Por Euler de França Belém

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Marconi Perillo mantém Aguinaldo Coelho na Superintendência de Cultura

Aviso aos argonautas do Pacífico: o superintendente de Cultura do governo de Goiás, Aguinaldo Coelho, vai ser mantido no cargo pelo governador Marconi Perillo. O tucano-chefe valorizou o passe de Aguinaldo Coelho e disse, para mais de uma pessoa, que seu cargo é inegociável com partidos e secretários. Quem tentar derrubar Aguinaldo Coelho vai encontrar o governador Marconi pela frente. [Na foto acima, Aguinaldo Coelho e o reitor da UEG, Haroldo Reimer]

Aliados de Waldir Soares garantem que Marconi Perillo sugeriu que pode apoiá-lo pra prefeito de Goiânia

O deputado-delegado Waldir Soares contou a aliados que manteve uma longa conversa com o governador de Goiás, Marconi Perillo. Cardápio mais do que apimentado: permanência ou não no PSDB e eleições para prefeito de Goiânia em 2016. O tucano-chefe e o tucano com pretensões a chefe acertaram os ponteiros. Marconi Perillo, segundo os aliados de Waldir Soares, teria sugerido que pode apoiar o delegado-showman para prefeito da capital.

Desarmamento: porte de arma é tiro pela culatra

É falácia dizer que o cidadão é contrário ao Estatuto do Desarmamento. No referendo de 2005, a pergunta era apenas sobre um item: se a venda de armas a civis deveria ser proibida Edmar Oliveira A comissão especial da Câmara propõe praticamente a revogação do Estatuto do Desarmamento, composta sobretudo por integrantes da “bancada da bala”, reacendeu o debate sobre a porte de armas. Oficialmente, o colegiado diz que vai rever o conjunto de leis aprovado em 2003, após referendo popular, e que pretende discutir a flexibilização das regras para quem deseja comprar armas de fogo. Dos 27 titulares da comissão, 16 são da Frente Parlamentar da Segurança Pública, nome de fachada da bancada, atualmente composta por 240 legisladores. Entre os encarregados da missão, há dois delegados, dois militares e um policial federal, além de deputados financiados pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) e Taurus. Dois goianos, os deputados Delegado Waldir e o também delegado João Campos, ambos do PSDB, são suplentes. Autor do projeto, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) pretende promover seminários em todo o país e discutir o tema com a população. Esperto, aproveita o momento de grande insegurança para tentar convencer as pessoas a aceitar seu projeto de lei e, assim, tomarem para si uma tarefa que é do Estado, e para a qual não estão preparadas. Segundo o especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello, também conhecido como “Dr. Segurança”, delegado no Estado de São Paulo por mais de duas décadas, 90% dos que reagem a assaltos são baleados. “Se vão morrer ou não é uma questão de destino ou sorte”, diz. Ele publica em livros e ensina que não se deve reagir, na rua ou em casa. Mas o PMDB, por exemplo, não quer saber dessa história. É o preferido da indústria armamentista. O financiamento do setor a quatro candidatos da sigla à Câmara dos Deputados somou R$ 100 mil. Ao todo, 17 postulantes a algum cargo eletivo receberam R$ 620 mil em doações das empresas de armamento e munição. Os dados são do Instituto Sou da Paz. O fácil acesso a armas de fogo provoca tragédias não só no Brasil, mas também em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e Suíça. Os americanos voltam à discussão sobre o porte de arma depois de mais um massacre, desta vez em Charleston, na Carolina do Sul, onde um jovem branco e loiro, Dylann Roof, de 21 anos, que ganhou uma arma de presente do pai, abriu fogo contra negros numa igreja. Nove morreram, entre eles um senador e pastor. Já a Suíça lidera uma triste estatística: é a campeã europeia em número de suicídios por armas de fogo. Em nenhum outro país europeu tantos suicídios são cometidos com armas de fogo como na Suíça. Surpreendentemente o número de domicílios armados também é superior à média. De 1996 a 2005, foram cometidos 3410 suicídios dessa forma no país. Um estudo publicado em 2006 concluiu que nesse tipo de suicídio a Suíça ocupa o segundo lugar, depois dos Estados Unidos: 57% do total de suicídios entre os norte-americanos ocorrem por uso de armas de fogo. A Finlândia e a Noruega ocupam a terceira e quarta posições, com 20%. Na Alemanha, mais abaixo na lista, são pouco menos de 8%, e na Espanha 5,5%. Na Suíça, 24 a 28% dos suicídios são cometidos com revólver e afins. Ou seja, com arma