Bastidores

O jornalista brilhou nas redações dos principais jornais de Goiás e tem experiência no setor público

O único deputado federal do partido diz que o próximo presidente tem de lutar para unir e não para dividir o partido

O empresário do ramo de loteamentos não quis cargo no governo, alegando que poderia prejudicar seus negócios

Ex-governador diz que "incompetência" do atual governador "está frustrando os seus eleitores"

Na cidade onde nasceu Iris Rezende, Cristianópolis, as mulheres conquistaram o poder na Câmara Municipal

O parlamentar do partido Democratas de Aparecida de Goiânia garante que tem “acesso direto ao governador de Goiás para tratar de qualquer assunto”

O dentista e empresário Márcio Correia afirma ter ouvido em São Paulo que o engenheiro goiano engrandece o governo de João Doria

O jurista vai ler as memórias de Zé Dirceu e o parlamentar vai ler livro sobre os segredos da Constituinte de 1988

O vereador Nascimento pertence ao DEM, trabalhou na campanha do líder do partido, mas a cidade está sendo ignorada pelo governador
[caption id="attachment_163756" align="alignnone" width="620"] Vereador Nascimento | Foto: reprodução[/caption]
O vereador Nascimento (Manoel Nascimento Macedo), do DEM, é um dos mais atuantes e populares de Aparecida de Goiânia. Em 2018, trabalhou, em tempo integral, na campanha de Ronaldo Caiado para governador. Foi um aliado de primeira hora, quando muitos, inclusive do Democratas, relutavam em apoiar o presidente do partido. Apesar disso, uma vez tendo assumido o governo, Ronaldo Caiado não convidou nenhum aliado de Aparecida para compor sua equipe.
O que se diz, na Câmara Municipal e nas ruas, é que Aparecida de Goiânia, com seus 300 mil eleitores, o segundo maior de Goiás, não se sente representada, não foi contemplada por Ronaldo Caiado.

O presidente do partido afirma que composição com o PT de Antônio Gomide não está no radar do emedebismo
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Ao contrário do que tem sido ventilado, o presidente do MDB de Anápolis, o dentista e empresário Márcio Correia, diz que o partido vai lançar candidato a prefeito. “Dizem que vamos lançar o vice de Antônio Gomide, do PT, quando, na verdade, não conversei nenhuma vez com o deputado. Somos adeptos da tese de que time que não joga não tem torcida. O MDB é um partido grande, com história, portanto lançará candidato na segunda mais importante cidade do Estado.”
No momento, o MDB tem dois nomes para a disputa — Márcio Correia e Marcelo Daher. E há um terceiro nome. “Importante mesmo é que estamos formatando uma forte chapa de candidatos a vereador”, afirma o emedebista.
Sobre o presidente regional do MDB, Daniel Vilela, Márcio Correia frisa que perdeu a eleição para governador, mas se mantém prestigiado na sociedade.

Embora seu interesse seja exclusivamente a Fecomércio-Sesc, o empresário é apontado como o João Doria de Goiás
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Quem será o novo na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2020? Iris Rezende (MDB), obviamente, que disputa eleições já 60 anos e está desconectado da Goiânia moderna, não é. Elias Vaz, do PSB, está na política há vários anos. Francisco Júnior, do PSD, já disputou, assim como Adriana Accorsi, do PT, a Prefeitura de Goiânia. Major Araújo é deputado estadual e foi eleito vice de Iris Rezende em 2016. Portanto, é responsável por sua vitória, ainda que tenha renunciado ao cargo decorativo.
O novo pode ser um empresário? Pode. Um deles é Wilder Morais (DEM), que venceu pelos próprios méritos, longe da política. Saiu de baixo, filho de taxista, e se tornou um dos empresários mais ricos de Goiás. Ele é dono da Construtora Orca, de shoppings e constrói as unidades do Carrefour.
O segundo empresário é o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi. Em conversas reservadas com amigos, ele diz que, apesar do assédio de políticos — que o avaliam como uma pessoa de “valor”, como o “novo” e “João Doria de Goiás” —, não pretende disputar. Prefere gerir a Fecomércio (com o Sesc) com eficiência, representando o empresariado e a sociedade.

O golden boy do pepismo tem arrancado elogios do governador de São Paulo, João Doria
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Secretário de Transportes do governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, o empresário e ex-deputado federal Alexandre Baldy descobriu que São Paulo não é um Estado, e sim um “país”. O PIB e a população de sua capital, Sampa, são maiores do que o de Goiás e de vários Estados. Tudo lá é superlativo. O goiano de Goiânia tem arrancado elogios de Doria, que o avalia como ágil, proativo e não burocrático.
Baldy se tornou player político nacional ao assumir o Ministério das Cidades do governo de Michel Temer. Agora, com sua atividade em São Paulo, a locomotiva do país, seu papel nacional está sendo reforçado. Recentemente, com a vitória de Rodrigo Maia para presidente da Câmara dos Deputados, voltou a ser cotado para um ministério do governo do presidente Jair Bolsonaro.
O senador Ciro Nogueira pode bancar Baldy para presidente nacional do PP.

