Em meio ao caos na Saúde da capital, comissão denunciou possíveis crimes de improbidade ao prefeito 

Descrente, Kajuru avisou prefeito que não volta mais ao Paço Municipal | Foto: Alberto Maia

Os vereadores que compõem a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga o caos na Saúde pública de Goiânia, a CEI da Saúde, se reuniram com o prefeito Iris Rezende (PMDB) para dar um ultimato sobre a gestão da secretária Fátima Mrué à frente da pasta.

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No Paço Municipal, a reunião durou quase duas horas, mas o resultado já era esperado: o decano peemedebista não deu nenhum posicionamento concreto, mesmo frente às graves denúncias — entre elas, a de que es Secretaria Municipal de Saúde estaria utilizando recursos carimbados do Fundo Nacional de Saúde para outras finalidades.

“Não sabe de nada, não tem nenhuma informação. Não quis nem ver os documentos que levei. Não anotou nada do que falávamos, foi uma perda total de tempo”, lamentou Jorge Kajuru (PRP) durante entrevista ao Jornal Opção.

Segundo ele, o prefeito perdeu tempo, como sempre, divagando sobre Pedro Ludovico Teixeira, e dos tempos de quando foi vereador pela primeira vez. “Tudo que falávamos, dizia que era para resolvermos diretamente com a secretária. Nunca mais volto aqui e deixei claro: nunca mais falo com ele”, completou.

A vereadora Dra. Cristina (PSDB) reafirmou que Iris Rezende se mostrou pouco aberto às demandas da CEI, mas avalia que o encontro serviu de alerta: “Fizemos nosso papel, demos ciência a ele. Agora, se vai tomar providência é outra coisa.”

A tucana conta ainda que o prefeito pediu mais “paciência” aos parlamentares e argumentou que, mesmo faltando 45 dias para o fim do ano, ainda não teve tempo de resolver o caos na saúde pública.

Defesa

Mais uma vez, o prefeito Iris Rezende (PMDB) foi só elogios à secretária da Saúde, Fátima Mrué, e não acreditou na denúncia dos parlamentares de que ela esteja cometendo crimes de improbidade.

Kajuru contou à reportagem que o decano peemedebista endeusou a auxiliar, dizendo que confia plenamente em seu trabalho e que ela fará uma “revolução” na saúde do município. O único vereador que concordou com as juras foi, claro, Dr. Paulo Daher (DEM).

Um dos que ficou mais frustrados com a reunião foi o líder do PMDB na Câmara Municipal, Clécio Alves — um dos principais críticos da gestão da Saúde na capital e presidente da CEI da Saúde.