por perto, desastres são facilitados, inclusive disparos acidentais e crimes passionais. Embora traga uma falsa sensação de segurança, não é verdade que o “cidadão de bem” armado pode evitar crimes e dissuadir criminosos. Evidências científicas no Brasil e no exterior deixam isso claro. Três teses de doutorado em economia da PUC-Rio, da FGV e da USP evidenciaram que a maior disponibilidade de armas de fogo nas cidades causa um aumento significativo na taxa de homicídio, mas não possui nenhum efeito para dissuadir o criminoso profissional, bem como os roubos e os furtos subjacentes. Estimuladas pela irresponsabilidade de integrantes da bancada da bala, pessoas ingênuas repetem à exaustão que têm o “direito à legítima defesa” e que o revólver é a solução. Não, não é. Sou um exemplo disso. Fui assaltado duas vezes e só não morri porque fiquei quieto. O bandido levou o que queria e eu estou vivo. Ao abordar, o criminoso vê o alvo apenas como vítima. Se perceber que está armada ou se reagir fisicamente, passa a ser inimiga mortal. É neste ponto que muitos viram estatística de homicídio ou tentativa. No Congresso, a bancada da bala está articuladíssima para derrubar o Estatuto do Desarmamento e, assim, pagar seus financiadores de campanha. Nos Estados Unidos, onde armas são vendidas como balas em armazém, tragédias são comuns. E o absurdo vai aos céus. A ex-secretária de Estado do governo de George W. Bush, Condoleeza Rice, declarou, quando estava no poder, que “o direito dos americanos de ter armas de fogo é tão importante quanto a liberdade de expressão e a de religião” (Rice é protestante e filha de pastor). Coisas da extrema direita fundamentalista, que tem também em suas trincheiras o filósofo Olavo de Carvalho, que se diz católico mas dispara xingatórios contra seus inimigos numa fúria que certamente deixa Jesus envergonhado. Recentemente, Olavo, que mora no estado americano da Virgínia, postou foto em seu perfil no Facebook ao lado de um padre, ambos armados com rifles. E a farra das armas continua. Basta atenção ao noticiário para constatar a ação de loucos assassinos e o pânico em que vivem os norte-americanos, que, sob frequente ameaça de terrorismo, se armam desenfreadamente. A articulação para transformar o Estatuto do Desarmamento num Frankenstein começou no ano passado, mas a comissão criada para este fim caiu ante a maioria dos deputados, favorável ao desarmamento. Contudo, logo no início do ano legislativo de 2015, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ressuscitou todas as comissões que haviam sido sepultadas em 2014, entre elas a que analisa o projeto do “Estatuto de Regulamentação das Armas de Fogo”. Para conseguir a maioria na comissão, a bancada da bala pressionou as lideranças partidárias. Alguns deles abriram mão de outras vagas para ficarem no colegiado que discute o assunto. A mobilização deu ao grupo o comando do debate. Delírio: o projeto em debate reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para compra de armas, aumenta o número de armamento e munição que cada pessoa pode ter, acaba com testes periódicos para que se possa manter o porte, amplia para nove armas por cidadão e até 600 munições anuais, além de retirar da Polícia Federal e repassar à Polícia Civil o registro e autorização para o porte. A desfaçatez de membros da bancada da bala chegou ao ponto de o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) propor porte de arma para congressistas. Outros deputados querem estender esse direito a caminhoneiros. No Brasil, aproximadamente 50 mil pessoas são assassinadas todos os anos, 70% delas por armas de fogo. A média mundial de mortes cometidas com armas de fogo é 42%, segundo a ONU. É importante destacar que, a cada dia, cinco pessoas são assassinadas pela polícia brasileira. O número, que se refere ao ano de 2012, é 4,6 vezes superior ao dos Estados Unidos. Naquele ano, 1.890 pessoas foram assassinadas no Brasil e 410 nos EUA. As informações foram levantadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma ONG que anualmente compila os dados estaduais e traça um perfil da violência pelas 27 Unidades da Federação. Apesar de os dados serem um tanto antigos, o ano de 2013, não há por que acreditar que houve melhora de lá para cá. O comércio clandestino, que permite a qualquer cidadão adquirir armas facilmente, é um problema sério que a sociedade brasileira está longe de vencer. Apesar de estar bem atrás do Brasil em número de mortes por armas de fogo, os Estados Unidos não têm por que comemorar. A preocupação do presidente Barack Obama mostra a gravidade do uso indiscriminado de armas no país. Depois da tragédia na igreja, ele declarou: “O momento é para reflexionar a respeito da filosofia, o sistema de leis, o controle das armas de fogo e o modo de vida que ocasiona comportamentos criminosos como este. Em diversas ocasiões tenho tido que fazer declarações similares, após lamentáveis incidentes de violência armada nos quais morreram pessoas inocentes...”