Por Euler de França Belém
Dostoiévski (“Os Demônios”), Joseph Conrad (“O Agente Secreto”), Doris Lessing (“A Terrorista”) e John Updike (“Terrorista”) escreveram muito bem sobre o mundo do terrorismo. Para os terroristas não existe aquilo que chamam de Humanidade e indivíduos. Existe apenas a causa. Para provocar reações, até para chocar, terroristas matam qualquer um, sobretudo pessoas indefesas. O jornalista americano James Wright Foley, de 40 anos, foi decapitado pelo grupo extremista Estado Islâmico. O EI queria 132 milhões de dólares para não matá-lo, mas poderia não cumprir a promessa de libertá-lo. Forças militares dos Estados Unidos bombardearam locais onde se escondem militantes do EI, no Norte do Iraque, e os terroristas ameaçam matar outro jornalista, Steven Sotloff. Certas imagens são sempre chocantes, mas mostrá-las é uma forma de denunciar a desumanidade do terrorismo. Pode-se contrapor que os Estados Unidos mataram e matam (e torturam) milhares de inocentes no Oriente Médio e outros lugares. Não é falso. Quem duvidar deve ler o livro “Guerras Sujas — O Mundo É um Campo de Batalha” (Companhia das Letras, 840 páginas, tradução de Donaldson Garschagen), do jornalista americano Jeremy Scahill. Às vezes, militares dos EUA dizem, quando o setor de Inteligência descobre que mataram inocentes, como crianças, mais ou menos assim: “Erramos”. O livro de Scarril é impressionante. Mas aquilo que os Estados Unidos fazem, matando e torturando, também não justifica as ações dos terroristas contra inocentes. O que fazer? Dizer, como Norberto Bobbio, que há “guerras justas”? Não sei. Mas os dois lados, que estão envolvidos numa guerra equivocada, vão continuar matando inocentes, como James Foley, em nome da religião ou da civilização (economia?).
Josemar Gimenez trocou o cargo de diretor de redação do “Correio Braziliense” pelo de vice-presidente de Negócios Corporativos dos Diários Associados. Os jornais “Correio” e “Estado de Minas” permanecem sob sua supervisão editorial. No “Correio” — como Gimenez vai circular pelo país, acompanhando os negócios jornalísticos do grupo —, a editora-chefe Ana Dubeux fica ainda mais forte.

Carlos César Higa tem rosto de garoto e é garoto. Mas, acima de tudo, Higa é um intelectual. Não um intelectual qualquer. Trata-se, isto sim, de um intelectual público, quer dizer, daqueles que avaliam que é preciso comunicar as ideias sofisticadas e, às vezes, complexas e problemáticas do meio acadêmico. Outra característica do pesquisador infatigável é sua capacidade de produzir textos de qualidade e, sobretudo, numa linguagem acessível, mas sem simplificar as ideias. O jornalista liga e pede, já cobrando: “Preciso de um texto de 50 linhas sobre tal assunto”. Higa estuda a pauta, faz pesquisas e conexões, e, em seguida, envia um texto impecável e quase sempre surpreendente. Aliás, deveria reunir seus textos esparsos e publicá-los em livro.
Nos últimos anos, Higa dedicou-se a uma pesquisa exaustiva sobre Carlos Lacerda, um dos mais notáveis políticos e jornalistas do Brasil. Ele sempre soube que não estou entre os admiradores de Lacerda, mas, como muitos, tenho uma curiosidade insaciável pelo período em que viveu e, mesmo, por suas ideias, estapafúrdias ou não. Lacerda é desses homens aos quais ninguém, conhecendo seu pensamento e ações, fica indiferente. Tanto que é difícil ficar em cima do muro. Quase sempre se é pró ou contra.
Na semana passada, Higa defendeu sua dissertação de mestrado — “Exilado em Seu Próprio País: A Narrativa Lacerdiana Sobre a Política Pós-1964” —, que, se levada ao formato livro, pode ganhar destaque nacional. A dissertação pode ser consultada na Biblioteca da Universidade Federal de Goiás. Lacerda é um dos temas espinhosos da história recente do país e examiná-lo sem parti pris ideológico é sempre muito difícil. Unindo paixão e rigor — fica-se com a impressão de que leu (e entendeu) tudo sobre o seu personagem —, Higa enfrentou e decifrou o mito, ou parte dele, tornando-o, certamente, mais humano, mais próximo de nós. O objetivo do pesquisador não é “aumentar” ou “diminuir” o tamanho de Lacerda, e sim compreendê-lo, situá-lo no jogo político de seu tempo.
