Bastidores

[caption id="attachment_43158" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly/Jornal Opção[/caption]
Alexandre Baldy diz que não tem intenção de sair do PSDB. O deputado federal ressalva: “Mas estou aberto à discussão. Escutarei a proposta dos líderes de partidos. Me ofereceram até a liderança na Câmara dos Deputados. Estou refletindo a respeito”. O tucano frisa que o PTN, dirigido por um aliado, pode lançar candidato a prefeito de Goiânia. “O PTN pode bancar o deputado estadual Virmondes Cruvinel para prefeito da capital. Ele está bem avaliado.”

Igor Montenegro, José Eliton e Giuseppe Vecci são alguns dos debatedores

[caption id="attachment_58110" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
O Jornal Opção fez uma pergunta a dois pesquisadores e a dois marqueteiros: “Por que Adriana Accorsi retira votos de Waldir Soares e este retira votos daquela?” Os quatro admitiram que, para fazer uma avaliação consistente, precisariam ter em mãos levantamentos amplos e feitos a partir de indagações específicas, em termos qualitativos e quantitativos. Mas, baseados em estudos que examinaram, sugerem que, como são da área de segurança — ambos são delegados da Polícia Civil —, o pré-candidato do PR e a pré-candidata do PT atraem o mesmo tipo de eleitorado, aquele que está mais preocupado com a violência. Porém, frisam, se a violência cair, o que pode não ocorrer no curto prazo, tendem a perder um pouco de sua vitalidade política. Os profissionais formulam uma tese parecida, assim sintetizada: Waldir Soares atrai um eleitorado que exige medidas duras na área de segurança — ações sem contemplação contra os criminosos —, enquanto Adriana Accorsi atrai um eleitorado que, embora queira que o problema da violência seja resolvido, não aprecia que a polícia seja excessiva no combate ao crime. Por dois motivos. Primeiro, porque são humanistas. Segundo, porque avaliam que uma polícia violenta começa agredindo criminosos e, em seguida, estará agredido qualquer pessoa.
A conclusão dos marqueteiros e pesquisadores é: o discurso de Waldir Soares tende, ao menos num primeiro momento, a atrair um maior número de eleitores. Porém, se Adriana Accorsi conseguir apresentar uma tese bem formulada — do tipo “violência gera mais violência” —, e se a tese for assimilada pela sociedade, sobretudo pelas classes médias, é possível que acabe por retirar votos do delegado-deputado. As classes médias, embora assustada com a violência, temem apoiar candidatos tidos como “excessivos”, autores da tese de que, com ações violentas — e não necessariamente de Inteligência —, pode se resolver o problema da criminalidade.

O senador Wilder Morais definiu que seu aliado prioritário nas eleições de 2016 será o PSDB do governador Marconi Perillo. Por isso, em visita a Catalão, definiu o apoio do partido que preside em Goiás, o PP, à reeleição do prefeito Jardel Sebba, do PSDB. O pepista frisa que o apoia porque se trata de um político e gestor moderno. Recebido pelo prefeito e pelo deputado estadual Gustavo Sebba, do PSDB, Wilder Morais disse que vai se empenhar para que a presidente Dilma Rousseff — o parlamentar participa de sua base política nacional — oficialize, em caráter definitivo, o campus local como Universidade Federal de Catalão.
Ao se encontrar com o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, em Brasília, na Câmara dos Deputados, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, disse que não apoia nenhum dos caciques do PSDB — “a turma do Sudeste” — para presidente da República. O ex-senador do Amazonas e diplomata de carreira sublinhou que apoia o governador de Goiás, Marconi Perillo, para presidente ou vice-presidente da República. Arthur Virgílio avalia que Marconi Perillo é um “sopro de renovação qualitativa” no PSDB. Por isso o apoio explícito e antecipado.

[caption id="attachment_54690" align="alignright" width="620"] Benedito Torres. | Foto-André Costa[/caption]
A eleição para procurador-geral de Justiça de Goiás será realizada daqui a um ano, em março de 2017, mas procuradores e promotores já estão se movimentando.
O favorito para a disputa do comando do Ministério Público de Goiás é o procurador Benedito Torres.
O promotor José Carlos Nery é o nome que tende a ser bancado pelo procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira. Nery e Torres são amigos e, por isso, podem compor.
Ana Maria, ligada a Lauro Machado, é outra promotora que tem chance de disputar a presidência da Procuradoria-Geral.
Apontado como “competente”, Rodney da Silva é lembrado. Mas promotores garantem “que não tem de ganhar, porque é de outro Estado”.
[caption id="attachment_57158" align="alignright" width="620"] Foto: ABr[/caption]
O deputado Waldir Delegado Soares tem uma história limpa. Não há nada que o desabone. Mas sua filiação ao PR de Valdemar Costa Neto, um dos reis do mensalão — condenado pela Justiça —, pode atrapalhar sua campanha, sobretudo quando, em debates, falar de ética. Como um candidato que defende tanto a moralidade na condução da coisa pública pode aliar-se a um político como Costa Neto? O delegado será perguntado a respeito com frequência, o que poderá desviá-lo de apresentar suas propostas para administrar Goiânia. Ele poderá dizer: “Estou chegando agora e não tenho nada com a história do partido”. Não é uma resposta ruim, mas o eleitor pode não aceitá-la.