. Não é inteligente relativizar o percentual de entre os dois países. O relevante é que, no Brasil e nos Estados Unidos, armas de fogo matam muito. É falácia dizer que o cidadão é contrário ao Estatuto do Desarmamento, como quer a bancada da bala. No referendo de 2005, a pergunta era apenas sobre um item: se a venda de armas a civis deveria ser proibida. A decisão pela permanência da venda a civis vem sendo respeitada. Cidadãos ainda podem comprar armas, desde que comprovada sua necessidade, aptidão e baixo risco de uso indevido. O que é certo é que o Estatuto do Desarmamento é muito mais amplo, regulando diversos aspectos da circulação de armas de fogo, inclusive restringindo o porte e a posse. Não há apoio popular às armas, pelo contrário. Pesquisa de 2013 do Datafolha mostrou que o brasileiro é absolutamente contra até mesmo a posse de armas: 62% afirmaram que a posse deveria ser proibida, pois ameaça a vida de outras pessoas. A arma do cidadão de bem comete crime, sim! A ligação entre mercado legal e ilegal é amplamente comprovada. A CPI do Tráfico de Armas da Câmara dos Deputados de 2006 analisou as armas apreendidas, ou seja, envolvidas em crimes, e documentou que 86% das armas apreendidas provinham do mercado nacional, ou seja, haviam sido fabricadas e vendidas no Brasil. 68% das armas relacionadas a crimes haviam sido vendidas por lojas autorizadas, sendo 74% destas para pessoas físicas e 25% para empresas de segurança privada. 18% das armas foram desviadas das forças de segurança do país. Pesquisa mais atual, realizada pelo Instituto Sou da Paz em 2011 e 2012, com mais de 14 mil armas apreendidas na cidade de São Paulo, identificou que 78% delas eram nacionais. 2/3 das armas de fogo tinham sido produzidas antes do Estatuto (2003), o que comprova que o controle mais rígido dificultou o acesso às armas também para a criminalidade e que sentimos até hoje os efeitos perversos da legislação permissiva que existia anteriormente. Ou seja, a arma do “cidadão de bem” também abastece o mercado ilegal. E o Brasil quebrou um triste recorde: teve o maior número de pessoas mortas em um ano, segundo dados divulgados recentemente pelo Mapa da Violência 2014, que compila dados de 2012. Ao todo, foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980. O total supera o de vítimas no conflito da Chechênia, que durou de 1994 a 1996. É o dado mais atualizado de violência pelo Brasil e tem como base o Sistema de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que registra as ocorrências desde 1980. A taxa de homicídios também alcançou o patamar mais elevado, com 29 casos por 100 mil habitantes. O índice considerado "não epidêmico" pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. O site da PF mostra que atualmente não é tão difícil assim adquirir uma arma de fogo, conforme o Estatuto do Desarmamento. Eis as exigências: 1) Para adquirir uma arma de fogo de uso permitido o cidadão deve dirigir-se a uma unidade da Polícia Federal munido de requerimento preenchido, além de apresentar os seguintes documentos e condições: (a) ter idade mínima de 25 anos, exceto para os cargos especiais, definidos em lei; (b) cópias autenticadas ou original e cópia do RG, CPF e comprovante de residência (água, luz, telefone, declaração com firma reconhecida do titular da conta ou do proprietário do imóvel, certidão de casamento ou de comunhão estável, caso esteja em nome do cônjuge ou companheiro); (c) declaração escrita da efetiva necessidade, expondo fatos e circunstâncias que justifiquem o pedido; (d) comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, estadual (incluindo Juizados Especiais Criminais), Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos: (e) apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita; (f) comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, realizado em prazo não superior a 1 ano, que deverá ser atestado por instrutor de armamento e tiro e psicólogo credenciado pela Polícia Federal; (g) 1 (uma) foto 3x4 recente.

