Por Euler de França Belém
Informação precisa aos repórteres: a petista Marina Sant’Anna não vai assumir a vaga de Thiago Peixoto, do PSD, na Câmara dos Deputados.
Porque Thiago Peixoto não licenciou-se da Câmara dos Deputados. Ele vai licenciar-se apenas ao assumir o segundo mandato — aí quem assumirá seu lugar será o primeiro suplente Sandes Júnior, do PP.
Detalhe: embora indicado para a Secretaria de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto ainda não foi nomeado.
As informações foram repassadas ao Jornal Opção pelo deputado federal.
O “Correio Braziliense” informa que a CTIS Digital, que atua no mercado de varejo de tecnologia em Brasília, agora pertence à empresa goiana Primetek, que tem lojas na Avenida 136 e em shoppings de Goiânia (são 22 pontos). “O novo controlador assume as operações a partir de fevereiro, quando todas as lojas passarão a adotar a identidade visual Primetek.”
A CTIS está no mercado há 30 anos, “tendo sido por 12 anos seguidos a marca mais lembrada pelo consumidor brasiliense no segmento”, registra o “Correio”.
A Primetek está há 15 anos no mercado e é apontada como uma empresa, além de vencedora, arrojada. A empresa conta com 300 trabalhadores — mais do que algumas fábricas de porte médio.
A Primetek está entrando num dos principais mercados para produtos digitais do Centro-Oeste.
Em crise, porque perdeu suas principais estrelas, a empresa dirigida por Dana White trata seu maior lutador de maneira condescendente
O jornalista Bruno Rocha Lima (foto acima), editor de "O Popular", foi convidado para o cargo de assessor de Imprensa da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). Ele está estudando a proposta. O salário é quase o dobro do que recebe como editor do jornal.
Apontado como uma das revelações do "Pop", tanto pela qualidade profissional -- é repórter afiado -- quanto pela habilidade diplomática, Bruno Rocha Lima ascendeu rapidamente na hierarquia do jornal, o que desagradou profissionais mais experimentados.
Numa redação na qual uma editora avalia que o "grito" pode substituir o talento, a ponderação e a educação, Bruno Rocha é um editor moderado e respeitado pelos colegas.
O jornal está promovendo uma onda de demissões. Há pelo menos mais três jornalistas que devem ser afastados. Bruno Rocha não está na lista.

[caption id="attachment_25176" align="alignright" width="200"] O biógrafo exemplar de Luís Carlos Prestes vai apresentar texto nuançado sobre o senador goiano Totó Caiado[/caption]
O brilhante historiador austríaco Raul Hilberg, autor de “A Destruição dos Judeus Europeus” — que deve ser publicado em português este ano, pela Amarilys — estranhou, na sua chegada aos Estados Unidos, o excesso contencioso jurídico dos americanos. No Brasil não é diferente. O Jornal Opção (a coluna Imprensa), recentemente, contribuiu para evitar mais um processo. Na biografia “Luís Carlos Prestes — Um Revolucionário Entre Dois Mundos” (Companhia das Letras, 576 páginas), o historiador Daniel Aarão Reis, doutor em história e professor da Universidade Federal Fluminense, baseado num documento de Bertoldo Klinger, apresenta o falecido senador Totó Caiado como “ladrão” e “pilhador”.
O Jornal Opção apontou o problema, a falta de nuance histórica, e Daniel Aarão, admitindo que o jornal havia sido ponderado, decidiu conversar com os advogados do senador eleito Ronaldo Caiado. No lugar de uma ação judicial, que seria danosa para uma obra magnífica, o historiador e o deputado chegaram a um acordo. A próxima edição do livro vai contemplar uma versão nuançada. Afinal, não há prova cabal de que Totó Caiado tenha sido “ladravaz”.
