Por Yago Rodrigues

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Orquestra Filarmônica de Goiás se apresenta neste domingo

A apresentação do dia 29 de março pretende resgatar a tradição de concertos nas manhãs de domingo [caption id="attachment_31621" align="alignnone" width="620"]Divulgação Divulgação[/caption] Sob regência do maestro ítalo-brasileiro Alessandro Borgomanero, a Orquestra Filarmônica de Goiás se apresenta na manhã deste domingo, 29, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. A apresentação faz parte da série “Concertos para a Juventude” e tem como objetivo resgatar a tradição de concertos matinais de domingo. O repertório traz obras dos períodos clássico e barroco, tais como composições de Bach, Pachelbel e Mozart. A entrada é franca! Serviço: Data: 29/03 Hora: 11h Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer Entrada Gratuita Programa: W. A. Mozart: La finta giardiniera (Abertura), K. 196 J. S. Bach: Ária da Quarta Corda (da Suíte No 3) W. A. Mozart: Uma Pequena Serenata Noturna, K. 525 J. Pachelbel: Cânone W. A. Mozart: Uma Anedota Musical, K. 522

Playlist Opção

Que tal aumentar o som e curtir as músicas que mais embalaram os redatores do Jornal Opção, nestes últimos dias? Ó, já vou adiantar que é um bom jeito de começar o fim de semana. Paul McCartney and Stevie Wonder – Ebony and Ivory Fifth Harmony – Que Bailes Conmigo Hoy Jards Macalé – Vapor Barato JJ Grey & Mofro – The Sun Is Shining Down Kasabian – Fire Major Lazer & DJ Snake – Lean On (feat. MØ) Marina And The Diamonds – Happy Mike Love – Permanent Holiday Milky Chance - Stolen Dance Ramstein – Keine Lust Rihanna - Bitch Better Have My Money Scorpions – Wind Of Change Shania Twain – Man! I Feel Like A Woman

A diversidade da América Latina nas telas do festival internacional Perro Loco

A edição faz uma homenagem a Universidade do Chile, a suas pesquisas, produções e ações de conservação cinematográfica e ao diretor goiano experimental Martin Muniz, cujo talento foi reconhecido há pouco tempo

O que vamos fazer nesta semana? “Go back to 80’s!”

Que tal pegar nossa máquina do tempo e voltar para década de 1980? Aí, podemos nos embalar com as músicas do ABBA, Queen, Djavan, Roupa Nova, Michael Jackson, Madonna e toda essa turma. Anima? Ó, então fique ligado, pois a entrada para esse tour temporal é ali no Teatro Sesi, no Setor Santa Genoveva, às 20 horas da terça-feira, 24. Quanto custa? Ah, não tem custo algum; é só aproveitar. A máquina do tempo fica por conta do “Quarteto Feminino Flor Es­sência”, do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, que irá conosco nesta aventura chamada “De Volta aos Anos 80”. Se não acredita, vista sua calça baggy — ou semi baggy —, passe um gel no cabelo e vamos lá, que os bons anos 80 nos esperam.

Agenda

  • Desde 2012, a banda Granfieira bota a cultura de gafieira na pista de dança e te convida para dançar a dois. Nesta quinta-feira, 26, a festa é ali no Bolshoi Pub.
  • Em tributo a Dolores Duran, Cláudia Garcia preenche os palcos do Sesc Centro com a intensidade e independência da compositora de “Por Causa de Você”, canção que dá nome ao show. É nesta sexta-feira, 27, às 20 horas, na rua 15.
  • Com curadoria de Eugênio Car­mo­na, “Picasso e a Modernidade Espa­nho­la” ganha o Centro Cultural BB de SP e fica em cartaz daté o dia 8 de junho com cerca de 90 obras.

