Bastidores
Um deputado estadual garante que o advogado Leon Deniz vai deixar a presidência da Comissão de Ética e Disciplina do PMDB.
Leon Deniz queria sair agora, mas, a pedido do presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, e do deputado estadual José Nelto, vai esperar mais alguns dias.
O grupo de Leon Deniz, que faz oposição ao grupo que comanda a OAB-Goiás, critica o fato de Henrique Tibúrcio ter deixado a presidência da Ordem para assumir o cargo de secretário de Governo na equipe do governador Marconi Perillo (PSDB). Chega a criticar até a filiação de Tibúrcio ao PSDB. Porém, tudo aquilo que condenam em Tibúrcio “perdoam” em Leon Deniz. Este, além de filiado ao PMDB, preside sua Comissão de Ética. Se Iris Rezende tivesse sido eleito, possivelmente faria parte de sua equipe.
Leon Deniz está de olho na disputa pela presidência da OAB em novembro deste ano. Pode ser candidato ou pode apoiar Lúcio Flávio ou Paulo Teles para presidente.
[Frederico Jayme e Júnior Friboi: na linha de fogo de Iris Rezende e do deputado José Nelto]
A Comissão de Ética e Disciplina do PMDB deu 15 dias de prazo — a partir da notificação — para o empresário Júnior Friboi, o ex-deputado Frederico Jayme e Emival de Oliveira Santos se explicarem sobre a “denúncia” de suposta infidelidade partidária. Os três, embora filiados ao PMDB, não apoiaram Iris Rezende para governador, nas eleições de 2014, e optaram por apoiar a candidatura do governador Marconi Perillo, do PSDB.
Os três políticos serão notificados por Dorival (Dori) Mocó nos próximos dias.
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, o deputado estadual José Nelto e o presidente do PMDB, Samuel Belchior, são os três políticos mais empenhados em expulsar Friboi, Frederico Jayme e Emival de Oliveira Santos.
Em menos de um mês, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, já se reuniu duas vezes com o supersecretário de Cidades e Meio Ambiente do governo de Goiás, Vilmar Rocha, para tratar de assuntos administrativos.
No início do mês, Kassab esteve em Goiânia, na posse de Vilmar — e depois se reuniu com o secretário e com o governador Marconi Perillo —, e nesta semana o ministro recebeu o secretário em seu gabinete, em Brasília, para novamente receber pleitos do governo.
As duas reuniões num curto espaço de tempo comprovam que Vilmar tem as portas não só abertas, mas escancaradas no Ministério das Cidades.
Kassab e Vilmar são amigos de longa data e companheiros de PSD. Nos bastidores, dizem, este foi um dos motivos de Marconi escolher Vilmar para a pasta. A escolha parece ter sido acertada.
“O tratamento que estamos recebendo no Ministério das Cidades tem sido especial e diferenciado”, diz Vilmar. “Essa é a vantagem de termos um ministro amigo e companheiro e que tem um ótimo relacionamento também com o governador Marconi Perillo”, acrescenta.
[A fotografia registra o clima positivo entre Marconi Perillo com empresários e políticos]
O senador Ronaldo Caiado é apontado como um político civilizado e, apesar do discurso contundente, diplomático e respeitoso. No entanto, na posse da direção do Sebrae, recentemente, faltou compostura ou diplomacia ao presidente do Democratas. Quando o governador de Goiás, Marconi Perillo, concluiu seu discurso, o líder do DEM não se levantou para cumprimentá-lo. Todos os integrantes da mesa, exceto o senador, cumprimentaram o tucano-chefe. Ronaldo Caiado e Marconi Perillo eram as duas principais autoridades políticas presentes e é praxe o respeito mútuo — o que se chama em geral de liturgia do poder —, mesmo quando há divergências políticas acirradas.
O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Souza, também filiado ao DEM, cumprimentou o governador de maneira efusiva.
O superintendente do Sebrae, Igor Montenegro, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, elogiaram o governador Marconi Perillo, em seus discursos, de maneira ampla, indicando que contribui de forma decisiva para o crescimento e o desenvolvimento do Estado. Mencionado de modo episódico mas respeitoso por Montenegro e Alves de Oliveira, Caiado teria ficado furioso, segundo um dos presentes à solenidade.
