Por Euler de França Belém

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Mulher mais criativa do mundo da publicidade é uma brasileira

“Business Insider” elegeu a brasileira Joanna Monteiro, vice-presidente de criação da agência FCB Brasil, como a mulher mais criativa do mundo. Ela encabeça uma lista com 36 mulheres. Segundo “O Globo”, “o ranking foi produzido a partir de indicações feitas por profissionais do mercado publicitário, além dos próprios editores da publicação. Ao divulgá-lo, a ‘Business Insider’ destacou a relevância da participação das mulheres no processo criativo das agências”. “Acho fundamental que a publicidade seja bastante misturada, porque o consumidor é misturado. Espero que isso faça com que mais mulheres tenham interesse pela profissão’, afirmou Joanna Monteiro. Um dos feitos de Joanna Monteiro (comandou a equipe) é a campanha Anúncio Protetor. Pulseiras, encartadas em revistas, possibilitaram aos pais localizarem suas crianças nas praias. A campanha da Nívea foi premiada no festival de publicidade de Cannes – na categoria Mobile. Outro de seus trabalhos mais comentados, e não apenas no Brasil, foi para o curso CNA, de idiomas. “O Globo” relata que “jovens faziam contato com moradores de comunidades para idosos americanas”. “A publicidade precisa, cada vez mais, entender o problema do cliente e ser absolutamente relevante para a marca, independentemente da plataforma. Há cada vez mais plataformas disponíveis e é fundamental que a gente encontre o melhor jeito de se comunicar com esse público, sempre dando algo além do produto”, diz Joanna Monteiro.

Vilmar Rocha diz que projeto de Iris Rezende se resume a desforra política

Candidato da base aliada ao senado, Vilmar Rocha (PSD)  tem elevado o tom para criticar a  candidatura de Iris Rezende (PMDB) ao governo. Em seus discursos, Vilmar afirma que o projeto de Iris se resume a obter uma desforrapolítica sobre o tucano Marconi Perillo. “O nosso principal adversário não tem um projeto para o Estado. O projeto dele é único: é a desforra. Ele perdeu muitas eleições, e está com este troço na cabeça, de fazer uma desforra política”, dispara.
“É um sentimento pessoal dele, eu acho até que um sentimento mesquinho. Isso é muito pobre, muito pouco para se apresentar aos 6 milhões de goianos”, acrescenta. Para Vilmar, Iris não tem projeto articulado, nem equipe e se esquece que “não se governa sozinho”.
O presidente do PSD de Goiás, que ocupou até o final do ano passado o cargo de Secretário-chefe da Casa Civil estadual, diz também que o governo Marconi Perillo (PSDB) representa avanços na administração. “Se houver uma interrupção agora – que não vai haver – o Estado irá perder muito”, acredita.

Jô Soares deve receber alta do Sírio-Libanês e vai voltar a gravar em menos de um mês

O humorista, apresentador e diretor de teatro Jô Soares deve receber alta do Hospital Sírio Libanês nesta semana, informa a secretária de redação do “Programa do Jô”, Marta Bortoloto. Jô Soares, de 76 anos, está internado desde 25 de julho, em São Paulo, tratando-se de uma pneumonia. Marta disse ao jornal “O Globo”: “Ele está ótimo, em vias de ter alta. Só está internado para terminar de tomar os medicamentos e sair 100%. Ele está conversando, se alimentando bem, está bem mesmo”. Antes de voltar a trabalhar, Jô vai ficar em sua casa. Ele pretende descansar durante duas semanas, assim que tiver alta. “Depois disso, deve voltar a gravar normalmente”, disse Marta.

Beneficiário da Bolsa Universitária deu aula para Marconi Perillo e é candidato a deputado

A história de Henrique Paixão é interessante. Ela é uma espécie de self made man intelectual. De família humilde, foi criado pelos avós, que viviam de uma micromercearia em Iporá. Terminou o ensino médio e insistiu em realizar o sonho de ser advogado. Como o curso de Direito mais próximo era em Anicuns, foi para lá, arrumou emprego, mas o salário só dava para aluguel na república, não sobrava para mensalidade. Foi salvo pela criação da Bolsa Universitária. Ao terminar o curso, passou em exames para professor em quatro faculdades, três delas em Goiânia, PUC, Alfa e Universo. Num início de semestre, o coordenador lhe avisou que estava escalado para uma turma especial. Alunos: Valéria e Marconi Perillo. Deu aulas para eles por três períodos e virou exemplo para os bolsistas. Agora, o professor entra no ramo do aluno: é candidato a deputado estadual. Com um assunto da moda: a segurança pública. A área de Paixão é o Direito Penal, faz doutorado em Ciências Criminais e acaba de lançar um livro sobre o tema, "Sociedade contra o crime". A obra é um debate entre um especialista, Paixão, e um leigo interessado em combater o crime, José Mário Schreiner, presidente licenciado do sistema Faeg/Senar e também candidato (a deputado federal). O livro está no www.henriquepaixao.com.br

