Por Do Leitor

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A economia e a vida em tempos de COVID-19

Carta assinada pelos professores de economia da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas FACE/UFG* – Economia e a vida

Economia e a vida Após as primeiras semanas de isolamento social (a medida concreta adotada pelos governos para diminuir a propagação do corona vírus e seus impactos por recomendação de autoridades de saúde e cientistas nacionais e internacionais) apareceu no debate público uma falsa contradição entre a economia e a vida. Pressionados por necessidades individuais e pela lógica de mercado, diversos agentes atuam para boicotar esta ação coletiva de proteção de todos, especialmente dos mais vulneráveis. Esse falso trade-off entre economia e a vida brota tanto do desconhecimento de todos os agentes sobre a função da economia em uma sociedade, quanto de seus interesses imediatos em um ambiente de pânico que os impedem de enxergar a coletividade em que estão inseridos. Dessa forma, tal contexto gerou um suposto dilema, o de que estaríamos diante de uma escolha entre salvar vidas ou salvar a economia. A verdade é que a economia existe para garantir a vida. A pandemia atual, assim como outras pandemias vividas no passado (ex. a gripe espanhola em 1918, a gripe H1N1 em 2009) e qualquer crise de ordem natural como uma seca ou um período de chuvas excessivas em determinada região, perturba o sistema econômico. Contudo, é preciso lembrar que reproduzir materialmente a vida é condição essencial de qualquer sistema econômico. As pessoas parecem não se dar conta que a maior parte dos nossos esforços produtivos e a maior parcela dos produtos que geramos não são essenciais para a nossa reprodução orgânica, ainda que sejam para a nossa reprodução social, cultural e financeira. A maior parcela dos esforços é voltada para atender necessidades que vão além do suprimento básico de garantia da vida, o que mostra que temos capacidade de sobra para superar a crise atual fazendo um ajuste temporário. Tudo depende de nossa união e organização. Todos estão preocupados legitimamente com seus próprios interesses materiais. Garantir dinheiro a empresários e famílias é a condição primordial. Os empresários precisam receber dinheiro para a sobrevivência de seus negócios e deverão dar contrapartidas. As famílias precisam receber dinheiro com urgência e sem burocracias para manter o circuito do consumo essencial. Isso resolve um lado da equação, o de evitar um desarranjo econômico que comprometa a vida. Este deve ser o papel do Estado neste momento, garantir as condições de funcionamento da economia por meio de medidas que se traduzam em sobrevivência para as famílias e para as empresas, especialmente as micro e pequenas. Para isso, precisamos ter um planejamento efetivo do Estado, envolvendo empresários, sindicatos e sociedade civil organizada, para a definição de metas e operacionalização destas medidas. Fundamental é organizar a economia para o provimento do básico para todas as pessoas: alimentação, moradia, saneamento, remédios, serviços de saúde, comunicação, educação, água e segurança. Diversas políticas econômicas podem ser adotadas para viabilizar esse módulo de sobrevivência da economia. Embora os detalhes delas possam ser discutidos, não há dúvidas de que podemos superar esse momento com a troca de ideias de modo civilizado no interesse de toda Humanidade, sem apelar para um falso trade-off, já que a economia deve estar a serviço da vida e nunca o contrário. Goiânia, 30 de março de 2020.  
*Assinam os seguintes docentes do Curso de Ciências Econômicas da FACE/UFG:

Adriana Ferreira Silva - Profª. Efetiva - Drª. em Economia (Esalq/USP)

Andrea Freire de Lucena - Profª. Efetiva - Drª. em Relações Internacionais (UnB)

Antônio Marcos de Queiroz - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (UFU)

Claudia Regina Rosal Carvalho - Profª. Efetiva - Drª em Ciências Ambientais (UFG) Cleidinaldo de Jesus Barbosa - Prof. Efetivo - Dr. em Ciências Ambientais (UFG)

Cleyzer Adrian da Cunha - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (UFV)

Débora Chaves Meireles – Profª. Efetiva – Drª. em Economia (UFJF)

Edson Roberto Vieira - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (UFU)

Everton Sotto Tibiriçá Rosa - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (UNICAMP)

Felipe Queiroz Silva – Prof. Efetivo – Dr. em Economia (UFRJ)

Flávia Rezende Campos - Profª. Efetiva - Drª. em Geografia (UFG)