Ditadura Militar no centro das telas do Museu Antropológico da UFG

Com exibições de filmes e debates, a 4° edição da Mostra tem como objetivo ampliar a participação social no espaço acadêmico

Você quer ser escritor? Então, prepare-se para o mercado editorial

Nega Lilu, R&F Editora dão lições de “como fazer livro” e os escritores Edival Lourenço e Kaio Bruno Dias acrescentam: “Não é nada fácil”

Playlist Opção

Bora animar este final de semana que está só começando? Ó, é só aumentar o volume, pois segue uma seleção supimpa com as músicas mais escutadas pela equipe do Jornal Opção durante a semana. E então? Solta o som, rs. Avenged Sevenfold – Hail To The King Carly Rae Jepsen – I Really Like You Dan Croll – From Nowhere Lily Allen – Air Balloon Pearl Jam – Yellow Ledbetter Tame Impala – Let It Happen The Beatles – Ob-La-Di, Ob-La-Da The Kooks – Good Times Titãs – Pra Dizer Adeus Stevie Wonder – Master Blaster

Colaboradores do Opção Cultural serão publicados em Paris

[caption id="attachment_30965" align="alignnone" width="620"]Reprodução Reprodução[/caption] [relacionadas artigos="26850, 27349, 28113, 28949"] Yago Rodrigues Alvim O crítico literário e escritor Sérgio Tavares, organizador da série literária “Quatro Estações”, publicada pelo Opção Cultural, e um dos autores de “Inverno” (conto que integra a série), o escritor Carlos Schroeder, foram escolhidos para fazer parte da publicação Machado de Assis Magazine, da National Library of Brazil. A edição número seis será apresentada na abertura do 35° Salão do Livro em Paris. O Brasil é o país homenageado. Para a edição da Machado de Assis Magazine, o conto “As fantasias eletivas”, de Schroeder, foi traduzido para o espanhol por Julia Tomasini (“Las fantasías Electivas”). Já Sérgio teve um trecho do livro “Queda da própria altura” traduzido, também para o espanhol, por Sebastian Rodriguez (“Se desvanescen los barcos”). Veja a revista na íntegra, clicando aqui.