1 — Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi 2 — Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós 3 — Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira 4 — Batguano, de Tavinho Teixeira 5 — A Vizinhança do Tigre, de Affonso Uchoa

[caption id="attachment_25172" align="alignleft" width="198"] O Irmão Alemão, ótimo romance, é uma prova de que a vida real pode se tornar grande literatura[/caption]
Discordando, rapidamente, de críticos categorizados, como Alcir Pécora: o romance “O Irmão Alemão” (Companhia das Letras, 239 páginas), de Chico Buarque, além de muito bem escrito, conta uma história interessantíssima.
Fico cá com a impressão de que não se trata mesmo de livro para agradar crítico, porque é menos dado a invencionices literárias. É livro para agradar o leitor que se interessa por uma grande história que, baseada numa vida real, a do irmão alemão do brasileiro, Sérgio Günther, é contada como se fosse imaginária. As grandes histórias reais, narradas pela mente de um prosador como Chico Buarque, se tornam ficções de primeira linha.
Chico Buarque escreveu um belo livro, grande para o leitor, mas um romance que será apontado como pequeno pelos críticos. Não deixa de ser curioso que os críticos, os de jornais, se copiam. O que um diz o outro repete, como se fossem maritacas.
O presidente Barack Obama decepciona a esquerda internacional. É a velha história da paixão desencontrada. Quando se conhece uma pessoa, de quem se está afim, fantasia-se uma imagem, próxima da perfeição, e aí, quando ela aparece como é, e não como pensávamos que fosse, ficamos decepcionados. A esquerda fantasiou Obama, fazendo dele o que queria que fosse, um socialista, ainda que moderado, quando o presidente norte-americano governa um império, o Império — é um misto de Júlio César e Cleopatra dos tempos contemporâneos —, inteiramente capitalista. O presidente dos Estados Unidos é o gerente de uma economia extremamente agressiva, que, para se reproduzir e beneficiar o público interno, altamente consumista, precisa de enfrentamentos frequentes. Podem ser guerras meramente comerciais ou guerras bélicas mesmo. A função de Obama, portanto, não é fazer charme e posar de esquerdista para plateias revolucionárias. Seu papel básico é manter os Estados Unidos como potência dominante, mas claro que, como o indivíduo tem importância histórica, movendo o mundo, ainda que às vezes lentamente, Obama tende a melhorar as condições de vida dos pobres americanos.
O título do livro é perfeito: “Cartas Extraordinárias — A Correspondência Inesquecível de Pessoas Notáveis” (o preço, R$ 99,90, é salgado; 368 páginas), de vários autores, com tradução de Hildegard Feist e organização de Shaun Usher. São 125 cartas. Há cartas de Virginia Woolf (o bilhete suicida), Elizabeth II, Fidel Castro, Gandhi (pedindo calma a Hitler), Iggy Pop, Leonardo da Vinci, Zelda Fitzgerald, Dostoiévski, Amelia Earhart, Charles Darwin, Albert Einstein, Elvis Presley, Dorothy Parker, John F. Kennedy, Charles Dickens, Katharine Hepburn, Mick Jagger, Steve Martin, Emily Dickinson, entre outros.
O que esperar de 2015? Quem acredita em economistas, videntes com diploma, não faz investimentos, exceto se o mar estiver para peixe. A se aceitar o que dizem, em artigos e entrevistas, deveríamos dizer assim aos amigos: “Adeus 2015 e feliz 2016”. Porém, como acredito mais nos videntes sem diploma, mesmo não sendo adepto do sistema panglossiano de ver o mundo, aposto que 2015 não será tão ruim. Portanto, continuo dizendo: “Feliz 2015”. Agora deram para dizer, tanto economistas quanto empresários (que, na verdade, não acreditam um milímetro no que dizem os economistas e, por isso, preferem, nos seus negócios, gerentes especializados em Administração, e não em Economia), que 2015 pode ser uma oportunidade só para grandes negócios. Não é assim que a economia real funciona. A integração econômica é tão intensa que, se a economia for positiva para os grandes, os médios e pequenos tendem a se beneficiar.
