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Pop demite e cria uma espécie de Programa de Demissão Voluntária (PDV)

O “Pop” criou uma espécie de Programa de Demissão Voluntá­ria e está promovendo um enxugamento sutil da redação. O jornal incentiva as demissões, mas entra em acordo com os jornalistas e paga seus direitos. Segundo uma fonte, a cúpula do Grupo Jaime Câmara quer enxugar a redação, tida, proporcionalmente, como uma das maiores do País. Não é a mais cara, porque os salários do “Pop” são menores do que os dos grandes jornais brasileiros. Ainda assim, a folha de pagamento é tida, conforme a fonte, como “onerosa”. A mesma fonte avalia que o GJC está preparando a redação para a ascensão de um novo editor-chefe, que deve ser contratado em Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro. Este editor-chefe trabalharia como uma redação mais compacta, porém mais dedicada ao jornal. Alega-se que grande parte dos repórteres presta assessoria e, por isso, não tem compromisso integral com o jornal. Há uma tendência a priorizar, sobretudo em termos salariais, os repórteres que dedicarem mais tempo à redação. Na semana passada, o jornal demitiu dois funcionários, Cláudia, auxiliar administrativa, e o digitador Antônio Lourenço (Baianinho). Quatro jornalistas deixarem a redação. O repórter Galtiery Rodrigues, que vai fazer intercâmbio na Irlanda, vai pedir demissão.

Sai um dos livros mais qualificados sobre a Primeira Guerra Mundial

Demorou mais chegou um dos melhores livros sobre o tema que movimentou as editoras e livrarias em 2014: “A Primeira Guerra Mundial” (Globo Livros, 724 páginas, tradução de Gleuber Vieira), de Margaret MacMillan, uma das mais qualificadas historiadoras da Inglaterra. Merece figurar nas lista dos cinco melhores livros sobre o assunto.

Jornalista Adalberto de Queiroz lança livro de poesia e crônicas de qualidade

i1Quando o leitor “pega” o livro, abrindo as páginas de maneira aleatória, é provável que faça uma pergunta: “Mas que diabos é isto?” Sim, parece tudo misturado: poesias, crônicas – com as poesias lembrando crônicas e com as crônicas lembrando poesias, talvez porque discursivas. Porém, quando se põe a ler atentamente, fica-se siderado. Porque quase tudo é muito bom. “Cadernos de Sizenando” (Kelps, 177 páginas) é uma bela obra de Adalberto Queiroz. A poesia de Adalberto Queiroz é culta, com elaboração precisa e rigorosa. Para visitá-la exige-se certo esforço, mas o principal mesmo é atenção, para que sejam capturados seus múltiplos sentidos e epifanias. Adalberto Queiroz é um poeta detalhista. Desses que sabem que Deus, se existe, está nos detalhes. Jornalista e empresário atilado, Adalberto Queiroz olha as coisas do mundo-da vida, todas as que examina, com carinho, perspicácia e delicadeza. Se não fosse poeta há um bom tempo, diria: “Nasce um belo poeta”. "Cadernos de Sizenando" vai ser lançado na terça-feira, 25, às 19 horas, na Livraria Fnac, do Shopping Flamboyant.

