Por Redação

Festa começou no dia 28 de junho (sexta-feira) e se encerra no próximo domingo, 7

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Obra é o primeiro passo rumo a construção da Cidade do Trânsito. Localização facilita acesso da população às demais unidades de atendimento

Cenário global é de tensão e animosidade, com muito dessas guerras sendo, mais do que conflitos armados entre países, também conflitos de ideais

Márcio Vasconcelos, de São Simão, foi defendido na Suprema Corte pelo escritório do ex-senador Demóstenes Torres

Uma fase de gargalhadas soltas ocorreu quando ele passou a cantar, sempre num estilo à la Ney Matogrosso, clássicos do cancioneiro goiano

Fred Le Blue Assis
Especial para o Jornal Opção
Iluminado de graça com graça, um cometa bruto que sorriu e chorou, mas sempre fizera a todos só sorrir, mesmo aqueles que foram criticados por ele, mas que sabem que a arte é mais sincera que a política
Em pleno relaxamento do isolamento social em 2021, aquilombado no Bar do Turquinho, no Setor Sul, onde figuras notórias, porém buckovskianas, circulavam discretamente, surgiu a seguinte questão: Jorge Braga é ou não vilanovense?
Como a maioria da velha guarda do local era tigre, seria natural intuir que o cartunista, contumaz frequentador do local, também o fosse. Em algum momento, um dos amigos de Jorge bradou com a voz embargada com a convicção de um desembargador: “Ele já revelou”.
Em defesa heroica do contraditório, artigo de luxo por essas paragens do consenso autoritário, eu levantava a suspeita de que esses senhores poderiam estar trocando as bolas, e estar se referindo à Christie Queiroz, autor da Turma do Cabeça Oca, cujo personagem principal é um torcedor inconsequente do Vila.

Quando conheci Jorge Braga lá nesse boteco, tive até a chance de perguntar qual era seu time goiano do coração. Mas confesso que havia tantos assuntos mais interessantes da minha lista de estudioso da história política e cultural em Goiás para falar com o jornalista e artista lendário que essa dúvida futebolística foi chutada para escanteio.
Num tom de entrevista Marília Gabriela, Jorge comentou das suas idas e vindas pelo Centro-Oeste, visando contribuir na consolidação do Grupo Jaime Câmara em Brasília e Tocantins com os jornais de Brasília e do Tocantins.
Falou da mudança de paradigma tecnológico do desenho a mão livre para a caneta digital. Com mais intimidade, rememorou de como sofrida foi sua migração vindo de Patos de Minas para Goiânia, quando foi recebido pela família do seu primo Jorcelino, tendo morado de favor na casa dele, inicialmente.
Em caminhadas opostas, Jorcelino Braga (líder do PRD) passou a atuar como um grande marqueteiro e liderança política, enquanto, como de costume, Jorge fazia o serviço contrário, o de crítico de política: um assoprava depois que outro batia.
Lembro que pedia a Jorge para recomendar para alguma agência de propaganda, e ele me indicou o primo rico com a seguinte ressalva: “Mas não fala que foi o Jorge Braga que te indicou”.
Na verdade, Jorge é que foi o responsável pelo mais inusitado case de marketing político de Goiás (antes de existir este termo, é claro), quando conseguiu fazer seu trabalho de arte e de política convergir para um par de asas inimagináveis.

Falo de sua candidatura política surreal para deputado federal em 1986, mediante a “Campanha do Milhão", em que distribuía milho para os eleitores em uma carroça ao som de berrante, com a qual o candidato fez uma morosa e divertida passeata até Brasília.
Num momento de grande comoção, pude conhecer um homem transtornado pelos “ossos” do ofício do seu trabalho, pois que sabemos das dificuldades de trabalhar como cronista em Goiás, até mesmo no campo esportivo, como vimos sobre o caso de perseguição de um jornalista, como foi o do jornalista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Rádio Jornal 820 AM (atual Rádio Bandeirantes), que era conhecido como o mais polêmico e ácido do rádio.
Jorge confessou de forma inflamada e palestrante que, quando fazia uma charge com mais picardia, no outro dia costumava receber um telefonema ou um comentário nas redes sociais que visava intimidá-lo com frases do tipo: “O governador não gostou da sua charge!”.