[caption id="attachment_60175" align="alignright" width="620"] Deputado federal Waldir Soares e deputada federal Magda Mofatto | Foto: Larissa Quixabeira \ Jornal Opção[/caption]
Os luas azuis do Palácio das Esmeraldas e do Palácio Pedro Ludovico estão monitorando — para verificar a correlação de forças que está sendo articulada para 2016 e, por consequência, para 2018 — as articulações políticas em todo o Estado. O que se descobriu de mais surpreendente: a política hoje com mais presença nas várias regiões de Goiás é a deputada federal Magda Mofatto (seguida, de perto, pela senadora Lúcia Vânia, do PSB). A intelligentsia tucana detectou que a presidente do PR está montando uma base, a um só tempo ampla e sólida, com o objetivo de disputar o Senado em 2018. Depois de operar em cidades pequenas e médias, a parlamentar voltou-se para as cidades mais importantes, quer dizer, as que têm maior eleitorado. Em Goiânia, depois de jogar pesado, levou o passe do deputado federal Waldir Delegado Soares. Com uma só tacada, pôs os pés na cidade que tem o maior eleitorado no Estado e, sobretudo, influencia praticamente todos os demais municípios.
[caption id="attachment_60237" align="alignright" width="371"] Renan Calheiros e Eduardo Cunha: os dois líderes do PMDB nacional podem ser “usados” contra Iris Rezende em Goiânia[/caption]
Dois petistas disseram ao Jornal Opção, na semana passada, que, se o candidato do PT for atacado pelo possível candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, o contra-ataque será duro e em duas direções. Se o peemedebista depreciar a gestão do prefeito Paulo Garcia, o PT vai abrir a caixa preta da gestão de Iris Rezende, evidenciando que deixou dívidas impagáveis — ao menos 1 bilhão de reais — e pavimentou a cidade com asfalto que os engenheiros chamam de sonrisal. Quando a crítica envolver questões morais do PT em termos nacionais, os luas vermelhas vão rememorar o histórico do PMDB goiano — como a história do caso Caixego, Astrográfica e a venda da usina de Cachoeira Dourada — e vão citar as ações da dupla dinâmica Renan “Batman” Calheiros, presidente do Senado, e Eduardo “Robin” Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Os malfeitos locais e nacionais do PMDB serão catalogados e expostos sem dó nem piedade.

[caption id="attachment_59993" align="alignright" width="620"] Deputado estadual Santana Gomes (PSL), ao defender o governador Marconi Perillo (PSDB) na tribuna da Assembleia, chamou por várias vezes o parlamentar Major Araújo de "Marajá Araújo"[/caption]
O que se comenta na Assembleia Legislativa é que o intimorato deputado Santana Gomes conseguiu finalmente enquadrar o Major Araújo.
Santana Gomes chama o adversário de “Marajá” Araújo. Não tem sido respondido à altura. Não se sabe por qual motivo o militar o teme tanto.
A reeleição dos prefeitos Jardel Sebba, de Catalão, e Jânio Darrot, de Trindade, é prioridade na agenda política do governador Marconi Perillo. Os três, filiados ao PSDB, são amigos e aliados. Os dois gestores receberam prefeituras com vários tipos de problemas, inclusive financeiros. Com contenção de despesas, organizaram a máquina pública. Se reeleitos, poderão deslanchar.

Ele trabalhou 21 anos no Ministério Público. Tornou-se uma estrela do Tribunal do Júri
O promotor de justiça Tito do Amaral aposentou-se, na semana passada, e vai advogar ao lado dos dois filhos, Caio Victor e João Paulo, e se dedicar ao magistério. Vai atuar basicamente nas áreas criminal e de família.
Aos 55 anos, 21 deles dedicados ao Ministério Público de Goiás, Tito Amaral (que chegou a ser oficial das Forças Armadas) é professor da Unip. Ele tem mestrado em Direito Constitucional pelo Instituto de Direito Público, de Brasília.
“O recomeço profissional é sempre gratificante”, afirma o promotor aposentado Tito Amaral.
Tito Amaral tem mestrado e é considerado culto pelos ex-colegas de Ministério Público. Todos realçam também seu bom humor e gosto por contar histórias.
Por que, se é considerado um quadro qualitativo, Virmondes Cruvinel não conseguiu se tornar candidato a prefeito de Goiânia pelo PSD? Um líder do partido sugere que, desde que foi eleito, buscou mais apoio externo do que interno. “Internamente, não era agregador e criou arestas com, por exemplo, o deputado Lincoln Tejota e com o ex-deputado Frederico Nascimento.”
Por que, como secretário da Segurança Pública, o vice-governador José Eliton (PSDB) conseguiu agradar tanto policiais civis e militares quanto a sociedade goiana? Todos dizem a mesma coisa: além de firme, de apoiar os que trabalham pela segurança, é um secretário presente e colaborativo.

[caption id="attachment_17896" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O empresário Vanderlan Cardoso pegou Zélio Cândido pelas mãos, apresentou-o à sociedade de Senador Canedo, mas, talvez por ser um homem reservado, não emplacou. Mesmo assim, está mantido como pré-candidato a prefeito, contrariando a base política do pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB — que prefere Alsueres Mariano ou Izaura Cardoso (mulher de Vanderlan). Vetado pelo vanderlanismo, o médico Alsueres deve disputar pelo PR, com o apoio da deputada Magda Mofatto. O prefeito Misael Oliveira assiste a tudo calado, trabalhando em tempo integral, porque avalia que, quanto mais candidatos no páreo — o ex-prefeito Divino Lemes, o deputado Sérgio Bravo e o corretor de imóveis Franco Martins —, mais chances tem de ser reeleito (até com 30% dos votos).