Primeiro remédio capaz de ‘renascer’ dentes é desenvolvido no Japão
19 agosto 2023 às 19h41
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Uma equipe de cientistas japoneses desenvolveram o medicamento pioneiro que facilita o crescimento de novos dentes. Entretanto, o medicamento ainda está programado para passar por uma fase de testes em seres humanos.
“A ideia de cultivar novos dentes é o sonho de todo dentista” disse Katsu Takahashi, o principal pesquisador do estudo e membro da Universidade de Kyoto, Japão, ao jornal The Mainchi.
Liderados por Takahashi, esses pesquisadores têm se empenhado em desvendar meios de estimular a formação de dentes novos desde o ano de 2005. Seus avanços mais recentes foram detalhados em um artigo publicado na revista ScienceAdvances, em 2021.
Os ensaios clínicos estão programados para serem iniciados em julho do próximo ano. Se todos os resultados forem conforme o previsto, esse tratamento inovador poderá estar disponível no mercado global até o ano de 2030.
O medicamento em questão será prescrito a pacientes que sofrem de anodontia, uma condição congênita frequentemente associada a fatores genéticos, na qual um ou mais dentes não se desenvolvem na cavidade bucal do indivíduo.
Condição
De acordo com Takahashi, a incidência dessa condição afeta cerca de 1% da população mundial. Atualmente, a solução predominante para esse problema consiste em procedimentos de implantes controlados.
Em um estágio anterior, os especialistas investigaram que roedores que apresentavam uma ausência do gene USAG-1 naturalmente possuíam um maior número de dentes. Esse gene desempenha um papel crucial na regulação do processo de formação dentária.
Desde então, os cientistas vêm se empenhando em encontrar maneiras de neutralizar a influência dessa proteína, ao mesmo tempo que estimulam o desenvolvimento de dentes adicionais, sem a necessidade de qualquer genética modificada. Em testes envolvendo animais, os anticorpos monoclonais causam grande potencial.
Vale ressaltar que os monoclonais e sintéticos têm sido utilizados para tratar diversos tipos de câncer e para promover imunidade contra doenças específicas, como, por exemplo, a Covid-19.
Caso os resultados dos testes se mostrem aceitos, a primeira aplicação a ser aprovada para esse medicamento será direcionado para crianças com idades entre 2 e 6 anos que sofrem de anodontia. Isso representaria um passo significativo, proporcionando a essas crianças o primeiro tratamento “natural” para uma condição que está associada à ausência de dentes e problemas durante o processo de desenvolvimento.
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