Por Euler de França Belém
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), definiu três projetos. Primeiro, eleger seu sucessor, possivelmente o secretário de Governo, o economista Euler Morais.
Segundo, bancar seu filho, Daniel Vilela (PMDB), para o governo do Estado (ou o Senado) em 2018.
Terceiro, se o projeto de Daniel Vilela não consolidar-se, Maguito Vilela tende a disputar o Senado.
Tese de um auxiliar do governador Marconi Perillo: o Detran vai continuar sendo responsável pelas principais más notícias de sua gestão. O ex-prefeito de Inhumas Abelardo Vaz (PP) é cotado para assumir o comando do Detran. No momento, é seu diretor de Operações. Abelardo Vaz, embora seja diplomático, é capaz de jogar duro e, sobretudo, tem experiência com gestão pública e de pessoal. O nome de Horácio Santos volta e meia é citado, na boca dos mais íntimos do governador Marconi Perillo, como alternativa técnica para dirigir o Detran.
A campanha para prefeito de Rio Verde em 2016 deverá ser uma das mais profissionais da história do município. Por enquanto, o favorito é Heuler Cruvinel, do PSD, mas Paulo do Vale, do PMDB, é um postulante consistente. Assim, vai ganhar aquele que, na campanha, demonstrar mais profissionalismo e convencer os eleitores de que é possível retirar Rio Verde do atual marasmo. A modorra não é da economia, que permanece pujante, e sim da prefeitura sob o comando de Juraci Martins. Político decente, o líder do PSD fez uma gestão acima da média, entre 2009 e 2012. Porém, no segundo mandato, o prefeito comporta-se como político aposentado, absenteísta. Por ser jovem e mais arrojado, é possível que Heuler Cruvinel seja visto como um elemento da renovação, e não como continuidade de Juraci Martins. Porém, se fizer um marketing bem feito, Paulo do Vale poderá descontruir o discurso do candidato do PSD, apresentando-o como continuidade do arcaico. Mas os eleitores estão atentos mesmo é ao discurso de Paulo do Vale. Eles vão verificar se será inovador em relação ao prefeito, primeiro, e, segundo, em comparação com Heuler Cruvinel. Se o peemedebista fizer apenas críticas, sem apresentar um projeto alternativo e inovador, o eleitorado tende a considerá-lo como mais um integrante da velha política de Rio Verde. Ressalva: Karlos Cabral é quase sempre apresentado como possível vice de Paulo do Vale. Entretanto, como Rio Verde pode querer renovar de maneira ampla, o petista pode se apresentar (e ser visto) como o fato novo.
O ex-deputado Leandro Vilela confidenciou a aliados que prefere disputar a Prefeitura de Jataí contra o empresário tucano Victor Priori. O milionário seria um freguês do PMDB do município. O vereador Vinicius Luz praticamente não tem estrutura, mas é um fato novo. Motivado, o jovem tucano pode ser um páreo difícil para Leandro Vilela. Ainda assim, é mesmo Victor Priori que deve disputar contra o candidato do PMDB. Pelo motivo de sempre: tem muita grana.
As elites políticas da base do governador Marconi Perillo olham a política de Jataí a partir de uma ótima goianiense. Se exercitasse um olhar mais antropológico, a partir de Jataí, perceberiam que os eleitores do município, se aprovam Victor Priori como empresário, não o aprovam como político. Há alguma coisa a ser examinada e compreendida. Mas primeiro é preciso derrubar o muro de Berlim que existe entre Goiânia e o interior. A grana de Victor Priori desperta um entusiasmo imenso em Goiânia. No entanto, em Jataí, não “comove” ninguém.
Um líder do PMDB estadual sugere que o prefeito de Mineiros, Agenor Rezende, não dispute a reeleição, em 2016, e banque um nome mais jovem e respeitado no município. Como faz uma administração bisonha, abaixo da crítica, Agenor Rezende dificilmente conseguirá ser reeleito. Eleitores e, dizem, até os “postes” sinalizam que o município de Mineiros será governado, a partir de 2017, por uma mulher. Neiba Barcelos (PSDB), Flávia Vilela (Solidariedade) e Ivane Campos Mendonça (PT): é bem possível que uma delas seja eleita prefeita de Mineiros. Flávia e Ivane representam o novo; Neiba, a experiência. São o que há de melhor no município.
Gilmar Alves (PMDB) não vai abrir espaço para o deputado Paulo Cezar Martins (PMDB) disputar a Prefeitura de Quirinópolis, em 2016. O ex-prefeito confidenciou a um aliado que, em 2012, Paulo Cezar Martins perdeu para o prefeito Odair Resende (DEM) por falta de identidade com os eleitores do município. Eleito e reeleito, provado nas urnas, Gilmar Alves acredita que, em 2016, será sua vez de tentar derrotar o produtor rural Odair Resende. Odair Resende não faz uma administração de baixa qualidade, mas também não é nenhuma Apple.