Larissa Barbosa Cardoso - Profª. Efetiva - Drª em Economia (UFRGS)

Marcos Eduardo de Souza Lauro - Prof. Substituto - Ms. Economia (UFG)

Pedro Henrique Evangelista Duarte - Prof. Efetivo - Dr em Economia (Unicamp)

Sandro Eduardo Monsueto - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (Universidad Autónoma de Madrid)

Sérgio Fornazier Meyrelles Filho - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (CEDEPLAR/UFMG)

Suellen Mara de Lima Couto - Profª. Substituta - Ms. Sociologia (UFG)

Tiago Camarinha Lopes - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (UFU)

Waldemiro Alcântara da Silva Neto - Prof. Efetivo - Dr. em Economia (ESALQ/USP)

 

Recuperação extrajudicial: uma maneira de empresas enfrentarem a crise do coronavírus

Maioria das empresas não têm fluxo de caixa suficiente para bancar um período longo sem receitas, enquanto as grandes companhias do País conseguem, pelo menos, passar por três meses bancando todas as despesas do dia a dia sem faturar

O médico e os monstros

Nosso cotidiano está impregnado de confiança na pesquisa científica e no conhecimento científico. Depositamos, nesse difícil momento, nossas esperanças em pesquisadores reunidos em diversos cantos do planeta

Gentili x Marquezine: Liberdade para quem?

Afinal de contas, Danilo Gentili abusou da liberdade de expressão?

Há esperança no avanço na recuperação judicial de produtor rural

Marco Aurélio Mestre Medeiros* Especial para o Jornal Opção [caption id="attachment_225207" align="alignleft" width="277"] Marco Aurélio Mestre Medeiros | Foto: divulgação[/caption] Com o impacto gerado pela crise econômica brasileira, milhares de produtores rurais entraram em dificuldades financeiras, contraíram dívidas e agora enfrentam o risco de perder seu negócio. A Recuperação Judicial, garantida pela Lei 11.101/2005, pode ser a esperança para estes empresários em todo o país. Recentemente, após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, ficou garantido que podem ser beneficiadas pela Lei da RJ produtores rurais que tenham atuado por um tempo como pessoas físicas. Sendo assim, a inscrição na junta comercial permanece obrigatória, mas o tempo antes da inscrição na junta passa a contar e a evolução patrimonial durante esse período pode integrar a RJ. De qualquer maneira, é necessário que a empresa esteja em plena atividade há pelo menos dois anos (artigo 48). A decisão mencionada anteriormente foi favorável ao Grupo JPupin (recurso especial 1800032). Vale lembrar que são vários os meios para se comprovar a atividade empresarial. Além da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), o cadastro no Sistema Integrado de Informações Sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços, o Imposto de Renda, notas fiscais de produtor rural, comprovante de recolhimento de tributos, cópias de contratos bancários rurais e documentos contábeis são válidos no processo. Com dívidas de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, o casal José Pipin e Vera Lúcia, proprietários do negócio rural, adquiriram a maior parte do seu patrimônio ainda quando eram pessoas físicas. O Banco do Brasil, principal credor do grupo, vinha alegando que a inclusão dos débitos anteriores à inscrição na Junta Comercial ia de encontro à legislação referente à Recuperação Judicial (art. 48 da lei 11.101/05). O STJ, porém por três votos a dois, decidiu, que a condição para que o grupo entrasse em RJ é o exercício regular da atividade empresarial há pelo menos dois anos, mesmo que a inscrição na junta tenha ocorrido anos após o início do negócio. É um caso que pode abrir caminho para criação de uma jurisprudência benéfica aos produtores rurais. É um avanço e ao mesmo tempo uma ponta de esperança para milhares de empresários que se encontram em dificuldades financeiras. Em todo o país, produtores aguardavam essa decisão. E agora terão uma nova chance de continuarem com seus negócios, com a manutenção da função social da empresa e consequente preservação dos empregos de trabalhadores Brasil afora. *Marco Aurélio Mestre Medeiros é advogado especialista em Recuperação Judicial, com atuação junto ao escritório Mestre Medeiros - Advogados Associados, localizado em Cuiabá (MT) e São Paulo (SP) - [email protected]

Nenhum Estado do País tem ações públicas para viabilizar o acesso à educação a autistas

Por Amilton Filho* [caption id="attachment_172341" align="alignleft" width="209"] Foto: Divulgação/Alego[/caption]

A educação pública de qualidade é um direito reconhecido constitucionalmente. Apesar do contexto nacional em que o poder público não atende de forma ideal esse princípio, uma obrigação básica é a inclusão de todos no sistema educacional. E quando se trata das crianças e adolescentes portadoras do Transtorno do Espectro do Autismo, até agora, nenhum Estado do país tem ações públicas para viabilizar o acesso à educação por esse público.