Filósofo, tradutor e crítico literário Leandro Konder era uma democrata radical

O filósofo brasileiro Leandro Konder morreu na quarta-feira, 13, aos 78 anos. Ele padecia, há dez anos, do Mal de Parkinson. Na primeira metade da década de 1980, Leandro Konder esteve em Goiânia, convidado por militantes do Partido Co­munista Brasileiro (PCB), notadamente líderes estudantis da tendência Unidade, como Elias Rassi (do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás), Marina Freitas (do curso de Ciências Sociais da UFG), entre outros. Lançou um livro e deu uma pequena palestra. Era comunista (do Partidão), ligado ao Eurocomunismo. Sobretudo, como Carlos Nelson Coutinho, um socialista-democrático (achava que isto era possível). Para ele, como para Carlos Nelson, a democracia é um valor universal, não é etapa (ou fase) para nada, como avaliavam os comunistas. Além dos livros, nos quais pontificou sobre vários assuntos, Leandro Konder escreveu em jornais, tanto artigos mais filosóficos quanto críticas literárias. Seus comentários eram generosos, de grande abertura para entender e assimilar o que havia de melhor no pensamento adversário. No lugar do combate puro, buscava certa convergência. Era um exemplo de civilidade. Suas críticas ao ensaísta José Guilherme Merquior, que não era de esquerda, mas também não era de direita, eram atentas e permitiam e abriam o diálogo. Leandro Konder era um leitor atento dos filósofos alemão Karl Marx e húngaro Gyorgy Lukács, o que os sites de “O Globo” e do UOL divulgaram. Mas também, como Carlos Nelson, era vulgarizador do pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci. Os sites deixaram de mencionar que era um tradutor categorizado, inclusive de Marx, e estudioso do pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin. E escreveu um opúsculo delicioso sobre o Barão de Itararé. Numa biografia curta, que está no livro sobre o jornalista e humorista, escreveu que, se pudesse voltar a ser jovem, cuidaria melhor dos dentes. Nos últimos anos, pertencia a um grupo ao qual os participantes, como Ferreira Gullar, deram o nome de Comuníadas (junção de comunistas com “Os Lusíadas”, de Camões). Intelectual público de alta qualidade, Leandro Konder escrevia com o máximo de clareza. Aquilo que era profundo e complexo na sua pena se tornava inteligível. Sua prosa límpida, persuasiva, agradava do especialista ao leigo. Por vezes, parecia superficial, mas não era bem assim. Na verdade, escrevia (e pensava) de maneira simples, o que não quer dizer que era simplista ou simplório. Mantinha uma rica ligação com a filosofia alemã, mas escrevia com a clareza típica dos ingleses. Entrevistado pelo “O Globo”, o filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet disse: “Ele era um intelectual que amava a literatura, vivia pela literatura e pela filosofia. Um marxista dos menos dogmáticos, conhecido por sua doçura, por seu carisma e generosidade”. Quando Merquior era atacado como um apóstolo da direita, especialmente no período em que apontou um plágio da filósofa Marilena Chauí — a professora da Universidade de São Paulo redarguiu que não havia copiado o filósofo francês Claude Lefort, sugerindo uma suposta “filiação de pensamento” —, Leandro Konder o tratava com respeito, admiração e lhaneza. Quando Merquior morreu, Leandro Konder revelou que o ensaísta, no seu posto de diplomata, protegeu esquerdistas perseguidos pela ditadura e ajudou exilados. Um dos “protegidos” foi Rodolfo Konder, irmão de Leandro Konder. Merquior fazia isto, secretamente, e não alardeava, nem mesmo depois da queda da ditadura. Porque não queria fazer “média” com ninguém. Não era populista. Em 1972, preso e torturado, Leandro Konder escapou para a Alemanha e, depois, para a França. Ao voltar ao Brasil, continuou a militância no Partido Comunista Brasileiro, depois entusiasmou-se e decepcionou-se com o PT de Lula da Silva, tanto que se tornou um dos fundadores do PSOL. Os Konder são assim: quem não vira comunista, de uma esquerda democrática, se torna banqueiro e reacionário. Alguns livros de Leandro Konder: “Marxismo e Aliena­ção”, “Introdução ao Fascismo”, “As Ideias Socialistas no Brasil”, “O que é Dialética”, “O Futuro da Filosofia da Práxis”, “Sobre o Amor”, “Em Torno de Marx”, “As Artes da Palavra”.

