Bastidores
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Edward Madureira e Humberto Aidar: uma possível chapa do PT na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016. São nomes qualitativos[/caption]
O deputado estadual Humberto Aidar diz que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, é íntegro e bem intencionado. “Com determinados ajustes e apoio do governo federal, sua gestão vai deslanchar e, assim, o PT pode eleger o prefeito em 2016.” O petista, da tendência PT Pra Vencer e ligado à Igreja Católica, diz que planeja disputar a prefeitura. Mas admite outra hipótese: “Posso ser vice do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira.Além de professor competente, consagrou-se na universidade e na sociedade como gestor do primeiro time. Tanto que, com uma estrutura de campanha mínima, obteve quase 60 mil votos para deputado federal”. O Jornal Opção submeteu a “aliança” a três pesquisadores e a dois cientistas políticos e todos admitiram que se trata de uma “chapa de respeito”. “Edward é uma das grandes revelações políticas do PT em 2014”, frisa Humberto Aidar.
O parlamentar diz que a deputada estadual eleita Adriana Accorsi é outro nome consistente do PT. Comenta-se que o prefeito Paulo Garcia gostaria de bancá-la para vice de Iris Rezende (PMDB). “Não acredito que Paulo Garcia pense nisso, não. Adriana tem cacife para ser candidata a prefeita. Rechaço, veementemente, a tese de que o PT pode bancar o vice do peemedebismo. Mas, de fato, acredito que Iris planeja disputar a Prefeitura de Goiânia. E, mais, não creio que o PMDB e o PT vão caminhar juntos mais uma vez.”
O PMDB estaria rejeitando aliança com o PT, alegando desgaste de Paulo Garcia. “Ora, o desgaste do PMDB é muito maior, tanto que não ganha eleição para o governo de Goiás desde 1998”, ressalta Humberto Aidar.
Se quiser disputar o governo de Goiás com força total, em 2018, o PT terá de mirar no exemplo do PMDB e do PSDB, que pretendem lançar candidatos consistentes nas grandes cidades, como Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. “Se quiser disputar eleição para governador em 2018, Antônio Gomide vai precisar de estruturas amplas. Goiânia é a caixa de ressonância no Estado e, por isso, o PT precisa manter a prefeitura da capital.”
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Célio Silveira, médico e deputado federal eleito: “Quero participar dos grandes debates nacionais, mas eu topo ser secretário”[/caption]
O governador Marconi Perillo perguntou ao deputado federal eleito Célio Silveira (PSDB) se queria participar de seu secretariado. “Eu disse que faria o que fosse mais adequado para seu projeto político e de governo e, portanto, para o Estado de Goiás.”
Perguntado se iria para a Secretaria de Saúde, Célio Silveira, médico, frisou que “não teria dificuldade de comandá-la”. Mas sublinha: “Depois de ter sido deputado estadual e prefeito de Luziânia, eu gostaria de passar pela experiência de atuar na Câmara dos Deputados, pois 2015 será um ano de muita atividade no Congresso, com o PSDB tendo um peso decisivo, dada a crise entre o PT e o PMDB. Porém, sou homem de partido, e se convocado pelo governador, não direi ‘não’ em momento algum”.
Célio Silveira afirma que é um curinga do PSDB. “Reorganizei a Prefeitura de Luziânia, fiz uma administração bem-sucedida como presidente da Assembleia Legislativa e reorganizei a Agel.”
O ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz (PSDB), num almoço promovido para homenagear o médico Antônio Faleiros, no restaurante Vitória, no Setor Marista, comentou que não está satisfeito com a reforma administrativa do governador Marconi Perillo. O tucano, espécie de conselheiro de Marconi, sugeriu que sucesso nacional às vezes pode significar desgaste eleitoral e político local. O veterano tucano afirma que aliados verdadeiros nunca podem ser esquecidos.
O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, opera em silêncio. Na semana passada, um deputado, seu aliado, disse ao Jornal Opção que a aprovação da reforma administrativa foi o teste para o político de Goianésia mostrar tanto “lealdade” quanto capacidade de “liderar”. “O que se sabe é que passou no teste. O governador Marconi Perillo aprovou sua conduta.” O problema de Helio de Sousa é mais o DEM do que ele. Pode mudar de partido? Difícil, mas não impossível. Iria para o PSDB. “O fato novo é que José Vitti pode apoiá-lo. Em troca, Helio o apoiaria na disputa de 2017.” Um aliado de Vitti contrapõe: “Permanece candidatíssimo”. Mas é certo que há um pacto entre os dois contra Chiquinho Oliveira. Na tese deles, nome “novo” não deve presidir a AL.