O autismo costuma se manifestar em bebês a partir de um ano e meio a dois anos de idade, mas existem registros de casos de o transtorno ocorrer um pouco mais tarde. Há também graus da manifestação, indo desde o autismo leve até moderado e mais intenso. Em todos eles, a escola, desde que bem orientada, representa um apoio essencial à criança e aos pais. Essa estrutura contribui com a possível redução da intensidade do autismo ao longo da vida, gerando mais qualidade de vida aos portadores e familiares.

Trata-se, a meu ver, de uma grave ausência do poder estatal em uma questão que merece particular atenção. Hoje, os pais, mães e crianças portadoras desse transtorno vivem com quase total abandono por parte da educação pública, salvo honrosas exceções, muito mais por sensibilidade de diretores e professoras de algumas escolas. Instituições importantes como a Casa Joana e a Associação de Pais e Amigos dos Autistas, ambas na cidade de Anápolis, acabam sendo o único apoio possível a esses pais.

Foi por isso que apresentamos projeto de Lei que institui uma política estadual de proteção aos direitos dos portadores de autismos, que deverá ser votado pelo plenário da Casa em breve. A escola deve estar devidamente preparada para receber crianças com autismo e, principalmente, apoiá-las com propriedade, de maneira correta e de acordo com a Constituição do nosso país.

*Deputado estadual de Goiás, pelo Solidariedade

Livro “O Tronco”, de Abílio Wolney Neto, é intensamente debatido em reunião de escritores, em Goiânia

A palestra foi proferida pelo escritor e magistrado Abílio Wolney Aires Neto, autor de vários livros sobre fatos históricos e neto do político Abílio Aires Wolney [caption id="attachment_213657" align="alignnone" width="620"] Escritor e juiz Abílio Wolney (centro) | Foto: Divulgação[/caption] Os trágicos acontecimentos de janeiro de 1916, de Dianópolis (TO), então São José do Duro, foram tema de palestra seguida de debates ontem, no auditório da UBE-Goiás. A palestra foi proferida pelo escritor e magistrado Abílio Wolney Aires Neto, autor de vários livros sobre aqueles fatos históricos, é neto do político Abílio Aires Wolney, que teve atuação destacada na política de então, em Goiás e na Bahia. Abílio Wolney era aliado ao Bulhonismo, a oligarquia liderada por Leopoldo de Bulhões. Foi deputado estadual, presidente do Congresso estadual (O Poder Legislativo continha, além da Assembléia, o Senado), teve o nome cogitado para a presidência do Estado de Goiás em 1909, justo no momento Lepoldo de Bulhões perdeu sua força política em vista da ascensão de Antônio Ramos Caiado, o Totó Caiado, ao domínio da política em Goiás. Tais fatos culminaram, em 16 de janeiro de 1909, com uma chacina praticada por forças policiais de Goiás, no centro do então lugarejo de pouco mais de 30 casas, resultando na execução sumária de 9 pessoas de uma mesma família, a de Abílio Wolney, cujo pai já havia sido executado sob o comando de um juiz de direito que virou desembargador. Aqueles fatos serviram de subsídio ao escritor Bernardo Elis, autor de "O Tronco ",  laureado romance que combina ficção com fatos reais. Dois debatedores, o escritor Bariani Ortêncio e o jornalista Valterli Guedes, discorreram sobre o livro de Bernardo e os trágicos  acontecimentos políticos de então. O jornalista Valterli Guedes, que é presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI), anunciou durante sua fala que nos próximos dias será inaugura no Anexo 1 da AGI, na sala 15 do edifício Palácio do Comércio, avenida Anhanguera-Centro de Goiânia, a Estante "Jornalista Abílio Wolney Aires",  em homenagem ao destacado político e Jornalista que combateu, sem medir sacrifícios, os detentores do poder de então.  Abílio Wolney foi, além de jornalista e fazendeiro, advogado provisionado e prefeito das cidades de Barreiras, na Bahia, e de Dianópolis . Chegou a eleger-se deputado federal por Goiás e pela Bahia. A estante da AGI em sua homenagem está sendo organizada por Abílio Wolney Aires Neto, associado da AGI, magistrado estadual em Goiânia e autor de mais de 15 livros. O evento na UBE, presidido pelo escritor Aldemir Luiz da Silva, contou com numerosa assistência, aí incluída a participação do prefeito de Dianópolis, padre Gleibson, que aproveitou para convidar os presentes a que visitem a região de Dianópolis, no Leste do Tocantins que, com seus mananciais, cachoeiras, paisagens deslumbrantes e povo acolhedor, é das regiões brasileiras com extraordinário potencial turístico. Participaram do evento, também, o escritor Aidenor Aires, atual presidente da Academia Goianiense de Letras e ex-presidente da UBE-Goiás, jornalista e escritor Jales Naves, escritora Anunciata Spenciere, professora Maria Adenilia Machado Santana, escritor Eurico Barbosa, cineasta Antônio Eustáquio (Taquinho), entre várias outras personalidades. *Abílio Wolney Aires Neto é escritor e magistrado em Goiás