Morre Leandro Konder, um filósofo de esquerda que era democrata radical

O filósofo brasileiro Leandro Konder morreu na quarta-feira, 13, aos 78 anos. Ele padecia, há alguns anos, do Mal de Parkinson. Na primeira metade da década de 1980, Leandro Konder esteve em Goiânia, convidado por militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), notadamente líderes estudantis da tendência Unidade, como Elias Rassi (do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás), Marina Freitas (do curso de Ciências Sociais da UFG), entre outros. Lançou um livro e deu uma pequena palestra. Era comunista (do Partidão), ligado ao Eurocomunismo. Sobretudo, como Carlos Nelson Coutinho, um socialista-democrático (achava que isto era possível). Para ele, como para Carlos Nelson, a democracia é um valor universal, não é etapa (ou fase) para nada, como avaliavam os comunistas. Além dos livros, nos quais pontificou sobre vários assuntos, Leandro Konder escreveu em jornais, tanto artigos mais filosóficos quanto críticas literárias. Seus comentários eram generosos, de grande abertura para entender e assimilar o que havia de melhor no pensamento adversário. No lugar do combate puro, buscava certa convergência. Era um exemplo de civilidade. Suas críticas ao ensaísta José Guilherme Merquior, que não era de esquerda, mas também não era de direita, eram atentas e permitiam e abriam o diálogo. Leandro Konder era um leitor atento dos filósofos alemão Karl Marx e húngaro Gyorgy Lukács, o que os sites de “O Globo” e do UOL divulgaram. Mas também, como Carlos Nelson, era vulgarizador do pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci. Os sites deixaram de mencionar que era um tradutor categorizado, inclusive de Marx, e estudioso do pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin. E escreveu um opúsculo delicioso sobre o Barão de Itararé. Numa biografia curta, que está no livro sobre o jornalista e humorista, escreveu que, se pudesse voltar a ser jovem, cuidaria melhor dos dentes. Nos últimos anos, pertencia a um grupo ao qual os participantes, como Ferreira Gullar, deram o nome de Comuníadas (junção de comunistas com “Os Lusíadas”, de Camões). Intelectual público de alta qualidade, Leandro Konder escrevia com o máximo de clareza. Aquilo que era profundo e complexo na sua pena se tornava inteligível. Sua prosa límpida, persuasiva, agradava do especialista ao leigo. Por vezes, parecia superficial, mas não era bem assim. Na verdade, escrevia (e pensava) de maneira simples, o que não quer dizer que era simplista ou simplório. Mantinha uma rica ligação com a filosofia alemã, mas escrevia com a clareza típica dos ingleses. Entrevistado pelo “O Globo”, o filósofo e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet disse: “Ele era um intelectual que amava a literatura, vivia pela literatura e pela filosofia. Um marxista dos menos dogmáticos, conhecido por sua doçura, por seu carisma e generosidade”. Quando Merquior era atacado como um apóstolo da direita, especialmente no período em que apontou um plágio da filósofa Marilena Chauí — a professora da Universidade de São Paulo redarguiu que não havia copiado o filósofo francês Claude Lefort, sugerindo uma suposta “filiação de pensamento” —, Leandro Konder o tratava com respeito, admiração e lhaneza. Quando Merquior morreu, Leandro Konder revelou que o ensaísta, no seu posto de diplomata, protegeu esquerdistas perseguidos pela ditadura e ajudou exilados. Um dos “protegidos” foi Rodolfo Konder, irmão de Leandro Konder. Merquior fazia isto, secretamente, e não alardeava, nem mesmo depois da queda da ditadura. Porque não queria fazer “média” com ninguém. Não era populista. Em 1972, preso e torturado, Leandro Konder escapou para a Alemanha e, depois, para a França. Ao voltar ao Brasil, continuou a militância no Partido Comunista Brasileiro, depois entusiasmou-se e decepcionou-se com o PT de Lula da Silva, tanto que se tornou um dos fundadores do PSOL. Os Konder são assim: quem não vira comunista, de uma esquerda democrática, se torna banqueiro e reacionário. Alguns livros de Leandro Konder + Marxismo e Alienação + Introdução ao Fascismo + As Ideias Socialistas no Brasil + O que é Dialética + O Futuro da Filosofia  da Práxis + Sobre o Amor + Em Torno de Marx + As Artes da Palavra

O Popular demite funcionários mas também sugere uma espécie de Programa de Demissão Voluntária