Cansado do clima de polarização política que o colocava entre a cruz dos fanáticos religiosos e a espada dos autoritários políticos, entre a ditadura do politicamente correto ou do incorreto, sem espaços para a terceira margem do rio, dizia que queria se mudar para Balneário Camboriú, onde possuía um apartamento com vista pro mar e onde poderia trabalhar remotamente para Goiás, sem receio de voltar a não ter papas na língua.
Nesse sentido dia, lembro de que o cartunista quase caiu da cadeira literalmente, pois o compadre já estava recolhendo as cadeiras.
Apesar das (quase) baixas, o cartunista conseguia preservar a sua criança interior. E esse segredo, sim, ele revelou-me.
Todos os anos quando ia para Santa Catarina, um passeio costumava ser a sua fonte principal da juventude. Visitar o Beto Carreiro World.
Além de ser fanático pelo universo lúdico desse parque temático, Jorge foi amigo de Beto e a sua família, de quem ganhara passaporte vitalício para visitar o Parque.
Homenagens em vidas foram muitas, como a Gibiteca Jorge Braga com mais de 30 anos, situada no Centro Cultural Marieta Teles (Praça Cívica, em Goiânia), que estimula a renovação do público e da arte dos quadrinhos no Estado e o título de cidadão goianiense, conferido pela Câmara Municipal de Goiânia em 2013, por iniciativa da ex-vereadora Dra. Cristina Lopes.
Ele falou com certo orgulho também do título de cidadão pirenopolino, que recebeu após ter escandalizado a cidade com as suas fantasias extravagantes no carnaval da cidade por muitos anos seguidos, que fizeram os mascarados ficarem com medo em vez de assustar as pessoas.
Em Goiânia, viria a se fantasiar de morte no bloco Zé Ferino, durante o carnaval de 2019, brincando com a dita cuja, antes de ela brincar com ele neste mês de julho para ser removido do calendário.
Mais do que um ser humano, Jorge era um cartoon em pessoa com um sorriso pitoresco do Coringa e do Máscara, misturado com o charme freak do Super Badião, do Romãozinho e do Perebão.
Iluminado de graça com graça, um cometa bruto que sorriu e chorou, mas sempre fizera a todos só sorrir, mesmo aqueles que foram criticados por ele, mas que, na verdade, sabem que a arte é mais sincera que a política.
Por favor, não lotem a caixa de e-mail do jornal dizendo que você tem documentos fidedignos e fotos comprometedoras de que Jorge torce para o Vila, porque, no fundo, ele sempre torceu pela paz nos estádios.
Fred Le Blue Assis é doutor em Planejamento Urbano e Regional.

