Por Cláudio Ribeiro

Wystan Hugh Auden, mais conhecido como W. H. Auden, nasceu em York, Inglaterra, em 21 de fevereiro do 1907. Auden é um dos maiores poetas modernos e o Opção Cultural não poderia deixar de homenageá-lo. Portanto, posto abaixo o poema This lunar beauty, seguido da tradução de José Paulo Paes (Poemas. São Paulo: Cia das Letras, 2013. Org. João Moura Jr). This lunar beauty This lunar beauty Has no history, Is complete and early; If beauty later Bear any feature It had a lover And is another. This like a dream Keeps other time, And daytime is The loss of this; For time is inches And the heart’s changes Where ghosts has haunted, Lost and wanted. But this was never A ghost’s endeavour Nor, finished this, Was ghost at ease; And till it pass Love shall not near The sweetness here Nor sorrow take His endless look. April 1930 Lunar, esta beleza Lunar, esta beleza É primeva, inteira, Não tem nenhuma história. Se a beleza mais tarde Exibe algum traço, Foi porque teve amante, Já não é como antes. Nisto, qual em sonho, Vige um outro tempo, Perdido se o dia De tudo se apropria. O tempo são centímetros E mudanças de alma Que espectro assombrou, Perdeu e desejou. Mas isto, por certo, Não foi coisa de espectro, Nem espectro, ela finda, Sentiu-se a gosto, ainda, E enquanto persista, Nem se chega amor A tal doçura e a dor Tampouco lhe vem dar Seu infinito olhar

O pesquisador canadense Jean-Pierre Sirois-Trahan, da Universidade de Laval (Quebec), descobriu um vídeo datado de 14 de novembro de 1904 em que aparece o escritor francês Marcel Proust, autor de uma das obras mais importantes da literatura universal, “À la recherche du temps perdu” (“Em busca do tempo perdido”). Proust foi filmado no momento em que estava descendo os degraus de uma escadaria. O escritor havia acabo de assistir ao casamento da aristocrata Elaine Greffulhe, e aparece entre 34 e 38 segundos do vídeo em questão, que pode ser acessado abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=51COHIgjbYU

