Bastidores
A fila para ser vice do pré-candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PMDB, Gustavo Mendanha, não é pequena. O ex-secretário do Trabalho na gestão de Maguito Vilela, Adriano Montovani, é o nome bancado pelo PT. Porém, se o postulante peemedebista apostar noutro aliado, o petista, um jovem articulado, pode ser candidato a prefeito. Genro do vereador Helvecino Moura, o mais experimentado político do PT no município, Montovani pode não ser eleito, por falta de estrutura, mas tende a retirar votos da esquerda que, no caso de uma composição, iriam para Gustavo Mendanha. Subestimá-lo, dada a fragilidade atual do PT, pode não ser uma tática inteligente.
Daniel do Sindicato disse ao Jornal Opção que não lhe falta apoio popular e aliados políticos. “O que me falta são recursos financeiros”, afirma. O pré-candidato do PSB a prefeito de Cristalina diz que lidera as pesquisas, com certa folga, mas que não dorme no ponto. Sua aliança político-eleitoral deve incluir PSB, PPS, PDT, PRB, PROS, PHS, PSL e PMB. “Estou tentando conquistar o apoio do DEM.” No momento, o Democratas tem pré-candidato, Fred Bastos. O prefeito Luiz Carlos Attié rompeu com João Fachinello, do PSDB, seu vice, e banca a candidatura de Maks Louzada, o Maks da Saúde. Marquinho Abrão apresenta-se como pré-candidato a prefeito, mas pode disputar mandato de vereador.
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Foto: Renan Accioly/Jornal Opção[/caption]
Conhecido como o “Waldir Soares das Águas Quentes”, só que um pouco mais consistente, o sargento da Polícia Militar Alison Maia aparece muito bem nas pesquisas de intenção de voto. Tanto que o prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, continua encomendando pesquisas a alguns institutos, mas procura não divulgar os resultados. É que o policial está cada vez mais próximo.
Alison Maia não tem recursos financeiros e, até para visitar Goiânia, onde busca apoio político, faz uma “vaquinha” com seus acompanhantes. Mas conquistou uma empatia com o eleitorado que o poder, que às vezes cega, está retirando de Evandro Magal (político que, quando Alcides Rodrigues era governador de Goiás e Jorcelino Braga era secretário da Fazenda, conspirou contra o atual governador, Marconi Perillo).
A deputada federal Magda Mofatto e Evandro Magal são aliados, mas aos trancos e arrancos. Se a líder do PR disser que não apoia o prefeito, postulante do PP, nem precisa dizer que apoiará Alison Maia. Este provavelmente será eleito.
A diferença crucial entre Alison Maia e Evandro Magal é a seguinte: o primeiro não tem dinheiro, mas tem votos; já o segundo tem dinheiro, mas está perdendo votos, quer dizer, contato com os eleitores de Caldas Novas. Há uma espécie de fadiga de material em relação ao prefeito. Porém, cercado por áulicos — e a imprensa local, por uma questão de sobrevivência, “não” pode criticá-lo —, o líder do PP parece que não está percebendo a proximidade do Titanic, do baile da Ilha Fiscal. Está perdendo o reinado, mas não a pose.
Um tucano do Sudeste goiano recomenda que o procurador-geral do Ministério Público de Goiás, Lauro Machado, peça uma investigação aos promotores de justiça da região: “Um filho do deputado Adib Elias (PMDB) mora em São Paulo, mas recebe como médico da Prefeitura de Ouvidor, em Goiás. Não estou dizendo que não trabalha, ou que tem ou não tem o dom da ubiquidade, mas sugiro que o MP verifique sua frequência na cidade e, também, os valores recebidos”.
Iris Rezende é candidatíssimo a prefeito de Goiânia, sobretudo depois de examinar uma pesquisa qualitativa. Mas àqueles que perguntam se vai mesmo disputar, o veterano cacique — com seus 60 anos de política — costuma sugerir que está num período sabático e espera um sinal divino para definir o seu futuro político. O ex-prefeito de Goiânia faz 83 anos em 22 de dezembro.
O deputado estadual Bruno Peixoto, do PMDB, oscila em termos político. Num primeiro momento, disse a um líder do DEM que já havia contratado até agência de publicidade para fazer sua campanha para prefeito de Goiânia. Em seguida, começou a dizer que Iris Rezende deve ser candidato a prefeito. Por via das dúvidas, continua com uma estrutura razoável, em ponto de bala, para postular de novo a Prefeitura de Goiânia.