Assessoria de Ronaldo Caiado contesta
A assessoria do senador Ronaldo Caiado apresenta outra versão: "No seu discurso, o governador Marconi Perillo mencionou nominalmente todos os que estavam na mesa, mas não citou o senador Ronaldo Caiado".
Um tucano contesta a assessoria do senador: "O governador Marconi Perillo mencionou os empossados e sublinhou que estava cumprimentando todos em nome deles".
O analista de política, mesmo se entortar o cérebro, terá dificuldade para entender a atual fase do PMDB. De longe, fica-se com a impressão de que Iris Rezende é seu líder máximo. Porém, examinando de perto, fica-se com a impressão de que o verdadeiro líder é o senador Ronaldo Caiado. “Mas como?!”, certamente perguntará o analista, com interrogação e exclamação juntas, uma exigindo a outra.
Ronaldo Caiado, afinal, é presidente regional de uma legenda nanica, o DEM, que só tem um deputado estadual, escassos prefeitos e, claro, tem um senador (mas, no caso, a força é do político, não do partido).
Pois é assim mesmo: embora seja presidente do DEM, Ronaldo Caiado está agindo — e não por conta própria, e sim incentivado por Iris Rezende, José Nelto e Samuel Belchior — como verdadeiro presidente do PMDB. É como se presidisse dois partidos.
Por trás disso, a decadência da liderança política do PMDB, que envelheceu e não tem sucessores— ou melhor, não aceita os sucessores internos, como o deputado federal Daniel Vilela, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o empresário Júnior Friboi. Iris aceita Caiado comandando o PMDB, ainda que informalmente, mas não passar o bastão político para o trio citado.

Ao ser informado pelo Jornal Opção que a Comissão de Ética e Disciplina do PMDB vai se reunir na quinta-feira, 26, para examinar sua expulsão, o ex-deputado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Frederico Jayme (foto) disse que está esperando a oportunidade de se defender.
“A cúpula do PMDB terá de me convocar para que eu apresente minha defesa oral e por escrito. Quando for convocado, vou expor os motivos pelos quais não apoiei Iris Rezende na campanha de 2014”, afirma Frederico Jayme. O ex-deputado, líder histórico do PMDB — inclusive durante a ditadura, quando Iris Rezende estava cassado e não fazia nenhuma crítica aos generais-ditadores —, vai listar todas as razões pelas quais optou por apoiar o governador Marconi Perillo. Um dos motivos tem a ver com o patrimônio de Iris Rezende.
Por trás da tentativa de expulsão de Frederico Jayme está o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende. José Nelto, um dos principais defensores da expulsão, estaria sendo monitorado por Iris Rezende. Numa reunião, José Nelto teria dito que expulsar Frederico Jayme será um recado para outros peemedebistas.
Na quinta-feira, 26, a Comissão de Ética e Disciplina do PMDB vai se reunir para analisar os pedidos de expulsão de Emival de Oliveira Santos, Frederico Jayme e Júnior Friboi (foto).
Um advogado ligado ao presidente da Comissão de Ética, Leon Deniz, diz que a maioria, orientada por Iris Rezende, tende a concluir pela expulsão, mas há resistência de pelo menos três integrantes. O presidente só vota em caso de empate.
É a Comissão de Ética que recomenda ou não a expulsão de integrantes do partido.
Uma visitante que percorreu a unidade do Campus da Universidade Federal de Goiás, nesta semana, ficou impressionado com a quantidade de alunos bebendo cerveja — e durante o período das aulas. O uso de álcool pode prejudicar o aprendizado e, ao mesmo tempo, piorar as relações entre professores e estudantes.
Sem contestação alguma dos funcionários e vigilantes da UFG, um jovem vendia cervejas para os estudantes — "estupidamente geladas", disse ao indicar uma caixa de isopor — com a maior tranquilidade e sem demonstrar qualquer receio. "Faço isso sempre", frisou, ao ser inquirido.
O reitor da UFG, Orlando Afonso Valle do Amaral, tomou medidas drásticas para combater o tráfico de drogas — maconha e cocaína — dentro do Campus. Vale a pena investigar o consumo de bebida alcoólica.