Eumano Silva assume o comando da revista “IstoÉ” em Brasília

Eumano Silva é sinônimo de experiência, competência e seriedade profissional. Como repórter e editor, passou pelas principais redações do país, como as das revistas “Veja” e “Época” e de jornais, como “Correio Braziliense”. E escreveu (com Taís Morais) um alentado livro sobre a Guerrilha do Araguaia. Agora, assume a chefia da sucursal da “IstoÉ” em Brasília. Ele é o substituto de Paulo Moreira Leite, também ex-“Veja” e ex-“Época”. Moreira Leite foi para o jornal eletrônico “Brasil 247”.

Portal Terra demite mais de 100 funcionários, sobretudo jornalistas e fotógrafos

O Terra, um dos maiores portais do Brasil, demitiu 100 funcionários nesta semana. A redação foi a área que mais sofreu cortes. Em São Paulo, base do portal, foram demitidos mais de 50 trabalhadores, notadamente na redação (50% dos cortes são de jornalistas e fotógrafos). A diretoria afastou todos os fotógrafos e o editor-executivo. As demissões em Porto Alegre chegaram a dezesseis. A redação, na capital gaúcha, ficará com apenas quatro repórteres, e a redação do Rio de Janeiro contará, a partir de agora, com somente dois jornalistas. No comunicado interno, a diretoria informou que o Terra vai passar por uma reformulação, mas não explicitou se fará novas contratações no curto prazo. O Portal Imprensa assinala que há indícios de que “o site deixará de ser atualizado 24 horas”, mas a empresa nada disse a respeito. Comenta-se, nos bastidores, que o Terra, assim como outros empreendimentos de comunicação e entretenimento, demitiu para contratar profissionais com salários mais baixos e, também, com o objetivo de obrigar equipes menores a trabalhar mais. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo deve fazer uma representação coletiva contra o portal Terra. “Estamos vendo qual é a situação juridicamente mais adequada, porque, na base da negociação, não temos conseguido nos entender com eles”, disse José Augusto Camargo, presidente do sindicato. Camargo afirma que, como não se considera como uma empresa jornalística, alguns grupos, como o Terra, “não respeitam as convenções trabalhistas do sindicato”. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schröder, disse a Portal Imprensa que “há uma crise econômica infundada na qual os grandes empresários usam o cenário desfavorável internacional para justificar uma má gestão ou um posicionamento editorial, que escolhe o jornalismo de entretenimento para rebater a concorrência da informação na internet”. Schröder frisa que não há uma crise econômica no Brasil. “Tanto que o setor [a Imprensa] vem ganhando incentivos do governo que não são revertidos para os trabalhadores.” A RBS demitiu, no Rio Grande do Sul, mais de 170 funcionários desde o início do ano. “Há uma limitação prevista na CLT que impede demissões em massa”, diz Schröder, numa referência às demissões do Terra e da RBS.

Delegada de polícia, suplente ressalva luta de Vilmar pela segurança

A vereadora  por Aparecida de Goiânia Cybelle Tristão (PSDB), segunda suplente do candidato ao Senado Vilmar Rocha (PSD), faz parte do núcleo da campanha do deputado que  formata as propostas para a melhoria da Segurança Pública, uma das bandeiras que Vilmar defenderá no Congresso. Delegada de Polícia de carreira, Cybelle abraçou propostas como a luta pela criação do Ministério da Segurança, a reforma do sistema de execução penal e a criação no Brasil do  Fundo Especial para a Segurança, que tem sido mostradas por Vilmar Rocha nesta campanha.
“Vilmar é um candidato que tem propostas. E a Segurança Pública é algo que nós clamamos tanto. Estamos vivendo um momento complicado, gargalos que temos não só aqui no estado de Goiás, mas no país, como este da violência” ,disse a candidata a suplente em recente discurso. “E o Vilmar traz consigo uma de suas bandeiras principais a bandeira da Segurança Pública. Precisamos deste homem honrado, ponderado, e que tem diálogo atuando no Senado, para ver as mudanças acontecendo”, ressaltou.
Cybelle Tristão vem atuando também junto a coordenação política da campanha de Vilmar em Aparecida de Goiânia, sua base política. “Nós estamos empenhados. Nós, vereadores, estamos valorizados ao sermos indicados para compor esta chapa”, assinalou Cybelle. Outro segmento que está sendo agregado com sua presença na chapa é o da representatividade feminina. Cybelle é a única vereadora em Aparecida. “Nós, mulheres, precisamos também unir as forças e ir em busca da nossa vitória”, conclama.