Higa foi orientado pela professora-doutora Fabiana de Souza Fredrigo, da Universidade Federal de Goiás, um centro de excelência em pesquisa histórica.
Jack London (1876-1916) impressiona como escritor e, por conta de seu espírito aventureiro, como homem. Sua ficção beira à transcrição imaginativa da realidade, dado ao seu caráter não raro autobiográfico. O autor americano escreveu dezenas de livros que, ao contrário de outras obras, podem ser relidas com prazer, porque, no geral, não parecem datadas.
Há biografias de Jack London, mas seu admirador também pode conhecê-lo, ainda que menos do que nas biografias, por intermédio de sua correspondência. O livro “Cartas de Jack London” (Edições Antígona, 382 páginas), com seleção, tradução e notas de Ana Barradas, é esplêndido.
Em 4 de junho de 1915, de Honolulu, Jack London escreveu uma carta para o sofisticado Joseph Conrad. O escritor polonês respondeu a 10 de setembro de 1915.
A carta de Jack London: “Caro Joseph Conrad: Os tordos despertam a madrugada cálida em meu redor. As ondas ressoam nos meus ouvidos quando batem na areia branca da praia, aqui em Waikiki, onde a erva verde que cresce em volta das raízes das palmeiras quase chega à fímbria da maré. A noite que passou foi dedicada a si... e a mim. "
“Eu tinha-me iniciado na escrita quando li as suas primeiras obras. Apreciei-as com verdadeira paixão e ao longo de todos estes anos comuniquei a minha apreciação aos meus amigos. Nunca lhe escrevi. Nunca sonhei em escrever-lhe. Mas ‘Victory’ [o romance ‘Vitória’] deixou-me rendido e aqui junto a cópia de uma carta que redigi para um amigo no fim desta noite em que não dormi. "
"Talvez se aperceba melhor do significado desta noite em que não dormi se lhe disser que foi imediatamente precedida de um dia em que velejei 60 milhas num sampã japonês, vindo da Leprosaria de Molokai (onde Mrs. London e eu fomos visitar velhos amigos) para Honolulu."
"Tudo isto tem a ver comigo."
“Aloha (que é a palavra gentil com que os havaianos se cumprimentam e que significa ‘que o meu amor esteja contigo’)."
A resposta de Joseph Conrad: "Tocou-me muitíssimo a sua amável carta, para não falar da intensa satisfação que me deu a aprovação vinda de um emérito oficial do mesmo ofício e um verdadeiro companheiro de letras, de cuja personalidade e arte me tenho apercebido intensamente desde há muitos anos. Justamente já uns dias estive com Percival Gibbon (um contista e muito distinto jornalista e correspondente de guerra) e estive a falar-lhe de si longamente, até alta madrugada. Gibbon, que acaba de regressar de 5 meses na frente russa, tinha estado a ler uma série de livros seus, mergulhando completamente na sua prosa. E admiramos, com a maior simpatia e respeito, a veemência da sua força e a delicadeza. Ainda não li o seu último livro. As recensões que tenho visto são entusiásticas. Tenho o livro em casa mas estou à espera de acabar uma coisa (curta) que ando a escrever agora para depois me sentar a lê-lo. Será a recompensa de me ter portado bem a trabalhar. Porque nos tempos que correm não é fácil escrever aqui. Neste preciso momento Dover está debaixo de fogo. Chegam até mim os estrondos dos disparos dos morteiros e metralhadoras — e não sei o que se passa. Na noite passada, passou um Zep por cima da minha casa (não foi a primeira vez) em direção a ocidente, para aquele bombardeamento a Londres de que já deve ter tido conhecimento pelos jornais. Além disso, neste momento tenho o pulso magoado, o que explica a minha caligrafia irregular. E por aqui me fico — de momento. Guarde-me na sua benévola memória e aceite um aperto de mão grato e cordial."