(A fotografia acima é ilustrativa, não tem a ver com os fatos.)
Vale a pena ler, abaixo, o depoimento da professora Tânia Rezende, do curso de Letras da UFG, postado no Facebook.
Post da professora Tânia Rezende, da UFG, no Facebook
“Há algum tempo, o uso desregrado de drogas e álcool vem me chamando atenção na universidade, não só entre os/as alunos/as, entre docentes também. Temos casos de professores/as que vão bêbados/as pras suas aulas e para reuniões.
“Os/As adolescentes e jovens deixam de viver para estudar e entrar para a universidade, uma vez na universidade sentem-se liberados/as para viver.
“O consumo de drogas e bebidas alcoólicas é um problema social geral, temos de encarar isso. Por outro lado, o consumo de drogas e álcool em centros de excelência como USP e Unicamp é muitas vezes maior que na periférica UFG. Não é o consumo de drogas e álcool que faz o merecimento e o conceito de uma universidade. Nosso falso moralismo e nossa hipocrisia irremediável contribuem muito para a manutenção desse quadro, somos todos/as responsáveis por isso.”
[Virmondes Cruvinel, Vilmar Rocha, Afif Domingos e Igor Montenegro, do Sebrae-Goiás]
O deputado Virmondes Cruvinel (PSD) passa esta manhã em Brasília para uma audiência com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos. Ele acompanha o secretário de Cidades, Vilmar Rocha, também do PSD.
O encontro será agora, às 11h desta terça-feira, 24, no ministério. Segundo Virmondes, seu objetivo na visita é registrar apoio ao esforço do ministro na redução da burocracia para o empreendedorismo.
“Também levaremos para a Assembleia as recomendações do ministério para melhorar a legislação estadual no que concerne ao tratamento dado às empresas de pequeno porte”, afirma Virmondes.
O jovem deputado preside a Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas na Assembleia Legislativa de Goiás. Há alguns dias, foi recebido pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, José Eliton, para defender o segmento.
Entre os vencedores estão Marconi Perillo, Lúcia Vânia e Maguito Vilela
A assessoria do senador Ronaldo Caiado negou, na tarde desta segunda-feira (23/2), que o democrata possua um "ghost-writer", como publicado na edição 2068 do Jornal Opção. De acordo com a nota, Caiado nutre carinho e respeito pelo jornalista Nilson Gomes, mas ele não possui a função atribuída nesta coluna. "Ronaldo Caiado faz questão de formular suas opiniões e artigos publicados, cabendo apenas a formatação, quando necessária, à sua assessoria de imprensa comandada pelo jornalista Tony Carlo", versa o texto-resposta. O senador ressaltou ainda que se baseia em "fatos" e em "dados" ao escrever artigos. Nunca em "questões pessoais ou calcadas em adjetivos".

[caption id="attachment_29068" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende e Ronaldo Caiado: o “velho” e o “novo” se oxigenando em Goiânia e em Goiás. Uma aliança para 2016 e para 2018[/caption]
Publicamente, o senador Ronaldo Caiado é um dos maiores críticos de o DEM fundir-se com outro partido. Já criticou a possibilidade de fusão com o PSDB — aliado histórico. Agora, com a hipótese de o partido se unir ao PTB, com o objetivo de se livrar da pecha de partido tipicamente nanico, o democrata não tem se manifestado de maneira radical. Por quê?
Porque, com seu faro político privilegiado, Ronaldo Caiado percebeu que o PMDB se tornou uma casa sem dono, com um líder que, de regional, se tornou apenas municipal, quer dizer, de Goiânia. Iris Rezende não tem mais planos para disputar o governo de Goiás. Cansou-se de perder e agora planeja apostar num nome consistente e, apesar de que terá 69 anos em 2018, relativamente novo. O jogo é simples: como Iris Rezende sabe que não pode contar com o PT para “renová-lo” na disputa pela Prefeitura de Goiânia — hoje, se mantida a aliança que deu certo em 2008 e 2012, o PT o “suja” —, precisa de Ronaldo Caiado para torná-lo mais palatável e menos encanecido.