Os 13 melhores poemas goianos de todos os tempos

Odes ao amor e à vida enfeitam terças, segundas, a semana inteira. O canto da terra frutifica versos em estrofes. Fazer listas é tal qual efeito rarefeito, nunca de suspiro fácil. Por isso, algumas das poesias goianas em poemas, elencando títulos e nomes que têm feito, da história, estória. Tarefa que requereu ajuda. Recomendações. Façam as suas. Ei-los: [caption id="attachment_30958" align="alignnone" width="620"]Foto e texto de abertura: Yago Rodrigues Alvim Texto de abertura e foto: Yago Rodrigues Alvim[/caption] Ofício de viver - Afonso Félix de Sousa O mundo que encontrei já era isso. O jeito foi bordá-lo com palavras. Palavras e palavras, esta a herança que tive e vou deixando. O jeito foi juntá-las untá-las soprá-las dobrá-las a meu jeito Perdão ó mestres vos dou a mão à palmatória mas não sei ser outro, não sei ser de outro jeito. O mundo é isso e o jeito é ir chutando e vou chutando e vou driblando e vou sendo driblado e vou caindo e vou-me erguendo e vou e vou gemendo atrás da bola e a bola à frente e ao lado a bola e do outro lado e nas alturas Mestres meus mestres   Toque de Flauta - Delermando Vieira Um velho tonel de vinho é o que tenho, ali debaixo do pessegueiro florido, na vesperal animosidade. Por isso, assim, este beber e não tocar-me, se é flauta o que me toca, quando me toca esta saudade. Eu sinto, ouço, vislumbro nos aros da tempestade: é longo este soar de sinos, quando meu amor lá longe já morreu. Quem foi que tanto me buscou e me perdeu? Não sei. Sei apenas que todo buscar (adaga/florferida) é um sarilho arrastando a Vida. Todo buscar faz de seu achado alguma antiga e perdida ternura. Portanto, me busco e não me acho, por tanto achado e pouca procura. Que sou? a que vim? Que amor terá de mim o sangue, a libido, a navalha e sua ferrugem, se meus lábios (sempre tardos) nunca insurgem? Confesso: um cavalo de ouro trota, agora, no epidérmico jardim de minha pele, o rúbido bouquet de orquídeas entre os dentes de alvura acetinada. Relincha em ouro este cavalo que enfim no meu peito empina, escoiceia, bate os cascos contra as pedras da enorme solidão: de amor, quantas léguas tem meu coração? Um velho tonel de vinho é só o que tenho, enquanto – na paisagem embriagada – toco o soluço de uma flauta esmagada. Por isso, então, nunca beber-me aquele amor distante, nunca querer-me a pessoa amada!   Alvorada dos nirvanas - Edival Lourenço estou pela hora de cometer um haraquiri com o gume das palavras estou a ponto de sofrer um estouro de aneurisma na jugular poética   Geração - Gilberto Mendonça Teles Sou um poeta só, sem geração, que chegou tarde à gare modernista e entrou num trem qualquer na contramão, e vai seguindo sem sair da pista. A de quarenta e cinco me tutela, me trata como a um filho natural. Eu chego às vezes tímido à janela mas vou brincar no fundo do quintal. Na poesia concreta, a retaguarda é que me vê brincando de arlequim. Às vezes fujo à rima e lavo um fardo de roupas sujas, não tão sujo assim... A de sessenta e um foi de proveta, foi mágica de circo para um só. Ninguém me viu caçando borboleta ou pescando escondido o meu lobó. Quem fez letra, cantou e usou bodoque que se fez marginal pela cidade, será que fez poesia ou fez xerox ou apenas tropicou na liberdade.   Sem Título - Heleno Godoy Adentrar a casa, pelo portão: pórtico finca- do entre grades, gran- de o muro em torno; entre o porão e o ático, a casa se estende e se protege: um projeto ou uma proposta (a porta a ser fechada), a casa se constrói no que acumula — um cedro no jardim e outro na sala, cortado e revestido; como o musgo a recobrir a casa e seus súditos: um súbito susto, de medo — sua medida.   Poema vertical - José Décio Filho Dei um mergulho em mim mesmo, num pulo de cabeça a baixo. Tudo lá no fundo está quieto como os caminhos abandonados; a paisagem esfumou-se e confundiu-se num apaziguamento de cansaço. Perdi-me nos atalhos sedutores, gastei linhas retas e curvas, inquietações e deslumbramentos. De místicas visões e amargos projetos fiz um montão de cadáveres. Quanto trabalho perdido, quanto tempo dissipado! Mas de tudo que ajuntei na mais lírica desordem, alguma coisa houve de ficar, alguma coisa que às vezes se resolve em minha poesia ou em silêncio.   