O encalhe levou o “Pop” a uma reação. Primeiro, afastou o gerente comercial, Paulo Lacerda. Agora, está tentando imprimir um tom mais crítico na cobertura diária. O problema é que o jornal parece que não consegue manter a mesma pegada. Num dia, está crítico, tanto ao governo de Marconi Perillo, do PSDB, quanto ao governo do prefeito Paulo Garcia, do PT. No dia seguinte, está mais frio do que geladeira.
Frederico Victor A estudante de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiânia (PUC-GO) e estagiária do Jornal Opção Sarah Teófilo Marcelino é a vencedora do 2º Prêmio Tetra Pak de Jornalismo Ambiental, realizado em conjunto com a Semana Estado de Jornalismo Ambiental. O anúncio foi feito na sexta-feira, 22, em São Paulo, pelo diretor de Desenvolvimento Editorial do Estadão, Roberto Gazzi, e pela gerente de Relações Institucionais da Tetra Pak, Daniela Alves. Os trabalhos inscritos exploraram a viabilidade do crescimento econômico sem destruir o meio ambiente. Os seis finalistas farão uma viagem, organizada pela Tetra Pak, para visitar áreas florestais no Paraná. A universitária Sarah Teófilo Marcelino, de 21 anos, terá sua reportagem publicada no jornal “O Estado de S. Paulo” na edição de sábado, 23. Como prêmio, a vencedora receberá uma viagem para Austin, capital do Estado do Texas nos Estados Unidos, onde participará de um programa de estágio personalizado no Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas.
No encontro realizado pelo governador com prefeitos da base aliada, o candidato ao senado Vilmar Rocha reafirmou seu compromisso com o municipalismo e com a defesa de um novo pacto federativo com a transferência de mais recursos e poder aos Estados e Municípios. Ao todo, 197 prefeitos participaram do evento e reiteraram total apoio à candidatura de Vilmar. Quem também esteve presente foi o advogado Robledo Rezende, representando Júnior do Friboi. “Quero dizer, senhor governador, que os prefeitos do PMDB que caminharam com Júnior do Friboi estão presentes a este evento em sua totalidade”, afirmou Robledo em seu discurso. Segundo Vilmar Rocha, o Brasil é hoje um país “macrocéfalo, com uma cabeça grande, que é o Governo Federal, e um corpo pequeno, que são os Estados e Municípios”. Para o deputado federal, o Brasil precisa redesenhar sua federação. “Mas para isso é preciso ter, no Congresso Nacional, uma articulação e uma força para que esse novo pacto federativo aconteça”. Vilmar Rocha também lembrou que os prefeitos tem lutado, junto ao Congresso, para aumentar o fundo de participação dos municípios em 2%, mas a proposta aprovada é de 1%. “Isso é insuficiente. Precisamos de fato lutar e articular para que sejam os 2% reivindicados, mas não vamos conseguir se não houver uma boa articulação, com deputados, senadores que saibam dialogar, se comprometer”, afirmou. O candidato ao Senado da Base Aliada destacou ainda que o Congresso precisa discutir outros assuntos pertinentes aos municípios, como a questão dos royalties, do transporte escolar, do piso salarial dos professores municipais, entre outras. “E reafirmo meu compromisso de lutar e defender os municípios no Senado, ao lado da senadora Lúcia Vânia e do governador Marconi Perillo”, garantiu Vilmar.
Na campanha para deputado estadual, a estudante Déborah Evellyn, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), é o nome mais qualificado do Partido Comunista do Brasil (PC do B) em Goiás. No programa de televisão, sua estrela brilhou ainda mais com o apoio declarado do ex-deputado federal Aldo Arantes e líder histórico do partido. Déborah Evellyn, jovem articulada e com ideias precisas sobre os fatos, defende um mandato aberto, com o objetivo de manter um diálogo permanente com a sociedade. Embora a reforma política seja um tema afeito mais ao Congresso Nacional, a candidata a defende como o instrumento eficaz para reorganizar o sistema político brasileiro. A líder comunista propõe uma lei para garantir “a ampliação dos investimentos em educação pública no Estado de Goiás, ampliando o número de vagas, melhorando a estrutura física das escolas e da UEG e valorizando professores”. A candidatura de Déborah Evellyn consagra aquilo que o PC do B tem de melhor: defesa ampla da sociedade, do setor público, do coletivo, da ética. Um partido com a qualidade do PC do B, fundado há décadas, não pode se tornar refém de uma família (familiocracia não combina com comunismo). A candidatura da estudante — que lembra, no porte e na inteligência, Denise Carvalho, que a apoia — é uma espécie de rompimento com certa oligarquia e um retorno ao bom caminho.