O “Pop” adotou duas políticas. Primeiro, sugere que determinado profissional deve sair e acena com a possibilidade de pagar todos os direitos (como se o jornalista estivesse sendo demitido). É uma espécie de Programa de Demissão Voluntária (PDV). Por este esquema saíram recentemente Karen Farias, Lídia Jorge, Cristina Cabral e Maria José Silva. A Carla Borges, que não participou deste sistema, pediu demissão. Galtiery Rodrigues, que pretende fazer intercâmbio na Irlanda, deve pedir demissão. Segundo, começou uma série de demissões, que vai atingir a redação e outros setores do grupo. “Jornalistas mais velhos devem pôr as barbas de molho”, afirma um repórter do jornal. Nesta semana, o jornal não demitiu jornalistas, e sim uma funcionária da área de suplementos, de prenome Cláudia (não conseguimos o sobrenome), e o digitador Antônio Lourenço, o Baianinho. Argumentou-se que a redação (devido ao processo de informatização) não precisa mais de digitador. Os cargos de Baianinho e de Cláudia (espécie de auxiliar administrativa) foram extintos. Por que o jornal está pressionando profissionais a pedir demissão? Segundo uma fonte do jornal, “não se trata de crise”. O jornal, afiança, “não demitia há anos”. Mas, “ante a possibilidade de um ano ruim, previsão para 2015, as empresas estão enxugando e cortando despesas. A ‘Folha de S. Paulo’ acabou de demitir cerca de 13 jornalistas”. Um integrante do Sindicato dos Jornalistas contrapõe: “O jornal, na verdade, não precisou demitir, porque, nesses anos, mais de 15 profissionais deixaram a redação”. O sindicalista avalia que o “Pop” está “demitindo para contratar jornalistas com salários menores”.

Goiano Vinicius Sassine ganha o Prêmio Esso de Reportagem

José Casado, Danielle Nogueira, Eduardo Bresciani e Vinicius Sassine ganharam o Esso com a reportagem “Farra de aditivos na Refinaria Abreu e Lima”. Leonencio Nossa ganhou o Esso de Jornalismo

Aparece o carcereiro da Casa da Morte de Petrópolis. Ele estuprou Inês Etienne Romeu

Pelo menos 20 presos da esquerda foram assassinados e esquartejados no pequeno de concentração do Rio de Janeiro

Crise de Zezé Di Camargo e Zilu é strip-tease em praça pública

[caption id="attachment_20361" align="alignleft" width="300"]Zezé Di Camargo, cantor, e  Zilu Godói: roupa suja lavada em público jamais fica limpa | FRoto: Divulgação Zezé Di Camargo, cantor, e Zilu Godói: roupa suja lavada em público jamais fica limpa | Foto: Divulgação[/caption] O cantor e compositor sertanejo Zezé Di Camargo, sua namorada Graciele Lacerda e sua ex-mulher Zilu Godói exigem respeito à sua privacidade, nas não saem das redes sociais brigando pelos motivos mais fúteis. O que parece incomodar Zilu são as fotografias de Zezé com Graciele em eventos sociais, esbanjando jovialidade e felicidade. O que deixa o cantor irritado são, mais do que as palavras da ex-mulher, as críticas de seus seguidores nas redes sociais. Tanto que, deselegante, disse que uma mulher era “gorda”. As estocadas da jornalista Graciele são mais sutis, mas às vezes procura ressaltar sua juventude, com a leve sugestão de que Zilu não é mais jovem, o que é mesmo irritante. O fato é que o trio faz uma espécie de strip-tease em praça pública, nas redes sociais, e depois quer que as pessoas não comentem e não façam ironias. Na sociedade do espetáculo quem cai nas “redes” é iguaria para tubarões. Como aparentemente não conseguem ficar longe das redes sociais, que usam para uma comunicação guerreira e, aparentemente, exibicionista, novos rounds virão. Quem lava roupa suja em público deve entender que ela nunca ficará limpa. Zezé, Zilu e Graciele, íntegros, deveriam ter um pouco mais de compostura. O cantor, amado pelas duas, deveria dar o exemplo.