Poema - José Godoy Garcia Eu queria informatizar a minha práxis poética gostaria muito de ter ao meu dispor um Computer Place, a tecnologia Epson, Action Laser 1000, o Desktop, Seria maravilhoso computar as estrelas Que estão à minha disposição na hora exata de minha criação Gostaria de medir a pressão de meus órgãos Quando em minhas mãos um Macintosh Centris ou um Windows, e poder pegar uma loira baiana com toda serenidade. Sim, enfrentar uma baiana loira só com um Macintosh, essa raridade beirando à desídia de uma negra aça. Sim, e que a madrugada venha para o meu alento macho, sempre ao meu lado uma bela tecnologia Windows NT, assim poderei saber o útero perfeito e sua extremidade quanto a madrugada se abrir em coxas verdes-escuras-negras-grénas e aças, medindo a pressão e repressão sub reptícias em torno da Petrobrás. Oba! Nova Scanner Geniu tem soft poliglota, um avanço! Guimarães Rosa, em alemão, série verbegral-quicé. Uma atrociadade de línguas suaves-lânguyidas, as imagens Leyser de Bruna Lombardi de mel e de flores brancas. Oh, meu santo Virgolino, Santa Dica de Goiás, paixão de minha alma, oh conselheiro, oh Zumbi dos Palmares! O primitivismo nativista no bico dos anjos da máquina infernal que nos digita os sêmens, as porras micras, com uma doce atenuante: os estilísticos teriam um fim, até que enfim, salve nossas preces ao Nosso Senhor do Bonfim, o Windows digitaria as frases e períodos, no mágico de um simples botão Reader Baby e soletraria a estética num simples segundo de nossa vidinha. Salve o Microsoft Windos NT, infinito, oba-oba, lésbico!   Goyania - Manuel Lopes de Carvalho Ramos Canto primeiro Eu canto, patria minha, o heroe facundo Que immortal sublimara aquella idade Em que o Brasil, sonhando a liberdade, Cingia as vestes do nascente mundo; Em que da Historia, irmã da humanidade, Tinha o gigante audaz o ser profundo, E aquelles que, nos bosques brasileiros, Foram os grandes cayapós guerreiros. O’ tempos idos! O’ remotas eras! Em que, á sombra das arvores copadas, E das montanhas para os céos voltadas, Eram outras as nossas primaveras! Em que das selvas brutas e agitadas Eram selvagens os irmãos das feras, Em que a voz do cacique, ardente e bella, Soía um brado ser da eterna tela. Eras tu, patria forte, o grande povo Embalado no bosque americano, Não de escravos nascido ao eito insano, Mas de algum ventre poderoso e novo; Que então não tinhas outro soberano Senão esse fortissimo renovo, Mas que o perdeste á marcha triumphal Dos bravos, que illustraram Portugal. Eras tão livre como a voz dos ventos, Que as tuas alvas praias despertavam, Como a orchestra das aves, que esperavam Da aurora os raios fortes e opulentos. Ousado prometteu, que em ti buscavam Nações da Europa, espiritos sedentos, E estranhos, feros, cegos desertores, E escravos negros de crueis senhores? Em tudo a voz da terra esperançosa Mil phantasticas sombras attrahia; Em seus prados uberrimos nascia Forte imburana ao pé de branca rosa; Em seus valles risonhos, quando o dia Na luz d’alva acordava a tribu irosa, Eram lagrimas doces, purpurinas, As lymphas das ribeiras crystallinas. Mas em ti, só em ti, goyana terra, Correia pertinaz ouvira o brado Firme, soberbo de um paiz talhado Para os fructos da paz, e não da guerra; Porque em ti se firmava o luso errado, Vingando as regióes de serra em serra; Porque em ti, se não fosse a idade forte, Teria a própria liberdade a morte. Mas, por isso, bem vês, goyano povo, A quem meus versos neste canto envio, Que imagens vagas de paixão não crio, Mas a gloria da patria em que eu me louvo. Em teu regaço, em que melhor me fio, Deponho a lyra e o canto audaz e novo: Dá que a musa, animando a luz da historia, Da patria cante a primitiva gloria. [...] Canto Vigésimo [...] Eis nesse instante, enquanto gloriosos Os valles descem fortes os guerreiros, Da fria noite os astros derradeiros Iam doirando os ermos tenebrosos. Scintillam sobre os cerros altaneiros D’alva os clarões rosados e amorosos: A doce brisa a pluma dos cocares Agita aos buritys nos frescos ares. Algumas aves cantam nas ramagens Dos cambuhis da praia, em que serena A laranjeira delicada e amena Presta aos indios amantes as folhagens; E, ouvindo aquella matutina pena Do cardeal, que canta nas pastagens, Anhangaia murmura: Anang morre... Fria mão de Tupan seu rosto corre... Morrer! Quando esta vida é toda amôres! Quando, entre as rosas da manhã serena, Suspira a jurity na selva amena, Adeja o beija flôr beijando as flôres! Morrer! Da ideia negra que envenena Ao precipicio caminhar de horrôres! No coração, que a treva desespera, Ver extinguir-se a luz da primavera! Morrer! Quando a folhagem que murmura Presta suave sombra ao doce amado! Quando brilhante o leito do noivado E’ como um cofre aberto á formosura! Quando sómente o enfermo é desgraçado! Quando escarmenta o colhe a sepultura! Deixar tudo e partir... Cahir sosinho Cadáver! Sombra! Em meio do caminho! Taes pensamentos negros scintillaram No cerebro da indígena piedosa, Cuja paixão suprema em dor penosa Idéias mil oppostas transformaram. Turva-lhe a vista gfelidez pasmosa De Anag... e os passarinhos se calaram... Naquelle instante aspérrimo e sombrio Nem brilha mais o céo, nem falha o rio... Era supremo o acaso, a dôr terrivel, E findo estava o quadro da agonia: Sem forças quasi a indigena acolhia Aquella vida á margem do impossivel: E assim, olhando a face quase fria Que estreita, com disvello intraduzivel, Guayra ri, soluça, e a voz discerra: – Morto! Morto! – Suspira e cahe por terra.   