A Aurora do poeta alagoano há de ser póstuma. É do outro lado do Atlântico que nos chega sua voz solar, da Espanha, onde faleceu. Mas, em vida, por que não lhe foi dado o merecido lugar ao Sol, em sua terra natal?
[caption id="attachment_87820" align="alignleft" width="620"] Lêdo Ivo | Foto: acervo ABL[/caption]
Wladimir Saldanha
Especial para o Jornal Opção
Lêdo Ivo (1924-2012) terá sido, talvez, um neossimbolista, em meio à reação ao Modernismo – lida “em bloco” como neoparnasiana – que foi a Geração de 45. O equívoco parte de José Guilherme Merquior, em ensaio fundador no qual excetua João Cabral de Melo Neto e, mais pontualmente, José Paulo Moreira da Fonseca; contudo, o próprio Merquior admitiria depois a necessidade de rever o julgamento do “malsinado parnaso”, em texto reunido no seu livro O Elixir do Apocalipse, no qual cita nominamente o caso de Lêdo Ivo: “Hoje teria que discriminar muito mais”.
Entre o primeiro e o segundo tempo, o crítico participou da organização de uma antologia de poetas brasileiros em que pôs em prática a própria lição – deixou de fora a maior parte dos poetas de 45 – o que rendeu uma resposta, agora sim, em bloco, dos dois grupos da Geração – o de São Paulo, reunido em torno da Revista Brasileria de Poesia, tendo à frente Péricles Eugênio da Silva Ramos e Domingos Carvalho da Silva – e o do Rio de Janeiro, que publicara com intermitência a Revista Orfeu, da qual participou Lêdo Ivo. Na antologia-resposta,
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José Guilherme Merquior faleceu antes de fazer uma prometida revisão de sua crítica aos poetas da "Geração de 1945"[/caption]
organizada por Fernando Ferreira de Loanda, dita da Moderna Poesia Brasileira, Silva Ramos ironiza Merquior no prefácio, enquanto Lêdo Ivo assina um dos ensaios que lhe valeriam a proscrição: um Epitáfio do Modernismo no qual sistematiza críticas aos que viam, na Geração de 45, uma “continuadora” de 1922 – tese que, se hoje parece absurda, era então defendida por parte dos críticos e poetas, no sentido de ser uma geração de “extensão de conquistas”, como deixou dito o insuspeito João Cabral de Melo Neto.
Ao tempo da Moderna Poesia Brasileira, estamos falando da década de 1960, e já então se conhecia o Itinerário de Pasárgada, publicado por Manuel Bandeira em 1954, com o capítulo da revisão de seu papel em 1922, quando esclarece que o poema Os sapos se dirigia a parnasianos menores como Goulart de Andrade. Ali repudia o poema-piada, dizendo-o apenas um episódio da reação modernista, sem maior importância na poética dos que lhe praticaram, à exceção de Oswald (por ser algo da própria natureza desse autor). O leitor que tiver a curiosidade de conhecer o Epitáfio do Modernismo, de Lêdo Ivo, verá que o poema-piada é um dos pontos contra os quais investe o ensaísta, somando-se a isso, entre outras coisas, o projeto paulistano de “inaugurar” uma modernidade como se esta não já viesse por influxos diversos, e por diversos portos, como os do Simbolismo, não sendo acontecimento situável numa data – a Semana de 1922 – e num lugar – São Paulo.
Acalmados os ânimos da juventude, infelizmente Merquior morreria em 1991, sem fazer a revisão anunciada anos antes, em 1983. Àquela altura, a semente redutora já tinha germinado fácil na terra onde, em se plantando, tudo que é erva daninha sempre dá: grandes nomes da teoria e da crítica, ao tratar em ensaios ou obras monográficas da poesia de João Cabral, reforçaram a tese da “incômoda convergência cronológica”: de Benedito Nunes a João Alexandre Barbosa, de Luiz Costa Lima a Haroldo de Campos. Lêdo Ivo, um daqueles a “discriminar muito mais”, prosseguiria na sua obra múltivoca, de poesia, romance, ensaio, crônica, conto – cada vez mais se distanciando do palco reativo de 45, no reagenciamento dos signos informativos de sua poética. Pelo menos desde o final da década de 1940, com a segunda seção de Linguagem, a geografia da terra natal alagona é reapropriada em clave aberta, pela qual mangues, lagoas e penínsulas, longe de uma referencialidade, falam de sua cosmovisão dual.
O estigma da Geração, porém, iria grudar-se a seu nome como sinal de nascença. Seria lembrado, muito mais, como o poeta que “quis atirar uma pedra na vidraça de Drummond”, imagem recortada de um texto de algumas páginas, publicado na revista gaúcha A província de São Pedro e tido como ataque insofismável ao grande mineiro, via paródia com o poema da pedra no meio do caminho. Não é bem isso que lá está, na velha brochura esquecida, onde um Lêdo Ivo de vinte anos vê a geração precedente – não só Drummond, mas Murilo Mendes, Jorge de Lima etc. – como um muro contra o qual teriam forçosamente que investir.
Não se perca de vista: a Geração de 45 é a que se segue à de Drummond, chamada inicialmente de “Poetas de 1930”; de quinze em quinze anos, como diz Ortega y Gasset, as coisas “cambiam” significativamente. Ora, quem estude com o mínimo de honestidade a questão das gerações literárias, a própria forma textual da paródia (vide Yuri Tynianov) e o
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João Cabral foi eleito "borgeanamente" pelos poetas concretos, como o seu precursor[/caption]
particular da relação de influência em poesia (vide Harold Bloom), não deveria dar muito seguimento a isso, ou pelo menos deveria descer às fontes primárias, antes de repercutir a citação da citação. Mais acadêmico foi o próprio Drummond, que nunca levou a sério tal pedra na vidraça, tanto assim não lhe ter recolhido entre as paródias e pastiches da Biografia de um poema, livro sobre a recepção da “pedra no meio do caminho”, no qual só uma reedição mais recente faz lembrar, em prefácio acrescido, da pelota de Lêdo Ivo.
Outro equívoco será o do papel do poeta alagoano na própria Geração de 45: embora tenha sido um dos editores do primeiro grupo da Orfeu, não foi o autor paradigmático que se alardeia, tendo sido, inclusive, criticado por Domingos Carvalho da Silva nas páginas da Revista Brasileira de Poesia, quando da publicação do Acontecimento do Soneto. Note-se que seria o mesmo Carvalho da Silva quem, tendo objetado a Lêdo Ivo o uso de sibilações e rimas toantes, faria ressalvas a João Cabral de Melo Neto por usar palavras “apoéticas”, tais como “cachorro” (em vez de “cão”) ou “fruta” (em vez de “fruto”). Em bom tempo tudo isso foi repelido por um crítico do porte de Sérgio Buarque de Holanda – que a Lêdo Ivo, muito mais que a Cabral, chamava de “ponto de fuga” da Geração de 45, por não vê-lo pactuar com duas pedras-de-toque dos grupos, ao contrário do pernambucano: a contenção da linguagem (com repúdio ao verso longo) e o chamado rigor, a clareza e a racionalidade na criação literária. Era a Geração do culto a Ungaretti, a Valéry, e o “malsinado parnaso”, para usar a expressão de Merquior, nada tinha a ver, nesse particular, com a produção já muito divergente de Lêdo Ivo, onde abundava o que chamou de verso “respiratório”, de matriz whitmaniana, e um sentido intuitivo ou irracional da criação, mais próximo dos surrealistas (indo mais longe: dos simbolistas e românticos).