Future-se ou Permaneça no Passado

[caption id="attachment_212301" align="alignleft" width="183"] Foto: Arquivo Pessoal[/caption] Por Marco Aurélio Silva Esteves* Nas universidades brasileiras, públicas ou privadas, é comum ouvir o relato de professores e alunos que fizeram intercâmbio no exterior. Geralmente essas pessoas voltam encantadas pelo nível de desenvolvimento tecnológico, os laboratórios imponentes e, principalmente, a qualidade do ensino praticado. Há algumas características comuns às melhores universidades da atualidade: financiamento público e privado ocorrendo simultaneamente, níveis elevados de liberdade para os estudantes no processo de formação e a efetivação de uma política de internacionalização. Também é notável que o pragmatismo é utilizado como critério na tomada de decisão dos gestores, priorizando o desenvolvimento acadêmico ante questões ideológicas. Voltando para o Brasil, que tal se implantarmos aqui um modelo de gestão similar ao que tanto elogiamos? Essa é justamente a proposta que o MEC fez para nossas universidades com o Future-se, inspirado no programa Horizon 2020 da União Europeia. O programa garante a manutenção do investimento público na educação e, entre outras coisas, a captação de recursos privados, o que poderá resultar na ampliação do financiamento de pesquisas, na construção e manutenção predial, no apoio aos estudantes e baixa renda e, por fim, no almejado desenvolvimento tecnológico. Apesar de ainda estar em fase de discussão pública, ou seja, sujeito a qualquer tipo de modificações, surpreendentemente alguns reitores já se manifestaram rejeitando a adesão ao programa, que é voluntária. Também já foi iniciada a patrulha ideológica dos sindicatos, que beira a doutrinação, para garantir a manipulação da avaliação de alunos, professores e servidores sobre o programa. Os muros simbólicos do ensino brasileiro privam os alunos da liberdade de pensamento. Os três eixos do Future-se são: governança e empreendedorismo, pesquisa e inovação e internacionalização. Justamente aquilo que falta nas instituições que recebem vultosos recursos públicos e entregam resultados que garantem a insignificância brasileira nos rankings internacionais de avaliação do ensino, pesquisa e extensão. Qual legado universitário deixaremos para nossas próximas gerações? A inteligência sindical já fez a escolha, optando por um modelo ultrapassado que provocou a precarização estrutural e a utilização de verbas oriundas dos contribuintes para o financiamento do ensino das camadas mais ricas da sociedade. Resta saber se a população irá se manifestar para concluirmos nossa escolha. Eu acredito que o momento é propício para inverter o vetor de comércio internacional e deixarmos de exportar matéria-prima para importar tecnologias de custo elevado para sermos protagonistas internacionais da inovação tecnológica. Nossa escolha determinará se estaremos conectados ao futuro ou presos no passado. *Mestre em Psicologia Aplicada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Coordenador de Apoio ao Estudante da Faculdade Serra da Mesa (FaSeM)  