Marina, candidata do PSB, pode evitar vitória de Dilma no 1º turno e não deve apoiar Aécio no 2º turno  

[caption id="attachment_12515" align="alignnone" width="597"]Candidata Marina Silva durante visita a cidade de Curitiba. Curitiba/PR, Brasil - 30/06/2010. Foto: Geraldo Bubniak | Fotoarena Candidata Marina Silva durante visita a cidade de Curitiba. Curitiba/PR, Brasil - 30/06/2010. Foto: Geraldo Bubniak | Fotoarena[/caption] Marina Silva será a candidata do PSB a presidente da República. “Será” nem é a palavra apropriada. O certo mesmo “é”. Eduardo Campos, que morreu na quarta-feira, 13, não era o melhor nome do PSB, em termos eleitorais, porém, como controlava o partido, havia se tornado candidato a presidente da República. Em termos de conhecimento e popularidade, Marina Silva — que “está” mas não “é” do PSB — é muito superior a qualquer outro nome do partido. Portanto, deve ser anunciada como nova candidata. Os bolsões de resistência, porque a maioria dos líderes do PSB não aceita as ideias da Rede Sustentabilidade, não vão impedir a candidatura de Marina Silva. O motivo é simples: não há outro nome com sua capilaridade política nacional para a eleição deste ano — que ocorrerá daqui a 53 dias. Não dá tempo de criar um novo Eduardo Campos ou uma nova Marina Silva. Se não for a ex-senadora, o partido não terá candidato a presidente. É provável, até, que Marina Silva, definida candidata, apareça com intenção de voto um pouco acima da intenção de Eduardo Campos. É provável que se aproxime de Aécio Neves, o candidato do PSDB, mas não o supere, ao menos não agora. Se crescer um pouco, sem retirar eleitores do tucano de Minas Gerais, aí o segundo turno estará mais garantido. No momento, existe a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) ser eleita no primeiro turno. Com a entrada de Marina Silva no jogo, e não mais como coadjuvante, cresce a possibilidade de segundo turno. Ideologia de Marina Eduardo Campos podia não ser mais forte eleitoralmente do que Marina Silva — até porque não era tão conhecido; mudou-se para São Paulo com o objetivo de se tornar um político nacional —, mas tinha uma virtude que a política oriunda do Acre não tem: era aberto a alianças não ortodoxas e, portanto, ouvia e dialogava mais. Com Marina Silva, o PSB fica mais “fechado”. A líder da Rede Sustentabilidade, um partido dentro do partido, parece acreditar que é possível governar um país com e para os “escolhidos”. A tendência é que, na campanha, o discurso fique mais radical, atraindo eleitores e aliados que estão descontentes com “tudo”, mas ao mesmo tempo é possível que perca aliados mais tradicionais. Para Aécio Neves, a escolha de Marina Silva é positiva e negativa. É positiva porque tende a ter mais votos do que Eduardo Campos — o que aumenta a possibilidade de segundo turno. É negativa porque, no segundo turno, a ex-ministra pode optar pela neutralidade e, agindo assim, parte dos líderes e militantes do PSB pode acompanhar Dilma Rousseff, e não Aécio Neves. Há, por fim, a possibilidade de Marina Silva superar Aécio Neves, se se apresentar, e for percebida assim pelo eleitorado, como o verdadeiro e atraente “fato novo”. Marina Silva é uma política que não parece política — parece mais uma missionária religiosa que planeja salvar uma comunidade de “escolhidos” — e isto pode agradar a fatia, cada vez mais maior, de eleitores que não toleram políticos profissionais. Tese diferente O Jornalista Alexandre Braga defende outra tese: "Sem Eduardo Campos, que tinha votos no Nordeste, Dilma Rousseff deve ganhar no primeiro turno".  

