Bastidores

O deputado federal e economista Giuseppe Vecci é cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de Marconi Perillo. Eurípedes Júnior, do PROS, assumiria a sonhada vaga na Câmara dos Deputados. Ressalve-se que Giuseppe Vecci está encantado com o Parlamento. Mesmo sendo marinheiro de primeira viagem, conseguiu cavar seu espaço em Brasília e é um deputado respeitado e ouvido pelos pares.
O geólogo Carlos Maranhão é um ás do marketing político. O governador Marconi Perillo, de Goiás, o convoca para todas as eleições e ouve cuidadosa e criteriosamente o que sugere. Porém, com a desistência de Giuseppe Vecci — que saiu da disputa pela Prefeitura de Goiânia —, não vai participar, ao menos não diretamente, da campanha deste ano. Nos últimos 20 anos, é a primeira vez que não articula uma campanha na capital.
Palacianos sugerem que, ao falar no ajuste fiscal feito em Goiás, a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, não deve esquecer do governador Marconi Perillo. Frise-se que as medidas iniciais para enfrentar a crise foram tomadas em 2014, quando a doutora ainda não era a czarina da economia. Os luas azuis não querem, de maneira alguma, reduzir o papel de Ana Carla Abrão no ajuste fiscal. Mas cobram que, ao falar do assunto, sobretudo fora do Estado, a secretária não se esqueça de que Goiás tem governador — sim, Marconi Perillo.
Tida como Maquiavel da Culinária, Iris Araújo teria listado quatro políticos que não perdoa de maneira alguma, pela ordem: o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB); o presidente do PMDB em Goiás, deputado federal Daniel Vilela, e o deputado estadual José Nelto (PMDB). A ex-deputada federal costuma sugerir, em conversas particulares com aliados de confiança, que o tucano acabou com a carreira política de Iris Rezende em termos estaduais — esquecendo-se de que são os eleitores que deixam de bancar políticos — e que o trio Maguito Vilela, Daniel Vilela e José Nelto trabalha, de maneira orgânica, para isolá-lo no PMDB. José Nelto de fato articulou, com volúpia, para Daniel Vilela derrotar o candidato de Iris Rezende, Nailton “Irizinho” Oliveira, na disputa pelo comando regional do PMDB. Agora, tentando recompor com o decano peemedebista, o deputado estadual defende sua candidatura a prefeito de Goiânia e atira em Waldir Soares com fuzis e metralhadoras verbais.
“Pipoqueiro” é a palavra mais suave usada por José Nelto para “explicar” Waldir Soares. Nos bastidores, os termos são muito mais duros e, por isso, impublicáveis. Aos aliados, José Nelto costuma dizer que, como vai sofrer uma derrota tão feia e acachapante, não será nenhuma surpresa se voltar correndo para o Paraná. O peemedebista também dito que, na próxima eleição para deputado, Waldir não deverá ter nem a metade dos votos que obteve em 2014. O deputado estadual quer saber quais são os projetos de Waldir Soares, “apresentados e aprovados na Câmara dos Deputados”, para melhorar a segurança pública do país.
Conta-se no Entorno de Brasília e a história é aqui transcrita conforme o que se comenta. Há alguns anos, numa cidade da região, um político, que nem era político na época, “cantou” uma bela mulher e, pimba!, levou uma surra federal. Dada exatamente pela jovem, que era lutadora de caratê. Hoje, o surrado, que prega a moralidade, é candidato a prefeito de Goiânia.
Partidos que supostamente mantêm ligações com o empresário Carlos Cachoeira apoiam os candidatos do PT, João Gomes, e do PSDB, Carlos Antônio, em Anápolis.
O advogado Abelardo Vaz (PP) é apontado por sua base como “favorito absoluto” na disputa pela Prefeitura de Inhumas. Ele não queria disputar. “Mas não tive como recuar. Meus aliados e as pessoas nas ruas diziam: ‘Precisamos de você. Não há outro nome’. Eu, na verdade, queria apoiar a candidatura do médico João Antônio (PSD), um homem de bem e com experiência administrativa. Mas ele próprio me incentivou a ser candidato, e aceitou ser o meu vice. Sinto-me honrado com sua confiança.” Abelardo Vaz e João Antônio formam a “chapa dos sonhos”. Os dois contam com o apoio de 14 partidos. “Quatro vereadores que pertenciam à base política do prefeito Dioki Ikeda (PDT) — do PT, PTB, PSDC e PRP — decidiram me apoiar. O vice-prefeito Edivaldo da Cosmed rompeu com o prefeito e está na minha campanha. O ex-deputado Wellington Valim também me apoia.” Dioji Ikeda conseguiu montar uma chapa aos trancos e barrancos, com Saulo Faria na sua vice. Como está isolando, há quem tema, na base de Abelardo Vaz, que renuncie à candidatura e passe apoiar o postulante do PP.
O PSD de Vilmar Rocha e o PSDB do governador Marconi Perillo fecharam aliança em Pirenópolis. O objetivo é conquistar a prefeitura para fazer uma administração moderna, pois Nivaldo Melo fez o impossível para provincianizar uma cidade que, por receber pessoas de todos os lugares do país, notadamente de Brasília, é, por excelência, cosmopolita. O candidato a prefeito é Luiz Armando Pompêo de Pina, do PSD, com um vice do PSDB.
O presidente do PSD, Vilmar Rocha, e o deputado federal Thiago Peixoto, do PSD, afirmam que Heuler Cruvinel será o próximo prefeito de Rio Verde. Thiago Peixoto frisa que Heuler Cruvinel é um político moderno, tem visão de mundo e adquiriu, com seus dois mandatos de deputado federal, experiência nacional. “Ele sabe os caminhos para buscar recursos e, sobretudo, quer colaborar para modernizar Rio Verde. É um político que acredita em planejamento e projetos.” Vilmar Rocha corrobora: “Heuler é um sopro de renovação na política de Rio Verde. É um político arrojado e, sobretudo, determinado. Ele, uma vez eleito, vai mudar a face econômica, cultural, social e política do município. Ele é o símbolo do novo”.
A deputada federal Magda Mofatto (PR), se Waldir Soares (PR) não for para o segundo turno na eleição para prefeito de Goiânia, tende a subir no palanque de Iris Rezende (PMDB), e não no de Vanderlan Cardoso (PSB). Por quê? Porque, como quer disputar mandato de senadora, não vai fortalecer a senadora Lúcia Vânia (PSB), que deve disputar a reeleição em 2018. Claro que se trata de uma tendência, pois evidentemente o primeiro turno ainda será disputado daqui a vários dias. Mas a lógica do comentário acima é quase irretorquível, apesar de possíveis contestações da parlamentar. O que se disse sobre a líder política de Caldas Novas nada tem a ver com deslealdade; o fato é que Magda Mofatto é uma outsider, e não se liga, de maneira definitiva, a nenhum grupo político. No momento, está tentando constituir e consolidar uma corrente política, com um objetivo definido: cacifar-se para a disputa de uma vaga no Senado, em 2018.