A repórter Maria José Silva (Zezé) deixa a redação de O Popular

Maria José Silva A experimentada repórter Maria José Silva, a Zezé, deixou a redação do “Pop” na segunda-feira, 10. No seu Facebook, ela escreveu: “Ontem redigi uma reportagem sobre o processo de beatificação do padre Pelágio. Foi a última de minha autoria publicada em O Popular. Desliguei-me hoje do Grupo Jaime Câmara, empresa na qual trabalhei por quase 25 anos. Agradeço a todos os colegas pela convivência harmoniosa, pelo aprendizado, crescimento profissional e momentos de alegria. Vou aproveitar meu tempo de folga para aperfeiçoar meus conhecimentos, cuidar de minha mãe Vitória Lucinda Silva, meu maior tesouro, e cuidar também de mim. Continuo trabalhando na Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, onde pretendo prosseguir atuando como jornalista”.

Desmatamento disparou na Amazônia e o governo Dilma Rousseff escondeu dados até passar a eleição

Os repórteres Aguirre Talento e Marcelo Leite, da “Folha de S. Paulo”, publicaram no sábado, 8, uma reportagem – “Depois da eleição: Dados que governo segurou mostram desmatamento alto” – que merece continuidade e debate amplo da sociedade. Pelo menos por três motivos. Primeiro, porque o desmatamento ampliado é grave. Segundo, sugere que a ação do governo, para contê-lo, tem sido menos eficiente do que se alardeia. Terceiro, ao segurar os dados, para que não fossem apresentados durante a eleição, o petismo indica que privatizou o Estado. “Agora é oficial: o desmatamento na Amazônia disparou em agosto e setembro. Foram devastados 1.626 km² de florestas, um crescimento de 122% sobre os mesmos dois meses de 2013”, relata a “Folha”. A “Folha” relata que, “em agosto, foram desmatados 890,2 km², um salto de 208% sobre os 288,6 km² do mesmo mês de 2013. Em setembro foram 736 km², 66% mais que no ano passado”. Talento e Leite sustentam que “o governo federal” – quer dizer, a gestão da presidente Dilma Rousseff, do PT – “já conhecia esses dados antes do segundo turno da eleição presidencial”. Para não prejudicar a campanha da petista-chefe, o governo adiou a divulgação dos dados. Mas pelo menos, ao divulgá-los, não se procedeu a uma maquiagem. Segundo a “Folha”, “as análises mensais do sistema de alertas de desmatamento Deter estavam prontas pelo menos desde 14 de outubro no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)”. Dois dias antes do segundo turno, o diretor do Inpe, Leonel Fernando Perondi, encaminhou a análise mensal ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação”. “A taxa de aumento combinada foi de 122%.” Por que cresceu o desmatamento? A expansão do agronegócio é um dos fatores, aponta a “Folha”. A redução – forte em anos eleitorais – e a deficiência da fiscalização são também responsáveis pelo aumento do desmatamento. O Ibama sugere que o crime organizado, o que é especializado em venda ilegal de madeira, é um dos responsáveis pelo desmatamento ampliado.