Lucas Vergílio, candidato a deputado federal, vai inaugurar comitê de campanha com as presenças de Iris e Caiado

lucas verLucas Vergílio, o mais jovem candidato a deputado federal destas eleições e o único do Solidariedade, vai inaugurar seu comitê de campanha, localizado na Rua 119, número 41, Setor Sul, esquina com a Rua 88, nesta sexta-feira (15), às 19h15. Estão confirmadas as presenças do candidato ao governo, Iris Rezende (PMDB), e ao Senado, Ronaldo Caiado, ambos da Coligação Amor por Goiás. O jovem empresário de 27 anos, do ramo de seguros, é filho do candidato a vice de Iris, o deputado federal, Armando Vergílio (SD). Lucas tem como principais propostas a implantação de centros de ensino técnico profissionalizantes em colégios estaduais, redução de impostos, inclusão de médicos geriatras no Programa de Saúde Familiar (PSF), mais investimento na segurança pública e redução da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais.

“Ninguém pode ficar ad aeternum dependente do governo”, afirma Giuseppe Vecci

Para o candidato a deputado federal Giuseppe Vecci é preciso criar portas de saída para os programas sociais como o Bolsa Família

Ó capitão! Meu capitão

Uma homenagem de Walt Whitman para Robin Williams, um dos atores mais intensos de Hollywood

Revista Bula, primeira página goiana autenticada pelo Facebook

Bula Revista Bula é a primeira página do Facebook em Goiás, entre os meios de comunicação,  autenticada pela rede social. Criada em 2012, a página tem 775 mil seguidores e alcance semanal de 11 milhões de pessoas. O símbolo usado para identificar a verificação é uma insígnia azul. Quando o usuário clica o cursor do mouse o sobre o símbolo, aparece o termo “página verificada”, mas a rede social criada por Mark Zuckerberg, juntamente com brasileiro Eduardo Saverin, esclarece que os usuários não podem requisitar a verificação: “Verificamos perfis ou páginas a fim de ajudar você a certificar-se de que essas páginas ou pessoas são autênticas e sua atuação condiz as regras da rede social. Algumas figuras públicas famosas e páginas com um grande número de seguidores são verificadas pelo Facebook. Lembre-se de que nem todos os perfis e páginas autênticas são verificadas, e você não pode solicitar que seu perfil ou sua página seja verificada”, explica a empresa.

O livro vingança de Paulo Cesar de Araújo e mais dois tiros no cantor Roberto Carlos