[caption id="attachment_72064" align="alignright" width="620"] Fotos: Fernando Leite e Renan Accioly/ Jornal Opção[/caption]
A luta da base aliada é para colocar o candidato do PSB a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso, no segundo turno. Uma vez lá, os luas cinzas de sua campanha apostam que, como a polarização se torna compulsória, o empresário tem chances reais tanto de derrotar Iris Rezende, do PMDB, quanto Waldir Soares, do PR. Trabalha-se com a hipótese de que o ex-prefeito de Senador Canedo vai destronar o delegado-deputado e enfrentará o peemedebista.

[caption id="attachment_72356" align="alignright" width="620"] Foto: Alexandre Parrode/Jornal Opção[/caption]
A base aliada avalia que a escolha do deputado Major Araújo para a vice do candidato a prefeito de Goiânia pelo PMDB, Iris Rezende, significa que prevaleceu a corrente que propaga o ódio sistêmico. O militar é bancado por um trio, o senador Ronaldo Caiado (DEM), a especialista em culinária Iris Araújo (PMDB) e o marqueteiro Jorcelino Braga (PRP), com dois objetivos: fustigar o candidato do PR a prefeito, Waldir Soares, e atacar o governador Marconi Perillo (PSDB).
A política de Goianésia é qualitativa. Oposição e situação se criticam, por vezes até se atacam com certa aspereza verbal, mas há um grau de civilidade raro noutros municípios. Tanto que PSDB e PMDB negociaram, durante alguns meses, a possibilidade de lançar um candidato a prefeito do PSDB, Robson Tavares, e um vice do PMDB, Mara Naves. Dadas as contradições típicas da política, o acordão, que seria um embrião para uma aliança maior, no Estado, não vigorou. O PSDB decidiu manter a candidatura do prefeito Jalles Fontoura, com Robson Tavares, do PSDB, na vice. O PMDB banca o deputado Renato de Castro — parente dos fundadores da cidade —, com o empresário Carlos Veículos, do DEM, na vice. São quatro políticos qualitativos e com condições técnicas de governar bem a cidade. Jalles enfrenta o desgaste de ser prefeito num tempo de crise estrutural. Os problemas nacionais “explodem” nos municípios, que são tanto o pulmão quanto o coração do país. Mas é um político experimentado e respeitado na cidade. Renato de Castro tem a virtude de ser o novo e o problema de não ter experiência em gestão. Comenta-se que, apesar de respeitado, seu vice teria atuado como agiota, o que, dizem, representa desgaste.

[caption id="attachment_50916" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
Há um consenso de que todos os candidatos a prefeito de Goiânia, inclusive Iris Rezende, vão detonar o deputado Waldir Delegado Soares, candidato do PR a prefeito.
A tese predominante é: uma vaga para o segundo turno está praticamente garantida — é de Iris Rezende, do PMDB. O que está em jogo é, portanto, a segunda vaga. Por isso as equipes de Vanderlan Cardoso, do PSB, de Francisco Júnior, do PSD, e de Adriana Accorsi, do PT, por mais que falem em fazer campanhas propositivas, vão trabalhar para arrancar o “escalpo” — eleitoral, claro — de Waldir Soares, o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto.
Acredita-se que, tornando-se alvo, Waldir Soares, perdendo as estribeiras, vai atacar de maneira desordenada, o que pode levá-lo a se tornar o Ciro Gomes de Goiânia.