Se a Lêdo Ivo, como aos colegas de Geração, o poema-piada e a busca de uma “gramática brasileira” repugnavam, as analogias param por aí. Domingos Carvalho da Silva, que de um lado atacava o Acontecimento do Soneto e, do outro, O cão sem plumas, seria o autor da polêmica tese Há uma nova poesia no Brasil, esta de matriz claramente neoparnasiana, que rendeu intensos debates em 1948, no I Congresso de Poesia de São Paulo (!), quando Oswald de Andrade acusava, junto à companheira Pagu, ter sido a “revolução traída”, entenda-se: a revolução modernista, a despeito do vocabulário marxista da invectiva (ou por isso mesmo).
A roda girou mais uma vez contra Lêdo Ivo, e seria ele, não Carvalho da Silva – de resto esquecido e também carecedor de revisão –, o antípoda de Oswald, no imaginário crítico-acadêmico brasileiro, o que em parte se deve ao Epitáfio do Modernismo e à inimizade dos
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Lêdo Ivo demonstrou diversas vezes a sua aversão por Oswald de Andrade[/caption]
dois escritores, que data da juventude de Lêdo. Conta no livro memorialístico Confissões de um poeta a sua versão para o desentendimento, segundo a qual Oswald lhe teria pedido a cabeça no emprego que arrumara na redação de um jornal, pelo fato de que ele, Lêdo Ivo, dissera aos colegas que o velho modernista apressara um lauto almoço no Copacabana Palace para terminar um “romance proletário”.
Verdade ou meia-verdade, fato é que Lêdo Ivo detestava Oswald de Andrade e sua poesia, e o disse muitas vezes, a última em entrevista a uma rede nacional televisão. No país do silêncio murmurante, na Pindorama do tapinha nas costas, isso é imperdoável – e mais em se tratando de um corifeu do “novo”, do “moderno” e da “ruptura”.
O prosseguimento do discurso crítico de exceção, cristalizado na “incômoda convergência cronológica” de João Cabral, teria uma sobrevida muito robusta, sobretudo quando os poetas concretos o elegeram borgeanamente como precursor. Se a crítica anterior, ocupando nas universidades o espaço dos rodapés no meio literário depois da cruzada de Afrânio Coutinho, procurava o poeta ideal para substituir o “impressionismo” pelo “método”, no momento mesmo da criação dos institutos de Letras no Brasil, uma vanguarda da década de 1950 – coisa aliás unicamente brasileira – e nascida nas páginas da mesma Revista Brasileira de Poesia do grupo de Péricles Eugênio da Silva Ramos, ao tomar a cena da poesia e da tradução reinvidicava para si o “pai” João Cabral, geômetra engajado, como o chamaria Haroldo de Campos. Quanto a Cabral, é fato que participou da Geração de 45, tendo inclusive colaborado com traduções de quinze poetas catalães para aquela mesma revista, quando recomendava, em nota, que a “...posição materialista diante da criação poética” daqueles autores talvez devesse “ser considerada por parte de outros idiomas não-ameaçados”, como o português.
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Gilberto Mendonça Teles é autor de um dos poucos estudos de fôlego sobre a poesia de Lêdo Ivo [/caption]
Sustenta Gilberto Mendonça Teles, em um dos poucos ensaios de fôlego sobre a poesia de Lêdo Ivo, que seria ele o distoante e Cabral o paradigmático em relação a 45; a tese parece ecoar um pouco o artigo de Sérgio Buarque de Holanda, mas vai mais longe. Não pensamos que Cabral seja paradigmático da Geração; contudo, sem dúvida o é de alguns aspectos dela – precisamente aqueles que, com alguns pontos de contato com o Parnaso, a que não era alheia a objetividade (o banimento do “eu” romântico), passavam longe da convenção literária de “palavras poéticas” e assimilavam a assim chamada antilira – precisamente aquilo que repudiava Domingos Carvalho da Silva. E é este viés objetal e antiliríco, até materialista, que, bebendo em fontes estrangeiras, como Valéry ou Marianne Moore, e servindo-se dos metros tradicionais ibéricos, iria engendrar a obra cabralina. A visualidade da imagem, radicalizada pelos concretos, pode ser lida em tal linhagem, porém se articula com uma dimensão, não propriamente parnasiana, mas simbolista da pesquisa poética – um Simbolismo de experimentos, entendido na sua mais ampla acepção europeia, como aqui só houve episodicamente, em autores que os próprios concretos também cuidaram de revificar, como é o caso de Pedro Kilkerry.
Hábeis na construção de seu cânone, traduzindo em ritmo acelarado e publicando autores até então lidos apenas no original ou mesmo desconhecidos, os filhos bastardos da Geração de 45 logo apagariam essa naturalidade de seus registros de nascimento, fariam sua própria revista e se voltariam contra a mesma Geração que lhes deu à estampa pela primeira vez.
Aí estão alinhavadas, tanto quanto o permite este espaço, as razões pelas quais se pode entender o silenciamento em que caíram nomes como Péricles Eugênio da Silva Ramos, Darcy Damasceno, Fernando Ferreira de Loanda, José Paulo Moreira da Fonseca (este, apesar do aplauso inicial de Merquior), Afonso Félix de Sousa ou o próprio Lêdo Ivo. Quanto ao último, foi sem dúvida o mais resistente de todos, aquele que ultrapassou, pela única força de sua palavra literária, todas as barreiras criadas pelo não-dito, pelos apodos jocosos – “lêdo ivo engano” etc. –, pelas citações propositamente mal recortadas, pela valorização de eventos da vida literária em detrimento da literatura. Publicou, ganhou prêmios importantes, foi traduzido e, para um poeta, nos padrões do Brasil, não se pode dizer que tenha caído em ostracismo.
Contudo, em quase setenta anos de atividade literária, assusta pensar que a universidade brasileira produziu pouquíssimo conhecimento em relação à sua obra. Assusta pensar que seja nome quase impronunciável em programas de pós-graduação, e que o único perfil jornalístico feito dele, quando do seu falecimento, tenha preferido ressaltar o anedotário da Academia Brasileira de Letras à sua volumosa poesia: quase mil e cem páginas em uma edição de 2004, a que faltam alguns livros posteriores.