Praia Morta - Miguel Jorge esta praia morta também é fruto do rio cemitério de gaivotas com seus ais e nunca mais esta praia morta viajou horizontes e se matou pelo rio esta praia plana esta praia plena de triscos ciscos cacos cascos bicos riscos triscos rabiscos beliscos reflete agoniando a orla vermelha do rio esta praia abriga vozes abriga falas e se cala como quem perdeu a última palavra   Vaga litúrgica - Pio Vargas O volume da chuva é que decifra o dilúvio como no corpo eflúvio é âmbar a dúvida a porta que mais vence é a que aberta permanece e o corpo que mais sente é nem sempre o que adoece. Que morte é natural senão a que é sem leito se nem só pelo sinal traduz-se o que foi feito (?) o que por dentro queima e teima em prosseguir o fôlego-fátuo que anuncia cenas do óbito a seguir Vai mais longe quem divaga além de si aquém do se a certeza que mais propaga é a de quem menos disse nenhum lugar pleno existe a menos que a invenção o faça : o perdão é de quem insiste no pecado e não na graça.   Pacote Completo - Cássia Fernandes Quando a gente ama, compra o pacote completo: o bilhete de ida e sem volta, a ex-sogra, o mau hálito quando acorda, o mau humor o mau amor. A gente ama, a gente compra o pacote com tudo o que vem dentro: um trem, uma família, um cachorro, um papagaio, um sofrimento. O feijão com caruncho, a pedra... A gente quase quebra um dente quando morde. A gente não pode comprar uma meia meia, uma meia sola, só o seio esquerdo e deixar na loja uma só alça do sutiã meia taça. Comer só o miolo do pão e do sonho de valsa; a laranja e a couve; e fingir que não houve nem escravidão, nem fome, nem chicotada, nem o pé de porco na feijoada. O amor não se vende avulso nem picado, para um pé atrás, de um só lado. Se bem que é bem preciso começar com o pé direito, dar ao menos um braço a torcer e de vez em quando estender a roupa no arame e a outra face. Porque a qualidade e o defeito são irmãos siameses. E o cachorro se senta sobre o próprio rabo. Bicho de goiaba é goiaba, exceto para quem está de barriga lotada. Quando a gente ama, não pode escolher se tem aleijão ou se é perfeito. Tem que aceitar a barriga, a remela, o cabelo de nego, o presente de grego, a mão em que sobra ou falta um dedo, e que é a pimenta da vida e que dá tempero à comida. Não há amor que se vende a granel, como fiado só no armazém ao lado. E se é verdade que a galinha da vizinha é sempre mais gostosa e mais gordinha, é verdade também que não se faz omelete sem quebrar uns ovos chocos e que todo ofício, mesmo o de você me comer e de eu comer você tem seus ossos.   As Jóias de Netuno - Valdivino Braz Surdo rumor de ondas se avoluma para os estrondos de espuma; estilhaços da fúria fragmentária, os cristais feito jóias, perdigotos de Netuno. Fraturas de oceano, salso cuspe de espuma e louça os nácaros, côncavos destroços. O que há de maestro e música, além do bramor de mostro, nisto de Atlântico. Sinistra massa, mista de crustáceos e moluscos – lagostos pednúnculos de antênulas, cacos de acéfalos hipocampos, espongiários espantos. De hábitos solitários e anêmonos, de celenteradas pedras, isto de florir-se o reino das actíneas. Outra é água-viva, mija-vinagre, urtiga-do-mar, isto de queimar. Transparência de gelatina, e de secreto nas entranhas marinhas, as coisas-meduas, tanto quanto não ser a vida um mar de rosas. Umas formas eriçadas, uns ouriços, uns crespos de abrir-se e fechar-se - de não-me-toques -, marinhos espinhos. E coisoutras peludas, isto análogo de púbis, estranhos novelos de quelíceras. Uns mijos de esponja, de Nadja, de nojo. Umas pérolas nada pérolas, num colar de búzios. Com a fileira de pés ambulacrários, A esdrúxula estrela, uma crosta, uma casa, parece que morta. Vergue-se-lhe, entanto, o centro, ei-la que ressuscita: ondula-se o mar de áspero dorso, onde varetas possibilitam articular-se o dentro, e pena é vê-lo ondular-se, por certo que de dor, isto de só restar devolvê-lo ao mar, arremessa-lo feito disco voador.   O desvio - Yêda Schmaltz A mim pouco me importa aberta ou fechada a porta, vou entrar. E pouco me importa estar sendo amada ou não amada: vou amar. Que a mim me importa tanto eu mesma e o sentimento, quanto! A mim pouco me importa se a tua amada é doente, se a tua esperança é morta. E me importa muito menos se aceitas solenemente a nossa vida parca e torta. Porque a mim me importaria deixasse de ser eu mesma e a poesia. A mim pouco me importa se a lira quebrou a corda: vou cantar. E pouco me importa estar no picadeiro do circo: vou rodar. Que a mim me importa tanto eu mesma e o sentimento, quanto! A mim pouco me importa se estamos todos presos por uma invisível corda. E me importa muito menos sermos todos indefesos ante o destino que corta. Porque a mim me importaria deixasse de ser eu mesma e a poesia.