Como o DEM não existe em Goiânia — e talvez não exista no Estado —, Ronaldo Caiado nada tem a perder se apoiar Iris Rezende, ou outro candidato do PMDB para prefeito. Pelo contrário, só tem a ganhar: poderá ser o candidato do partido a governador de Goiás em 2018. Para tanto, tem de se filiar ao partido? Não necessariamente. Mas, se houver a fusão entre PTB e DEM, o senador terá ganhado o pretexto adequado para migrar para o PMDB.
Há outro ponto: hoje, Iris Rezende não tem prestígio algum no PMDB nacional, porque nenhum dos deputados federais — Daniel Vilela e Pedro Chaves — pertence ao seu grupo político. E o partido não tem nenhum senador. Porém, pelas regras de Brasília, um senador vale mais do que dois deputados federais. E aí, se Ronaldo Caiado se filiar ao PMDB, Iris volta a se fortalecer.
Porém, se é adversário figadal do governo do PT, que é apoiado pelo PMDB, como ficará Ronaldo Caiado em termos de posicionamento político? É provável que, se se filiar mesmo ao partido, adotará um comportamento parecido com o do ex-senador Pedro Simon. Não custa ressaltar que o projeto eleitoral prioritário do democrata é mesmo em Goiás.
Está cedo para a tomada de decisões? Se estivesse, Iris Rezende e Ronaldo Caiado não estariam amarrando acordos e marcando encontros e convidando a imprensa para registrá-los.

[caption id="attachment_29069" align="aligncenter" width="620"] Mário Rodrigues, Gean Carvalho e Bráulio Morais: chances de Jayme Rincón ser eleito prefeito de Goiânia são altas[/caption]
O Jornal Opção ouviu pesquisadores, como Gean Carvalho, do Instituto Fortiori, e Mário Rodrigues, do Instituto Grupom, um marqueteiro e um político e pediu para que avaliassem uma possível candidatura de Jayme Rincón, do PSDB, a prefeito de Goiânia, em 2016.
Todos admitiram que um governador, sobretudo um tão atilado politicamente como o tucano-chefe Marconi Perillo, não trabalha com apenas um caminho no período pré-eleitoral. Porque, se uma hipótese naufragar, tem outras opções. Porém, no momento, “o candidato” — ou pré-candidato ou quase pré-candidato — é mesmo Jayme Rincón. Primeiro, porque é o nome que Marconi Perillo prioriza como mais viável e, como sugeriu recentemente, é o que demonstra mais vontade de disputar. Segundo, não tem receio de enfrentar qualquer candidato — nem uma “vaca sagrada” como Iris Rezende. Terceiro, consagrou-se, nos últimos quatro anos, como o gestor que consegue transformar projetos em obras de qualidade — e com extrema agilidade.
Bráulio Morais, ex-vereador em Goiânia e articulador político do primeiro time — atuando quase sempre nos bastidores, ao lado do governador Marconi Perillo —, é peremptório: “Jayme Rincón tem plenas condições de ser eleito prefeito, e derrotando figuras tradicionais, como Iris Rezende. O apoio de Marconi é decisivo, sobretudo porque está bem avaliado como gestor. Mas é preciso admitir que Jayme tem seu próprio valor. Ele é ousado, ágil, hábil, inteligente, não tem preguiça e debate com conhecimento de causa, e de maneira enfática, os problemas de Goiânia. As pessoas que o ouvem percebem que tem vontade de governar a capital, que é proativo, não meramente reativo”.
“Mas candidato do governo não ganha em Goiânia”, reza o lugar comum. Gean Carvalho pondera: “Com um candidato consistente, como Jayme Rincón, e depois de uma administração problemática como a de Paulo Garcia, mal avaliada pela população, não resta a menor dúvida: o eleitor vai apostar num candidato com a imagem de gestor e de renovador. O próximo prefeito de Goiânia terá a imagem oposta à de Paulo Garcia. O perfil é o de Jayme, que é ‘leve’, tem conteúdo e pode ser trabalhado de maneira inteligente pelo marketing político-eleitoral”.
