Bastidores

O presidente nacional Eduardo Machado que o parlamentar espere pelo menos o registro das candidaturas

Os dois empresários são sócios num empreendimento, mas não falam a mesma língua política. Friboi prefere apoiar quem tem condições de derrotar Iris

Nion Albernaz, talvez o melhor prefeito da história de Goiânia, criou o conceito de cidade limpa, com belos jardins

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia está carimbado como principal representante político dos setores que promovem a especulação imobiliária
[caption id="attachment_62971" align="alignleft" width="620"] Presidente da Câmara, Anselmo Pereira: quase um lobista da especulação imobiliária | Foto: Alberto Maia[/caption]
Anselmo Pereira tentou ser vice de Vanderlan Cardoso, mas foi rejeitado. A rejeição ocorreu tanto por parte do PSB quando do próprio partido do vereador, o PSDB. Ele é avaliado como um político desgastado.
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia está cada vez mais caracterizado não como defensor da sociedade, e sim dos interesses dos empresários da construção civil e do setor imobiliário. Seria o “ás” da turma que controla a especulação imobiliária em Goiânia. Seria quase um lobista, o que não quer dizer que seja um lobista profissional.

Enfrentando um adversário popular, como Raul Filho, o colombiano pode ser derrotado
José Eliton é o primeiro da lista. Mas Ana Carla está tomando gosto pela política e pode ser o fato novo

A gestão do prefeito peemedebista é apontada como “altamente rejeitada” pelos tucanos. O médico tucano Zé Luiz é visto como popular e gestor eficiente

José Batista, funcionário da Saneago, é o candidato do PMDB. Mas não conta com o apoio do PT de Paulo Alves, que vai apoiar o candidato do PR

Pedro Fernandes, com Junin do Bom Sucesso na vice, e Eronildo Valadares, com Rodrigo Azevedo na vice, são os players da disputa eleitoral

João Alberto Rodrigues não tem experiência política, mas conta com o apoio do pai e da mãe, a ex-prefeita Raquel Rodrigues

O empresário Bartolomeu Honório do Nascimento é apontado como figurante. Disputa é mais forte entre a prefeita Daniela Vaz Carneiro e a ex-vice-prefeita Ludmila Cozac

A eleição para prefeito formata a base política, em todo o Estado, para a eleição seguinte — de deputado, senador e governador. Por isso, vários políticos estão usando, sem nenhum pudor, a disputa de 2016 para iniciar a formatação de seus projetos para 2018. A seguir, uma lista mínima de políticos que conectam as duas eleições.
Marconi Perillo — O tucano-chefe não pensa não apenas num projeto pessoal — até porque, se não for candidato no plano nacional, deverá se eleger com facilidade para o Senado —, e sim em salvar sua base política, que não tem a mesma compreensão política. Ele está buscando, mais do que manter a atual base política, ampliá-la, com a incorporação de novos personagens. Porque sabe que precisa renovar seu grupo.
[caption id="attachment_47857" align="alignleft" width="150"]
Senadora Lúcia Vânia | Foto: George Gianni[/caption]
Lúcia Vânia — A senadora nunca articulou tanto quanto em 2016. Porque, ao assumir a presidência do PSB, ganhou mais musculatura política, tornando-se mais sujeito de suas articulações. Ela pretende disputar a reeleição em 2018, é seu projeto número um. Mas pode disputar o governo, sobretudo se Vanderlan Cardoso for eleito prefeito de Goiânia.
Wilder Morais — O senador do PP parece, à primeira vista, uma galinha morta. Mas colou no governador Marconi Perillo e o ajudou a formatar alianças complicadas em várias cidades. Em Aparecida de Goiânia, retirou seu candidato, Silvio Benedito, e o pôs como vice do candidato tucano. Tem dinheiro e está mostrando que é menos amador do que parece. Vai disputar a reeleição ou será suplente de Marconi.
Vilmar Rocha — O presidente do PSD parece rebelado com o governador Marconi Perillo. Na verdade, não está, e ambos se respeitam. Ele está fazendo o mesmo que os outros: como controla um partido, está jogando para 2018, quando pretende disputar o Senado.
Thiago Peixoto — O deputado do PSD articula seu jogo com mestria. Vai para a reeleição e está remontando sua base. Se sobrar um boquinha, pode disputar o governo ou então a vice de José Eliton.
Magda Mofatto — A deputada federal do PR articula em vários municípios, com o objetivo de constituir uma base eleitoral para disputar mandato de senadora. Se perder em Goiânia e Caldas Novas, “mofará” na Câmara dos Deputados.
José Eliton — Agindo com discrição, o vice-governador e secretário da Segurança Pública (sua avaliação é positiva, sobretudo porque é visto como “presente” e “ativo”) contribui para a reformatação da base em todo o Estado. Seu objetivo, claro, é disputar a eleição para governador em 2018.
Ronaldo Caiado — O senador do DEM grudou no PMDB. Há quem no PMDB avalie que exige demais e que o DEM não tem estrutura alguma. Mas a estrutura do DEM é o próprio Caiado, que planeja disputar o governo em 2018, com o apoio do PMDB.
Daniel Vilela — O deputado federal e presidente do PMDB articula com volúpia em todo o Estado. Tem sido visto como um líder presente e firme, ainda que, aqui e ali, desagrade alguns aliados. Seu projeto para 2018 é a disputa do governo. Por isso, colidiu com Ronaldo Caiado em Anápolis. Nesta cidade, o senador do DEM queria o apoio do PMDB para seu candidato a prefeito, Pedro Canedo, mas o peemedebista emplacou Eli Rosa como vice do prefeito petista João Gomes.
Maguito Vilela — Embora seja mais silencioso e mais flexível do que seu filho, Daniel Vilela, o prefeito de Aparecida de Goiânia costura alianças na cidade que administra e noutros municípios, como Jataí, onde emplacou como candidato o empresário Victor Priori (DEM), contra a vontade do enfraquecido prefeito Humberto Machado. Aos aliados afirma que seu projeto é fortalecer o projeto de Daniel. Mas há quem acredite que pretenda disputar o governo do Estado como líder de uma ampla aliança, e, se possível, com o apoio até do tucanato.
Jovair Arantes — Se for eleito presidente da Câmara dos Deputados, para o biênio 2017-2018, o líder do PTB possivelmente vai disputar mandato de senador, encaminhando seu filho, Henrique Arantes, para a disputa de mandato de deputado federal.

