Depois da proibição de duas torcidas nos clássicos em Goiânia, a cada ano a especulação de um possível retorno vem à tona. Recentemente, essa ideia ganhou mais força, após a Federação Goiana de Futebol (FGF) revelar uma visita feita pela entidade à Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

Contudo, no site oficial da FGF não há qualquer menção para o retorno de duas torcidas durante o encontro. Na oportunidade, a entidade máxima do futebol goiano afirma que a visita foi para “reforçar a parceria entre as entidades na realização do eventos esportivos no estado.”

Por outro lado, a equipe Feras do Esporte, atualmente na Rádio BandNews, publicou que a reunião entre a FGF e a SSP “liberou” duas torcidas no Estádio Serra Dourada, restando apenas os clubes manifestarem interesse em jogar no maior palco do futebol goiano, onde existe um projeto de um Grupo de Trabalho (GT) do Governo de Goiás para revitalização.

Além disso, é importante destacar que não há proibição de duas torcidas nos clássicos envolvendo o Atlético-GO, seja contra Goiás ou Vila Nova. Entretanto, os clubes têm optado jogar em seus estádios, que possuem capacidade reduzida e dificultaria a organização desses torcedores.

Já nos clássicos entre Vila Nova e Goiás, e vice-versa, há uma recomendação do Ministério Público de Goiás (MPGO) para que apenas a torcida do mandante esteja presente. É um efeito de anos de violência envolvendo os torcedores de ambos os times, que teve a gota d’água em uma partida da Série B de 2017, na qual vilanovenses e esmeraldinos transformaram a geral em um campo de batalha.

Na oportunidade, a tragédia estava anunciada, visto que não tinha qualquer separação entre as torcidas naquele setor do estádio, que se encontra desativado há anos por conta do Estatuto do Torcedor. O local já foi usado várias outras vezes para o mesmo fim, as brigas, o que já dava para prever.

Enfim, passados esses quase sete anos, a medida então resolveria esse problema, certo? Quer dizer, acabariam os confrontos entre torcedores ou pelo menos seriam reduzidos? Errado. Quem acompanha futebol seguiu vendo com frequência notícias de brigas por Goiânia, até mesmo operações policiais para prender aqueles envolvidos com crimes.

Isso porque esse tipo de ocorrência é muito mais comum longe dos estádios do que dentro deles, ou nas imediações. Durante os jogos, o Batalhão de Eventos da Polícia Militar (Bepe) já está preparado para essa situação, que tende a fugir mais do controle longe, quando muitas vezes esses torcedores até marcam confrontos.

Vale destacar ainda o excelente trabalho do Bepe, que já tem muita experiência no assunto pelo contato com três torcidas diferentes na capital. Recentemente, por exemplo, a Torcida Esquadrão Vilanovense (TEV) publicou em suas redes sociais os acordos feitos neste ano com o batalhão para maior segurança nos estádios e a identificação daqueles torcedores que cometerem crimes.

O caminho é esse mesmo. Punição para o responsável de fato pelo ato, não aos clubes ou aqueles torcedores que realmente vão para festejar, cantar e apoiar seu clube. Estes, aliás, são a maioria e saem prejudicados pela minoria. Duas torcidas no estádio é bom para o espetáculo, é bonito, é atrativo para o campeonato, e consequentemente para patrocinadores. Já passou da hora de voltar.

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