  1. h) caso a aquisição seja efetivamente realizada, o cidadão deverá requerer a emissão do certificado de registro de arma de fogo, estando sujeito ao pagamento de taxa no valor de R$ 60,00, conforme estabelecido em lei.
Mas a população sinaliza que é mesmo favorável ao desarmamento: desde 2004, foram entregues mais de 600 mil armas de fogo à Polícia Federal. E as entregas, mediante justa indenização do governo, continuam. Para o bem da segurança privada e pública. Edmar Oliveira é jornalista.

Denúncia garante que deputado indicou quatro garotas de programa para o Legislativo

Deve pintar uma denúncia, na imprensa nacional, sobre um deputado que estaria nomeando garotas de programa para trabalhar no Legislativo. Quatro jovens teriam sido nomeadas e ganham salários mais altos do que funcionários concursados.

Vereadores preferem Gustavo Mendanha como candidato a prefeito pelo PMDB em Aparecida de Goiânia

[caption id="attachment_39177" align="aligncenter" width="620"]Prefeito Maguito Vilela e vereador Gustavo Mendanha | Foto: reprodução / Facebook Prefeito Maguito Vilela e vereador Gustavo Mendanha | Foto: reprodução / Facebook[/caption] Na Câmara Municipal, pelo menos, o nome que mais empolga para prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PMDB é Gustavo Mendanha. Não se trata do nome dos sonhos do prefeito Maguito Vilela — que prefere seu aliado histórico Euler Morais, economista com doutorado pela Universidade de Lancaster e gestor de primeira linha —, mas a elite local, notadamente os vereadores, aprova Gustavo Mendanha. Até o petista Helvecino Moura o avalia como um político qualitativo. Fica-se com a impressão de que as elites políticas locais estão planejando uma pequena rebelião contra a “imposição” do nome de Euler Morais.

O objetivo número um de Júnior Friboi em 2016 será derrotar Iris Rezende para prefeito de Goiânia

[caption id="attachment_38685" align="aligncenter" width="620"]Friboi e Iris: guerra continua | Foto: Leandro Vieira Friboi e Iris: guerra continua | Foto: Leandro Vieira[/caption] De casa e de seu escritório político, Iris Rezende comandou a operação para que a Comissão de Ética do PMDB decidisse pelo expurgo do empresário Júnior Friboi. Iristas disseram ao Jornal Opção que, informado de que Friboi articulava um empate — três a três votos — e que o presidente da Comissão de Ética, o advogado Leon Deniz, desempataria favoravelmente ao ex-sócio da JBS-Friboi, Iris Rezende “entrou em campo” e convenceu um dos “jogadores” a mudar seu voto — daí a votação de 4 a 2 pela expulsão. Aliados dizem que Friboi contabiliza três derrotas seguidas para Iris. Primeiro, em 2014, o peemedebista-chefe não permitiu que disputasse o governo do Estado de Goiás — escanteando-o, numa espécie de expulsão, por assim dizer, cinza. Segundo, o irismo, para desmoralizá-lo junto aos de­mais peemedebistas — sugerindo que não tem força política no partido e que seus aliados não o protegeriam, como não o fizeram —, levou-o a julgamento na Comissão de Ética. Terceiro, a comissão finalmente decidiu pelo expurgo. Friboi levou o chega-pra-lá, sem conseguir dar sequer um “troco”, mesmo sugerindo que tem “muitos” aliados no PMDB. Se tem, não houve manifestação expressiva e, sobretudo, com resultados visíveis. “O apoio de peemedebistas a Júnior é como o Curupira. Há gente que garante que existe, que foi já visto, mas ninguém consegue provar. Júnior, político que vive escondido e raramente é encontrado pelos aliados, não tem força alguma no partido. Dinheiro, está provado, não compra tudo.” O “troco” será dado em 2016, se o tempo não curar a mágoa e for medicamento contra rasteiras. Friboi pretende apoiar Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia — tanto porque espera seu apoio para o governo em 2018 quanto porque acredita que o presidente do PSB é o único que tem condições de derrotar Iris. A mais de uma pessoa, Friboi confidenciou que, para derrotar o “inquisidor-mor” Iris poderá até mesmo, filiado ao Pros, aceitar a vice de Vanderlan.