A tendência é pela escolha do mais votado, se o governador acatar a vontade dos “eleitores”. Mas pode optar pela renovação
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do DEM, é um político liberal — defende um Estado menor — e democrata. Há quem o avalie como “autoritário”, mas talvez seja mais firme e franco do que autoritário.
Uma característica dos líderes democráticos é respeitar o resultado das urnas e não há notícia de que, alguma vez, Ronaldo Caiado tenha desrespeitado a vontade dos eleitores. Na sexta-feira, 9, o Ministério Público de Goiás votou a escolha de seu procurador-geral de justiça. O atual procurador-geral, Benedito Torres, obteve 266 votos. O segundo colocado, Carlos Alberto, conquistou 212 votos. O terceiro, Aylton Vechi, recebeu 142 voto. Eles integram a lista tríplice que será enviada ao governador Ronaldo Caiado.
O governador poderá escolher qualquer um da lista tríplice. Pela democracia, o mais certo é a indicação de Benedito Torres — que é o preferido dos promotores e dos procuradores. Um repórter ouviu um comentário curioso de um caiadista: “Ronaldo pode optar pela renovação, considerando que Benedito Torres já é e já foi procurador-geral de justiça”. A renovação significa Carlos Alberto ou Aylton Vechi. Mas a escolha do terceiro, Aylton Vechi, poderia ser vista menos como renovação e mais como rejeição ao chamado “grupo” de Benedito Torres. Porque Carlos Alberto, o segundo colocado, é um de seus principais aliados. O caiadista avalia de modo diferente: “Ora, se o Ministério Público escolheu três, é democrático escolher qualquer um deles”.
O fato é que os três são moderados, competentes e íntegros. Com qualquer um deles, o Ministério Público de Goiás — tido como um dos melhores do país — estará bem representado.

O auditor fiscal foi decisivo no debate sobre os incentivos fiscais, mas foi esquecido. Adib Elias não emplacou ninguém no primeiro escalão
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O ex-deputado estadual e auditor fiscal Lívio Luciano, do Podemos e irista de carteirinha, apoiou a candidatura de Ronaldo Caiado para governador. Depois, mesmo antes da posse, o auxiliou na discussão dos incentivos fiscais — atraindo o Fisco para o debate e explicando detalhadamente a questão dos incentivos e dos benefícios.
Lívio Luciano chegou a ser cotado para a Secretaria da Fazenda, agora da Economia. Mas, como a prioridade do governador Ronaldo Caiado é a recuperação fiscal do Estado, que depende do governo federal, optou-se pela a indicação da economista Cristiane Schmidt (amiga de Ana Carla Abrão e do ministro da Economia, Paulo Guedes). Lívio Luciano não questionou e achou justa a indicação.
Quando procurado para dizer se vai para o governo, nada diz, exceto que apoia as ações de Ronaldo Caiado e que está trilhando os caminhos certos para a recuperação da economia de Goiás e do governo. Mas aliados de Lívio Luciano sugerem que Ronaldo Caiado, “não” precisando mais dele, decidiu esquecê-lo.
Emedebistas não falam publicamente, mas, nos bastidores, reclamam da falta de espaço no primeiro escalão do governo de Ronaldo Caiado. Chegam a dizer que foram úteis para a campanha, mas não o são para o governo. O prefeito de Catalão, Adib Elias, aliado de primeira hora, tentou indicar um engenheiro para a Agetop, mas o nome foi vetado pelo governador. Este chegou a dizer que o cargo era de Adib Elias, quer dizer, para o prefeito, mas não para indicados políticos. Os demais prefeitos do MDB, até o momento, estão chupando o dedo. Paulo do Valle e Renato de Castro estão calados, mas, ao menos nos bastidores, estão insatisfeitos. “Ganhamos, mas não levamos” — é o mantra do emedebismo.

José Nelto diz que o governo de Goiás deve estudar uma forma de encampar a empresa italiana
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O deputado federal José Nelto tem reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, na segunda-feira, às 11 horas — o goiano é o líder do Podemos —, e às 16 horas vai se encontrar com a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília.
José Nelto vai discutir com a Aneel a baixa qualidade dos serviços de energia elétrica da Enel em Goiás. “Vou entrar com uma representação contra a Enel na Aneel. Os consumidores industrial, comerciais e residenciaisestão sendo prejudicados pelo Enel, que não parece preocupada com seus serviços de má qualidade. Observe-se que o grande comércio de geradores de energia elétrica comprova que as coisas vão muito mal”, afirma o parlamentar, um dos mais prestigiados pelo presidente Jair Bolsonaro, até por ser líder de uma bancada de 17 deputados federais (uma das maiores do Congresso).
“No meu requerimento, que vou divulgar no plenário da Câmara dos Deputados, irei pedir à Anel e ao Ministério de Minas e Energia que estudem uma forma de punir a Enel, que se comporta como estivesse acima das leis do país. Convido a bancada de deputados e senadores goianos para a reunião na Aneel”, diz José Nelto. “Nós podemos pedir intervenção federal na Enel. O governo de Goiás, considerando que a Enel está prejudicando os goianos, pode encampar a empresa”, propõe o líder do Podemos.