Imprensa
Morreu na quarta-feira, 21, de parada cardíaca, no Hospital Geral de Palmas (HGP), a jornalista Kelly Cristina Pires Maciel, que atuava na assessoria de imprensa do deputado Wanderlei Barbosa (SDD). A jornalista passou mal pela manhã, foi socorrida pelo Samu e chegou a dar entrada no hospital, mas morreu logo em seguida. Filha do repórter-cinematográfico Salomão Aguiar e da administradora Maria Pires, Kelly Pires era casada com o músico Marcelo Bahia. A morte da jornalista causou comoção no meio jornalístico tocantinense em função do seu vasto ciclo de amizades que construiu nos seus 28 anos de vida. O deputado Barbosa diz que não perdeu apenas uma assessora competente e dedicada, mas uma companheira de jornada política e uma amiga que considera parte da sua família. O deputado diz que Kelly deixa o exemplo de pessoa profundamente comprometida com o que fazia. “É uma perda muito triste, a Kelly era jovem e irradiava alegria por onde passava. Era uma grande profissional e um ser humano fantástico. Trabalhou conosco em Pedro Afonso e sempre foi muita prestativa a atenciosa com todos da cidade”, afirma o jornalista Fred Alves, com quem Kelly trabalhou no início da carreira.
Pinheiro Salles é um jornalista do primeiro time, um polemista nato e um homem de integridade rara. Quem escarafuncha sua história, em busca do indivíduo integral, fica surpreso: trata-se quase de um monge, mas nunca um santo (o que ele não quer ser, lógico, sabendo que os homens são pródigos em contradições). Na quarta-feira, 21, às 19 horas, no Auditório Costa Lima, da Assembleia Legislativa de Goiás, ele lança o livro “Ninguém Pode se Calar”.
Mais do que pura transcrição do depoimento de Pinheiro Salles à Comissão da Verdade, em Brasília, é um poderoso libelo em defesa da liberdade e da democracia e contra a ditadura instalada no país em 1964. Preso político, barbaramente torturado, o jornalista nunca se dobrou. Mais do que um Pinheiro, é uma rocha. Ele mora em Goiânia e leva uma vida espartana.
Luiz Augusto Pampinha volta a comandar a festa, digo, a coluna “Geleia Geral”, do “Diário da Manhã”, a partir de quarta-feira, 21. Depois de uma cirurgia de coluna, muito bem-sucedida, Pampinha volta ao batente, com ânimo redobrado. Durante a sua licença, Iúri Rincon Godinho editou a coluna com tal qualidade que Pampinha deve mantê-lo como “assistente”. Os leitores reclamam da coluna? Sim. Dizem que é curta.
José Antônio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos e irmãos Jurandir e Jacy Ochsendorf e Sousa são os militares denunciados
As jornalistas Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”, e Julia Duailibi, do “Estadão”, informam que um dos editores-executivos da revista “Veja”, Otávio Cabral, vai trabalhar na campanha do candidato a presidente da República pelo PSDB, Aécio Neves, a partir de 2 de junho. Ele será um dos auxiliares do marqueteiro Paulo Vasconcelos. Um dos mais importantes repórteres da “Veja”, Otávio Cabral notabilizou-se, recentemente, por ter escrito uma biografia de um dos criadores do PT, José Dirceu (leia em https://jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/biografia-escrita-por-jornalista-da-veja-mostra-jose-dirceu-maior-que-lula).
O empresário George Paulo Andrade vai lançar um semanário em Goiânia, tendo como modelo o jornal “Daqui”, mas ainda não definiu seu nome. A distribuição deverá ser gratuita. O jornalista Nilson Gomes, ex-editor do “Diário da Manhã”, vai ser o editor-chefe do veículo. George Paulo foi proprietário do “Jornal O Estado”, que era editado em Palmas, no Tocantins, em sociedade com o jornalista Antônio Téo. Ele disputa, na Justiça, a propriedade de uma impressora alemã Goss com Antônio Téo. “A impressora pode ser embargada a qualquer momento”, frisa Téo, ex-repórter e editor do “Diário da Manhã”.