O garoto faminto de Ruanda que chegou a Harvard

[caption id="attachment_20120" align="alignleft" width="420"]Justus Uiwayesu: órfão de Ruanda, o jovem começou a estudar aos 9 anos e chegou a uma das maiores universidades americanas Justus Uiwayesu: órfão de Ruanda, o jovem começou a estudar aos 9 anos e chegou a uma das maiores universidades americanas[/caption] O “New York Times” publicou reportagem, “Após infância em lixão, ruandês chega a Harvard” (traduzida pelo UOL), escrita por Michael Wines, que relata a história de Justus Uiwayesu, de 22 anos. Aos 9 anos, órfão, vítima da brutal guerra entre hutus e tutsis, Justus morava num lixão e dormia num automóvel abandonado, ao lado de duas crianças. Ao encontrá-lo, em 2001, a assistente social norte-americana Clare Effiong, ouviu do menino faminto e sujo (estava há mais de um ano sem tomar banho): “Eu quero ir para a escola”. Era um “nayibobo”, uma criança esquecida. Apoiado por Clare Effiong, fundadora da instituição de caridade Esther’s Aid, logo no primeiro ano, Justus se tornou o melhor aluno de sua turma e passou a morar num orfanato. Rapi­da­mente, aprendeu inglês, francês, suaíli e lingala e se interessou por ciências. Preocupado com outros garotos pobres, “ajudou a fundar uma entidade beneficente para” apoiar “alunos pobres do ensino médio”. Este ano, Justus conquistou uma bolsa integral e está estudando matemática, economia e direitos humanos em Harvard, uma das melhores universidades do mundo. Na internet, há comentários de que se trata de um jovem superdotado. Pode ser. Mas será que esforço, estudo concentrado e disciplina não contam mais? Será que toda pessoa brilhante e bem-sucedida tem de ser caracterizada como superdotada? Brasileiros pensam, às vezes, que o aprendizado rigoroso e o sucesso intelectual derivam mais da inteligência do que do estudo detido de um determinado assunto. Inteligência é importante, até decisiva, mas de nada adianta sem trabalho árduo, organizado.

Filme captura com mestria alma rebelde e contraditória de Tim Maia

[caption id="attachment_20123" align="alignleft" width="310"]Tim Maia: um dos artistas  mais completos, versáteis e  perturbados da música brasileira Tim Maia: um dos artistas mais completos, versáteis e perturbados da música brasileira[/caption] Tim Maia é um músico norte-americano nascido no Brasil. Explica-se o óbvio: o Síndico é brasileiro. Mas sua matriz musical está nos Estados Unidos — tanto que começou sua carreira imitando, com brilho, Little Richard. Aos poucos, definiu uma personalidade artística única, com matizes nacionais e internacionais. Lembra, com sua vida perturbada e perturbante — os artistas mais talentosos não são “normais paranoicos” — a cantora Billie Holiday e o músico Charlie Parker, reis “chapados” do jazz. Sua imensa capacidade criadora — cercada por um espírito altamente destrutivo, tanto que morreu ainda relativamente jovem, aos 55 anos — lembra, e não vagamente, estrelas como Louis Armstrong, Ella Fitzgerald e B. B. King. A música de Tim Maia é como a de João Gilberto: nunca entedia. Porque parece sempre diferente a cada audição. O curioso é que músicas e letras casam-se muito bem. Porém, quando a letra não é lá essas coisas, a música é de qualidade e vice-versa. O filme “Tim Maia”, de Mauro Lima, baseado em livro do jornalista e escritor Nelson Motta, é muito bem feito. Preciosistas vão encontrar algum caco para criticar — o comentarista da revista “Veja” apontou certa falta de ritmo —, mas, no geral, é quase perfeito. Primeiro, claro, porque há a música de Tim Maia. Segundo, porque consegue capturar, com rara fidelidade, o indivíduo complexo e contraditório — sem torná-lo herói ou vítima. Terceiro, porque Babu Santana se tornou Tim Maia. Durante alguns minutos, inebriado pela música e pela história ricas do cantor, compositor e músico, peguei-me vendo em Babu Santana o verdadeiro Tim Maia. Li, nos jornais e sites da internet, que alguns músicos (e seus parentes) estão reclamando que foram deixados de fora do filme, ou dois ou mais artistas foram condensados numa só pessoa, e um filho de Tim Maia admite que, de fato, quis “deixar de fora” aqueles que processaram seu pai. Um equívoco, pois a história de um artista deve ser contada como é, sem vinditas e cortes. Mas Nelson Motta tem razão quando afirma que se trata de um filme, não de um documentário. Noutras palavras, não cabe tudo num filme de pouco mais de duas horas. Mais: a ficção, mesmo quando trata de temas reais, às vezes precisa da imaginação para se tornar mais, por assim dizer, compreensível. O filme nos “segura” o tempo todo.