Piranhas foi o primeiro a receber o evento que discute a viabilidade de um Plano de Desenvolvimento eficaz para os próximo quatro anos. O próximo será Anicuns

Hitler e Stálin, os dois maiores assassinos da história, se mereciam, mas, em se tratando de assassinato em massa, o bigodão soviético ganha de 7 a 1 do bigodinho nazista
[caption id="attachment_87139" align="alignnone" width="620"] Vladimir Lenin, principal líder da Revolução Bolchevique de 1917[/caption]
Carlos César Higa
Especial para o Jornal Opção
Este ano lembramos os cem anos da Revolução Russa, aquela que acabaria com a opressão dos czares e daria uma vida nova para os trabalhadores. Porém, o resultado foi a criação da União Soviética, um estado totalitário que tocou o terror na Europa Oriental e fez as cabeças de muitos ocidentais até 1991.
Vladmir Lênin, líder da revolução, disse que o futuro pertence a Jovem Guarda porque a velha está ultrapassada. No centenário da revolução, a gente percebe que o único futuro da Jovem Guarda foi o Roberto Carlos Especial.
Interessante que, no Brasil, a Jovem Guarda, que seria a avalanche revolucionária juvenil, tenha sido usada como nome de um grupo de cantores que tocavam guitarras elétricas, ou seja, símbolo maior do imperialismo ianque nos anos 1960. Provavelmente nem Lênin, nem Stálin e muitos menos Trotsky cantariam iê-iê-iê. Eles jogariam as guitarras no chão e brigariam com foice e martelo na mão.
O Brasil sempre acolhe de braços abertos as ideias feitas lá fora e que não deram muito certo. Os soviéticos baniram a religião da Rússia pós-revolucionária. Mas por aqui, os camaradas conseguem misturar cristianismo com marxismo e o resultado é Leonardo Boff e Frei Betto, dois ex - religiosos que são mais fiéis ao Partido do que ao Criador.
Josef Stálin, outro líder soviético, fez uma aliança com Adolf Hitler pouco antes do começo da Segunda Guerra Mundial. Os dois maiores assassinos da história deram as mãos. Eles se mereciam, mas, em se tratando de assassinato em massa, o bigodão soviético ganha de 7 a 1 do bigodinho nazista.
Intelectuais do Ocidente simpatizantes das ideias revolucionárias visitaram a União Soviética com o intuito de mostrar que as notícias negativas contra Moscou eram coisas feitas pela CIA ou por alguma alma pessimamente informada, alienada, comprometida com o capital internacional e que queria desfazer as maravilhas ocorridas na Rússia pós-1917. Ao escreverem sobre o mundo soviético, nenhuma palavra sobre os Gulags construídos por Stálin para prender, torturar e matar seus inimigos.
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Jean Paul Sartre foi um dos intelectuais que visitaram a URSS. Ele não é Caetano Veloso, mas disse que estava tudo lindo, tudo maravilhoso. Para o pai do Existencialismo, não existia nenhum pecado na União Soviética. O inferno são os outros e não a URSS. Muitos intelectuais vão a Cuba, outro paraíso comunista depois da URSS, mostrar que tudo está lindo, tudo está maravilhoso também. Eles odeiam as ditaduras que barbarizaram a América Latina no século passado, mas louvam a ditadura do proletariado.
2017 não é apenas o centenário da Revolução Russa, mas também os quarenta anos de morte de Elvis Presley. O Pravda, jornal oficial do Partido Comunista Soviético, escreveu que o Rei do Rock morreu vítima da exploração do capitalismo. Tudo o que sai no jornal oficial de qualquer partido comunista deve ser lido com Suspicious Mind, ou seja, mentes desconfiadas, clássico de Elvis do comecinho dos anos 1970.
E já que falamos de música, vamos concluir dizendo que Back to the USSR só se for a música dos Beatles.
Carlos César Higa é mestre em história e professor das redes estadual e particular de ensino, em Goiânia.

