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O Brasil não está livre de sofrer com esses aumentos, haja vista que o consumo de combustíveis fósseis ainda é predominante no país

Procon – Goiânia recomenda ao consumidor fazer várias pesquisas de preços antes de comprar

Com inflação acumulada bem abaixo da alta registrada na alimentação dentro dos lares brasileiros, nos últimos 12 meses, os bares e restaurantes reajustaram os preços, mas sem conseguir repor prejuízos. De acordo com dados do IBGE, divulgados na quinta-feira, 9, a inflação no setor de alimentação fora de casa em janeiro teve alta de 0,57%.
Nesse sentido, comer fora de casa se tornou mais atrativo, concluiu a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-GO). “A questão da inflação do setor de bares e restaurantes está sempre com tendência menor do que a inflação de alimentos, que são basicamente o insumo dos nossos negócios. Então isso é muito bom para o consumidor, porque mostra a importância do setor, que, realmente, a alimentação fora do lar está mais barata”, disse ao Jornal Opção, o presidente da entidade, Danilo Ramos.
Nacionalmente, a tendência também é a mesma observada pela instituição. “Se por um lado isso significa que em termos relativos ficou mais atrativo para o consumidor comer fora de casa, por outro mostra que não estamos conseguindo recuperar o que foi perdido para a inflação dos alimentos e bebidas, nossos principais insumos, que aumentaram 11,07% no mesmo período”, destaca o presidente-executivo da Abrasel nacional, Paulo Solmucci.
O empresário não vai conseguir mais segurar estes aumentos
Danilo Ramos - presidente da Abrasel-GO
Prejuízos acumulados e estagnação
Uma pesquisa realizada em janeiro com 1.748 empresários de bares e restaurantes de todo o país revelou que metade deles ou não conseguiu aumentar o cardápio (23% dos entrevistados) ou fez reajustes abaixo da média de inflação (27%) nos últimos 12 meses. Outros 40% só repassaram a média de inflação. E apenas 10% dizem ter feito reajustes acima da média.
“O fator inflação explica, em parte, o fato de termos ainda 19% das empresas trabalhando com prejuízo em nosso setor. Nossa expectativa é que este ano a gente consiga baixar este índice e o controle da inflação se mostra muito importante para que isso aconteça”, completa Solmucci. Em Goiás, de acordo com Ramos, na pré-pandemia o percentual era de 5% dos estabelecimentos com prejuízos, atualmente, este número saltou para em torno de 30%.

“Este número nos preocupa bastante em relação ao setor, mas ele nos mostra também que o empresário vai passar a diluir estes repasses no decorrer deste ano, porque a volta da normalidade do funcionamento, com a retomada dos negócios, o empresário não vai conseguir mais segurar estes aumentos”, frisa, emendando que o preços tendem a subir nos próximos meses.
Acerca da mudança de comando no governo federal, o segmento não acredita em uma mudança radical no cenário econômico. “A gente acredita que a tendência é essa mesmo. Até porque, há o cenário de taxa de juros elevada e temos ainda a questão da inflação ser um ponto de preocupação, mesmo sendo uma inflação inferior em comparação com anos anteriores”, cita Ramos.
Vagas de empregos
Por outro lado, o setor segue entre aqueles que mais criaram vagas de emprego formal no Brasil. Em 2022, foram mais de 115 mil novos postos de trabalho gerados. O segmento está entre os primeiros que tiveram saldo positivo, com variação relativa de 9,96%, bem acima da média no país, que foi de 5,01%.

“O saldo de novas vagas em 2022 reforça a nossa posição entre os setores que mais empregam no Brasil. E a boa notícia é que esta tendência deve continuar em 2023. Em nossa mais recente pesquisa, um terço dos empresários diz que pretende aumentar o quadro ao longo do ano”, afirma Paulo Solmucci.
O setor de bares e restaurantes também lidera entre as áreas com mais contratações. O destaque é para atendente de lanchonete (45.193) e cozinheiro geral (36.828). Para Solmucci, “a maioria das vagas criadas no setor é o chamado primeiro emprego, que dá chance a jovens de entrar no mercado de trabalho e crescer – e muitos acabam também abrindo depois o próprio negócio”.

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Combate à Fome afirmou que não haverá regulação de preços nem intervenção nos mercados agrícolas

De acordo com dados, grupo de empresários é o que apresenta maior pessimismo na economia

Sindicato do donos dos postos cobra uma política nacional de combustíveis

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Martins de Castro, diz que não é possível atribuir a recente escalada nos preços dos combustíveis aos impostos estaduais. Ele avalia que é preciso atentar para a definição da política nacional do setor.
Marcio Martins lembra que o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) não tem reajuste. A política da Petrobrás de vincular o preço do petróleo ao mercado internacional é o que dita a sequência de altas no setor.
Associado a isso, há a queda no poder aquisitivo do brasileiro. O presidente do Sindiposto afirma que o Real perdeu poder diante do dólar nos últimos anos, o que acabou gerando a perda no poder de compra do consumidor. Além disso, é preciso haver mais abertura para as refinarias e, assim, permitir maior competição.
Neste sentido, é preciso definir a política que o governo irá adotar, de beneficiar os dividendos ou consumidores brasileiros, segundo Márcio Martins.
"O percentual do ICMS é o mesmo de tempos atrás. Não houve reajuste. O presidente Jair Bolsonaro é quem tem que dar um jeito. É ele que tem que definir o qual o papel que a Petrobrás terá no Brasil", avalia. "A alta nos combustíveis é ruim para o empresário, é ruim para o consumidor e também para a sociedade", completa.
Nesta terça-feira, 2, a gasolina comum chega a R$ 5,79, enquanto o etanol aparece com até R$ 3,93 e o diesel chega a R$ 4,45.