Justiça para pobres x Justiça para ricos

  [caption id="attachment_211949" align="alignnone" width="620"] Papiloscopistas atuam na coleta e identificação de materiais nas cenas de crimes | Foto: Reprodução[/caption] Na terça-feira (24), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) no caso dos R$ 51 milhões apreendidos num apartamento em Salvador (BA) em 2017. Outro caso importante, desta vez no Distrito Federal (DF), começou a ser julgado na segunda-feira (23): O julgamento de Adriana Villela, acusada de ser a mandante do assassinato dos pais dela e da funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva. Segundo o que está nos autos, eles foram mortos a facadas (73 no total), em agosto de 2009, no chamado crime da 113 Sul. Mas o que eles têm em comum? Ambos os casos somam-se a outros no Brasil que vem recebendo questionamentos por estarem solidamente baseados em laudos emitidos por papiloscopistas da Polícia Federal e da Polícia Civil do DF, respectivamente. E o que eu, cidadão comum, tenho a ver com isso? Você poderia nos perguntar. Mais do que você imagina. Acontece que por causa de uma corruptela numa lei inconstitucional e classista, a de Nº 12.030/2009, alvo da ADI 4354, foi gerada grave insegurança jurídica, pois não fez menção expressa aos peritos em papiloscopia, como peritos oficiais de natureza criminal. Apesar da AGU e da Presidência na ADI 4354 defenderem que os papiloscopistas estão incluídos na expressão “peritos criminais”, o que é correto, tem ocorrido algumas decisões judiciais excluindo-os e invalidando os laudos. Como no caso da 113 Sul, o ministro Roberto Barroso acatou o pedido da defesa e mandou informar aos jurados que o laudo papiloscópico não foi feito por peritos oficiais e a grande força do caso reside no laudo, abre-se uma brecha legal perigosa. E o que é pior: tanto nesse caso como no do Geddel peritos criminais da ativa foram contratados para questionar o laudo dos colegas e, como não conseguiram atacar a ciência, finalizam seus pareceres usando a citada lei. E o cidadão fica no meio desse tiroteio. Há outros casos em que peritos criminais atuam contra os colegas peritos em papiloscopia e até mesmo, quando contratados por particulares, atacam laudos de outros peritos criminais. A recente decisão do STF, entretanto, abre o primeiro precedente naquela corte que pode ter graves repercussões em outros casos já julgados ou em julgamento. O curioso é que os Laudos papiloscópicos servem pra prender os pobres e não servem para colocar na cadeia os ricos ou políticos. Imagine a enxurrada de ações de indenizações, dos que foram ou estão condenados por força desses laudos que identificam autores de crimes por meio de fragmentos. Só no DF, o Instituto de Identificação identifica e elabora cerca de 15 mil Laudos de autoria de crimes. Agora por uma negligência ou séria omissão das autoridades, milhares de presos vão para a rua? Em fevereiro de 2019, o STF iniciou o julgamento da ADI 5182, que também trata do tema, e o voto do relator Luiz Fux declara que os papiloscopistas estão incluídos no conceito de perito oficial. Entretanto, o julgamento está suspenso por pedido de vistas do Ministro Alexandre de Moraes. O STF precisa restaurar a segurança jurídica, e concluir o julgamento da ADI 5182 e 4354, impetrada há dez anos, evitando que outros laudos sejam questionados, gerando a libertação de criminosos, vultosas indenizações contra o Estado, além de problemas com heranças e benefícios previdenciários para familiares dos mortos identificados por laudos necropapiloscópicos. *Por Alceu Prestes de Mattos, presidente da ASBRAPP- Associação Brasiliense de Peritos Papiloscopistas e, Paulo Ayran Bezerra, presidente da ABRAPOL – Associação Brasileira dos Papiloscopistas Policiais Federais.

15 anos é uma vida

Restaurante Kabanas do Setor Bueno encerra as atividades nesta quarta-feira, 18, e segue história no polo gastronômico do Flamboyant

O professor e o poder da influência

Por Rodolfo Souza

"O conhecimento serve para encantar pessoas, não para humilhá-las". Esta frase de Mario Sergio Cortella me toca sensivelmente, por isso decidi compartilhar o sentimento que ela me provoca e visão que tenho do meu papel como professor.

