Opção cultural

Pois é: salvei um filhote de arribaçã. Mas, de repente, ele desapareceu. Procurei e vi o filhotinho morto atrás da porta, justamente onde não o procurei

A produção literária do prosador e poeta goiano assemelha-se à melhor produção de um Raduan Nassar ou de um José Condé

Um grupo de moradores de cinco países — Estados Unidos, Espanha, Brasil, Austrália e Hong Kong — é conectado por uma voz misteriosa e chamado a participar de um trabalho colossal, em favor da imunização do maior número possível de pessoas no planeta, para enfrentar uma pandemia global prestes a acontecer. São eles: James, Mário, Carlos, Cindy e Li Chung. Após a onda da Covid-19, eles se desconectam e só se reencontram telepaticamente quando o filho de James, ainda bebê, recebe um chamado semelhante.
De forma resumida, esse é o resumo do enredo do livro “Irmãos das estrelas”, lançado recentemente pelo escritor goiano Geraldo Rocha. Com foco na existência de vida inteligente em outros planetas, o autor elabora uma narrativa repleta de mensagens de paz, esperança e otimismo em relação à raça humana, e também à participação de seres extraterrestres, mesmo que de forma discreta, nos fatos relevantes que acontecem no nosso planeta.
Na abertura de cada capítulo, o escritor colocou a citação de uma personalidade — cientista, político, ator, ufólogo, físico, escritor, pensador, entre outros — abordando a possibilidade da existência de vida extraterrestre inteligente. Uma dessas citações é do cientista e astrônomo norte-americano Carl Sagan: “O que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a ideia de que, em todo o imenso universo, nós estamos sozinhos?” As citações criam o clima do romance, pois o escritor defende a hipótese de que também em outros sistemas solares ou galáxias, onde esses seres habitariam, ocorre a eterna luta do bem contra o mal.

Em “Irmãos das Estrelas”, Geraldo Rocha nos apresenta James, que mora em San Antonio, cidade no Texas, Estados Unidos. Ele recebe um chamado de uma voz, determinando que se conecte com desconhecidos, moradores de outras partes do planeta, para cumprir uma missão. Quando ele viaja ao Brasil a trabalho, conhece o motorista Carlos, que também fala sobre o mesmo chamado. Assim, esse grupo reduzido de escolhidos tenta imunizar, por meio do abraço ou de um toque, o maior número de pessoas possíveis no planeta, para que elas possam enfrentar a catástrofe de saúde pública provocada pelo coronavírus, que estaria por vir e que literalmente paralisaria o mundo.
No romance, o autor cita que o número de mortos na pandemia seria ainda maior sem o diligente trabalho realizado pelos chamados de “irmãos das estrelas”. A narrativa do livro é leve, gostosa de ler, e nos passa boas vibrações. Ela nos traz a esperança de que, de fato, se existem seres extraterrestres entre nós, nos guiando e procurando disseminar a paz, a solidariedade e a concórdia, que aqui possam permanecer, mesmo que anonimamente, cumprindo a missão para a qual foram destinados.
Geraldo Rocha é natural da cidade de Crixás, no Norte goiano. Atualmente divide sua residência entre Goiânia e Pirenópolis. O escritor é ganhador do Prêmio Hugo de Carvalho Ramos (2022) e já publicou três livros: “O Mirante da Montanha”, “Perfume de Lavanda” (que teve resenha de minha autoria publicada pelo Jornal Opção) e “Chamas da Maldade”. Geraldo Rocha é membro-diretor da União Brasileira de Escritores Seção de Goiás (UBE Goiás).
Mariza Santana é jornalista e crítica literária. Email: [email protected]
Leia mais sobre a literatura de Geraldo Rocha

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