Valdivino Oliveira, professor da PUC, afirma que o ICMS deverá crescer até 7% em 2018, o que fortalecerá o governo do tucano

Valdivino Oliveira | Foto: Fernando Leite

O ex-deputado federal Valdivino Oliveira é um dos economistas mais experimentados de Goiás e um analista fino das filigranas da economia. Acima de tudo, é um realista. Por exemplo: avalia que, ao contrário da economia altamente estabilizada dos Estados Unidos, no Brasil não há como reduzir a taxa Selic para 3%. “Mas é plenamente possível estabilizá-la em 7%. Na virada de 2017 para 2018, é provável que a taxa dos juros fique em torno de 9% a 10%.”

A boa notícia, afirma Valdivino Oliveira, é que a economia brasileira está mesmo se recuperando. “Em janeiro, a transferência de recursos financeiros do exterior para o Brasil chegou a 28 bilhões de reais. É dinheiro para investimento — o que financiou o saldo negativo da balança comercial. O comércio está reagindo. Há sinais leves de reaquecimento e a curva descendente estacionou. O Brasil deve crescer de 1% a 1,5% em 2017 — assim a renda per capita permanecerá estável neste ano. Isto quer dizer que o brasileiro deixará de perder riqueza. Outra boa notícia é que a safra de 2017 será plenamente satisfatória. A queda dos juros contribui para a expansão do consumo e, também, para que o empresário obtenha empréstimos para investimento. As montadoras aumentaram a produção. O dinheiro do FGTS, o da contas inativas, contribuirá para algum aquecimento da economia.”
Valdivino Oliveira afirma que a ideia de estagnação, que gera desconfiança dos agentes econômicos, permanecerá por algum tempo, mas acabará cedendo.

Solicitando a conectar política e economia, Valdivino Oliveira diz que o vice-governador José Eliton “deve ser eleito governador de Goiás em 2018. Neste ano, ele terá assumido o governo e, em contato com todos os prefeitos do Estado, terá condições de expor tanto suas ideias quanto de arregimentar apoio político. Um dado que a oposição não leva em conta é que, em 2018, a economia deve crescer entre 3% e 3,5% e, assim, o ICMS crescerá, em termos líquidos, entre 6% e 7%. Noutras palavras, o governo de José Eliton terá mais dinheiro para investir”.