O que é dito pelo professor, muitas vezes, é interpretado como lei pelos alunos, por isso como educador, acredito que temos a missão de desenvolver a consciência crítica do aluno e não simplesmente impor nossas opiniões e crenças.

Tenho convicções, pontos de vistas e filosofia de vida. E isto, naturalmente, já se reflete no meu modo de ser, agir e conduzir uma aula. Não deixo de apresentar aquilo que penso, mas sempre exponho as diversas posições existentes, deixando que meus alunos escolham o caminho a seguir.

Geralmente a influência que o professor exerce na vida do aluno é tão natural que ambos nem percebem, mas nem sempre as influências são positivas. Por isso, todo cuidado é pouco e qualquer expressão mal utilizada em sala de aula pode ter consequências negativas.

Hoje, infelizmente são comuns relatos de professores que usam palavras de baixo calão para ofender aqueles que deveria orientar, chamam para porrada aqueles que não concordam com suas ideias, por está razão não é de se estranhar que haja pessoas acabem reproduzindo este comportamento, inclusive nas redes sociais, onde muitas vezes valem-se do anonimato.

Tenho total consciência que algumas pessoas podem não concordar com minha reflexão, mas os muitos anos em sala de aula me fizeram ter consciência de que os alunos observam seus mestres o tempo todo e que nós professores somos exemplos para eles.

Portanto, se você for professor e quer que seus alunos sejam pessoas gentis, tente ser a personificação da gentileza. Se deseja que tratem os outros com respeito, trate todas as pessoas dessa maneira. Se pretende que seus alunos sejam responsáveis e deem valor aos estudos, seja dedicado e interessado.

Acima de tudo, faça o seu melhor.

O Agro é Tech, o Agro é Pop o Agro é tudo

Por Denis Scris Paiva O Agronegócio está presente em todas as camadas da produção e do consumo de produtos. Da roupa que vestimos à comida que ingerimos o agro é parte viva, fornecendo principalmente, insumos e commodities para a produção de bens e manutenção de pecuárias. As qualidades climáticas do Brasil somadas ao alto e progressivo investimento dos produtores rurais resultaram no status de “fronteira agrícola do mundo” ou “o celeiro do mundo”, sendo um dos cinco maiores em produção de grãos e com projeção de ultrapassar os Estados Unidos em Breve. Uma verdadeira potência, capaz de gerar 20% dos empregos do Brasil, correspondente à 19 milhões de empregos diretamente ligados ao Agro. Apesar de os serviços do setor terciário, como restaurantes e afins, não entrarem na conta de empregos diretamente ligados ao Agro, o que seria da churrascaria sem seus filés mignon, ou, para os vegetarianos, sua dieta sem os grãos de bico e a soja produzidos em propriedades rurais? A estimativa é que cerca de 21% do nosso PIB em 2014, cerca de 5,52 trilhões, seja oriundo das atividades agroindustriais e agropecuárias. Mesmo durante a crise que o país atravessa atualmente os números crescem anualmente. Dos 851 milhões de hectares de extensão territorial do Brasil, cerca de 329,9 milhões estão ocupados por propriedades rurais, em resumo, somos um “fazendão” dependentes da produção agrícola e pecuária. Por outro lado, há um custo ambiental para esse crescimento. Somos o país com maior diversidade de Fauna e Flora do mundo, em nosso território se encontra quase a totalidade da maior floresta tropical do mundo, detentora de uma biodiversidade ímpar (Floresta Amazônica). A potência pluvial do país também é a maior do planeta, tanto sobre o solo quanto sob o solo, somos agraciados com o maior rio o maior aquífero do mundo (Rio Amazonas e Aquífero Guarani respectivamente). Toda essa riqueza natural sofre impactos diários com o crescimento de lavouras e pastagens, fato gerador do antagonismo ambientalistas X ruralistas que resulta em diversos desdobramentos econômicos e, principalmente políticos. Há quem acredite, erroneamente, que a saída é unificar os ministérios da agricultura e meio ambiente no Brasil, apesar de ser a contramão da tendência mundial. Uma análise fria e aquém de posicionamentos políticos e ideológicos é a saída viável para a problemática. O mundo precisa ser alimentado, mas precisamos conservar os ecossistemas que nos cercam, até mesmo por questão de manutenção da vida no planeta. Por mais pessimista que o cenário de antagonismo maniqueísta seja, um fator age em prol do equilíbrio, a tecnologia no campo. A Tecnologia está tornando áreas rurais cada vez mais produtivas, se em 1990 o produtor rural goiano colhia em média 35 sacas por hectare de soja, hoje, na mesma área esse produtor colhe 65 sacas, isso significa menos desmatamento e mais produtividade e bom uso do solo. Esses dados fantásticos só são possíveis graças à tecnologia em diversas áreas, entre elas os maquinários a irrigação e fertilizantes. A preocupação ambiental é um dos motivos do aceleramento tecnológico no campo somada a maior produtividade. Há esperança para as futuras gerações através do aprimoramento tecnológico e da consciência produtiva dos produtores rurais, o Brasil, apesar de todos os ônus sociais e políticos segue sendo a fronteira agrícola do mundo e alimentando o planeta.