Waldir Soares deve ser o fenômeno que pode retirar Iris Rezende da disputa no segundo turno

goiania-montagem Costuma-se acreditar que, em política, há favas contadas. Não há. Nunca houve. Mesmo assim, há analistas que sugerem, mais do que explicitam, que Iris Rezende, do PMDB — com 83 anos, a 17 anos de um século —, será eleito prefeito de Goiânia, em 2016, daqui a um ano e três meses. Não é bem assim, é claro. Pois é preciso combinar com os “russos” — Vanderlan Cardoso, do PSB, Waldir Soares, do PSDB, Jayme Rincón, do PSDB, e Adriana Accorsi, do PT. Com quatro ou cinco candidatos na disputa, dificilmente Iris Rezende será eleito no primeiro turno. Mais: pode não ir para o segundo turno, surpreendendo os analistas apressados. Como assim? Há um fenômeno eleitoral — ainda pouco examinado sem as viseiras do preconceito — em curso que pode ser uma barreira ao desempenho eleitoral do peemedebista-chefe. Trata-se do delegado de polícia e deputado federal Waldir Soares, que deve trocar o PSDB por outro partido, possivelmente o PTN, do qual assumiria a presidência em Goiás. Há diferenças cruciais mas também um certo “parentesco” político entre Iris Rezende e Waldir Soares. O peemedebista tem prestígio e popularidade em Goiânia. Pode-se definir prestígio como popularidade cristalizada, ou como credibilidade estabilizada. É o prestígio que, quando a popularidade às vezes cai, mantém o político com o respeito da sociedade. A popularidade às vezes é circunstância — um dia se tem, noutro se perde. Waldir Soares, por enquanto, tem popularidade, mas ainda falta-se prestígio — respeitabilidade na sociedade civil. Porém, não se ganha eleição apenas com prestígio — é seminal que se tenha popularidade, quer dizer, votos em quantidade suficiente para derrotar os adversários. No momento, segundo pesquisas incipientes — porque não há candidaturas definidas —, os três principais contendores são Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e Waldir Soares. Há um detalhe a ser examinado com atenção. Na periferia, onde está o voto popular — o mais disputado, porque a classe média não se conquista, pois vota como quer, com independência às vezes extrema —, Waldir Soares e Iris Rezende estão disputando os eleitores pau a pau, quase empatados. Redutos tidos como iristas, como a região Noroeste, estão sendo atacados com volúpia pelo delegado-deputado. O que salva o peemedebista, ao menos no momento, é que se sai melhor no eleitorado de classe média, que, apesar de considerá-lo “muito velho” — e isto pode ser um entrave às suas pretensões —, o avalia como “gestor qualificado”. Entretanto, se o ataque de Waldir Soares for mais intenso, Iris Rezende terá de se preocupar. Porque, na disputa pelos votos da classe média, terá como rivais Vanderlan Cardoso e Jayme Rincón, apontados como gestores eficientes. Mesmo Adriana Accorsi (que, por ser delegada de polícia, tem certo apelo na periferia), apesar do desgaste do PT, pode ter uma votação expressiva na classe média. O que concluir? Que Waldir Soares pode até não ser eleito, dada a falta de penetração na classe média, mas pode canibalizar Iris Rezende, contribuindo para retirá-lo do segundo turno. E, se isto acontecer, o delegado pode ser responsável por “puxar para cima” tanto Vanderlan Cardoso quanto Jayme Rincón — com um deles, ou os dois, indo para o segundo turno.

PSB e PPS querem chapa pra prefeito e vice-prefeito de Goiânia com Vanderlan Cardoso e Edward Madureira

[caption id="attachment_36287" align="aligncenter" width="620"]Edward Madureira: prestígio, mas de pouca popularidade | Foto: Fernando Leite Edward Madureira: prestígio, mas de pouca popularidade | Foto: Fernando Leite[/caption] A situação política do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás é complicada: o PT o considera uma espécie de patinho feio e, por isso, o rejeita. Trata-se de um outsider e os petistas só aceitam “integrados”. Já líderes de outros partidos olham para o petista e veem um cisne — não um patinho feio. O PSB do empresário Van­derlan Cardoso e o PPS do deputado Marcos Abrão transformaram Edward Madureira no seu objeto de desejo. Quer dizer, querem o doutor em agronomia como aliado para a disputa da Prefeitura de Goiânia em 2016. O objetivo é transformá-lo em vice de Vanderlan Cardoso. Mas há quem fale em bancá-lo até para prefeito. O problema é que o jovem prefere “sofrer” no PT. Em suma, Edward tem chance de disputar a Prefeitura de Goiânia noutros partidos — menos no PT. Por que o ex-reitor reluta em deixar o PT? Por três motivos. Primeiro, suas bases são de esquerda. Segundo, teme o patrulhamento ideológico. Terceiro, não concorda com a linha do PPS e do PSB de crítica dura ao governo da presidente Dilma Rousseff.