Uma agência do Tocantins conseguiu barrar, na Justiça, a licitação da Agência de Comunicação do governo de Goiás (Agecom). A agência, que não se “classificou”, questiona apenas quatro das dez agências que foram vitoriosas na licitação. Como seis agências não foram questionadas judicialmente, o governo está tentando trabalhar com elas, enquanto questiona o mandado de segurança. Advogados examinaram os questionamentos da agência — que ficou como 11ª colocada na licitação — e sustentam que não há embasamento jurídico. Mas está na mão do Judiciário a decisão sobre a licitação. Devido ao processo eleitoral, o governo só pode publicar anúncios até 30 de junho.
Colunista do Jornal Opção, Afonso Lopes é repórter e articulista do primeiro time. Mas o que ninguém sabia é que, quando quer, também é um cronista dos melhores. Sua crônica “Pacto com meus cabelos...” (http://www.afonsolopes.com/pacto-com-meus-cabelos), explicando que seus cabelos começaram a cair e, quando “decidiram” parar de assustá-lo, ficaram mais finos, é deliciosa. O blog do jornalista (http://www.afonsolopes.com), que inclui comentários políticos, de rara precisão e elegância, e textos deliciosos sobre, por exemplo, vinhos, é divertido e inteligente. Imperdível. Num dos posts, Afonso lista, com a graça habitual e informação de qualidade, uma dica de 11 bons vinhos. Na América do Sul, afirma Afonso, não se pode, de maneira alguma, esquecer os vinhos chilenos. Na região, o país de Pablo Neruda é o “melhor fabricante de vinho”. O profissional, que rejeita a pecha de “enófilo” e “enólogo” (afirma que é um curioso bem informado), cita os vinhos chilenos fundamentais (leia mais no link http://www.afonsolopes.com/category/vidaboa).
Há algum tempo, depois de repetidas denúncias, uma revista brasileira demitiu seu correspondente em Paris. O “recórter” tinha o hábito de plagiar publicações europeias. Longe de reescrever os textos, ele apenas traduzia e enviava para a redação brasileira, que foi engrupida durante anos. Discretamente, e sem pedir desculpas aos seus leitores, a publicação patropi enviou outro jornalista para a redação europeia. Plagiar é um problema universal. Uma editora da rede CNN foi demitida na sexta-feira, 16, sob acusação de copiar cerca de 50 reportagens. Notificada dos plágios por uma auditoria, a cúpula da televisão demitiu Marie-Louise Gumuchian. A jornalista Marie-Louise, baseada em Londres, fazia reportagens sobre África, Europa e Oriente Médio. Ao demiti-la, a CNN pediu desculpas: “Confiança, a integridade e o simples crédito quando corresponde estão entre os princípios do jornalismo que valorizamos profundamente e lamentamos ter publicado material que não respeitou estes padrões essenciais”. A transcrição acima está no Portal Imprensa.

Se Jeovalter Correia, que conhece a máquina pública, especialmente em nível de Estado, não resolver o pepinoduto da Prefeitura de Goiânia, que tem uma dívida quase mas não incontornável, ninguém mais resolverá. Mas é preciso ter um pouco de paciência e entender que não se resolve um problema gigante — embora mais conjuntural (uma dívida de mais de 300 milhões de reais) do que estrutural — de um dia para o outro. O prefeito Paulo Garcia (PT) não pode transformar a Secretaria de Finanças numa máquina de moer técnicos que, embora capazes, não são mágicos. Dário Campos e Reinaldo Barreto, secretário anteriores, são competentes e seriíssimos, mas não são prestidigitadores. Eles alinham-se com os métodos modernos e discretos de Jeovalter Correia.
A queda de Caio Peixoto, que falava muito e trabalhava pouco, foi positiva para a gestão do prefeito Paulo Garcia. Primeiro, porque ele é desagregador e torna os ambientes onde “trabalha” insuportáveis. Segundo, é um homem do passado, e, como tal, não entende como funciona a gestão pública moderna. Ele “parou” no tempo. É o líder número um da vanguarda do atraso.