Tomates podres

Um dia o povo foi iludido e permitiu que este tomate podre permanecesse na prateleira junto com os demais e se passaram 14 anos

Renovação com experiência

Ricardo Correia [caption id="attachment_117615" align="alignright" width="300"] Foto: divulgação[/caption] O Brasil acordou. E Goiás não ficou de fora. Desde a mobilização nacional de 2013, com os seus “Fora Dilma”, depois convertido em “Fora Todos”, externando mentes e corações cansados de desmandos, corrupção, desordem administrativa e legal, impunidade, iniquidade; desde lá, a sociedade clama nas ruas, via internet ou mídias sociais, ainda bem que de forma pacífica em sua grande maioria, por mudanças radicais na maneira segunda a qual os eleitores deveriam escolher, ou melhor, selecionar seus mandatários. Procura-se deveria ser o slogan do povo. Procura-se um novo político, qualquer que seja o cargo. Aliás, dentro da aventura de buscar novos políticos é que tivemos eleitos Enéas, Tiririca, Agnaldo Timóteo e, até, o Rinoceronte Cacareco, que foi uma rinoceronte fêmea do Zoológico do Rio de Janeiro emprestada ao Zoológico de São Paulo, que nas eleições municipais de outubro de 1959 da cidade de São Paulo recebeu cerca de 100 mil votos. À época, a eleição era realizada com cédulas de papel e os eleitores escreviam o nome de seu candidato. Anedotas à parte, fato é que o Brasil e Goiás buscam hoje, especialmente em 2018, novos nomes para seus cargos eletivos, principalmente para os majoritários, Presidente e governadores, embora o desejo de renovação seja amplo e irrestrito. Dessa forma, citam-se nomes de jovens e velhos, de artistas e empresários, de celebridades e anônimos endinheirados. Como se, num passe de mágica, caso um desses fosse eleito, a panaceia estaria adotada. A simplificação da solução pode ser pior que a situação que se pretende evitar. Não que ela não deva ser evitada, muito pelo contrário, deve-se arduamente buscar a mudança que os anseios reivindicam. Nesse quadro de desejo de renovação, a pergunta que deveria estar posta seria assim: como renovar? É óbvio que em tese as possibilidades são inúmeras, mas, de fato, na prática são limitadas. Pelo ponto de vista de chances eleitorais, pois são necessários ingredientes imprescindíveis, tais como: ser conhecido do público, ter ficha limpa, ter meios e recursos, inclusive intelectuais, para a disputa, ter saúde e disposição, ter capacidade de aglutinação de forças, etc., dentre outras. Em Goiás, desponta um triângulo de possibilidades limitadas com vistas ao governo do Estado. Até o momento, apresenta-se um pré-candidato mais jovem, talvez muito jovem; um ainda jovem, mas com experiência; e um mais experimentado pela vida. Num cenário como esse, qual a interseção das opções disponíveis com as demandas da sociedade? Isto é, qual o candidato que pode melhor oferecer a renovação, sem deixar de lado a bagagem necessária para conduzir todo um Estado, com a grandeza e o potencial do Estado de Goiás? Somos compelidos a concluir que a solução recai sobre aquele que detém o dinamismo, a força da juventude e que traduz o anseio da renovação, pelo fato de não ter exercido cargos públicos longamente, porém, também conta com experiência de ter exercido, ainda que por breves mas repetidos períodos, a função executiva maior do Estado. Na maioria das vezes uma longa experiência de vida é inimiga da renovação, da mesma forma que uma vida muito tenra carece de perspectivas adequadas sobre um cenário mais amplo e de alta responsabilidade social. Trata-se, esse artigo, de reconhecer a propriedade da indicação, feita pelo governador Marconi Perillo, do vice-governador Zé Eliton para concorrer ao governo de Goiás nas eleições de outubro próximo. Que os leitores e os eleitores possam avaliar as opções, mensurar suas conveniências e decidir sobre os seus e os nossos futuros! Ricardo Correia, engenheiro civil, empresário, ex-Presidente da Ademi-GO, ex-diretor do Sinduscon-GO e ex-vice-presidente da CELG