Em parceria com BB e governo federal, Sebrae lança programa para facilitar a vida das pequenas empresas

Mais uma Playlist Opção! E, como sempre, a diversidade de sons impera. Temos desde as duplas de sertanejo raiz Tonico e Tinoco e Tião Carreiro e Pardinho ao virtuose da guitarra Joe Sartriani. É só dar Play! https://www.youtube.com/watch?time_continue=269&v=SIx5vI33hCI https://www.youtube.com/watch?v=zRJrNrQBNqA https://www.youtube.com/watch?v=8gsGhdZDC-0&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=x3zJOcI3LzY https://www.youtube.com/watch?v=uJgzKpMQ9nA https://www.youtube.com/watch?v=vScUbKoE-qs https://www.youtube.com/watch?v=JmU0b8bxlG8 https://www.youtube.com/watch?v=8EuwjahnYqo https://www.youtube.com/watch?v=SM6XnUGj8aA&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=0uLI6BnVh6w

[caption id="attachment_86695" align="alignnone" width="620"] Judy Garland e os atores anões que interpretaram os muchkins[/caption]
A atriz Judy Garland (1922-1969), que viveu o papel de Dorothy, no clássico “O Mágico de Oz” (1939), teria sido molestada no set de filmagens pelos atores anões que interpretaram os “munchkins”, durante a gravação do longa.
A notícia veio à tona com a divulgação de uma nota do jornal The Sun a respeito do livro de memórias “Judy and I: My Life with Judy Garland”, escrito pelo esposo de Judy, Sid Luft (morto em 2005), que será publicado em breve.
Judy relatou o caso ao marido e, segundo consta em seu livro, ela tinha 16 anos à época das gravações e os atores anões contavam por volta dos 40 anos de idade. De acordo com Luft, os anões bolinavam Judy, passando as mãos por debaixo do seu vestido. Aos mesmos anões foi atribuída a fama de proporcionarem algazarra, orgias e bebedeiras no hotel onde ficaram hospedados durante a realização de "O Mágico de Oz".
Judy, que brilhou também no teatro e na televisão, tornou-se viciada em anfetamina e barbitúricos, vindo a falecer de overdose em 1969, aos 47 anos.

Aos caríssimos navegantes que aportam aqui no Opção Cultural: a “Terça poética” está de volta. Mas agora com algumas novidades.
[caption id="attachment_86648" align="alignleft" width="620"] Manuel Bandeira estreou na poesia em 1917, com a publicação de "A Cinza das Horas" | Imagem: frame do filme "O Poeta do Castelo" (1959), de Nelson Pereira dos Santos[/caption]
Continuaremos a publicar poemas inéditos daqueles que quiserem divulgar a sua produção, ficando aqui o convite para que o façam. É só enviar para este e-mail: [email protected]. Mas além da publicação de inéditos, a “Terça Poética” também contará com textos sobre poesia, isto é, comentários críticos, resenhas de autores clássicos e novos, ensaios sobre as formas poéticas, história da poesia, poesia e filosofia, etc. Portanto, aqueles que também quiserem divulgar seus escritos sobre algum poeta, um livro específico de ou sobre poesia ou mesmo acerca de um único poema, é só enviar para o mesmo e-mail.
Pois bem, para recomeçarmos bem a “Terça poética”, nada melhor que dar destaque àquele é considerado por muitos se não o maior poeta brasileiro ou menos o que mais teve domínio do verso, da cultura e da tradição poéticas como um todo: Manuel Bandeira.
“Esta pouca cinza fria...”: centenário de A Cinza das Horas
O pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968), como muitos poetas brasileiros de renome, foi atacado pela tuberculose, na juventude. Como forma de tratamento da enfermidade, Bandeira fixou-se na Europa, em junho de 1913, especificamente na Suíça, em um sanatório na região de Clavadel, perto de Davos-Platz. Por esse motivo, os que estudam o poeta sempre o associam às personagens do romance A Montanha Mágica, de Thomas Mann. Bandeira só retornaria ao Brasil em outubro do ano seguinte, tendo visto, antes disso, o irromper da apocalíptica Primeira Guerra Mundial.
Fato é que este período contribuiu, em dada medida, para que Bandeira concentrasse em seu livro de estreia, A Cinza das Horas, publicado em 1917, certo ar soturno, com versos produzidos por um coração “que ardeu... em gritos dementes”, sendo que das “horas ardentes” só restou “esta cinza fria/ – Esta pouca cinza fria...”, como está escrito na Epígrafe do livro.
Apesar de, a posteriori, Bandeira ter registrado em seu Itinerário de Pasárgada que nada tinha mais a dizer dos versos de A Cinza das Horas, senão “que ainda me parecem hoje, como pareciam então, não transcender da minha experiência pessoal, como se fossem simples queixumes de um doente desenganado, coisa que pode ser comovente no plano humano, mas não no plano artístico”, estes versos merecem ainda ser lidos e relidos.
O primeiro dos poemas, “Desencanto”, já traz a tônica principal da obra:
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
Teresópolis, 1912
Destaco também o soneto “A Antônio Nobre”, dedicado ao poeta romântico português Antônio Pereira Nobre (1867-1900) que, curiosamente, esteve em Clavadel, em 1895 – antes que o lugar recebesse em seus domínios um sanatório, e lá escreveu também um soneto, intitulado “Ao cair das folhas”. O irônico é que Nobre morreu de tuberculose.
Abaixo os dois sonetos. O primeiro, de Bandeira, e o segundo, de Nobre.
A ANTÔNIO NOBRE
Tu que penaste tanto e em cujo canto
Há a ingenuidade santa do menino;
Que amaste os choupos, o dobrar do sino,
E cujo pranto faz correr o pranto:
Com que magoado olhar, magoado espanto
Revejo em teu destino o meu destino!
Essa dor de tossir bebendo o ar fino,
A esmorecer e desejando tanto...
Mas tu dormiste em paz como as crianças.
Sorriu a Glória às tuas esperanças
E beijou-te na boca... O lindo som!
Quem me dará o beijo que cobiço?
Foste conde aos vinte anos... Eu, nem isso...
Eu, não terei a Glória... nem fui bom.
AO CAIR DAS FOLHAS
Pudessem suas mãos cobrir meu rosto,
fechar-me os olhos e compor-me o leito,
quando, sequinho, as mãos em cruz no peito,
eu me for viajar para o Sol-posto.
De modo que me faça bom encosto
o travesseiro comporá com jeito.
E eu tão feliz! – Por não estar afeito,
hei-de sorrir, Senhor, quase com gosto.
Até com gosto, sim! Que faz quem vive
órfão de mimos, viúvo de esperanças,
solteiro de venturas, que não tive?
Assim, irei dormir com as crianças
quase como elas, quase sem pecados…
E acabarão enfim os meus cuidados.