A Primeira Guerra Mundial está completando 100 anos e, por isso, as editoras brasileiras estão publicando excelentes livros, como os de Max Hastings e Nial Ferguson. Sai agora “Os Sonâmbulos — Como Eclodiu a Primeira Guerra Mundial” (Companhia das Letras, 680 páginas, tradução de Berilo Vargas e Laura Motta), do historiador Christopher Clark, professor de Cambridge.
A seguir leia a sinopse fornecida pela editora:
“O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e de sua mulher pelo separatista bósnio Gavrilo Princip foi certamente um dos atos individuais de maior repercussão da história moderna. Atentado terrorista de eficiência impressionante, que ao final atingiu todos os seus objetivos — liberou a Bósnia da dominação dos Habsburgo e criou uma Sérvia forte —, culminou ainda na queda de quatro grandes impérios, na morte de milhões de homens e na efetiva destruição de uma ordem mundial. O que fez uma Europa aparentemente próspera e pacífica tão vulnerável ao impacto desse crime? Baseado em vasta pesquisa e documentos inéditos, o professor da Universidade de Cambridge Christopher Clark procura reconstruir esse contexto, esclarecendo, enfim, um dos momentos mais controvertidos e mal compreendidos da história. Numa narrativa transbordante de ação, Clark propõe uma nova abordagem do primeiro conflito bélico a assumir dimensões globais. Em vez de narrar estratégias militares, batalhas ou atrocidades do front, escolhe esmiuçar a complexa rede de eventos, interesses e frágeis equilíbrios de força que levou um grupo de líderes políticos, em geral bem intencionados, a decisões desastrosas, que culminaram numa guerra de violência inaudita. Sem perder de perspectiva a história de longa duração, Clark acompanha, a partir dos centros nervosos de decisão em Viena, Berlim, São Petersburgo, Paris, Londres e Belgrado, quase minuto a minuto, os eventos-chave para a eclosão do conflito, e compõe um panorama das leituras equivocadas e sinais mal compreendidos que em poucas semanas detonou o conflito.”Leio com prazer o livro “Do Jeito Que Vi” (144 páginas), do repórter Montezuma Cruz. Trata-se de uma obra notável, muito bem escrita. Seu forte? O autor é acima de tudo um repórter brilhante, atento aos fatos e às filigranas que muitos, no afã de explicitar o “principal”, não percebem. Suas histórias ficam maiores porque são contadas com razão e sensibilidade.

O professor Francisco Maldonado atacou o nacionalismo basco, “que descreveu como ‘câncer da nação’, que precisava ser curado com o bisturi do fascismo”, conta o historiador Antony Beevor, em A Batalha pela Espanha (Editora Record, 711 páginas). Alguém soltou o grito de guerra da Legião Estrangeira: “!Viva la muerte!” Millan Astray deu o mesmo grito.
O filósofo basco Miguel de Unamuno, reitor da Universidade de Salamanca, levantou-se e, com sua voz baixa, rebateu: “Todos vocês esperam as minhas palavras. Vocês me conhecem e sabem que sou incapaz de ficar em silêncio. Às vezes o silêncio é mentir. Pois o silêncio pode ser interpretado como concordância. Quero comentar o discurso, se é que se pode chamá-lo assim, do professor Maldonado. Vamos deixar de lado a afronta pessoal implícita na explosão súbita de vitupérios contra os bascos e catalães. Eu mesmo, claro, nasci em Bilbao. O bispo, quer queira ou não, é catalão, de Barcelona. Bem agora ouvi um grito necrófilo e sem sentido: ‘Viva a morte!’ E eu, que passei a vida criando paradoxos, devo dizer-lhes, com autoridade de especialista, que este paradoxo estranhíssimo me é repulsivo. O general Millán Astray é um aleijado [havia perdido um braço e era cego de um olho]. Vamos dizê-lo sem rodeios. É um aleijado de guerra. Cervantes também era.
