Bastidores
O PT, eventualmente com o apoio de um suposto rival, o PSOL, vai tentar pôr areia no caminho do senador eleito Ronaldo Caiado. O objetivo é, a médio prazo, transformá-lo numa espécie de Demóstenes Torres 2. Os petistas avaliam que o excesso de críticas e a exposição excessiva na mídia vão criar uma série de adversários para o líder do DEM. A “escola” petista, acostumada a enfrentamentos, assegura que não vai ficar quieta. A cúpula nacional do PT estranha que o PT goiano não o critique. A política petista de destruição de adversários não é democrática; pelo contrário, é autoritária. Ronaldo Caiado, além de íntegro, é um crítico consistente, que não faz pronunciamentos aleatórios e perfunctórios. O PSOL partiu para o ataque e disse que Ronaldo Caiado recebeu dinheiro da OAS. Ora, se o parlamentar declarou o financiamento e se nunca fez lobby para a empreiteira, qual é o problema?
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, está cotado para assumir a Secretaria Nacional de Irrigação do governo da presidente Dilma Rousseff. Dilema de Eduardo Machado: seu nome chegou a ser citado para comandar a Sudeco, porém, como nenhum dos deputados eleitos do PHS é do Centro-Oeste, e a Superintendência só cuida de assuntos desta região, o líder goiano e nacional não tem como assumi-la. Ele precisa assumir um cargo que envolva todo o país, para contemplar as demandas do partido em outros Estados.
O deputado estadual Francisco Júnior (PSD) diz que sabe que Jayme Rincón, provável candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, é forte, até muito forte, mas que concorda com Vilmar Rocha: “Time que não joga não tem torcida”.
Se o PSD lançar candidato a prefeito de Goiânia, o nome não será o de Vilmar Rocha, que representa a velha guarda, e sim os nomes do deputado Francisco Júnior e do vereador Virmondes Cruvinel Filho.
De um pessedista: “O vereador Virmondes Cruvinel Filho (PSD) foi eleito deputado estadual e agora está fugindo dos aliados. Ele não atende nem telefonemas”. O pessedista acrescenta: “Como está fugindo dos correligionários, Virmondes Filho já está sendo chamado de ‘Iris Rezende jovem do PSD’”. Se verdadeiro, uma pena.
O secretário de Articulação Institucional do governo de Goiás, Joaquim de Castro, não abre mão e exige a vaga de Virmondes Cruvinel (pai) no Tribunal de Contas dos Municípios. Na eleição de 5 de outubro, Joaquim de Castro apoiou Virmondes Cruvinel Filho para deputado estadual, na região de Jussara, e agora cobra o cumprimento do suposto “acordo de cavalheiros”.
Para a vaga de Sebastião Caroço (no Tribunal de Contas dos Municípios), que tem idade para se aposentar, ao contrário do que costuma dizer, irá o deputado federal Leonardo Vilela, secretário de Gestão e Planejamento.
O paulo-garcismo percebeu que, se tentar apoiar Iris Rezende para prefeito de Goiânia, vai receber um rotundo “não” da cúpula petista. Por isso, para tentar impedir uma candidatura de Humberto Aidar, que integra o grupo do deputado Rubens Otoni e Antônio Gomide, o paulo-garcismo deve bancar a candidatura de Adriana Accorsi. Percebendo que há certa resistência, não ao seu nome, mas a um candidato da Articulação, tendência do PT à qual pertence, Adriana Accorsi aproximou-se de Rubens Otoni. O PT, que não quer bancar chapa pura em Goiânia, deve buscar aliança com o PTB de Jovair Arantes ou com o PC do B de Isaura Lemos.
A presidente Dilma Rousseff ficou satisfeita ao saber que o governador Marconi Perillo vai enviar mais dois políticos para sua base na Câmara dos Deputados: Sandes Júnior, do PP, e Eurípedes Júnior, do Pros, o primeiro e o segundo suplentes, respectivamente. A presidente torce por mais um, possivelmente José Mário Schreiner, suplente pelo PSD e muito ligado à futura ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu.
Deputados estaduais avaliam que o Tribunal de Contas do Estado é um órgão auxiliar da Assembleia e não pode se comportar como se o subordinado fosse o Legislativo.
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Leobino Valente, novo presidente do TJGO| Foto: Wagner Soares[/caption]
É consensual: o presidente eleito do Tribunal de Justiça de Goiás, Leobino Valente, é um desembargador competente e íntegro. Não só. Ele tem uma grande capacidade de articulação e interlocução com os demais poderes e com a sociedade.
Um desembargador diz que, por ser moderno e, ao mesmo tempo, rigoroso no cumprimento da lei, Leobino Valente pretende tornar o Judiciário mais ágil e cada vez mais próximo da sociedade.
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Novo presidente do Crea, Francisco Almeida | Foto: Reprodução[/caption]
Francisco Almeida foi eleito presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), na semana passada, e vai dirigir a autarquia goiana de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2017.
Como era esperado, Francisco Almeida, um dos melhores presidentes da história do Crea, deu um “banho” em Idalino Hortêncio.
Francisco Almeida obteve 1.758 votos e Idalino Hortêncio, 822. Uma vitória acachapante, com o dobro dos votos, mas esperada.
Espera-se que, a partir de agora, o Crea participe das grandes discussões sobre Goiânia e o Estado. Aposta-se que, finalmente, acabou-se a omissão, o receio de desagradar autoridades.
De um peemedebista da jovem guarda: “Já que Iris Rezende aprecia a lealdade do vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, por que não o apoia para prefeito de Goiânia?” O peemedebista diz que, como Agenor Mariano pertence à jovem guarda do partido, mesmo os não-iristas não colocariam nenhum obstáculo à sua candidatura. Porque ninguém poderá acusá-lo de não representar a renovação. “A ‘irisdependência’ de Agenor Mariano o atrapalha junto às forças da renovação, como Júnior Friboi e Daniel Vilela, mas, por ser competente e participar ativamente da vida do partido, ninguém teria coragem de barrar sua candidatura”, afirma o peemedebista. Não são os grupos de renovação do PMDB que barram a ascensão de Agenor Mariano, e sim o próprio Iris Rezende. “Ser aliado de Iris Rezende é contentar-se em ser uma força secundária”, afirma um deputado estadual do partido.
Um deputado federal do PMDB sublinha que uma vitória de Iris Rezende para prefeito de Goiânia é um vitória pessoal, mas não é do partido, que não terá, mais uma vez, se renovado.
O prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango (PTB), não faz uma gestão ruim. Mas não conseguiu eleger seu candidato a deputado estadual. Jiribita (PTB) obteve apenas 10.737 votos. O ex-prefeito Geraldo Messias (PP), que vai enfrentar Hildo do Candango, conquistou 12.716 votos. Mais do que o candidato apoiado pela máquina da Prefeitura de Águas Lindas.