Morreu hoje, aos 77 anos de idade, em Paris, o filósofo e estudioso da literatura Tzvetan Todorov. Nascido em Sófia, capital da Bulgária, Todorov foi um dos grandes autores da segunda metade do século XX ligados ao estruturalismo, e estudado tanto por historiadores quanto por teóricos da literatura, antropólogos e psicanalistas. Entre suas principais obras estão: A Conquista da América: a questão do outro e A Gramática de Decameron.

O musical prova que os cinco garotos de Guarulhos são irrepetíveis – a não ser por quem consiga reincorporá-los
[caption id="attachment_86570" align="alignnone" width="611"] Adriano Tunes (Júlio), Élcio Bonazzi (Samuel), Ruy Brissac (Dinho), Arthur Ienzura (Sérgio) e Yudi Tamashiro (Bento) | Foto: Divulgação[/caption]
Elder Dias,
Especial para o Opção Cultural
Ali no palco, ocorria uma apresentação bonita, bem produzida, envolvente a partir de uma temática até despretensiosa. Na plateia, para aquele script, deveria haver um público infanto-juvenil, no máximo de jovens recém-saídos da adolescência. Mas o que se veem são muitos adultos, alguns de cabeças já grisalhas. Há, claro, os que se encantaram com a história mesmo tendo ela ocorrida antes de terem nascido. De toda maneira, quem chegou ao Teatro Sesi desconfiado de que veria um pastiche saiu revigorado no próprio humor.
O espetáculo é “O Musical Mamonas” e conta a trajetória meteórica do quinteto de Guarulhos que, em menos de um ano, foi do anonimato ao posto de maior fenômeno do pop-rock brasileiro e morreu em um acidente aéreo no início de março de 1996. Nesse período, o band leader Dinho (vocal), Bento Hinoto (guitarra), Júlio Rasec (teclados), e os irmãos Sérgio (bateria) e Samuel Reoli (baixo) rodaram todo o País fazendo até três shows por dia com uma música que levava o escracho ao limite e se tornando figurinhas carimbadas nas emissoras de rádio e nos programas de auditório – Jô Soares, Fausto Silva e Gugu Liberato, inclusive, são lembrados na apresentação.
O musical prova, ao contrário do que se pensava, que os Mamonas Assassinas não são irrepetíveis. O ator Ruy Brissac, especialmente. Ele não apenas “faz o papel” de Dinho. Ele o incorpora. Sua atuação é de tal qualidade que torna menor o fato de ser um sósia perfeito do vocalista. Os demais, embora não tão parecidos fisicamente, souberam da mesma forma encontrar a essência de cada integrante. A sensação, por vezes, é de estar ali com os originais– pergunte a quem viu a apresentação e acompanhou mais de perto a história da banda.
Outro diferencial da peça é uma produção esmerada – reproduzindo com fidelidade os notórios figurinos que o grupo usava – e um elenco de apoio que trabalha em ritmo frenético, cada qual interpretando diversos tipos – destaque para Bernardo Berro, o intérprete de Rafael Ramos, o Rafinha, da banda Baba Cósmica, que convence o pai, João Augusto, a gravar o que seria o único disco do quinteto. A duração do musical é de mais de duas horas, com pausa para um intervalo de 15 minutos (com certeza mais para descanso do próprio elenco).
Ao fim, a sensação que fica é de ter estado presente, ali, não a um show exatamente, mas a um espetáculo dos Mamonas – eles eram multiartistas, mais do que um grupo de rock. Um talento para a comédia e o besteirol genuíno que nunca poderia ser atingido com o projeto anterior deles próprios e que tinha o irônico nome de Utopia, uma banda que pretendia fazer rock progressivo.
Mas, é bom ressaltar: não há como repetir uma trajetória dessas além de algo que os represente tão bem, como a peça dirigida por José Possi Neto. “O Musical Mamonas” conta uma história que hoje não se faria acontecer, porque praticamente nenhuma letra passaria a salvo do crivo do politicamente correto. O relato da suruba violenta de “O Vira”, os palavrões de “1406” e os erros de português em “Chopis Centis” (duas excelentes sátiras ao consumismo), a odisseia de retirante em “Jumento Celestino” e as insinuações eróticas de “Robocop Gay”, entre outras, não sairiam impunes diante da patrulha virtual e do ativismo de detalhes.
Era outro contexto, como eram os tempos dos esquetes de “Os Trapalhões” e, lá atrás, os escritos de Monteiro Lobato. De qualquer forma, quem vê a peça se vê nos anos 90 e quer mesmo é diversão. Foram só três noites em Goiânia e foi pouco. A casa sempre lotada só confirma que a história dos garotos está viva, mesmo mais de duas décadas depois de tudo acontecer. Por quê? Talvez pelo fato de as personalidades autênticas de Dinho e cia., em meio a um show business cheio de normas e fricotes, terem representado boa parte da população brasileira que dá duro para encontrar seu lugar ao sol e serem reconhecidos.
Elder Dias é redator-chefe do Jornal Opção.