Jornalista não quer divulgar sua fonte e poderá ser preso

[caption id="attachment_20125" align="alignright" width="300"]James Risen: denúncia é verdadeira, mas governo está mais preocupado com sua fonte James Risen: denúncia é verdadeira, mas governo está mais preocupado com sua fonte[/caption] O jornalista americano James Risen, do “New York Times”, escreveu uma reportagem mostrando que a CIA tentou sabotar o programa nuclear do Irã. Empresários, municiados pela Central de Inteligência dos Estados Unidos, ofereceram plantas nucleares falsas com o objetivo de travar o programa iraniano. A ação fracassou. A notícia era verdadeira e baseada em informações do próprio governo. Agora, James Risen está sob pressão do governo do presidente Barack Obama. O detalhe curioso é que o repórter não conseguiu convencer a então editora do “New York Times”, Jill Abramson, da gravidade da denúncia. Supostamente sob pressão de Condoleezza Rice, na época conselheira de segurança nacional, Abramson abortou a publicação do texto (a editora se arrepende do equívoco, pois admite que é um profissional “sólido como uma rocha”). Em 2006, com o material quente nas mãos, o jornalista publicou-o no livro “State of War”, que se tornou best seller e balançou o governo e a CIA. O Ministério Público tentou um acordo com James Risen, para que revele a fonte de sua informação. Como no caso da Petrobrás, o governo de Barack Obama não quer saber se a informação divulgada pelo repórter era verdadeira ou não. Nada havia de incorreto. O repórter disse, por meio de seu advogado, que, mesmo se for intimado, não vai prestar qualquer depoimento no julgamento de Jeffrey Sterling, oficial da CIA que é acusado pelo governo americano de ter fornecido informações confidenciais, in­clusive para James Risen. Noutras palavras, não revela o nome da fonte, nem sob ameaça de prisão, que poderá ser decretada. O governo alega que está preocupado com a segurança dos Estados Unidos.

Demissões de Eliane Cantanhêde e Fernando Rodrigues tiram um pouco o brilho da Folha de S. Paulo

fernando-rodrigues-cantanhede-folha As redações patropis às vezes cometem um erro com seus melhores repórteres. No lugar de incentivá-los a continuar como repórteres, escrevendo textos de maior envergadura, colocam-nos, quando se tornam mais conhecidos, para escrever artigos. Nenhuma redação de alta qualidade demite profissionais do quilate de Eliane Can­tanhêde e Fernando Rodrigues. Pois a “Folha de S. Paulo” demitiu-os na semana passada. Eliane Cantanhêde escrevia artigos na página 2, com perspicácia e moderação, e com massa crítica apropriada. Tão objetiva que às vezes era apontada como “petista” e, logo depois, como “tucana”. Não é uma coisa nem outra. É uma colunista que, embora possa ter suas simpatias políticas — todos temos —, mantém aguçado o faro de repórter. Porém, articulistas, mesmo quando muito bons, são mais dispensáveis do que grandes repórteres (cada vez mais raros). Talvez seja o caso da jornalista, que continua a trabalhar no Globo News (no telejornal “Globo News em Pauta”). Dado seu talento, breve estará escrevendo num grande jornal, como “O Globo”. Fernando Rodrigues foi, durante anos, ao lado de Gilberto Di­menstein, o golden boy da redação da “Folha”, onde trabalhou 27 anos. É repórter notável e redator de texto preciso e elegante (o que não quer dizer pomposo). Aos poucos, mesmo continuando a atuar como repórter, passou a escrever artigos na cobiçada página 2. Por que foi demitido se é um dos mais qualificados repórteres? Possivelmente, devido ao salário — um dos mais altos da redação. Ele continua a escrever no UOL, que pertence ao grupo que edita a “Folha”, e a fazer comentários na rádio Jovem Pan. Uma idiossincrasia: a demissão que mais lamentei foi a de Eduardo Ohata. Sou aficionado de boxe, que considero uma espécie de sétima arte — acima do cinema, que é, no máximo, a sétima sub-arte (que me perdoe o excelente crítico André Ldc) —, e poucos jornalistas escrevem tão bem a respeito quanto o ex-repórter da “Folha”. Ele publicou textos antológicos sobre lutas de Muhammad Ali — o boxeador que batia tão bem quanto apanhava — e Mike Tyson