Resultados do marcador: Governabilidade

Seja qual for o chefe de governo, e em qualquer esfera, seu raio de ação está sendo sempre mais delimitado por parlamentares e até pelo Judiciário

Não importa a ideologia de quem observa, as pessoas estão entendendo que a varinha de condão do Executivo tem poder cada vez mais limitado

Sigla se dividiu durante período eleitoral entre apoios ao democrata e a Daniel Vilela

O candidato a governador não vai revelar seu voto, mas, para agradar Lívio Luciano e José Nelto, sugere apoio a Álvaro Dias

A mega coligação tucana em Trindade tem a expectativa de eleger de 12 a 13 vereadores. Isso significa mais de 90% da Câmara Municipal. Atualmente, a base do prefeito Jânio Darrot (PSDB) é formada por oito vereadores.
O prefeito petista ainda tem sete meses para administrar Goiânia. Do ponto de vista da população, é muito tempo
Nas décadas de 1980 e 1990, a grande influência política no país estava nas mãos dos governadores. Agora, o varejo dá as cartas

[caption id="attachment_20737" align="alignleft" width="1158"] Anselmo Pereira, Welington Peixoto e Carlos Soares estão no jogo para a presidência da Câmara Municipal[/caption]
O governador Marconi Perillo (PSDB), por enquanto, não articulou com possíveis candidatos a presidente da Câmara Municipal de Goiânia. Um de seus aliados tem conversado com alguns vereadores, mas não se trata de uma articulação, ao menos no momento, muito forte. Já o prefeito Paulo Garcia (PT), preocupado com a governabilidade, saiu a campo e está “negociando” direta e, por intermédio de alguns auxiliares, indiretamente.
No momento, o quadro é o seguinte: um possível candidato do paulo-garcismo conta com 15 vereadores, o que é insuficiente para eleger o presidente da Câmara. A oposição sugere que aglutina 13 vereadores, número também insuficiente para eleger o sucessor do peemedebista Clécio Alves. Para piorar, pelo menos um vereador, Tayrone di Martino, não está inteiramente “fechado” com a oposição. O chamado Bloco dos 7, com sete vereadores, é a chave da eleição. Se apoiar a oposição, esta ganha, saltando de 13 para 20 votos (ou 19, se confirmada a defecção de Tayrone di Martino). Se apoiar a situação, esta ganha — com 22 votos. Pertencem ao Bloco: Welington Peixoto, Rogério Cruz, Zander Fábio, Divino Rodrigues, Bernardo do Cais, Paulo Magalhães e Paulo da Farmácia.
O Bloco, aproveitando-se de sua força desequilibradora, pretende lançar um candidato a presidente, possivelmente Welington Peixoto, do Pros. Irmão do deputado Bruno Peixoto, do PMDB, Welington poderia obter o apoio deste partido. Bruno tem elogiado Iris Rezende para conquistar seu apoio para o irmão. O paulo-garcismo não tem resistência ao seu nome, poderia até apoiá-lo, mas aposta noutros dois caminhos. Um visto como “ótimo” e o outro como o “possível”.
O paulo-garcismo gostaria de ver Carlos Soares, irmão de Delúbio Soares, na presidência da Câmara. Porque, pertencendo à Articulação, é da estrita confiança do prefeito Paulo Garcia. “Carlos Soares é experiente e centrado”, afirma um integrante do Bloco. “Os sete do Bloco preferem apoiá-lo, se não conseguir bancar Welington Peixoto, a Clécio Alves e Célia Valadão, ambos do PMDB.”
O presidente da Câmara, Clécio Alves, está se movimentando. “Clécio Alves fala um português estropiado, mas é leal e defende o prefeito Paulo Garcia. Ele tem tutano”, afirma um paulo-garcista. “Mas tem alguma rejeição. Célia Valadão é considerada séria, mas sem energia para enfrentar uma casa que viverá, nos próximos dois anos, tempos quentes”, sugere o paulo-garcista. O PMDB tem cinco vereadores e, por isso, quer manter o controle da Casa.
Zander Fábio Alves da Costa (PSL) corre por fora, mas articula. Na semana passada, nas proximidades do Café Bandeira, no Setor Bueno, negociava uma aliança com Carlos Soares. “Eu te apoio e você me apoia” — a conversa teve mais ou menos este teor.
Um tucano “de todos os partidos e governos”, Anselmo Pereira, também é cotado. Dos oposicionistas, dado seu pragmatismo, o líder do PSDB é o único aceitável para Paulo Garcia.

Aterrorizado com a possibilidade cada vez mais real de ser apeado do poder, o PT quer assustar o eleitor comparando a adversária a Jânio Quadros e Collor de Mello