Iúri Rincon Godinho [caption id="attachment_12298" align="alignleft" width="366"]Livro "O Réu e o Rei" de Paulo César Livro "O Réu e o Rei" de Paulo César[/caption] Roberto Carlos conseguiu tirar de circulação 10 mil exemplares do livro “Roberto Carlos em Detalhes”, do historiador Paulo Cesar de Araújo. A rigor, a obra não tem nada de ruim contra o rei e pode ser encontrada com facilidade no site do Estante Virtual (estantevirtual.com.br) ou no Mercado Livre por cerca de 400 reais. Foi escrito por um fã, como fã que pesquisou com competência durante 15 anos a vida do rei, que saiu engrandecido após o ponto final. Mas Roberto não gostou, numa prova de que o ser humano é complexo, complicado e inesperado. Processou Paulo Cesar (inclusive criminalmente, pedindo sua prisão por mais de dois anos) e a Editora Planeta. Levou tão a sério o processo que compareceu à audiência. Com seus olhos tristes e a voz de monstro maior no Olimpo da música (e da cultura popular), o cantor e seu séquito de advogados depenaram (mais moral que financeiramente) o autor e a editora. A obra foi recolhida na Planeta, os exemplares nas livrarias teriam sido comprados e a conta enviada à editora. Segundo desconfia o historiador, os livros estão em algum galpão guardado por seguranças ou teriam sido incinerados. Paulo Cesar ficou bravo. Na audiência ninguém defendia sua pesquisa rigorosa. Os argumentos de Roberto Carlos, para o réu absurdos, diziam que, com a biografia nas lojas, o cantor teria prejuízo financeiro quando fosse lançar sua própria história. O toque final, kafkiano, se deu quando o juiz chamou o cantor em um canto e lhe pediu que escutasse um cd que gravara. Também soltava seus trinados, tímidos, a julgar pelo pseudônimo que usava. Sozinho no tiroteio, tendo contra si um ícone nacional, sem seu livro, sem editora, Paulo Cesar foi à forra e preparou a vingança, publicada no início desse ano. “O Réu e o Rei”, da Companhia das Letras, tenta descontruir Roberto Carlos. Ao contar de maneira cronológica e rápida a trajetória do cantor, mostra como ele perdeu relevância a partir dos anos 90 e não consegue, há muitos anos, fazer nada de relevante, lançando músicas raras e ruins, se regravando à exaustão ano após ano. Os cruzeiros do rei são tratados como um passeio de vovozinhas ricas e deslumbradas. Seus shows como excludentes e caros, prejudicando justamente a população humilde que comprou os discos e fez sua fama, e que agora teria sido “abandonada” por ele, privada financeiramente de vê-lo ao vivo. De maneira desnecessária, relembra o acidente no qual o rei perdeu uma perna (do joelho para baixo), em um acidente na linha férrea, quando criança. Também desnecessariamente desce aos sempre chatos detalhes do processo. Gasta bem umas 100 páginas (e a paciência do leitor) da repercussão (negativa para o cantor, excelente para o autor) da polêmica na imprensa. Se no primeiro livro Paulo Cesar constrói um herói da música popular, no segundo põe tijolo sobre tijolo num monumento sobre um cantor talentoso mas intolerante, cheio de manias e capaz de influenciar, além dos admiradores, outros artistas e o Judiciário. Mas a vingança de Paulo Cesar é mais efetiva quando ele dá o caminho de outras obras que não compactuam com a imagem de bom moço de Roberto Carlos. Parte dessa mágoa, para além do processo, foi o fato de os advogados do rei não terem processado também Pedro Alexandre Sanches, autor de “Como Dois e Dois São Cinco”, sobre Roberto, Erasmo e Wanderléa. E nem a ex-mulher do costureiro Dener, Maria Stela Splendore. Maria Stela (Sri) era uma moça bonita que, ainda adolescente, caiu nas graças do maior costureiro do Brasil e se casou com ele por pouco tempo, para logo depois ter um caso com Roberto Carlos. Em seu livro “Sri Splendore – Uma História de Vida”, ela conta seu envolvimento com o rei e revela as dúvidas sobre quem seria o pai de sua filha: Dener ou Roberto Carlos. De maneira vaga, conta um encontro das duas com o cantor e que ele prometera algo (ela não diz o quê) e não cumpriu. Paulo Cesar parece achar que esse livro seria suficiente para um processo. Se com Maria Stela nada aconteceu, Nichollas Mariano teve problema semelhante a “Roberto Carlos em Detalhes”. Nichollas era funcionário de rádio no Rio de Janeiro que se aproximou do cantor em início de carreira e trabalhou como seu divulgador — uma espécie de relações públicas. Roberto Carlos o levou pra casa — ainda morava com a mãe, Laura. Quando o cantor se mudou para São Paulo, demorou para chamar Nichollas, que parecia se sentir abandonado quando não estava com Roberto Carlos. O fato é que o cantor confiava nele mas Mariano não tinha qualificação na vida profissional que o rei entrara, cheia de grandes empresários, advogados e contratos. O jeito que Roberto achou foi contratá-lo como mordomo, na verdade um empregado doméstico de luto, que atendia telefone e fazia compras nos supermercados. Estar perto do ídolo — e do poder advindo disso — era o bastante e quando os dois se desentenderam e Nichollas foi mandado embora, perdeu o rumo. Tentou vários empregos, até gravou um disco. Tudo fracasso. Voltou a procurar Roberto, pediu dinheiro, recebeu mas não foi o bastante. Em 1979 lançou “O Rei e Eu – Minha Vida com Roberto Carlos”. Naquele ano, o cantor estava no auge. O sucesso adolescente da Jovem Guarda passara e no final dos anos 60 ele entrara em uma fase mais adulta, densa, um pé na soul music e sem o som pastiche e piegas que faria a partir da metade dos anos 80. Em resumo, seu melhor período, quando, com certeza, produziu algumas das melhores músicas de nossa história. Roberto Carlos conseguiu proibir o livro até com facilidade — e proibido está até hoje. Até porque Nichollas Mariano não é o Paulo Cesar, que tem estilo, sutileza e estudo. E pegou pesado. Narra a “ginástica” que a família fazia para esconder a deficiência física de Roberto, conta que ele dirigia de maneira quase suicida (disputando quem chegava em menos tempo), diz que Laura não gostava da primeira mulher do filho, Nice, e outros detalhes no limite entre informação e fofoca. O livro de Nichollas Mariano é bem mais difícil de conseguir, nunca por menos de mil reais. E em tempos de internet não adianta muito proibir a circulação de qualquer texto. Por mais dialético que pareça, ao mesmo tempo, é também necessário que se defenda o direito de quem não quer ver sua história exposta. Mesmo que essa pessoa seja Roberto Carlos. Iúri Rincon Godinho, jornalista e publisher da Contato Comunicação, é colaborador do Jornal Opção.