O PSB deve indicar Lissauer Vieira para fazer parte da mesa diretora da Assembleia Legislativa. O presidente será José Vitti. Talles Barreto e Chiqunho Oliveira, ambos do PSDB, disputam a liderança do governo.
Se apoiar a candidatura de Heuler Cruvinel para prefeito de Rio Verde, o deputado estadual Lissauer Vieira, do PSB, deve ser candidato a deputado federal em 2018. O deputado Jean Carlo, do PHS, seria um dos articuladores de uma possível aliança entre os dois políticos. Lissauer Vieira seria bancado tanto pelo prefeito Juraci Martins quanto por Heuler Cruvinel.
Há uma guerra de foice no escuro pela presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa. Os deputados Gustavo Sebba, do PSDB, Jean Carlo (que é advogado), do PHS, e Simeyzon Silveira, do PSC, terçam forças, buscando apoio de vários parlamentares, para assumir o controle da CCJ.
Um parlamentar garante que o deputado federal e economista Giuseppe Vecci, do PSDB, não aprovou a transferência do apadrinhado Humberto Tannus da Agência de Fomento (a Goiás Fomento) para a esvaziada Agência Brasil Central, que congrega a Televisão Brasil Central (TBC), duas emissoras de rádio e uma gráfica sucateada. A missão de Humberto Tannus deve ser organizar a Agência Brasil Central e, depois, passar televisão, rádio e gráfica adiante. O Estado, se fizer isto, vai economizar uma verdadeira fortuna por ano.
Humberto Tannus acabou deslocado para a ABC, com o objetivo de reorganizá-la
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Governador Marconi Perillo e o ministro Henrique Meirelles | Foto: Gabinete de Imprensa[/caption]
O governador Marconi Perillo está prestigiado junto ao governo do presidente Michel Temer. Na reunião com dos governadores com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o tucano-chefe goiano conduziu toda a negociação — depois de ter sido colocado na cadeira em frente ao czar da economia.
Henrique Meirelles está impressionando com o conhecimento que Marconi Perillo demonstra ter de economia e, principalmente, de como funciona a máquina pública do país. Sobretudo, quando instado a discutir algum assunto, o tucano raramente saca algum papel e fica lendo. Ele sabe os dados de cor e os fornece ao governo federal com extrema facilidade e precisão. É o que se comenta tanto no Palácio do Planalto quanto no Ministério da Fazenda.
Com a renegociação das dívidas do Estado, Goiás terá uma folga imensa para fazer investimentos. Marconi Perillo foi um dos autores da propositura da renegociação.
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Ana Carla Abrão em entrevista ao Jornal Opção | Foto: Renan Accioly[/caption]
Nas primeiras conversas, quando se insinuava que poderia ter um futuro como política, sobretudo porque sua mãe, Lúcia Vânia, está prestes a se aposentar, em termos de mandatos, a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, fechava a cara. Dizia que era apenas uma “técnica” e não discutia política. Mas a doutora em economia pela USP está mudando.
Tudo indica que, mesmo se não disputar mandato eletivo em 2018 ou 2022, Ana Carla tomou gosto pela política. Discute o assunto e observa com atenção as articulações do governador Marconi Perillo, que admira. Os dois estão às portas de seguir projetos distintos. O tucano-chefe pode ir para a política nacional, como candidato a presidente ou vice-presidente, e a economista pode migrar para a política regional.
Há quem acredite que, já em 2018, Ana Carla Abrão pode disputar mandato de senadora ou governadora de Goiás. Quando perguntada, diz que não. Mas não há mais nenhuma repulsa pela política. Ao contrário, o brilho dos olhos já é mais intenso. A economista entendeu que é por meio da política que se resolve os problemas cruciais de um país. Não há outro caminho.
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Jovair e Marconi em 2012[/caption]
O deputado federal Jovair Arantes, do PTB, está totalmente sintonizado com o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, em especial no projeto de se eleger presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Marconi Perillo articula o apoio da bancada goiana e, mesmo, da bancada de outros Estados. O tucano e o petebista, que tiveram desavenças políticas no passado recente, hoje estão extremamente ligados.
Se eleito presidente da Câmara dos Deputados, Jovair Arantes também poderá colaborar com o projeto nacional do tucano.
Médico conceituado na região Norte de Goiás, Francisco Barroso foi vice do ex-prefeito Lourenço Filho