O marqueteiro entrevistado, que preferiu não se identificar — porque deve fazer uma das campanhas —, corrobora a tese de Gean Carvalho: “A história de que candidato do governo não ganha em Goiânia precisa ser relativizada. Um candidato propositivo, com a imagem cristalizada de gestor e que consiga criar expectativas positivas nos eleitores, pode ser eleito, independentemente se tem o apoio do governo do Estado ou não. Pesquisas e o discurso das pessoas nas ruas sugerem que a eleição de 2016 vai ter uma dinâmica diferente das últimas eleições. Uma coisa é certa: Goiânia não quer a permanência do PT no poder e pode rejeitar o PMDB de Iris Rezende devido à ligação com Paulo Garcia”.
Mário Rodrigues frisa que “o candidato tem de ser dinâmico, não pode ter a pecha de preguiçoso. É o que em aparecido nos nossos levantamentos. Jayme Rincón ainda é um ponto de interrogação. Ele ainda não é muito conhecido, o que, a rigor, não é um problema sério. Porque pode construir sua imagem. Acrescento que só tem 16 meses para construir, ante os olhos dos eleitores, o perfil de um político dinâmico e gestor capaz. Jayme precisa ser discutido pela sociedade, não necessariamente pela imprensa. Ele precisa ‘entrar’ na pauta das pessoas. Dos nomes postos, é um dos que mais tem potencial”.

[caption id="attachment_29060" align="alignright" width="300"] Friboi, Michel Temer e Pedro Chaves: vice-presidente e dois de seus aliados em Goiás | Foto: reprodução[/caption]
Um peemedebista manteve, recentemente, uma longa conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer, a respeito de assuntos afeitos à política de Goiás.
Temer foi sincero: a política de Goiás, ante o quadro caótico do país — até com a hipótese do impeachment da presidente Dilma Rousseff —, não está entre suas prioridades.
O vice-presidente frisou, porém, que não ficou satisfeito com o resultado eleitoral do PMDB nas eleições de 2014. “Não adianta discutir: Goiás enviou apenas dois deputados federais para Brasília. Antes tinha cinco. Temer, como qualquer líder, não aprecia o esfacelamento gerado pela liderança equivocada de Iris Rezende.”
Mesmo sugerindo que não falaria “mal” de Iris Rezende, e que não se sentiria confortável para pedir intervenção no PMDB goiano com objetivo de enfraquecer o líder octogenário, porque se trata de integrante histórico do partido, Temer admitiu que é preciso mudar a conduta política das lideranças locais. Sublinhou, também, que é contra a expulsão de Júnior Friboi.
No diálogo, Temer frisou que se política se faz somando, atraindo, convidando, mas não expurgando. O vice-presidente garantiu que tem simpatia pelo grupo liderado por Friboi e Maguito Vilela, que inclui os deputados federais Daniel Vilela e Pedro Chaves, além de vários prefeitos.
Temer não disse, mas insinuou que os problemas locais devem ser resolvidos localmente. Porém, sugeriu que o PMDB precisa voltar a eleger uma maior bancada de deputados federais e pelo menos um senador. É que, em Brasília, o que vale não são prefeitos, até mesmo de capitais, mas deputados e senadores. A força do PMDB é concentrada no Congresso Nacional — por isso se passa a impressão de que o Brasil tem um sistema presidencial meio parlamentarista. Dilma Rousseff é a presidente e, portanto, governa, manda. Entretanto, a partir do Parlamento, o PMDB exerce um certo controle do governo. É quase um governo paralelo.
Um tucano de bico erado e grande disse ao Jornal Opção: “Noto que Vanderlan Cardoso está tentando se aproximar do governador Marconi Perillo para conquistar seu apoio para disputar a Prefeitura de Goiânia. Mas há um problema a ser considerado. Quando terminou o primeiro turno, em 2014, o governador enviou emissários para pedir o apoio de Vanderlan para a disputa do segundo turno. No entanto, o presidente do PSB decidiu não apoiá-lo. Quem fica neutro pode, depois, cobrar ou pedir apoio? Não pode, é claro”. O tucano afirma que Marconi Perillo é um político pragmático e, pensando na disputa de 2018, pode “sacrificar” a disputa de 2016. “Mas acredito que, ao perceber que pode eleger um candidato em Goiânia, Jayme Rincón, Marconi não vai apoiar Vanderlan. Ninguém ‘doa’ poder.”