Direto do Oriente Médio

A batalha entre os sunitas da Arábia Saudita e os xiitas já dura 13 séculos e parece que não vai acabar nunca

Diariamente, nos últimos cinco anos, milhares de crianças morreram ou ficaram seriamente feridas numa guerra insana

Depois uma década de investigação, Israel prova que entidades filantrópicas e até a ONU foram roubadas pelo grupo terrorista

Presidente norte-americano tenta, a cada atentado, tapar o sol com a peneira, o que fica cada vez mais difícil

No século 21, para cometer um atentado terrorista, só é preciso apertar Enter

Arqueólogos israelenses realizam a maior escavação arqueológica do país nos últimos 30 anos. O objetivo: encontrar nas montanhas do Deserto da Judeia os manuscritos perdidos do Mar Morto

A morte de um terrorista expõe as ligações perigosas entre o Irã e a administração de Barack Obama

Correspondência entre os dois gênios judeus do século 20 revela que o físico e o psicanalista eram amigos e não entendiam suas respectivas profissões. Mas concordavam em um ponto: nas qualidades de Moisés

O restabelecimento da normalidade no país só será possível com a interferência do russo Vladimir Putin
[caption id="attachment_65285" align="alignright" width="620"] Família síria corre para se esconder no meio dos escombros de edifícios destruídos na sequência de um ataque aéreo relatado em Aleppo, em 29 de abril[/caption]
O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, nasceu na Itália mas foi criado na Suíça. A família dele tem tradição na área diplomática. Mistura seguiu os passos dos pais e construiu uma sólida carreira diplomática, que completa 40 anos em 2016. Staffan herdou a paciência dos suíços e a simpatia sincera dos italianos. E é justamente isso que talvez expliquea determinação do enviado da ONU a continuar, firme, numa missão impossível: manter o cessar-fogo na Síria.
Nos últimos meses, os esforços diplomáticos que vêm ocorrendo em Genebra, onde discute-se a questão Síria, pouco avançou. O acordo foi assinado em fevereiro, e desde então continua sendo apenas um papel assinado.
A morte de centenas de soldados e rebeldes em batalhas como a de Aleppo nas últimas semanas, o bombardeio aéreo da cidade já devastada, a destruição completa de três hospitais, além do cerco por tropas governamentais fizeram da segunda maior cidade da Síria um lugar fantasma, onde, segundo testemunhas, os últimos moradores se escondem no esgoto e comem ratos para sobreviver.
Quando o Hospital Quds foi bombardeado por caças russos ou do próprio regime, 50 pessoas entre pacientes, visitantes, médico e enfermeiros morreram na hora. Outros 80 ficaram feridos. O último pediatra da cidade, Mohamad Moaz, estava entre as vítimas mortas. Naquele dia, ele havia decidido dormir no hospital por causa do grande número de crianças e bebês feridos em outros combates. Morreu com eles. Nos últimos cinco anos, segundo a Organização Médicos Sem Fronteira, 730 profissionais de saúde morreram na guerra civil. Ataques deliberados contra hospitais, clínicas, escolas e mesquitas viraram regra na batalha por Aleppo. Um dia antes do Hospital Quds ser atingido, o setor de emergência de um outro centro médico que trata mais de 2.000 pessoas por dia também foi destruído num ataque. Um dos poucos médicos que ainda restam na cidade disse recentemente numa rede social que o nível de destruição é tão devastador que não há mais nada em Alepo além de ruínas. “É dificil descrever como é viver por aqui. Esperamos pela morte”, disse o médico. Em outro momento ele conta que “os bombardeios são tão ferozes que até mesmo as pedras estão pegando fogo”.
E desabafa: “Cada vez que um avião sobrevoa nossas cabeças sabemos que a morte é o nosso destino. Os alvos não são os rebeldes que estão lutando, mas os civis. Nos sentimos abandonados e sozinhos”.
Depoimentos como esse deveriam acelerar qualquer tentativa de solução para a guerra na Síria. Mas, em Genebra, as negociações andam a passos lentos e ninguém consegue achar uma saída. Há tempos que a chave para resolver a crise está guardada numa gaveta na mesa de Vladimir Putin. Só ele tem poder suficiente para pressionar o ditador Bashar al-Assad a estabilizar o acordo de cessar-fogo. Staffan de Mistura soube que só haverá paz na Síria se o russo interferir. E ao que parece está disposto a continuar o jogo duplo e permitir que Assad toque a carnificina à vontade.

