Opção cultural

Encontramos 4848 resultados
“Um pedaço do céu ficou cego”, Gabriel

Pois é: salvei um filhote de arribaçã. Mas, de repente, ele desapareceu. Procurei e vi o filhotinho morto atrás da porta, justamente onde não o procurei

Heleno Godoy domina ferramentas das palavras e “Relações” contém uma narrativa brilhante

A produção literária do prosador e poeta goiano assemelha-se à melhor produção de um Raduan Nassar ou de um José Condé

Irmãos das Estrelas, romance de Geraldo Rocha, reúne extraterrestres e pandemia

Mariza Santana

Um grupo de moradores de cinco países — Estados Unidos, Espanha, Brasil, Austrália e Hong Kong — é conectado por uma voz misteriosa e chamado a participar de um trabalho colossal, em favor da imunização do maior número possível de pessoas no planeta, para enfrentar uma pandemia global prestes a acontecer. São eles: James, Mário, Carlos, Cindy e Li Chung. Após a onda da Covid-19, eles se desconectam e só se reencontram telepaticamente quando o filho de James, ainda bebê, recebe um chamado semelhante.

De forma resumida, esse é o resumo do enredo do livro “Irmãos das estrelas”, lançado recentemente pelo escritor goiano Geraldo Rocha. Com foco na existência de vida inteligente em outros planetas, o autor elabora uma narrativa repleta de mensagens de paz, esperança e otimismo em relação à raça humana, e também à participação de seres extraterrestres, mesmo que de forma discreta, nos fatos relevantes que acontecem no nosso planeta.

Na abertura de cada capítulo, o escritor colocou a citação de uma personalidade — cientista, político, ator, ufólogo, físico, escritor, pensador, entre outros — abordando a possibilidade da existência de vida extraterrestre inteligente. Uma dessas citações é do cientista e astrônomo norte-americano Carl Sagan: “O que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a ideia de que, em todo o imenso universo, nós estamos sozinhos?” As citações criam o clima do romance, pois o escritor defende a hipótese de que também em outros sistemas solares ou galáxias, onde esses seres habitariam, ocorre a eterna luta do bem contra o mal.

Geraldo Rocha, escritor goiano: autor de "Irmãos das Estrelas" | Foto: Facebook

Em “Irmãos das Estrelas”, Geraldo Rocha nos apresenta James, que mora em San Antonio, cidade no Texas, Estados Unidos. Ele recebe um chamado de uma voz, determinando que se conecte com desconhecidos, moradores de outras partes do planeta, para cumprir uma missão. Quando ele viaja ao Brasil a trabalho, conhece o motorista Carlos, que também fala sobre o mesmo chamado. Assim, esse grupo reduzido de escolhidos tenta imunizar, por meio do abraço ou de um toque, o maior número de pessoas possíveis no planeta, para que elas possam enfrentar a catástrofe de saúde pública provocada pelo coronavírus, que estaria por vir e que literalmente paralisaria o mundo.

No romance, o autor cita que o número de mortos na pandemia seria ainda maior sem o diligente trabalho realizado pelos chamados de “irmãos das estrelas”. A narrativa do livro é leve, gostosa de ler, e nos passa boas vibrações. Ela nos traz a esperança de que, de fato, se existem seres extraterrestres entre nós, nos guiando e procurando disseminar a paz, a solidariedade e a concórdia, que aqui possam permanecer, mesmo que anonimamente, cumprindo a missão para a qual foram destinados.

Geraldo Rocha é natural da cidade de Crixás, no Norte goiano. Atualmente divide sua residência entre Goiânia e Pirenópolis. O escritor é ganhador do Prêmio Hugo de Carvalho Ramos (2022) e já publicou três livros: “O Mirante da Montanha”, “Perfume de Lavanda” (que teve resenha de minha autoria publicada pelo Jornal Opção) e “Chamas da Maldade”. Geraldo Rocha é membro-diretor da União Brasileira de Escritores Seção de Goiás (UBE Goiás).

Mariza Santana é jornalista e crítica literária. Email: [email protected]

Leia mais sobre a literatura de Geraldo Rocha

https://jornalopcao.com.br/opcao-cultural/em-perfume-de-lavanda-geraldo-rocha-conta-a-trajetoria-da-bailarina-sabrina-na-busca-do-amor-493246/

“Oppenheimer”: Christopher Nolan ao sol e à sombra

"Oppenheimer" é um grande filme, mas não é o ponto alto da filmografia do diretor. As assinaturas estão lá: reviravoltas de roteiro, personagens fortes, bela fotografia

Que bobagem! O desprezo pela psicanálise de Natalia Pasternak e Carlos Orsi

Uma parte fundamental da experiência analítica consiste na descoberta e enfrentamento da sua própria verdade, a qual se impõe, quando surge, como um “fato concreto”

Nota de incentivo de entidades goianas à candidatura de Gabriel Nascente à Academia Brasileira de Letras

Reitores da UFG e da UEG, presidente do Instituto Histórico e Geográfico, intelectuais e escritores apoiam o poeta para uma cadeira da ABL

O público do Festival de Locarno é de esquerda?

“The Old Oak”, de Ken Loach, seria um filme de denúncia e de conflitos ou de solidariedade com os estrangeiros ali chegados?

O olhar sujo de ver a necessidade de Deus na vida das pessoas

Eu que já amava a natureza, por nela encontrar Deus de maneira mais explícita do que nos labirintos das igrejas, após ler “Walden”, o meu amor por ela aumentou cem vezes

Manoel Gomes canta Besouro Azul, com Bruna Marquezine | Foto: reprodução/vídeo
Cinema
Caneta Azul, Manoel Gomes grava trilha para filme Besouro Azul com Bruna Marquezine; ouça  

Longa está prestes a estrear nos cinemas e marcará a estreia da atriz brasileira em Hollywoord; a produção é da Warner Bros. Pictures Brasil

Oppenheimer: no coração do homem-bomba

"Oppenheimer” é um grande filme e faz a mágica acontecer, como gosta Nolan. O filme recria momentos fantásticos da história coletiva e de um homem

“Agora me tornei a Morte”, o arrependimento de um cientista antifascista destruído pelo macarthismo

Somente em dezembro de 2022, o governo norte-americano declarou que a decisão que encerrou a carreira científica do físico J. Robert Oppenheimer foi um “processo falho”

Que bobagem! mostra quanta bobagem pode ser dita em nome da ciência. O que querem Pasternak e Orsi?

“Que bobagem” é uma dessas obras que terá duração de um verão, se tanto. Oxalá os autores ganhem algum dinheiro com isso, já que não se sabe se ganharão credibilidade

Efeito Bolsonaro: ausência de longas brasileiros em Locarno é chocante

Em consequência da política do ex-presidente Jair Bolsonaro, não há filmes brasileiros de longa-metragem nas principais mostras do 76º Festival Internacional de Locarno

Apanhador de livros em sebos e o salvador de passarinho

O poeta Aidenor Aires certa vez abriu a janela do seu quarto e se deparou com um filhote de bem-te-vi pendurado por um pé numa linha. Decidiu salvá-lo