O médico Paulo do Vale planeja ser candidato a prefeito de Rio Verde pelo PMDB, em 2016, mas começa a enfrentar resistências. Primeiro, um integrante das oposições afiança que está “muito estrelinha”, “talvez por avaliar que não precisa de parceiros para enfrentar o candidato que será apoiado por Juraci Martins — o deputado federal Heuler Cruvinel ou o deputado estadual eleito Lissauer Vieira, ambos do PSD”. Segundo, Paulo do Vale enfrenta resistência dentro do próprio PMDB. O grupo do vereador Paulo Henrique Guimarães e do ex-deputado estadual Wagner Guimarães pode não apoiá-lo. O PMDB não paulo-valista pode bancar a candidatura do presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Walter Baylão Júnior. Baylão Júnior não tem filiação partidária, mas estaria empolgado com a possibilidade de ser candidato a prefeito pelo PMDB. Líder classista, é respeitado no município e pode ser o fato novo da política local. O DEM do deputado federal Ronaldo Caiado também estaria “flertando” com o produtor rural. Uma chapa com Baylão Júnior para prefeito, pelo DEM, e Paulo Henrique, do PMDB, na vice não pode ser descartada. De cara, cristalizaria a imagem de renovação.
A “candidatura” de Chiquinho Oliveira (PHS) teria sido “utilizada” para pressionar o presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, a arregimentar apoio para a aprovação da reforma administrativa proposta pelo governador Marconi Perillo? Quem pensa assim não conhece o modo de agir do tucano-chefe. Marconi Perillo opera mais ou menos assim: Chiquinho Oliveira é, de fato, seu nome preferido para a presidência da Assembleia. É, dos que disputam, o único que acompanha o tucano-chefe, há quatro anos, em tempo integral. Porém, se o deputado estadual eleito não se viabilizar, numa articulação solo, o governador não vai pôr a faca no pescoço de ninguém para bancá-lo. Chiquinho trabalha o tempo inteiro. Não para. Visita a Assembleia Legislativa todos os dias. Já almoçou e tomou café com vários deputados. Não há um garçom dos bons restaurantes de Goiânia que não saiba quem é o jovem político.
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Foto: Daniel Vilela[/caption]
Líderes conceituados vão cobrar que o deputado federal eleito Daniel Vilela assuma a presidência do Diretório Regional do PMDB em 2015. Avaliam que, como principal nome da renovação do partido, o parlamentar tem de assumir o comando. Precisa ser testado como “líder”, sugerem peemedebistas — dos históricos aos jovens. É praticamente certo que será candidato a governador em 2018. Aos 35 anos.
Martelo mais do que batido. O governador Marconi Perillo, cumprindo o que ficou acertado, vai mesmo bancar Joaquim de Castro (PSD) para a vaga do conselheiro Virmondes Cruvinel no Tribunal de Contas dos Municípios. Advogado, ex-prefeito de Jussara e ex-presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Joaquim é, tecnicamente, um dos nomes mais apropriados para o TCM. Virmondes Cruvinel deve se aposentar, no início de dezembro, para abrir espaço para o nome sugerido pelo tucano-chefe. Joaquim apoiou Virmondes Cruvinel Filho para deputado estadual e é apontado por Marconi Perillo como um político “leal” e “firme”. “Não tem A nem B. É C de Castro”, afirma um conselheiro.
Martelo mais do que batido. O governador Marconi Perillo, cumprindo o que ficou acertado, vai mesmo bancar Joaquim de Castro (PSD) para a vaga do conselheiro Virmondes Cruvinel no Tribunal de Contas dos Municípios. Advogado, ex-prefeito de Jussara e ex-presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Joaquim é, tecnicamente, um dos nomes mais apropriados para o TCM. Virmondes Cruvinel deve se aposentar, no início de dezembro, para abrir espaço para o nome sugerido pelo tucano-chefe. Joaquim apoiou Virmondes Cruvinel Filho para deputado estadual e é apontado por Marconi Perillo como um político “leal” e “firme”. “Não tem A nem B. É C de Castro”, afirma um conselheiro.