2018, o início da liberdade para o povo brasileiro

[caption id="attachment_116476" align="aligncenter" width="620"] João Amoedo, do Partido Novo | Foto: reprodução[/caption] Marco Aurélio Lemes Fico a imaginar o país ideal; um país em que todos tenham acesso a educação, uma boa assistência à saúde e que de fato possa existir a segurança de ir e vir. Imagino se as pessoas anseiam por isso também. Estranho, mas digo isso por que não vejo a indignação das pessoas nas conversas de ruas, praças, shoppings. O processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) acordou apenas uma parte da população; a maioria ainda está adormecida. Esta constatação deixa-me bastante preocupado com o processo eleitoral de 2018. O reflexo desta apatia no voto pode dar continuidade na antiga política, elegendo as mesmas figuras, propagando os mesmos problemas. Nossa luta agora deve ser pela renovação política, mas como com os mesmos nomes de outrora na disputa? Os poucos novos rostos  terão chance nesse pleito? Muito se fala no ministro Henrique Meirelles, que pertence ao PSD, mas já compôs governos do PT e agora com o MDB (até há pouco PMDB). A seu favor conta o conhecimento econômico e os resultados positivos que teve no governo petista e agora no governo Temer. Vejo uma paixão por parte das pessoas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (a caminho do PSL), em quem enxergo grande extremismo. Não seria justamente uma parcela da população cansada do mesmo discurso, da mesma política hipócrita? Desta forma, os EUA elegeram Trump. Alguns ainda acham que Lula concorrerá. Teremos a petulância de um condenado da Justiça que mesmo à beira da prisão, acreditar ser a melhor opção para administrar nosso país? Ainda temos, Ciro, Marina, Alckmim; todos esses, profissionais da política. Neste cenário, o que nos resta? Resta muita gente disposta a mudar esse país para melhor. Há um candidato, João Amoedo, representante  do Partido Novo, que debate ideias e não pessoas. Ao meu ver, precisamos disso;  discutir idéias, com menos personalismo, onde o individuo possa ser o agente de mudança, para que ele possa acreditar e alcançar seus objetivos,  protagonista de sua própria história. O Estado não atrapalharia com sua máquina gigante e devoradora de recursos dos pagadores de impostos. Sim, nosso país precisa de um governante que tenha a coragem de reduzir o Estado, de fazer com que tenhamos competitividade no país, que possamos ter melhores serviços, que seja fomentado o empreendedorismo, que enfrente o corporativismo de frente. Governante que conduza o liberalismo, combate a corrupção, com uma política mais igualitária, justa e sem privilégios; e que defina prioridades como  saúde, segurança pública e educação. A educação é um ponto de maior importância; é ela que trará nossa liberdade. “Conhecimento é libertador“. Um jargão, mas verdadeiro, como a maioria dos jargões. Conhecimento nos transforma;  nos torna pessoas capazes de realizar mudanças e nos deixa independente em nossas decisões. A renovação política em 2018, portanto, é nossa porta de entrada.  Mas, o que de fato significa renovar? Segundo o dicionário Aurélio, renovar é “tornar novo, modificar, introduzir novos elementos”.  Novos elementos que estão dando a cara à bater com coragem para buscar novas perspectivas para todos nós. Caso isso aconteça, poderemos assistir ao inicio de uma grande mudança no presente, mas com olhos para um futuro promissor e simplesmente incrível.  Afinal, somos uma nação de pessoas que nunca desistiram de superar as dificuldades que foram impostas a elas. Acredite, daremos um grande passo rumo ao país ideal. Marco Aurélio Lemes, gerente bancário e integrante do Partido Novo