Retrato humano

São três momentos: Corpos Urbanos, Matrimônio e Desen­contros. É com esta divisão que “Retrato em Preto e Branco”, da Giro8 Cia de Dança, marca o ciclo vicioso da vida. A coreografia propõe reflexões quanto às influências da sociedade de consumo, que disciplina e individualiza os seres humanos. O retrato é, então, a esperança de reumanização do ser para em reconduzi-lo a um novo sentido da vida. A apresentação é no sábado, 21, às 20 horas, no Teatro Sesc Centro.

A todos “Los Hermanos”, la buena música brasileña!

Você que está ultra ansioso por outubro, mais especificamente dia 10 de outubro, pode ficar tranquilo! Ao menos, um pouquinho. É que a banda Fantoches Anônimos vai embalar mais uma noite com um tributo ao Los Hermanos. E vai ser no palco do Taberna, agora no Setor Bela Vista. Assim, dá para ir relembrando as canções, ficar menos eufórico ou mais, bem mais, digamos (riso): para o dia 10, quando os Los Hermanos estarão nos palcos do Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília (o show da turnê mais próximo de Goiânia). É, galera, se prepare que no dia 19 de março, você garante seu ingresso de outubro para conferir Camelo, Amarante, Barba, todos eles, e na sexta, 20, comemora no mais alto e bom som dos Fantoches!

Teatro do Oprimido na contramão da violência contra mulheres

[caption id="attachment_30626" align="alignnone" width="620"]Foto: divulgação Foto: divulgação[/caption] Nem toda segunda é tão difícil assim. Ao menos, não esta, 16. É que ela traz consigo a diretora e dramaturga italiana Alessandra Vannucci para uma roda de conversa. A também professora –– já ensinou na Escola de Direção Teatral e da Pós-Graduação em Artes da Cena da ECO-UFRJ e foi coordenadora do curso de Artes Cênica da PUC-Rio –– dividirá seus estudos sobre Estética e Política, entremeando pensamentos de Adorno, Brecht, Benjamin e, principalmente, de Augusto Boal, que buscava na arte a subjetivação como antidoto à opressão. A roda de conversa começa às 19 horas, ali na Casa Corpo, no setor Leste Universitário. A visita e bate-papo integram o curso “Tramas e Redes: Feminismos Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, organizado pelo grupo Ocupa Madalena – Teatro das Oprimidas e pelo grupo Transas do Corpo. A entrada é aberta a todo público. Basta chegar.

Playlist Opção

Ah, chegou sexta, galera! E, ó, está quase na hora do happy hour. Aí, para fazer um aquecimento em alto estilo até que as seis chegue e com ela a boa folga do final de semana, nada melhor que uma musiquinha boa para relaxar, não é mesmo? Bora aumentar o som? Criolo – Fermento Pra Massa DJ Dolores & Orquestra Santa Massa - Essa Dança é Moda Hozier – Take Me To Church La Roux – Bulletproof Lily Allen – Fuck You MOONSPELL – Lickanthrope Queen – Bohemian Rhapsody Queens of the Stone Age – I Sat By The Ocean Sara Bareilles – Gravity Soulstripper – Não Trocaria um Sorvete de Flocos Por Você The Beatles - Help The Doors – Riders on the Storm

Lançamentos

livroLivro Contrastar a visão de um eclipse total do sol com a dos pei­xes num aquário de Londres. Imagine quem poderia fazer isso. Apenas a mestre Vir­gi­nia Woolf. O SOL E O PEIXE Autor: Virginia Woolf Preço: R$ 37,90 -- Autêntica             Música2 Música O tão aguardado 13° álbum da rainha do pop chega às prateleiras mais cedo. O motivo? O álbum vazou, o que não foi ruim, pois acabou emplacando um hit: “Living For Lo­ve”. Rebel Heart (Deluxe Edition) Intérprete: Madonna Preço: R$ 38,90 -- Universal     Filme   Filme “Eu posso te amar. É? Acho que sim. Você quer me amar. Quero. Têm vários tipos de amor, qual você quer?”. Baseado em um conto de Jorge Furtado, este é “Boa Sorte”. Boa Sorte Direção: Carolina Jabor Preço: R$ 39,90 -- Imagem Filmes