Bastidores
O prefeito eleito de Uruaçu, Valmir Pedro (PSDB), ainda não assumiu o governo, mas já está trabalhando como se fosse o gestor do município. Já esteve em Brasília, conversando com deputados federais e senadores, e, aos poucos, assenhora-se da situação da prefeitura.
Quando assumir a prefeitura, longe de ficar reclamando, Valmir Pedro vai começar a trabalhar logo no primeiro dia. Ele pretende fazer uma gestão criativa, com o olhar voltado não para trás, e sim sempre para frente.
O governador Marconi Perillo assumiu o compromisso de ajudá-lo a viabilizar a gestão de Uruaçu, que, sobre o comando de Solange Bertulino (PMDB), sem aptidão para a gestão pública, retrocedeu. Valmir Pedro quer recuperar o tempo perdido.
O deputado federal Thiago Peixoto é um dos patronos de Valmir Pedro. “Vai ser um grande prefeito”, sugere o parlamentar do PSD.


[caption id="attachment_79399" align="alignright" width="620"] Heuler Cruvinel, Juraci Martins e Lissauer Vieira | Arquivo[/caption]
A base do governo de Marconi Perillo, depois de uma avaliação detida da eleição para prefeito de Rio Verde, chegou a três conclusões sobre a derrota dupla da base, com os candidatos Heuler Cruvinel, do PSD, e Lissauer Vieira, do PSB.
Primeiro, a divisão da base fortaleceu candidatura de Paulo do Vale, o prefeito eleito pelo PMDB. Segundo, a má gestão de Juraci Martins sugeriu aos eleitores que era preciso renovar. Terceiro, e talvez mais decisivo, Juraci Martins, por levar a sério picuinhas e não se comportar como líder de fato, contribuiu, de maneira decisiva, para dividir a base governista no município. Se tivesse se comportado como líder, bancando Lissauer Vieira como vice de Heuler Cruvinel, hoje possivelmente a base marconista teria um prefeito eleito em Rio Verde. A preocupação de Juraci Martins era muito mais contribuir para a derrota de Heuler Cruvinel do que para eleger Lissauer Vieira e derrotar Paulo do Vale.
Juraci Martins vai ficar na história de Rio Verde como o político que, não sendo líder, detonou a base governista na cidade.
Depois de perder a eleição para prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso, sondado para ocupar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de Marconi Perillo, teria dito que, em tempo de crise aguda e alta competição, prefere retomar o comando de sua empresa, a Cicopal.
O deputado federal Marcos Abrão, do PPS, permanece cotado para assumir uma secretaria do governo de Goiás.
Marcos Abrão, que é uma liderança emergente do PPS em Brasília — elogiado por seus pares pela dedicação à Câmara dos Deputados —, é um dos nomes cotados para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
A rigor, pelo fato de ser presidente do partido e por ter uma atuação tida como destacada em Brasília pela cúpula do PPS, prefere ficar na Câmara dos Deputados.

[caption id="attachment_18944" align="alignright" width="620"] Foto: O grito, de Edvard Munch[/caption]
Os líderes do PSB e o PPS se comportam como se fossem oposição ao governo de Marconi Perillo, em Goiás. No entanto, não entregam os vários cargos — como a cobiçada presidência da Agência de Habitação (Agehab) — nem que a vaca tussa em aramaico ou iídiche.
Trata-se de um comportamento que beira à esquizofrenia política. Os dois partidos querem o bônus mas não o ônus de ser governo.
O governador Marconi Perillo não conversou sobre reforma do secretariado com ninguém. Tanto que a escolha do advogado e economista Fernando Navarrete para a Secretaria da Fazenda pegou todo mundo, inclusive os mais próximos do tucano-chefe, de surpresa.
O governador tem dito, aos auxiliares e aliados mais próximos, que só vai discutir a reforma da equipe em dezembro. Ele quer conversar muito com os líderes de sua base política antes de definir algumas das novas figuras chaves do governo.
Quando governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, quando sondado ou pressionado por algum aliado que queria ser nomeado para cargos importantes, sugeria: “Meu filho, diga que foi convidado e não aceitou. Assim, você sai por cima”.
Outra lição de Tancredo Neves: depois que um político ganha uma eleição, seus principais adversários deixam de ser os oposicionistas e passam a ser os seus aliados.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, quer uma equipe mais pró-ativa e criativa, que trabalhe mais e reclame menos da crise.
Afinal, administrar com muito dinheiro é fácil. A arte verdadeira é administrar com recursos escassos.