[caption id="attachment_72112" align="aligncenter" width="620"] Governador de Goiás, Marconi Perillo[/caption]
Política é essencialmente articulação. Mas há momentos em que as articulações são mais lentas e, de repente, aceleram-se — até pela premência das datas, como as das convenções partidários, quando ocorrem os afunilamentos. A urgência assemelha-se ao samba do crioulo doido. Na semana passada, quase do nada — mas é preciso verificar que o PMDB e o PSDB, ao menos tem termos nacionais, irmanaram-se mais uma vez —, setores do tucanato e do peemedebismo chegaram a articular uma aliança em Goiânia. Se estabelecida, seria uma prova de civilização, de que novos tempos chegaram à política de Goiás, com o discurso do ódio, entre iristas e marconistas, cedendo à maturidade dos novos tempos. Entretanto, como houve reações viscerais, notadamente na cúpula do PMDB e do DEM, a aliança foi por água abaixo. Há uma tendência, em alguns círculos, de se avaliar que cada eleição joga sua própria e tem sua singularidade. Não deixa de ser verdade, mas não é a verdade toda.
A realpolitik sugere que há um político articulando para além de 2016, ou melhor, vários políticos. O governador Marconi Perillo é um ás da política e sabe que ninguém fica no poder eternamente, sobretudo se não renova o próprio grupo. O exemplo gritante de debacle motivada por falta de percepção tanto da história quanto da dinâmica do presente é a cúpula do PMDB, que jamais soube se renovar. Em cinco eleições, mesmo ficando patente que era preciso mudar, a cúpula estadual bancou apenas dois políticos para a disputa — Iris Rezende, três vezes, e Maguito Vilela, duas vezes. Equivale a 20 anos (que se completarão em 2018).
Diferentemente dos peemedebistas, Marconi Perillo está de olho no que está acontecendo (e no que pode acontecer) e, mesmo sem que parte de sua base política perceba o que está fazendo, está movendo as peças do xadrez político, tentando atrair novas forças para sua aliança política. Nada é fácil e nem sempre acerta. Em 1998, se tivesse aceitado a aliança com o PSDB, o grupo de Iris Rezende teria se mantido no poder. Em 2018, com a possibilidade de compor com o PMDB, o grupo de Marconi Perillo poderia, quem sabe, manter-se no poder.
Como todo político habilidoso, Marconi Perillo não joga tão-somente num front — quase sempre milita entre dois ou três. A aliança com o PMDB não deu certo, mas a jogada política permitiu uma recomposição com Vanderlan Cardoso, candidato do PSB a prefeito de Goiânia — bancado pela senadora Lúcia Vânia. Ao integrar a base governista, ainda que diga que vai manter certa independência, sobretudo em relação aos seus projetos, o líder socialista se tornará, ganhando ou perdendo a prefeitura, um importante aliado do tucano-chefe e de seu candidato a governador em 2018. É uma peça a mais, e importante, na armação do jogo político. Armando Vergílio e o deputado Lucas Vergílio, ao apoiarem Vanderlan Cardoso, não estão dizendo que voltaram para base governista, mas ao menos retiraram o Solidariedade dos braços do PMDB de Iris Rezende.

[caption id="attachment_72110" align="aligncenter" width="620"] Foto: Marcos Kennedy[/caption]
Apontado como favorito por nove entre dez políticos de Formosa, o candidato a prefeito Ernesto Roller (PMDB) conquistou o vereador Gustavo Marques para vice. “É jovem, um político consistente e acrescenta pra minha candidatura”, diz o deputado. O prefeito Itamar Barreto e o conselheiro do TCM Tião Caroço bancam a candidatura de Rodrigo Lacerda, do PSB, ex-secretário da Saúde do município. “Tudo indica que Lacerda estava na lista dos inelegíveis do TCM, mas, de repente, apareceu com uma certidão negativa, o que lhe faculta ser candidato. Mas não tem problema não: continuamos trabalhando muito e contamos com o apoio do povo de Formosa, que exige mudança e não quer continuidade.” Roller admite que sua campanha terá menos recursos financeiros. “O grupo de Lacerda tem o controle da prefeitura e seus apoiadores são pessoas muito ricas. Mas, enquanto ele fica com os milhões, eu não me importo de ficar com os tostões, quer dizer, fico com o povão mesmo.”

Inhumas é uma cidade curiosa. Se Abelardo Vaz não disputasse a prefeitura, Dioji Ikeda, o prefeito, do PDT, poderia encomendar o novo terno de posse. Consta que até teria feito a encomenda, mas, ao saber que finalmente Abelardo havia decidido se candidatar, suspendeu-a. Na semana passada, acatando a pressão do PP, Abelardo optou pela candidatura, após conquistar o médico João Antônio para vice. Desde já, é favoritíssimo. Pacheco Júnior, da Rede, é o postulante da terceira via.