O poeta Fernando Pessoa, em seu livro “Mensagem”, escreveu os seguintes versos: “O céu estrela o azul e tem grandeza./ Este, que teve a fama e a glória tem,/ Imperador da língua portuguesa,/ Foi-nos um céu também.” Estes são versos dedicados a Padre Antônio Vieira, um dos mais importantes escritores e oradores da história universal, e um dos pilares da Língua Portuguesa. Não é de modo algum exagerado que Pessoa tenha lhe dado o epíteto de “Imperador” da língua. Nascido em Lisboa, em 6 de fevereiro de 1608, o jesuíta Vieira, ao lado de Camões, foi responsável por consolidar o português, em toda a sua ossatura, carne e nervura: estrutura sintática, estilística, etc. E isto aliado a uma assombrosa erudição, que congregava os clássicos latinos (sobretudo Cícero e Sêneca) e toda a tradição católica. Como forma de celebrar a data, disponibilizamos abaixo um vídeo com Alcir Pécora, especialista em Vieira, entrevistado por Pedro Paulo Funari. Na sequência, segue um trecho do Sermão do Mandato, em que Vieira trata do tempo como um dos remédios para a “cura do amor”. https://www.youtube.com/watch?v=o8oNjDN_t_Y Excerto do Sermão do Mandato, pregado em Lisboa, no Hospital Real, no ano de 1643: “O primeiro remédio que dizíamos é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos. Baste por todos os exemplos o do amor de Davi. Amou Davi a Bersabé com aqueles extremos que todos sabem, e, sendo o coração deste homem feito pelos moldes do coração de Deus, e Deus tão picado de ciúmes, como ele confessa de si: Ego Deus zelotes, coisa é digníssima de grande reparo que o mesmo Deus o deixasse continuar naquele amor, sem lhe procurar o remédio, senão ao cabo de um ano, quando o mandou reduzir pelo profeta Natã. Quanto Deus sentisse este desamor de Davi, bem se vê da circunstância deste mesmo cuidado, pois ele, sendo o ofendido, foi o que solicitou a reconciliação, sem esperar que Davi a procurasse. Pois, se Deus queria e desejava tanto que Davi se apartasse do amor de Bersabé, por que dilatou esta diligência tanto tempo, e não lhe procurou o remédio senão no fim de um ano? Pois esse mesmo ano, e esse mesmo tempo foi o primeiro remédio com que o começou a curar. As outras enfermidades têm na dilação o maior perigo; a do amor tem na mesma dilação o melhor remédio. Via, o que só vê os corações dos homens, que, enquanto duravam aqueles primeiros fervores da afeição de Davi, dificultosamente se lhe havia de arrancar do coração um amor em que estava tão empenhado; pois deixe-se a cura ao tempo, que ele pouco a pouco o irá dispondo, e assim foi. Ao princípio não reparava Davi no que devia ao vassalo, nem no que se devia a si, nem no que devia a Deus: matava homens, perdia exércitos, não fazia caso da fama nem da consciência, que tanta violência trazia aquele bravo incêndio em seus princípios; mas foi andando um dia e outro dia, foi passando uma semana e outra semana, foi continuando um mês e outro mês, e quando já chegou o fim do ano, em que estado estava o amor de Davi? Estava a chaga tão disposta, o coração tão moderado, e o calor tão remetido, que bastou uma só palavra do profeta para o sarar de todo. O que era desejo se trocou subitamente em dor; o que era cegueira, em luz; o que era gosto, em lágrimas; e o que era amor, em arrependimento. E se tanto pode um ano, que farão os muitos? Estes são os poderes do tempo sobre o amor. Mas sobre qual amor? Sobre o amor humano, que é fraco; sobre o amor humano, que é inconstante; sobre o amor humano, que não se governa por razão, senão por apetite; sobre o amor humano, que, ainda quando parece mais fino, é grosseiro e imperfeito. O amor, a quem remediou e pôde curar o tempo, bem poderá ser que fosse doença, mas não é amor. O amor perfeito, e que só merece o nome de amor, vive imortal sobre a esfera da mudança, e não chegam lá as jurisdições do tempo. Nem os anos o diminuem, nem os séculos o enfraquecem, nem as eternidades o cansam: Omni tempore diligit, qui amicus est, disse nos seus Provérbios o Salomão da Lei Velha; e o Salomão da Nova, Santo Agostinho, comentando o mesmo texto, penetrou o fundo dele com esta admirável sentença: Manifeste declarans amicitiam aeternam esse, si vera est; si autem desierit, nunquam vera fuit: Quis-nos declarar Salomão — diz Agostinho — que o amor que é verdadeiro tem obrigação de ser eterno, porque, se em algum tempo deixou de ser, nunca foi amor: Si autem desierit, nunquam vera fuit. Notável dizer! Em todas as outras coisas o deixar de ser é sinal de que já foram; no amor o deixar de ser é sinal de nunca ter sido. Deixou de ser? Pois nunca foi. Deixastes de amar? Pois nunca amastes. O amor que não é de todo o tempo, e de todos os tempos, não é amor, nem foi, porque se chegou a ter fim, nunca teve princípio. É como a eternidade, que se, por impossível, tivera fim, não teria sido eternidade: Declarans amicitiam aeternam esse, si vera est.”