“Infelizmente há aleijados demais na Espanha hoje em dia. E logo haverá mais ainda se Deus não vier em nosso auxílio. Dói-me pensar que o general Millán Astray deva ditar o padrão da psicologia de massas. Um aleijado sem a grandeza de Cervantes tende a buscar consolo calamitoso provocando mutilação à sua volta. O general Millán Astray gostaria de recriar a Espanha, uma criação negativa à sua própria imagem e semelhança; por essa razão, deseja ver a Espanha aleijada, como sem querer deixou claro”.
Irritado, o general gritou: “Muera la inteligência! Viva la muerte!” Falangistas sacaram pistolas e o guarda-costas de Millán Astray apontou sua submetralhadora para a cabeça de Unamuno. Mesmo assim, o filósofo reagiu: “Este é o templo do intelecto e sou eu o sumo sacerdote. É o senhor que profana este recinto sagrado. O senhor vencerá, porque tem força bruta mais que suficiente. Mas não convencerá. Pois para convencer precisará do que lhe falta: a razão e o direito em sua luta. Considero inútil exortar o senhor a pensar na Espanha”.
Ao término de sua réplica, Unamuno disse: “Consegui”. Os falanquistas queriam linchá-lo, mas a presença da mulher de Franco conteve os agressores. Franco disse que o filósofo deveria ter sido fuzilado. “Isso não foi feito por causa da fama internacional do filósofo e da reação causada no exterior pelo assassinato de Lorca. Mas Unamuno morreu seis semanas depois, deprimido e amaldiçoado como ‘vermelho’ e traidor por aqueles que pensou eram seus amigos”, relata Antony Beevor.
Jornais e revistas contribuem para divulgar, fortalecer e cristalizar dogmas criados pela ciência. Quantas reportagens as pessoas leram, nos últimos anos, garantindo que vinho é “bom” para o coração, para uma vida mais longa e saudável? Dezenas, centenas. Pois agora uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, divulgada pela revista “Visão”, de Portugal, sugere que o vinho não é o elixir da saúde e, portanto, da juventude. “O resveratrol dietético de dietas ocidentais não tem influência substancial sobre as doenças cardiovasculares, o câncer ou a longevidade em idosos residentes na comunidade”, revela o estudo do cientista Richard Semba. “Este estudo vem contrariar as pesquisas com animais, que sugeriam que o resveratrol, um polifenol também encontrado em algumas raízes de plantas asiáticas assim como em amendoins e frutas, pode ter efeitos benéficos na saúde”, assinala a “Visão”. Os resultados não foram comprovados em humanos, mas, como registra a revista, “o mercado de suplementos de resveratrol” fatura “30 milhões de dólares por ano”. Já “o estudo mais recente foi baseado nos níveis de resveratrol da urina de cerca de 800 pessoas em duas pequenas aldeias em Toscana, Itália. Os pesquisadores mediram a urina das pessoas para detectarem sinais de resveratrol, verificando se os níveis estavam ou não a contribuir para a melhoria da saúde da população. 34% das pessoas que fizeram parte da pesquisa morreram e os pesquisadores não encontraram uma correlação entre os níveis inicias de mortalidade e de resveratrol nem ligações entre os níveis de resveratrol e o desenvolvimento de câncer ou doenças cardíacas”. Não se trata de transformar a imprensa no mordomo da hora. Mas jornalistas ficam iguais baratas tontas, registrando pesquisas que são modificadas por pesquisas. A solução? Sempre deixar um pouco de dúvida e ser menos afirmativo quando o assunto for saúde.
Letícia Borges começou a escrever a coluna “Língua e Letras”, no jornal digital “A Redação”. “A coluna vai ser sobre o uso da língua no cotidiano. Não vai ser técnica nem didática. Vou falar sobre a adequação da linguagem ao meio, como se comunicar profissionalmente e o português na internet”, afirma a jornalista. Os textos terão o formato de crônica.
Letícia publica em agosto o livro “A Língua Camaleoa”.