Rio Verde pode ter quatro candidatos fortes para prefeito em 2016

[caption id="attachment_39192" align="aligncenter" width="620"]Paulo do Vale, Heuler Cruvinel, Karlos Cabral e Lissauer Vieira: disputa quádrupla? | Fotos: Facebook / Carlos Costa / Alego Paulo do Vale, Heuler Cruvinel, Karlos Cabral e Lissauer Vieira: disputa quádrupla? | Fotos: Facebook / Carlos Costa / Alego[/caption] No lugar da esperada polarização entre o deputado federal Heuler Cruvinel, do PSD, e o médico Paulo do Vale, do PMDB, é provável que a disputa pela Prefeitura de Rio Verde, em 2016, apresente quatro nomes consistentes. Além de Cruvinel e Vale, é possível que saiam candidatos Lissauer Vieira (PSD, mas pode ir para o PP), bancado pelo prefeito Juraci Martins, e Karlos Cabral, do PT. Pode ser que um dos candidatos tenha menos estrutura — Cabral —, mas não se pode dizer que qualquer um deles é frágil em termos de ideias e articulação política. Vale e Heuler eram apontados como “favoritos”, porque são capazes de organizar estruturas gigantes. Mas o possível lançamento de Lissauer pode mudar a correlação de forças. Primeiro, porque o apoio de Juraci Martins pode desequilibrar o jogo. Segundo, o peemedebista, que, se apresentaria sozinho como o “novo”, terá de compartilhar tal postulação com Lissauer. Terceiro, o próprio Lissauer tem condições de construir uma candidatura sólida, pois articula com habilidade. Se as candidaturas de Cruvinel e Lissauer foram efetivadas — o secretário das Cidades e Meio Ambiente, Vilmar Rocha (PSD), aposta num acordo entre eles, em nome do bom senso, da razão — dividem o eleitorado da situação, mas as candidaturas de Vale e Cabral também dividem os votos das oposições. O quadro fica, portanto, zerado. O que concluir? Que na política de Rio Verde ninguém está morto. Todos estão vivíssimos.

O ex-deputado Karlos Cabral diz que o PT vai lançar candidato a prefeito de Rio Verde

[caption id="attachment_29014" align="aligncenter" width="620"]Karlos Cabral defende candidatura do PT  | Foto: Marcos Kennedy/Alego Karlos Cabral defende candidatura do PT | Foto: Marcos Kennedy/Alego[/caption] O ex-deputado estadual Karlos Cabral diz que o PT terá candidato a prefeito de Rio Verde, em 2016. “Dizem que estou articulando com Heuler Cruvinel, do PSD, e com Paulo do Vale, do PMDB. Na verdade, não falei com nenhum dos dois sobre a disputa para a prefeitura. Até porque no PT não se decide sozinho a política de alianças. A decisão segue as regras do partido e é colegiada.” Os líderes do PT vão se reunir, nos próximos dias, para discutir a disputa de 2016. “Faço um trabalho político em Rio Verde há pelo menos 12 anos e disputei eleição para prefeito em condições adversas. Agora, que o quadro se tornou menos complicado para nós, por que eu não disputaria? Tenho disposição, o partido está bem estruturado no município e nós temos projetos para modernizar a gestão pública.”

Lucas Vergílio diz que não pensa em ser vice de Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia

[caption id="attachment_26745" align="aligncenter" width="620"]Foto: Facebook Foto: Facebook[/caption] Lucas Vergílio, apesar de ter apenas 28 anos, era um experiente empresário do ramo de seguros, ao lado de seu pai, o ex-deputado federal Armando Vergílio, e um sommelier respeitado (“o goiano está se tornando um apreciador de bons vinhos”). Como Armando decidiu disputar a vice de Iris Rezende — derrotado pelo governador Marconi Perillo —, Lucas optou por disputar mandato de deputado federal e foi eleito. Agora, setores do PMDB, interessados no tempo de televisão do Solidariedade e no fato de que, se Lucas deixar a Câmara dos Deputados, Iris Araújo assume o mandato, plantaram na imprensa que o jovem seria vice de Iris na disputa pela Prefeitura de Goiânia, em 2016. Não é bem assim. “Estou focado no meu trabalho na Câmara, notadamente nas comissões do Desenvolvimento Eco­nômico, Indústria e Comércio; do Trabalho e de Constituição e Justiça. Apresentei projetos e estou tentando aprová-los. Fiquei surpreso quando lembraram de meu nome para vice. Não falei com Iris, mas não passa pela minha cabeça ser vice do líder peemedebista.” “O que quero mesmo é ter um mandato de deputado federal qualitativo. Para dizer a verdade, nem mesmo sei se Iris Rezende será candidato. Ele fala que não será candidato. Mas disse, noutros pleitos, que não disputaria, mas acabou concorrendo”, afirma, cauteloso, Lucas Vergílio. “Tenho o maior respeito por Iris, mas tenho meus próprios projetos.”

Em Aparecida de Goiânia todos querem o apoio de Maguito Vilela, o principal eleitor e general eleitoral

Helvecino Moura é um fenômeno político. Aos 59 anos, foi eleito vereador sete vezes seguidas — sem nenhuma derrota. Em Aparecida de Goiânia, município que tem o segundo maior eleitorado de Goiás, ele e o PT se confundem: são quase uma coisa só. Em 2016, pode-se apresentar para uma nova missão: disputar a prefeitura. “Hoje, o PT tem o vice do prefeito Maguito Vilela. Na próxima eleição, a ordem poderá ser invertida e o PMDB apoiar uma candidatura nossa a prefeito. Mas decisivo mesmo é que vamos caminhar juntos com o PMDB de Maguito.” “Por sinal”, sublinha Helvecino Moura, “todo mundo sonha obter o apoio de Maguito para disputar a prefeitura. Quem for bancado pelo ‘general’ eleitoral do PMDB já sai, de cara, com pelo menos 30% das intenções de votos e tende a ser eleito”. O diferencial, insiste o vereador, “será o apoio do peemedebista-chefe”. Crítico contundente de Ozair José, que pretende disputar a prefeitura — pelo PT ou por outro partido — Helvecino Moura diz que há uma diferença entre os dois. “Eu ‘sou’ do PT, não ‘estou’ no PT unicamente para disputar uma eleição e, em seguida, mudar de partido. Ozair a cada eleição está num partido diferente.” No momento, Helvecino Moura trabalha para fortalecer o PT. “O PT aprovou, em convenção nacional, que metade das vagas nas disputas legislativas será reservada para mulheres. Assim, estamos convocando as militantes para lançá-las para vereadora. Vamos bancar uma chapa consistente para vereador.”

Expulsão de Júnior Friboi é um recado duro de Iris Rezende para o grupo de Maguito Vilela

A expulsão de Júnior Friboi dos quadros do PMDB é um recado preciso de Iris Rezende para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e para os deputados federais Pedro Chaves e Daniel Vilela. O irismo foi explícito: manda mesmo no partido. Tem a hegemonia praticamente total.

PT vai lançar 50% de mulheres para vereador nas eleições de 2016

Reunido em convenção, o PT nacional tomou uma decisão apontada como politicamente correta: 50% de seus candidatos a vereador, já na eleição de 2016, serão mulheres. É uma tentativa de mostrar que se trata de um partido moderno e, sobretudo, inclusivo. No momento em que a legenda atravessa a maior crise — ética — de sua história e em que se espera uma derrota eleitoral acachapante, trata-se, ao se criar um diferencial, de uma ação inteligente. O PT quer se tornar conhecido como o partido que, além de não discriminar, valoriza, na prática e não apenas na teoria, as mulheres. O problema é que não será fácil conseguir 50% de mulheres competitivas para disputar eleições.

Giuseppe Vecci sugere que vai apoiar Rincón em 2016 e José Eliton em 2018

O deputado federal Giuseppe Vecci, do PSDB, disse para tucanos de seu círculo mais íntimo que vai apoiar Jayme Rincón, do PSDB, para prefeito de Goiânia, em 2016, e José Eliton para o governo de Goiás, em 2018. Mas admitiu que, se porventura o projeto do tucano não for adiante, na capital, colocará seu nome à disposição do tucanato para disputar a prefeitura. O economista, que começa a brilhar na Câmara dos Deputados, frisa que é um “oficial” do partido.