Biografia mostra que depressão levou Primo Levi ao suicídio

[caption id="attachment_12128" align="alignleft" width="300"]Biografia revela o Primo Levi que livros autobiográficos não mostraram Biografia revela o Primo Levi que livros autobiográficos não mostraram[/caption] O judeu italiano Primo Levi foi levado para Auschwitz, mas sobreviveu. Em larga medida, por ser um químico competente. Ao sair, continuou trabalhando como químico e se tornou um dos mais poderosos escritores do século 20. “É Isto um Homem?” (Rocco, 256 páginas, tradução de Luigi Del Re) é um dos livros mais notáveis sobre o cotidiano dos indivíduos no campo de extermínio nazista. O leitor que quiser conhecer a história do campo localizado na Polônia talvez deva começar por esta obra séria e penetrante. Com seus livros sobre Ausch­witz — escreveu ficção sobre outros assuntos —, Primo Levi consagrou-se como um dos principais memorialistas, senão o maior, do horror nazista. Fica-se com a impressão de que sobreviveu para contar, para contar bem, com largueza de visão e certa implacabilidade. Porém, mesmo consagrado e respeitado praticamente em todo o mundo — Philip Roth é um dos mais apaixonados leitores de sua obra, que ajudou a divulgar e estabelecer nos Estados Unidos —, Primo Levi tinha depressão, às vezes chamada de “mal silencioso”. Em abril de 1987, aos 67 anos, Primo Levi matou-se, jogando-se da escada do edifício no qual morava, em Turim. Estava muito deprimido. Não houve testemunhas, mas ninguém o empurrou. A conclusão da perícia técnica de Turim é que se suicidou. Recém-operado de uma cirurgia de próstata, estava mal psiquicamente, e dizia não acreditar que algum dia ficaria bem (da depressão) e admitia que era muito difícil receber visitas. A enfermeira Elena Giordanino, que cuidava da mãe de Primo Levi, Ester, contou à polícia que o escritor estava “muito alterado. Às vezes o via sentado com a cabeça entre as mãos, pensando”. Estava angustiado. Lucia, mulher do escritor, relatou que ele estava “deprimido”. “Primo estava cansado da vida... Fizemos o possível para nunca deixá-lo só. Nunca. Mas só um momento foi suficiente.” Não é fácil contar a vida de Primo Levi, porque ele próprio revelou parte dela, aparentemente “encobrindo” detalhes, quem sabe por julgá-los sem importância, e não com o objetivo de falsificar. Era cioso com sua própria história. O inglês Ian Thomson, de 53 anos, embora desencorajado por algumas pessoas, decidiu pesquisar a vida do escritor com o objetivo de escrever uma biografia não definitiva, porque isto é ficção, e sim a mais ampla possível. Descobriu, por exemplo, que, mesmo antes de ser enviado para Auschwitz, na década de 1940, Primo Levi já sofria de fortes crises de depressão. O campo de extermínio por certo potencializou seu problema de saúde. Porém, mesmo com depressão, trabalhou como químico e se tornou um dos maiores escritores do século 20. A depressão levou-o à morte, mas não impediu que escrevesse bons livros, como “É Isto um Homem?” e “A Trégua” (Companhia das Letras, 360 páginas, tradução de Marco Lucchesi). A Companhia das Letras publicou a ótima coletânea “71 Contos de Primo Levi” (528 páginas, tradução de Maurício Santana Dias). A intenção do biógrafo não é demolir Primo Levi, até porque não há o que demolir, e sim compreender como este homem, atormentado a vida inteira, sobreviveu a Ausch­witz e escreveu uma obra literária e de testemunho a um só tempo bela, dolorosa e poderosamente informativa. O autor italiano é a prova de que o indivíduo — aquelas pessoas ímpares — faz a diferença em qualquer lugar. “Primo Levi” (Belacqva, 743 páginas, tradução de Julio Paredes), do escritor e jornalista inglês Ian Thomson, é uma biografia de alta qualidade, absolutamente imperdível. Citei trechos da história do suicídio, mas a biografia revela muito mais do que a morte, que, claro, não é o centro da vida de nenhuma pessoa. Vale a pena traduzi-la no Brasil. Denise Bottmann se candidataria a transpor a bíblia sobre Primo Levi para o português? A edição comentada saiu em Barcelona em 2007 e o texto original foi publicado em 2002 na Inglaterra. Quando lançada, “Observer” anotou: “Uma das melhores biografias literárias do ano... Soberba... Levi, acreditamos, a apreciaria”. Outra publicação, “London Review of Books”, adotou tom parecido: “Esta biografia é inteligente, brilhante, notável, excelente e importante”. Os adjetivos não são exagerados. As duas publicações têm razão: “Primo Levi” é um exemplo de biografia muito bem escrita, e com um rigor impressionante, digna das melhores pesquisas de scholars americanos e ingleses e da estirpe das excelentes biografias “Chatô — O Rei do Brasil”, de Fernando Morais, e “Nelson Rodrigues — O Anjo Por­no­gráfico”, de Ruy Castro.

