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A Polícia Civil de Goiás identificou novas vítimas do esquema criminoso de venda de medicamentos para emagrecimento, desvendado pela Operação Placebo, deflagrada em 3 de abril. A investigação, conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic), revelou que a principal suspeita, Ana Paula Ferreira, mantinha um grupo com mais de 2 mil pacientes em uma rede social. Segundo os investigadores, o número de vítimas pode ser ainda maior, incluindo pessoas de fora de Goiás.
Ao longo dos depoimentos, os agentes descobriram que Ana Paula comercializava medicamentos emagrecedores sem registro ou controle sanitário. A polícia cumpriu mandados de busca em três imóveis ligados ao casal Ana Paula e Geovanny Magalhães Ferreira. Em um deles, funcionava uma fábrica clandestina de remédios, sem qualquer condição de higiene ou autorização da Vigilância Sanitária.
Diante das evidências, a polícia prendeu o casal em flagrante. Em seguida, a Justiça converteu a prisão em prisão preventiva, atendendo ao pedido da autoridade policial.



De acordo com informações da Polícia Civil, diversos pacientes sofreram efeitos colaterais graves após consumir os produtos. Um dos casos mais alarmantes envolveu a internação de uma pessoa com complicações gastrointestinais severas. Além disso, a polícia apurou que Ana Paula usava a imagem da filha, uma criança autista, para divulgar os supostos benefícios dos remédios nas redes sociais — o que, segundo os investigadores, agravou ainda mais sua conduta.
Para ampliar a apuração, a Polícia Civil divulgou as imagens e a qualificação do casal. A medida, portanto, segue os critérios legais previstos da Direção-Geral da corporação. O objetivo é permitir que mais vítimas se apresentem e evitar que novos consumidores sejam enganados.
Sendo assim, gora, a polícia concentra esforços para identificar outros envolvidos, rastrear a origem dos insumos usados nos medicamentos e verificar se houve mortes relacionadas ao consumo dos produtos. O inquérito permanece em andamento.
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Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF) mostra que Goiás tem 5.621 farmácias no Estado. Comparando com a população, existe uma farmácia para cada 1.160 usuários. Essa taxa é quase dez vezes maior que o valor considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para a OMS, o índice médio é de exista uma farmácia para cada grupo de 10 mil pessoas.
Dados nacionais da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) indicam que somos um país com 85.433 mil farmácias. Para além da quantidade de estabelecimentos, o Brasil é um dos países que apresenta o maior consumo de medicamentos isentos de prescrição (MIPs ou OTC1). E, de acordo com a pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), foi constatado que, em 2019, 77% dos brasileiros tinham o hábito de se automedicar, sendo que 47% se automedicaram com frequência mensal, e 25% o fizeram com frequência semanal ou diária.
E, esse número só aumenta. No ano passado, o número de pessoas com 16 anos ou mais que tomam remédios por conta própria chegou a 89%, mostra pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade em parceria com o Datafolha. O diretor-secretário do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), Daniel Jesus, alerta para os perigos. “Todo remédio possui efeitos colaterais e, quando ingerido de forma incorreta, pode causar mais malefícios que benefícios ao organismo”, enfatiza.

Daniel Jesus fala que é preciso refletir e reavaliar o uso indiscriminado dos medicamentos na sociedade. "Atualmente, temos tomado medicamentos que não precisamos para tratar doenças que não temos. Existe remédio para tudo: para fome, para deixar de comer, para dar potência, tirar potência (...) fora os psicotrópicos que aumentaram consideravelmente sua disseminação e consumo”, comenta.
Sobre os medicamentos mais utilizados, essa mesma pesquisa do CFF mostra que os antibióticos estão entre os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses (42%). Esse percentual só é superado pelos analgésicos, antitérmicos e antigripais (50%). Citando um outro dado, Daniel comenta que os medicamentos para disfunção erétil aparecem logo em seguida entre os de grande consumo.
O diretor-secretário explica ainda que existe uma cultura de automedicação na sociedade brasileira. "Existe uma falsa ideia de que usar remédios é sempre bom, que de médico e louco todo mundo tem um pouco (...) mas o fato é que a população desconhece ou minimiza os problemas que são causados pelo abuso de medicamentos", explica Daniel. De acordo com ele, os medicamentos surgem como uma das principais causas de intoxicação no país. " O brasileiro não tem também a cultura da vigilância, de auditar o que deu errado. Existe um dado que mostra que 33% das intercorrências hospitalares é por abuso de medicamentos, mas não se estuda isso", finaliza Daniel.
Confira possíveis complicações com uso de excessivo de medicação e automedicação:
Intoxicação - usar doses inadequadas de remédios pode causar diversos impactos na saúde, como ineficácia do tratamento, overdose da substância no organismo e intoxicação;
Interação medicamentosa - risco de um medicamento ingerido reagir em contato com outro, ou seja, a pessoa usa de forma contínua;
Alívio dos sintomas, mascarando o diagnóstico da doença - usar remédios para aliviar imediatamente dor e mal-estar pode esconder a real causa daqueles sintomas; se a doença não é tratada corretamente e pode se agravar.
Reação alérgica - ingerir medicamentos que não foram prescritos por um profissional da saúde pode causar reações não esperadas;
Dependência - algumas substâncias proporcionam mais chances de vício quando tomadas em doses incorretas e por tempo além do indicado pelo médico;
Resistência ao medicamento - o uso indiscriminado de um remédio (como antibióticos) pode facilitar o aumento da resistência dos microrganismos àquela substância;
A automedicação gera outro mau hábito: acumular remédios em casa. Essa prática pode causar outros problemas mais graves, como:
- Confusão entre medicamentos;
- Ingestão de substâncias após vencimento;
- Ineficácia no tratamento causada pelo mau armazenamento do remédio;
- Ingestão acidental por crianças.