Bastidores

[caption id="attachment_38245" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption]
O vereador Fernando Cunha Neto vai se licenciar da presidência do PSDB de Anápolis, nesta semana, para intensificar seu trabalhado como pré-candidato a prefeito do município. “Sei que, como tenho boa aceitação em Anápolis, posso viabilizar meu nome. Alexandre Baldy afirma que será candidato, mas não conversou com os integrantes do partido na cidade.” Cunha afirma que não será candidato à reeleição. “Meu foco é a disputa majoritária.”
“Baldy me disse: quem conseguir se viabilizar será o candidato. Nós somos aliados e não vamos romper. Nós, inclusive, temos laços familiares. Minha irmã é casada com Marcelinho Limírio, irmão de Luana Baldy, mulher de Alexandre”, afirma Fernando Cunha.
O vereador de 34 anos frisa que sua família tem tradição política em Anápolis e no Estado. “Meu avô, Fernando Cunha, foi deputado federal atuante durante a ditadura e, depois, trabalhou por vários anos com o governador Marconi Perillo. Ele sempre sugeriu que o político deve ser ousado, articulado e não ter receio de disputar eleição. Dava como exemplo Marconi Perillo, o político que derrotou dois dos líderes mais importantes da oposição, Iris Rezende e Maguito Vilela. Eu acho que posso derrotar o prefeito João Gomes, do PT, e estou colocando meu time em campo.”

[caption id="attachment_52288" align="alignright" width="620"] Giuseppe Vecci, Vanderlan Cardoso, Luiz Bittencourt, Waldir Soares terão de pisar forte na pré-campanha[/caption]
Pode-se dizer que há dois processos sucessórios: aquele que ocorre nos bastidores e aquele que é noticiado pela imprensa. No momento, há uma pré-campanha acirrada, com forte articulação entre os líderes dos partidos. Todos argumentam que, como a campanha oficial será pequena, pouco mais de 40 dias, a consolidação dos nomes e mesmo de suas ideias não poderá esperar o programa de televisão. Por isso a pré-campanha será tão (ou mais) importante quanto a campanha em si. Quem esperar para pôr o bloco na rua depois do carnaval pode dançar, quem sabe, o samba do adeus.
O ex-deputado Luiz Bittencourt, com sua atividade frenética, tem sido útil para puxar os demais “corredores” da “maratona eleitoral de 2016”. Alguns aparentavam dormir, porém, como o petebista passou a ocupar espaço, decidiram se mexer. O peemedebista Iris Rezende, preocupado com a ascensão do deputado Waldir Delegado Soares, do PSDB — segundo colocado nas pesquisas —, e com o ressurgimento de Luiz Bittencourt, decidiu antecipar a tática que estava preparando tão-somente para depois de março de 2016: rompeu com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e com o PT. As críticas contundentes de Agenor Mariano ao prefeito da capital fazem parte do discurso de Iris Rezende de que será candidato de oposição tanto ao PT quanto ao governo de Marconi Perillo. O cacique “falou” pela boca do vice-prefeito da capital ao demarcar seu território, quer dizer, ao sugerir que não tem compromisso com um partido “queimado”, o PT, e com a gestão de Paulo Garcia.
Waldir Soares está numa encruzilhada. Quer ser o candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, mas sabe que não está na fila do partido. Por isso, espera a aprovação da “janela” para buscar pouso noutra paragem. Eleitoralmente forte, busca passar a imagem de que tem condições de governar uma metrópole. Seu marketing orbita em torno de uma crítica firme à gestão petista e certa equidistância do governo do Estado.O PSDB decidiu: vai bancar o deputado federal Giuseppe Vecci ou o presidente da Agetop, Jayme Rincón. Ambos são consistentes e consolidados como gestores eficientes e formuladores de ideias novas de como administrar o setor público. Precisam ser mais conhecidos. É o desafio. O tucanato precisa antecipar a divulgação de seu nome para que possa ser trabalhado antes que outros nomes se consolidem.
A senadora Lúcia Vânia (PSB) tem uma missão: conseguir convencer Vanderlan Cardoso de que deve pensar mais em Goiânia do que em Senador Canedo, sua Ítaca. Mesmo um observador atento às vezes fica com a impressão de que o empresário vai enfrentar não Iris Rezende e Waldir Soares, e sim o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira.
O PT tem quatro nomes — Luis Cesar Bueno, Humberto Aidar, Edward Madureira e Adriana Accorsi —, mas nenhum candidato. Pior: não conseguiu formular como vai se conduzir no processo sucessório. A crise nacional do partido “paralisou” suas ações regionais. O PSD, que estaria decidido a ser cabeça e não mais cauda, tende a bancar Virmondes Cruvinel. O partido precisa, porém, ser mais ousado.
O PP pode bancar Sandes Júnior para prefeito? Pode, e o senador Wilder Morais tem falado a respeito. Mas a tendência é que Sandes Júnior seja vice de Jayme Rincón ou de Giuseppe Vecci. Seria a união da qualidade técnica de Rincón ou Vecci com a popularidade do deputado federal.
O fato é que uma pré-campanha forte vai decidir a campanha. Aquele que não fazer uma pré-campanha sólida tende a chegar fora de forma em outubro de 2016. A musculatura do candidato só cresce se a pré-campanha, desde já, funcionar como uma campanha antecipada. Uma coisa é certa: “mergulhar” é suicídio