Há mais de uma década que li (e continuo lendo) a biografia de Dostoiévski escrita pelo americano Joseph Frank. O trabalho monumental saiu pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) em vários volumes. Vale a pena ler e estudar “Dostoiévski — Os Anos de Provação/1850-1859”, “Dostoiévski — Os Efeitos da Libertação/1860-1865” e “Dostoiévski — O Manto do Profeta/1871-1881”. Com sorte, é possível encontrar um ou outro exemplar nas livrarias. Mais provável é achá-los nos sebos físicos ou virtuais. Por se tratar de uma obra-prima, de um trabalho exaustivo, leitores-admiradores do autor de “Crime e Castigo” e “Os Irmãos Karamázov” (publicados no Brasil pela Editora 34, com tradução rigorosa de Paulo Bezerra) raramente vendem seus exemplares e, por isso, há poucos volumes à venda no Estante Virtual ou no Livronauta.
O livro de Joseph Frank é citado porque li uma nota, com o título de “Crime e Castigo”, na coluna do ótimo Ancelmo Gois, que transcrevo integralmente: “A Companhia das Letras comprou os direitos da mais importante biografia de Dostoievski [“O Globo” não usa acento, contrariando tradutores categorizados como Paulo Bezerra, Boris Schnaiderman e Aurora Fornoni Bernardini] já escrita. O autor é o americano Joseph Frank. O livro, uma espécie de referência mundial no gênero, sai aqui em 2016”.
Mais não disse o bem informado Gois, a quem leio com prazer. Se a notícia for verdadeira, e deve ser, a Companhia das Letras não estará publicando a obra pela primeira vez no Brasil. Trata-se de um relançamento, possivelmente com nova tradução. E, claro, é uma ótima notícia.
1 — “Sábado”, romance de Ian McEwan. 2 — “Alegria”, de Georges Bernanos, é hors-concours. Uma releitura (havia lido em francês). 3 — “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg. 4 — “ Matéria da Alma”, de Sonia Maria dos Santos. Grande revelação como poetisa. Livro acima da média. 5 —“A Era de T. S. Eliot — A Imaginação Moral do Século XX”, de Russell Kirk. Crême de la crême.
O quadro “Em Defesa do Consumidor”, apresentado pelo deputado federal e radialista Sandes Júnior, tem sido um dos sucessos do programa “Chumbo Grosso”, da TV Goiânia. O que se vê no vídeo é um Sandes Júnior bem à vontade, dominando o meio tevê quase tão bem quanto domina o rádio. O programa, no qual o quadro está inserido, vai ao ar de segunda a sexta-feira, de 12h30 às 14h15. “Estou há duas semanas no ar e a repercussão é impressionante”, afirma o líder do PP. O quadro de defesa do consumidor também é apresentado — há 15 anos — na Rádio Serra Dourada/99,5 FM. “A rádio, por sinal, é líder em audiência”, afirma Sandes Júnior.
Mesmo com o Google à mão, percebo que a ignorância continua sendo a maior multinacional do mundo. Às vezes escrevo os nomes de Bernard Shaw, de Isaiah Berlin (um grande filósofo) e de John Gray (o filósofo vivo que leio com mais prazer, dada sua desconfiança nas certezas do iluminismo) em artigos e notas, e algumas pessoas perguntam: “Quem são?” Desconfio que a maioria só sabe mesmo, de cor e salteado, nomes de atores de cinema e televisão. Aliás, mesmo pessoas civilizadas, até professores universitários, não citam mais livros para sustentar seus argumentos; citam filmes. O Google, deus da internet, deveria servir, e não raro serve, aos que não têm preguiça, para consultas básicas. Eu, mesmo tendo uma memória de elefante, consulto o sistema de busca com frequência. Há informações desencontradas, mas quase sempre minhas consultas são produtivas.
Um leitor diz que o nome do presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa, sai de três formas no “Pop”. De fato. O jornal escreve “Hélio de Sousa”, “Helio de Sousa” e “Helio de Souza”. Falta padrão editorial ao jornal. Fica-se com a impressão de que os repórteres escrevem como querem, sem o mínimo de padronização.