Prisão de adolescentes se torna cada vez mais comum na eterna briga entre israelenses e palestinos

[caption id="attachment_64233" align="alignnone" width="620"] Presidente dos EUA, Barack Obama, e rei da Arábia Saudita, Salman Al Saud: relações abaladas, mas ainda precisam um do outro | Foto: Pete Souza/ Casa Branca[/caption]
Ao final da segunda guerra mundial, em 20 de fevereiro de 1945, o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt voltava da Conferência de Yalta, um encontro de líderes que discutia o futuro da Europa pós-guerra. A bordo do USS Quincy, no Canal de Suez, no Egito, Roosevelt encontrou-se pela primeira vez com o rei da Arábia Saudita, Abdual Aziz. Começava ali uma aliança que até hoje provém a segurança da Arábia Saudita. Um reino cercado por uma região instável e volátil.
Os sauditas têm nos Estados Unidos a garantia do suporte militar que provém a segurança do reino, cercado por uma região instável e volátil. Desde então, Roosevelt e todos os outros presidentes dos Estados Unidos que vieram depois dele, foram fotografados lado a lado com os reis da Arábia Saudita. As provas incontestáveis de uma sólida relação estratégica entre os dois países estão penduradas nas paredes da Casa Branca em Washington.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez uma visita oficial ao reino saudita. Há oito meses do fim do mandato, Obama foi recebido pelo rei Salman em Riyad, onde os dois tiveram um encontro privativo.
Os sauditas, acostumados à prosperidade que o petróleo lhes proporciona, estão incomodados e assustados com o que vem acontecendo dentro e nos arredores do reino: milícias que atacam comunidades na fronteira sul do país, a embaixada saudita em chamas em Teerã, e três diferentes guerras civis nos países vizinhos. Com a queda do preço do barril de petróleo, o governo saudita tem dificuldades em lidar com as crises internas e externas, entre elas o Irã, que com o fim das sanções econômicas impostas pela comunidade internacional devido ao programa nuclear, tem se movimentado agressivamente afim de expandir sua influência num mercado até então dominado pelos árabes.
A relação entre os dois países foi profundamente afetada durante os oito anos do governo Obama. Os sauditas, mesmo contra o desejo dos americanos, resolveram agir sozinhos afim de sobreviver numa região que muda rapidamente e pra pior. Os dois governos discordam sobre o acordo com o Irã, como lutar contra o Estado Islâmico, o futuro da Síria e o conflito no Iêmen. A coalizão árabe formada para combater os rebeldes houthis (que têm o apoio do Irã) no Iêmen, já custou milhões de dólares ao país, e até agora teve pouco resultado. Pelo contrário, a falha militar fortaleceu ainda mais a filial da Al-Qaeda no Iêmen. Com o terrorismo batendo à porta, os sauditas aumentaram o número de execuções no país, entre os executados este ano está um clérigo xiita, aliado do Irã. E foi pela mesma causa que eles voltaram atrás numa doação, já anunciada, de bilhões de dólares ao governo libanês, que tem uma aliança estreita com os ayatolás.
Obama chega a Riyad para tentar evitar o colapso com um dos parceiros mais estratégicos para os Estados Unidos no Oriente Médio. A relação é problemática, mas os dois países ainda precisam um do outro. Os Estados Unidos provêm o suporte militar e os serviços de inteligência ao reino, e no encontro ficou acertado o aumento significativo desse “apoio” para ajudar na luta do país contra o terrorismo. Já os americanos esperam que Arábia Saudita continue a ser o segundo maior provedor de petróleo e derivados patra os Estados Unidos.
Ainda não está claro qual o resultado efetivo da visita de Obama à Arábia Saudita. Obama pode até tentar, mas os sauditas veem nele uma das causas de quase tudo que o país está passando. Os monarcas árabes responsabilizam abertamente Obama pelo caos que tomou a região. A confiança foi abalada, a monarquia se enfraqueceu e ninguém sabe, ainda, se o dano provocado poderá ser reparado. A América mudou e a Arábia Saudita também. Na semana que vem, a foto de Barack Obama com o rei Salman estará exposta na mesma galeria na Casa Branca. Mas é a próxima foto que intriga americanos e sauditas.

Vaticínio terrível é do primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev, o homem mais próximo de Vladimir Putin

Cada vez mais barato, produto é a 3ª grande força que deu forma a esse monstrengo chamado “novo Oriente Médio”
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