[caption id="attachment_52282" align="alignright" width="620"] Luis Cesar Bueno e Humberto Aidar: os pesos-pesados do PT em Goiânia são bem articulados[/caption]
Petistas históricos, acostumados com várias batalhas eleitorais, em épocas de vacas gordas e magras, sugerem que, em 2016, o PT vai precisar de um candidato a prefeito de Goiânia que faça tanto a defesa do prefeito Paulo Garcia, de sua gestão, quanto do PT como partido. Dado o desgaste do PT, com denúncias contundentes de que se envolveu num processo de corrupção pantagruélico, não será muito fácil fazer sua defesa. Mas de sua defesa, explicitada com vigor e clareza, depende o sucesso (ou o insucesso) eleitoral dos candidatos a prefeito do partido. Em Goiânia, uma política moderada, até doce, como a deputada estadual Adriana Accorsi, teria condições de promover a guerra para conquistar a paz? Tudo indica que não. Para a batalha, o deputado estadual Luis Cesar Bueno (e Humberto Aidar) é um guerreiro com mais argumentos técnicos e articulação. Trata-se de um peso-pesado acostumados a debates duros na Assembleia Legislativa de Goiás.

[caption id="attachment_36288" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite[/caption]
Há quatro meses, pelo menos, quando sondado a respeito da possibilidade de a deputada Adriana Accorsi, do PT, ser indicada como sua vice, Iris Rezende teria sugerido que a “Menina Accorsi” fosse candidata a prefeita. Para fazer a defesa do prefeito Paulo Garcia, o que o liberaria.
Iristas ortodoxas, da linha xiita, dizem do PT: “Ah, é aquele partido marconista”.

[caption id="attachment_47574" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly[/caption]
O deputado estadual Major Araújo, do PRP, deve disputar a Prefeitura de Goiânia na eleição de 2016. Radicalizado na Assembleia, posicionado como a “oposição verdadeira” ao governo do Estado, o militar estaria “crente” de que tem condições de ser eleito. Aliados apostam que pode se transformar no delegado Waldir Soares da Polícia Militar.
[caption id="attachment_52269" align="alignright" width="192"] Rogério Troncoso | Foto: Jornal Opção[/caption]
prefeito de Morrinhos, Rogério Troncoso, do PTB, lidera as pesquisas de intenção de voto e deve disputar a reeleição. “Se o povo quiser, disputo”, afirma. Deve contar com o apoio de oito a dez partidos. “Apesar da crise econômica nacional, que está afetando a arrecadação de todos os municípios, estamos conseguindo trabalhar, concluir as obras e pagar a folha salarial dos servidores públicos em dia.” Afirmando que ninguém ganha eleição por antecipação, sublinhou que vai enfrentar uma parada dura em 2016. “A oposição está tentando se organizar. O PMDB, que deve coligar-se com o DEM, tende a lançar Tiago Mendonça para prefeito. Élvio Rezende deve ser o nome do Pros.
Rogério Troncoso diz ter certeza de que o PMDB lançará candidato a prefeito. O empresário Joaquim Guilherme, adversário figadal do prefeito, pode disputar mandato eletivo em 2016? “Não. Na eleição passada, embora fosse filiado ao PSDB, apoiou o candidato do PMDB, Thiago Mendonça.”
Um peemedebista aposta que Élvio Rezende será vice de Tiago Mendonça.