O deputado Nédio Leite (PSDB) disse ao Jornal Opção, na presença do secretário de Planejamento do governo de Goiás, Thiago Peixoto (PSD), que o empresário Zilomar da Código Z (PSDB) deverá ser candidato a prefeito de Jaraguá. “Desta vez, graças aos méritos pessoais de Zilomar, à aliança política que será reforçada e ao desgaste do prefeito Ival Avelar (PTB), nós vamos eleger o prefeito de Jaraguá. Para o bem do município”, frisa o deputado.
O prefeito de Jaraguá, Ival Avelar (PTB), embora não possa ser considerado um “desastre”, é visto como pouco criativo pelos eleitores. “Ival é aquele negócio de arroz com feijão, e só”, afirma um líder do município. O principal problema de Ival, na opinião de um aliado, é que permitiu, pelo menos durante tempo, que a cidade tivesse dois prefeitos — ele e Lineu Olímpio. Consta que, nos primeiros meses de sua gestão, até para receber um empresário ou político, Ival pedia autorização a Lineu, que às vezes e às vezes não dava. Lineu Olímpio é tão influente que sempre manteve Ival a distância do governador Marconi Perillo.
Nelson Henrique de Castro, do PP, disse a um repórter do Jornal Opção, no gabinete de Frederico Jayme — chefe de gabinete do governador Marconi Perillo —, que pode ser candidato a prefeito de Jaraguá. “Estou filiado ao PP, mas posso trocar de partido”, frisou. O problema de Nelson Henrique, ressalva um político de Jaraguá, é que em quase todo pleito põe seu nome no jogo mas depois foge da raia.
Quem deve ser candidato a prefeito de Goiânia em 2016 pelo PSDB? “Jayme Rincón”, afirma o secretário de Planejamento do governo de Goiás, Thiago Peixoto. O presidente nacional do PL, Cleovan Siqueira, é enfático, como Peixoto: “Jayme Rincón é um candidato consistente, inovador, corajoso e, sobretudo, gestor. Se for candidato, vai derrotar as figuras tradicionais”.
É quase certo que, apesar do empenho do vice-presidente Michel Temer, o ex-deputado federal Marcelo Melo vai trocar o PMDB pelo PSDB ou pelo Pros. E é certíssimo que vai ser candidato a prefeito de Luziânia. Até aliados do prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin (PSD), começam a chamar Marcelo Melo de “prefeito”. A gestão modorrenta de Tormin faz o eleitor do município sentir saudade do ex-prefeito Célio Silveira, que, por sinal, apoia Marcelo Melo. Tese de um tucano: “Precisamos retirar Cristóvão Tormin da prefeitura antes que acabe com Luziânia. O prefeito é a verdadeira saúva do município”.
A parada vai ser federal na disputa pela Prefeitura de Formosa. O deputado Ernesto Roller, do PMDB, quer enfrentar Sebastião “Caroço” Monteiro e este quer enfrentar aquele. A boca de Caroço espuma de “ódio” quando ouve o nome de Roller. A deste não espuma, mas o deputado não fala de seu ex-padrinho político com apreço. Os adjetivos dos dois são impublicáveis. Quase sempre são acompanhados de advérbios poderosos.
O PSD pode perder as três prefeituras mais importantes do Entorno do Distrito Federal. Em Formosa, o prefeito Itamar Barreto vai muito mal e tende a ser derrotado pelo deputado Ernesto Roller (PMDB). Em Luziânia, dada sua gestão ineficiente, o prefeito Cristóvão Tormin é visto como uma espécie de cabo eleitoral indireto do peemedebista Marcelo Melo. Em Cristalina, depois do desastre chamado Luiz Carlos Attié, conhecido como Tristié, o PSD tende a ser derrotado. Daniel do Sindicato é apontado como o nome forte das oposições. O prefeito Luiz Carlos Tristié não agrega e, como resultado, não tem um nome consistente para sucedê-lo. A tendência é que, a partir de 2017, ele não tenha mais nenhuma militância política.
Pode ser uma missão suicida para quase todos os grupos. Mas quem não busca aliados e arromba portas abertas pode sair mais cedo do cenário. A disputa pela presidência da OAB, em novembro deste ano, poderá ter pelo menos quatro candidatos: Enil Henrique, Flávio Borges, Lúcio Flávio (ou Leon Deniz) e Djalma Rezende.
Djalma Rezende é um outsider. Lúcio Flávio é tido como “excelente professor”, mas pouco advogada, segundo seus adversários. Enil, atual presidente, é forte e articulado. Flávio Borges deve ter o apoio de Miguel Cançado e Felicíssimo Sena.