Ataque a Miriam e Sardenberg seria uma espécie de ranço autoritário do petismo

A presidente Dilma Rousseff não faz um governo ditatorial e nem o PT é apóstolo da implantação de uma ditadura no Brasil. Tanto Rousseff quanto o PT, apesar de certa má vontade e relutância, aceitam as regras do jogo democrático. Aqui e ali, como se tivessem saudade das ideias comunistas, tentam alguma medida autoritária, com o objetivo de controlar instituições, como o Ministério Público e, mais recentemente, a Imprensa. Porém, pressionados, têm recuado. Teo­ricamente, o ranço autoritário do petismo está sob relativo controle. Mas há as “escapadas”. Na semana passada, o jornal “O Globo” revelou que dois dos mais qualificados jornalistas das Organizações Globo, Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, tiveram seus perfis na Wikipédia modificados pela rede de internet do Palácio do Planalto. As análises econômicas de Miriam são apontadas como “desastrosas” e ela teria ligações com o empresário-banqueiro Daniel Dantas — duas informações, mais do que equivocadas, manipuladas. Sardenberg é citado como responsável por previsões erradas e como defensor de juros altos, supostamente porque tem ligações com o economista-chefe da Federação dos Bancos (Febraban), Rubens Sar­den­berg, seu irmão. Inicialmente, o Palácio do Planalto disse que não havia como investigar o caso, devido a uma questão técnica, porém, dada a repercussão na imprensa, recuou. A Secretaria-Geral da Presidência afirmou que vai investigar, mas é provável que não se chegue ao responsável. Cortar na própria carne, sobretudo em períodos eleitorais, não é muito comum. Uma pergunta não foi feita: por que dois jornalistas especializados em economia foram atacados e não jornalistas de política? A frase “é a economia, estúpido!”, do marqueteiro americano James Carville, explica os ataques a Miriam e a Sardenberg? Talvez. Politicamente, por ter a imagem de ser austera, mesmo que haja corrupção em seu governo, Rousseff não é malvista — exceto por alguns políticos, e não apenas do PMDB. No entanto, como a economia vai mal, porque praticamente não cresce — o crescimento este ano deve ficar abaixo de 1% —, o governo de Rousseff tem sido mal avaliado. Na mente conspiratória de alguns petistas, quem sabe sobretudo daqueles que trabalham no Palácio do Planalto, os analistas econômicos, ao explicarem o que está ocorrendo, estariam contribuindo para aumentar, se não a crise, a sensação de que a crise é muito mais ampla. Daí, portanto, os ataques. A falsificação dos perfis de Miriam e Sardenberg é grosseira e preocupante. Rousseff diz que nada tem a ver com isto, e é provável que não tenha mesmo, mas precisa controlar seus auxiliares. Senão o que parece apenas ranço autoritário, recaída ao estilo stalinista, terá de ser considerado como uma espécie de “ética” do petismo.