Para a pesquisadora cubana Daylalis González Perdomo, Confaloni desenvolveu um estilo único, que pode ser definido como simbolismo-expressionista

De Itamar Assumpção e Dalto a Megadeth e Barry McGuire, passando por Pearl Jam e outros mais. Com essa variedade de som, apresentamos mais uma vez a Playlist Opção, que reúne as músicas mais ouvidas, durante a semana, pela galera que compõe a equipe do jornal. É só dar play para conferir. Megadeth – Peace Sells https://youtu.be/5qmCuwDYidw Ariana Grande - Everyday https://youtu.be/LELFIuhSPCI Barry McGuire – Eve Of Destruction https://youtu.be/qfZVu0alU0I Itamar Assumpção – Embalos https://www.youtube.com/watch?v=Qt6Jj0Vt0ts Pearl Jam – Do The Evolution https://www.youtube.com/watch?v=aDaOgu2CQtI Rihanna – Needed Me https://www.youtube.com/watch?v=wfN4PVaOU5Q JJ Grey & Mofro – Somebody Else (Bing Launge) https://www.youtube.com/watch?v=Ar6mcBhaDvw Dua Lipa – Last Dance https://www.youtube.com/watch?v=lwZqbQL4H4Q Dalto – Pessoa https://www.youtube.com/watch?v=7iBMoATlYwQ

[caption id="attachment_86110" align="alignnone" width="620"] Jorge Luis Borges e Samuel Beckett foram indicados para o prêmio Nobel de Literatura de 1966, vencido na ocasião por Shmuel Yosef Agnon e a Nelly Sachs.[/caption]
O site do Prêmio Nobel divulgou a lista oficial dos indicados de 1966 à categoria de literatura. O time, como pode se perceber abaixo, é pesadíssimo. Temos de Akhmátova a Nabokov, de Borges a Pound, de Erns Jünger a Eugênio Montale.
Quem levou o prêmio na ocasião foram o judeu Shmuel Yosef Agnon e a alemã Nelly Sachs. Mas a escolha não deve ter sido nada fácil.
Confira:
Anna Akhmátova
Miguel Ángel Asturias
Samuel Beckett
Jorge Luis Borges
Heinrich Böll, Alejo
Carpentier, Lawrence Durrell
Max Frisch
Carlo Emilio Gadda
Rómulo Gallegos
Witold Gombrowicz
Günter Grass
Robert Graves
Graham Greene
Ernst Jünger
Yasunari Kawabata
Miroslav Krleža
Carlo Levi
André Malraux
Eugenio Montale
Alberto Moravia
Vladimir Nabokov
Pablo Neruda
Konstantin Paustovski
Ezra Pound
Paul Celan
Simon Vestdijk
Thornton Wilde
Edmund Wilson