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José Reinaldo F. Martins Filho*
Ilustríssima senhora Promotora de Justiça, cujo nome desconheço e assim prefiro que permaneça,
Saudações de fraternidade, com votos de encontrá-la em paz de espírito.
O motivo desta breve epístola é reagir à manifestação contrária exarada por vossa senhoria ao pedido de afastamento formalizado por uma de minhas orientandas no curso de doutorado em Ciências da Religião em que atuo.
Ana, Beatriz ou Clara – e qualquer um desses nomes poderia ser o seu, para nos valermos da lógica arbitrária da ordem alfabética –, sua subordinada imediata, remeteu nos últimos dias uma solicitação à vossa senhoria com o intuito de modificar a modalidade ordinária de seu exercício profissional do regime presencial para o remoto. Levando em conta o conjunto de suas atividades e a natureza de seu trabalho, tal mudança não acarretaria quaisquer perdas ou prejuízos. Seu argumento tinha como núcleo a conquista de uma bolsa para a realização de uma experiência de internacionalização junto a uma reconhecida universidade no exterior, pelo período de apenas três meses.
Embora pessoalmente tivesse cogitado conceder a permissão necessária, a resposta emanada por vossa senhoria no processo administrativo foi de teor negativo. Uma negativa que, por si só, não me causaria espanto algum, senão por seu significado geral: o pedido foi negado porque o curso de Ciências da Religião supostamente não disporia de suficiente “utilidade pública”.
É precisamente junto ao argumento em epígrafe que aqui quero deter-me, divergindo, respeitosamente. É fato sabido o desprezo nutrido por parte significativa da sociedade brasileira, sobretudo pelos representantes de sua burguesia menos esclarecida, para com a grande área das Humanidades. Mas, o que é o útil? E, consequentemente, quanto pode ser útil para o espaço da vida pública?
Desde há muito tenho insistido na necessidade de superarmos a lógica utilitarista que domina o nosso país. Isso porque somente há utilidade no que pode deixar de sê-lo, tornando-se inútil. E, por isso, o caráter absolutamente efêmero de sustentações do tipo utilizado por vossa senhoria. Falta-nos, segundo o que me parece, alcançar o que importa: na nossa vida, justamente o que não dispõe de utilidade tem maior valor. Nossas relações, o amor de uma mãe para com seu filho, ou o inverso. A maior parte do que somos foge a essa lógica de aniquilação. Do contrário, nada mais seríamos que agentes mesquinhos em pleno movimento de nossos jogos de poder.
Mas a questão da “utilidade pública” é ainda mais preocupante. Primeiro porque pode parecer bastante presunçoso sugerir a inutilidade pública de uma área de conhecimento consolidada, pautando-se tão somente no princípio da ignorância. Revelar-se ignorante sobre um assunto deveria ter como consequência a omissão do juízo. Não o contrário, como visto no exemplo de vossa senhoria. Mas, em segundo lugar, porque o próprio ato de conhecer é profundamente relacionado com a constituição da esfera pública da vida, esse espaço de realização plena que nos determina como seres humanos, abertos ao discurso e à ação.
Ao tomar como suposta a inutilidade de uma área do conhecimento, seja ela qual for, corre-se o risco de se subverter um princípio fundamental, para o qual neste argumento recupero o raciocínio do filósofo estagirita, Aristóteles, em pleno frescor de seus vinte e cinco anos de uso. Ora, segundo sua avaliação, na hierarquia dos saberes, isto é, da sapientia, devemos partir do que há de mais efetivo e prático ao mais original e, por isso, relativo ao fundamento. Um caminho de gradativo amadurecimento.
Como avaliar a utilidade pública do direito, senão em estreito vínculo com o senso de justiça, com o princípio ético da razoabilidade, com o contexto vivencial das relações que constroem o mundo? Não basta dar utilidade a um dispositivo legal. É preciso constantemente reavaliar a sua pertinência, a sua manutenção ou exclusão no avanço dos ciclos humanos. E, para isso, há que se conhecer as causas, não somente os efeitos.
Trata-se de um princípio muito bem recepcionado por várias doutrinas jurídicas, entre as quais quero aqui recordar o brilhante Miguel Reale, em sua equação tridimensional: não há norma que se esquive dos fatos, e não há fatos sem que haja valores. Os valores, pontos de partida para a leitura dos fatos, são produtos da cultura. Possuem camadas a serem desvendadas; camadas que, embora nem sempre evidentes, determinam a realidade como ela é – ou, melhor, como ela parece ser. Para dizer de outro modo, é como se assim formulássemos: manipular o construto já consolidado pela área do direito requer apenas adestramento. Pensar o direito, não! Pensar o direito demanda um processo de maturação, insistência e recusa do imediato e óbvio para o qual há que se ter talento e desenvolvê-lo. Daí que o que se mostra menos útil na verdade mais o é. E isso deve ser considerado fundamental para uma sociedade que não pretenda restar de joelhos ante a imposições hermenêuticas de caráter restritivo e totalitário.
Infelizmente, no serviço público brasileiro (e não se trata de uma exclusividade do meio jurídico) parece não haver muito espaço para a reflexão atualmente, para o cultivo de um pensamento profundo. Permanece-se na superfície, no verniz da realidade, tomada desde os dígitos refrigerados dos processos; mantém-se toda a estrutura e seus agentes no automatismo dos atos. Em espaços assim, o espírito criativo – aquele que marcará o mundo que há de vir – não pode prosperar. Sentir-se-á sufocado.
Eis porque é premente avaliarmos as nossas escolhas, a direção para a qual nos encaminhamos como sociedade, sem medo do que parece inútil ao primeiro olhar. Os agentes públicos devem tomar a fileira da frente, não somente endossar o fluxo da turba.
Em síntese, desejo que vossa senhoria receba este contato com mãos ternas, em preito de gratidão e estima: vale muito o exercício de abrir os olhos para vermos o quão longe ainda estamos da sonhada emancipação cognitiva de nossas instituições. Acredito muito no potencial de vossa senhoria, que saberá, oportunamente e para sempre, que todo conhecimento é útil, que todas as áreas do saber são necessárias. E, quanto mais criativas, melhor!
Mui cordialement,
José Reinaldo F. Martins Filho
Doutor em Ciências da Religião e em Filosofia. Docente permanente do PPG em Ciências da Religião da PUC Goiás.

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