Pesquisa do Instituto Veritá, divulgada pela TV Record na quinta-feira, 21, aponta que, se a eleição fosse realizada hoje, o governador de Goiás, Marconi Perillo, seria eleito no primeiro turno, com 53% dos votos válidos. Iris Rezende tem 33,1% dos votos válidos. Os adversários do tucano-chefe — Iris Rezende, Vanderlan Cardoso, Antônio Gomide, Alexandre Magalhães, Marta Jane e Professor Weslei — têm, juntos, 47%.
Na pesquisa estimulada, Marconi aparece com 42% (53% são os votos válidos). Iris Rezende, o candidato do PMDB, tem 26,2%. O tucano abriu 15,8 pontos sobre o peemedebista. Vanderlan Cardoso (PSB), em terceiro lugar, tem 4,7%, e Antônio Gomide (PT), o quarto, aparece com 4,3%. O Professor Weslei (PSOL), com 0,8%, supera Alexandre Magalhães (PSDC) e Marta Jane (PCB), empatados com 0,6%. Votos nulos e brancos chegam a 11,5%. Não responderam ou não souberam responder chegam a 9,3%.
A pesquisa espontânea mostra Marconi com 25,3%. Iris tem 15,8%. Vanderlan aparece com 3,2% e Gomide, com 2,1%. Alexandre Magalhães tem 0,4%.
Registro
O Veritá, que registrou a pesquisa no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, com o número 00074/2014, ouviu 2203 eleitores entre 18 e 20 de agosto. A margem de erro é de 2,09%.

Miriam Leitão foi torturada por militares, na ditadura. Rodrigo Constantino foi proibido de critica-la no site da Veja. Duas violências
Depoimento da jornalista da TV Globo ao repórter Luiz Cláudio Cunha
Sai o primeiro livro sobre o político pernambucano Eduardo Campos, falecido recentemente, aos 49 anos. Em “Eduardo Campos — Um Perfil (1965-2014)”, com 96 páginas, os jornalistas Chico de Góis e Simone Iglesias procurar apresentar, de maneira o mais ampla possível, aquele que governou Pernambuco por duas vezes e era o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República. O livro de Góis e Iglesias sai pela Editora Leya Brasil e custa R$ 14,90.

Bruno Rocha Lima não deixou a Editoria de Abertura do “Pop”. O jornalista permanece no cargo anterior, parcialmente, e vai reforçar a Editoria de Política, ao lado de João Lemes. Terminada a eleição, volta integralmente à ocupação anterior.
No período eleitoral, o “Pop” decidiu investir mais na cobertura política. Como Bruno Rocha Lima é especialista em política, com larga experiência em cobertura de campanhas eleitorais, foi convocado pela editora-chefe, Cileide Alves, para a nova missão. Trata-se de uma escolha sensata e inteligente da chefe da redação do “Pop”.
Com Marina Silva na vice, seu marido, Fábio Vaz de Lima, permanecia no governo do PT no Acre — como secretário-adjunto de Desenvolvimento Florestal, Indústria, Comércio e Serviços Sustentáveis. Com a líder da Rede Sustentabilidade, incrustada no Partido Socialista Brasileiro (PSB), Marina exigiu e Vaz de Lima pediu demissão. O PSB vai apresentar Marina como sua candidata a presidente da República na quarta-feira, 20. A demissão, segundo aliados da líder da recém-líder do PSB, tem a ver com coerência. No Acre, a presidenciável, que já passou o tucano Aécio Neves, é uma das principais aliadas do governo petista. Os irmãos da oligarquia Viana, Tião (governador) e Jorge (senador), são ligados à ex-ministra do Meio Ambiente. Apesar de criticar o PT no plano nacional, Marina é aliada do partido no Acre. O governador Tião Viana e o irmão dele, o senador Jorge Viana, são próximos à ex-senadora.

O chefe da Igreja Católica admite que pode morrer em dois ou três anos. Como ficam seus aliados?