O deputado federal Waldir Delegado Soares diz que a cúpula do PSDB deve ficar atenta a um fato: em 2018, depois de 20 anos no poder, não terá o governador Marconi Perillo como postulante. Se estiver postulando mandato no plano nacional, o tucano não terá tempo para articular em tempo integral a candidatura de José Eliton a governador. “O PSDB corre o risco de perder a hegemonia em Goiás e as oposições vão ‘apertar o pé’ com o senador Ronaldo Caiado e o deputado Daniel Vilela. Para chegarmos fortes em 2018, com uma base ampla, precisamos ganhar as eleições para prefeito nas principais cidades do Estado — Goiânia, Anápolis e Aparecida. O PSDB precisa ouvir os eleitores, não só as cúpulas. Precisa de cheiro de povo em Goiânia, se quiser ganhar a eleição e não apenas ‘marcar presença’ e consolidar nomes para disputas futuras. Comigo, se fizemos uma campanha azeitada, o PSDB tem condições de eleger o prefeito. Sem candidatos populares, o partido nunca ganhou de Iris Rezende em Goiânia.”
É preciso pôr um fim à “tese” de que o deputado federal Fábio Sousa, do PSDB, não pode disputar a Prefeitura de Goiânia porque pertence a um segmento religioso. Primeiro, porque é preconceito com os evangélicos, que são cidadãos como quaisquer outros, do ponto de vista das leis do país. O problema, portanto, não é o fato de Fábio Sousa ser religioso, e sim que há preconceito contra o parlamentar por ele ser evangélico. Segundo, há evangélicos administrando cidades em todo o país. Por que católico pode, e evangélico não pode dirigir Goiânia? Convém ressaltar que, embora isto “não” seja tão evidente, Iris Rezende é evangélico. O peemedebista comporta-se de maneira ecumênica. Terceiro, se for eleito prefeito, alguém consegue imaginar que Fábio Sousa vai governar a cidade como evangélico. Claro que não vai. Teria de governar a cidade como gestor. Quarto, a “tese” de que é evangélico — e, no segmento evangélico, pertence a um grupo tido como mais “fechado” (na verdade, trata-se de um preconceito contra sua igreja) — é, no mais das vezes, mero pretexto para rifá-lo politicamente. Assim, é mais importante, e sério, discutir suas ideias sobre como gerir uma capital do que ficar apontando-o como evangélico. E, afinal, que mal há em ser evangélico? Nenhum.
O presidente do PHS em Goiás, Jean Carlo, afirma que o presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, não deve ocupar cargo no governo do Estado. “Sua prioridade é cuidar do PHS em todo o país.” De fato, como fica mais fora do Estado — articulando o fortalecimento do PHS —, se aceitar cargo no governo do Estado, logo será apontado pela Imprensa como “secretário fantasma”.
O presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior (de Planaltina, Goiás), começou muito bem, se tornou até habitué do Palácio do Planalto. Mas, depois que comprou um avião e um helicóptero, passou a ser criticado pela Imprensa e a ser ainda mais bombardeado pelos deputados federais do partido. Um dos deputados federais do Pros quer a cabeça de Eurípedes Júnior servida num prato. Metaforicamente, é claro. O Fundo Partidário do Pros é milionário. Todos querem e, claro, Eurípedes Júnior não quer largar o filé. Mas há quem queira pelo menos um pedaço do osso.
Pesquisas sugerem que os eleitores estão confusos: não sabem se Vanderlan Cardoso (PSB) será candidato a prefeito de Goiânia ou de Senador Canedo. Motivo: o líder do PSB vive brigando pelos rádios com o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira. Um integrante do PSB garante que, de 20 ligações que Vanderlan Cardoso recebe por dia, ao menos 15 são de Senador Canedo.
Do deputado Jean Carlo, do PHS: “Vanderlan Cardoso quer ir para o planalto, Goiânia, mas só pensa na planície, Senador Canedo”.
Tucanos garantem que o senador Wilder Morais (PP) está se comportando de maneira hostil e, até, brutal contra pré-candidatos a prefeito pelo PSDB no interior do Estado. Ele estaria atropelando lideranças tradicionais. Para quem diz, como Wilder Morais, que seguiria o governador de Goiás, Marconi Perillo, até caninamente, se necessário, não pega bem invadir territórios tucanos.
O deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB) uniu-se ao senador Wilder Morais (PP) para bancar a candidatura de Carlão Oliveira (PSDB) a prefeito de Goianira. Carlão Oliveira é favorito na disputa contra o prefeito Miller Assis, que, apesar do desgaste, não é galinha morta. Se for eleito, o tucano certamente vai abrir a chamada caixa preta da gestão de Miller Assis.
A política em Itaberaí vai pegar fogo. O senador Wilder Morais (PP) decidiu bancar a reeleição do prefeito Roberto Silva (PP) contra a ex-prefeita Rita de Cássia (PSDB), a candidata que será apoiada pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PP). Pesquisas sugerem que, hoje, Roberto Silva é o favorito. Entretanto, se contar com estrutura político-financeira, Rita de Cássia pode superá-lo.