Aos 65 anos, um doutorado em economia pela Universidade de Lancaster e falando o “inglês da rainha” (tal a fluência), Euler Morais é o nome que o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), prepara para sucedê-lo, na disputa de 2016. Secretário de Governo da Prefeitura de Aparecida, Euler Morais disse ao Jornal Opção que, no momento, “o mais importante é ajudar Maguito a continuar fazendo uma administração qualitativa. O prefeito mostra que, com empenho e planejamento, é possível fazer muitas obras em Aparecida. Com sua estatura política nacional, afinal foi governador, senador e vice-presidente do Banco do Brasil, conseguiu recursos junto ao governo federal e dinamizou o município para o qual foi eleito”. A uma pergunta direta — “o sr. quer ser candidato a prefeito?” —, Euler Morais responde assim: “Quem não quer ser candidato a prefeito de uma cidade importante como Aparecida? Dizem que tenho perfil para dar continuidade à gestão de Maguito. A preocupação é ir para frente, e não recuar”. Uma curiosidade: Euler Morais não é filiado ao PMDB. Deve se filiar brevemente. O ex-deputado federal tem adversários internos? O presidente da Câmara Municipal, Gustavo Mendanha, é um deles. Mas nenhum tem tanta proximidade com Maguito Vilela quanto o secretário. Há também Sandro Mabel, que ora diz que disputará em Aparecida, ora garante que disputará em Goiânia. O certo é que, se o delegado Waldir Soares for candidato, Mabel estará fora do páreo. Ele teme o deputado federal eleito do PSDB.
Apesar do convite que recebeu do governo da presidente Dilma Rousseff, é mais provável que o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, fique como secretário do governo Marconi Perillo, em Goiás. Eduardo, que se tornou um articulador federal, planeja promover eventos, em todo o país, para que o tucano-chefe articule sua “cruzada nacional pela segurança pública”. “Dada sua obstinação e habilidade política, acredito que Marconi deve disputar a Presidência da República em 2018”, afirma.
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Foto: Fernando Leite[/caption]
O delegado Waldir Soares “caiu no gosto” dos eleitores de Aparecida de Goiânia. O prefeito Maguito Vilela receia que, apesar de fazer uma gestão consistente, não consiga eleger o sucessor. Porque o deputado federal eleito, espécie de força da natureza, por onde passa atropela todo mundo. Uma pesquisa, recente, sustenta que ele ganha para prefeito de Aparecida.
Embora seja o nome mais forte do PSDB para disputar a Prefeitura de Valparaíso, a deputada estadual eleita Lêda Borges prefere passar o bastão para outro político. A base marconista deve lançar o vereador Pablo Mossoró ou um empresário prestigiado da cidade. Este empreendedor é ligado ao deputado federal eleito Célio Silveira e Lêda Borges. A prefeita Lucimar Nascimento, segundo o tucanato local, tem uma rejeição próxima de 90%.
A prefeita de Cidade Ocidental, Giselle Araújo (PTB), é apontada como bem intencionada mas que faz uma gestão desgastada, com baixa aprovação popular. Alex Batista, do PHS, tende a derrotá-la na disputa de 2016. Ninguém, nem seus aliados, acredita na recuperação de Giselle Araújo. Mas é preciso ressaltar que ela tem mais dois anos pela frente.
O deputado estadual eleito Ernesto Roller (PMDB) está com a faca e o queijo nas mãos e uma vontade danada de comê-lo. Se o prefeito de Formosa, Itamar Barreto (PSD), for candidato à reeleição, Ernesto Roller pode fazer, com dois anos de antecipação, o terno da posse, para 1º de janeiro de 2017. Dificilmente, se confirmada a candidatura do líder pessedista, o peemedebista será derrotado. Porém, segundo Célio Silveira, Ernesto Roller poderá enfrentar uma pedreira. “Tudo indica que, aposentado do Tribunal de Contas dos Municípios, Tião Caroço sairá direto para a disputa da Prefeitura de Formosa, contra Ernesto Roller. Pode anotar: Caroço vai derrotá-lo. Porque é um fenômeno político.” Único senão: se for o candidato apoiado por Itamar Barreto, que passa por uma fase de desgaste intenso, nem Tião Caroço ganha de Ernesto Roller, Detalhe: Tião Caroço, Doc Holliday, e Ernesto Roller, Wyatt Earp, foram amigos íntimos e se tornaram inimigos quase mortais. Os dois (notadamente, o primeiro) falam mal um do outro de manhã, à tarde e à noite. Na madrugada, descansam a língua para começar a falar mal de novo, no dia seguinte. Um amigo de Tião Caroço brincou: “Tião, e se um dia o Ernesto Roller morrer?” Mais do que depressa, o ex-prefeito de Formosa bateu três vezes na madeira e disse: “Benza-me, Deus. Não pode, não. De quem eu vou falar mal com tanta volúpia?”. Todos riram, até alguns aliados do peemedebista que estavam próximos. “Malhar Roller” é o esporte preferido do conselheiro do TCM.

