

Sandoval Cardoso tem a difícil missão de “salvar” os aliados

O governador Sandoval Car­do­so (SD), que em função de acordos políticos já tinha a obrigação de eleger o ex-secretário de Relações Institu­cionais Eduar­do Siqueira a deputado estadual e reeleger mais 16 deputados que o fizeram governador indireto, terá agora também que “salvar” Júnior Coim­bra, que corre sério risco de perder a reeleição depois que foi acusado pela executiva nacional do PMDB de tentar entregar o partido ao governo. Não será tarefa fácil diante do sentimento de mudança da sociedade. No caso de Coimbra tem um agravante, os votos serão computados para o PMDB e não para a chapa governista.

Executiva do PMDB volta a acusar adversários de deturpar informações

Em nota a comissão interventora do PMDB volta a acusar adversários de deturpar informações para prejudicar o candidato da coligação oposicionista. Diz a nota: “‘A Experiência Faz a Mudança’ vem a público denunciar à população as práticas espúrias de seus adversários, deturpando reportagem da Veja On-Line desta semana, fazendo de uma matéria que apenas relaciona candidaturas questionadas pelo Ministério Público Eleitoral dos Tribunais Regionais Eleitorais, sem juízo de mérito, para confundir os eleitores do Tocantins, atribuindo à Revista a falsa informação de que o ex-governador Marcelo Miranda estivesse inelegível,” explica a nota informando que ex-governador tem sua candidatura garantida pelo TJ Tocantins, que suspendeu, liminarmente, os efeitos de um decreto ilegal da Assembleia Legislativa. E também pelo Tribunal Superior Eleitoral que em decisão da ministra Luciana Lóssio, no dia 29 de maio de 2014, firmou entendimento, transformado em acórdão, de que o prazo de inelegibilidade deve ter início na data da eleição questionada. Portanto, segundo a nota, no dia 5 de outubro de 2014, Marcelo Miranda está plenamente elegível.

Deputado adota novo discurso

Mas o que chama atenção no deputado peemedebista não é só a coerência, mas a capacidade de transformação. Depois de mais de dois anos mantendo um discurso ameaçador contra o ex-governador Marcelo Miranda e mais recentemente contra a senadora Kátia Abreu, Coimbra adota agora uma atitude de paz e amor. Diz até que gostaria muito de estar ajudando o seu partido, mas que foi rejeitado pela cúpula. O que, segundo ele, explica a sua ligação com Sandoval. Não

Seis candidatos disputam governo

O Tocantins ganha mais um candidato a governador. Trata-se do advogado Luis Cláudio, que foi lançado de última hora pelo PRTB, numa correção de rumo da legenda. A executiva nacional fez intervenção no diretório regional e decidiu lançar candidato próprio, retirando o partido da base do governo. Compõem a chapa majoritária os empresários Odethe Catumbia como candidata a vice, e Joel Matos na disputa pela cadeira no Senado. Agora são seis os candidatos ao governo do Estado.

Coligação governista admite medo do adversário

A contestação da coligação “A mudança que se vê” contra a realização da convenção do PMDB é mais um desses absurdos do siqueirismo contra a candidatura do ex-governador Marcelo Miran­da que foge ao racional. A coligação governista não é parte legítima para esse tipo de reclamação. Só um membro do partido poderia fazer. A medida leva a concluir que os governistas falam de inelegibilidade do ex-governador, mas não confiam totalmente nesta tese, por isso em via das dúvidas buscaram minar a candidatura do peemedebista no seu próprio partido. Como já não contam mais com colaboradores no partido adversário, o jeito foi admitir que tem medo do PMDB e a busca desesperada para tentar evitar disputar contra ele.

“Vamos resgatar a confiança da população em nossas polícias”

Candidato a governador pelo PRTB se diz o novo na política e anuncia prioridade com saúde e segurança