[caption id="attachment_78889" align="alignright" width="620"] Economista Fernando Navarrete, futuro secretário da Fazenda: “Minha vocação smpre foi de servir, ajudar na mediação dos problemas” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Fernando Navarette mantém forte ligação com o ex-secretário da Fazenda Simão Cirineu, o Cirinão. Os dois são técnicos que aliam seriedade e competência no trato da coisa pública.
Fernando Navarrete é, de fato, keynesiano, mas, ao contrário dos keynesianos petistas, é preocupado com a responsabilidade fiscal. Mas ele pensa, e com razão, que o trabalho de enxugamento da máquina não exclui o investimento no social, no sentido mais amplo do termo. Investir em pequenos negócios, por exemplo, é mais social do que se costuma pensar.
Hoje no comando da Ceasa, Edivaldo Cardoso é cotado para assumir a interlocução do governo de Goiás com a Assembleia Legislativa.
Edivaldo Cardoso mostra eficiência na Ceasa, mas é visto como hábil articulador político. Tanto que já presidiu um partido político.

[caption id="attachment_72660" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
A turma de Iris Rezende dançou a valsa dos que adoram ser os primeiros a chegarem atrasado. O governador Marconi Perillo concedeu entrevista, no dia seguinte à eleição para prefeito de Goiânia, e tomou conta do noticiário. De modo positivo. O peemedebista falou um dia depois, sem apresentar informações novas.
O tucano-chefe anunciou que poderá disputar a Presidência da República, falou de sua agenda de audiências com os prefeitos eleitos e anunciou convênio no valor de 200 milhões com os municípios goianos para 2017.

[caption id="attachment_76809" align="alignright" width="620"] Iris Rezende concede entrevista coletiva em seu escritório, no setor Marista, em Goiânia | Foto: Divulgação[/caption]
Logo depois de ser eleito, Iris Rezende concedeu entrevista à TV Anhanguera (que repassou o material à Globo News). Como o peemedebista é verborrágico, a repórter o cortou e encerrou a reportagem. Iris fez “cara feia”, mas não adiantou. O peemedebista fala demais e não percebe que o tempo na televisão é cronometrado.
Durante a entrevista, Ronaldo Caiado permaneceu o tempo inteiro sorrindo e Maguito Vilela e Daniel Vilela estavam seriíssimos, como se não estivessem satisfeitos. Maguito, por sinal, desligou a luz, de maneira involuntária, mas a religou rapidamente.
O deputado federal Thiago Peixoto voltou a militar nas redes sociais — discutindo cultura, política e economia, sempre bem-humorado. O parlamentar do PSD faz uma defesa firme e bem informada da PEC 241 e da reforma do ensino médio.
Thiago Peixoto é um dos políticos modernos que não temem as forças tentaculares do populismo.
Até políticos da oposição notaram que o governador Marconi Perillo (PSDB) esbanja bom humor. Descontraído, conversa sobre todos os temas e responde a todas perguntas tanto de políticos quanto de jornalistas.
O tucano-chefe aposta que seu governo, que não vai mal, diante do quadro econômico do país, vai melhorar entre 2017 e 2018.
Politicamente, cacifa-se, cada vez mais, para voos nacionais. Tanto pode ser candidato a presidente da República, e pelo PSDB, quanto a vice de Geraldo Alckmin.