Aparecida de Goiânia diminui a sua representatividade feminina na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia. A casa conta atualmente com Camila Rosa (União Brasil) e Valéria Pettersen (MDB), Rosa está reeleita após o pleito de 2024, mas Pettersen não disputou a reeleição.

A vereadora recebeu 2.745 votos na cidade e foi a única eleita entre os 25 nomes. Ela é a 5ª mulher eleita para representa a população de Aparecida de Goiânia. Antes de ser vereadora, ela trabalhava como feirante e defende as pautas da categoria. Hoje, ela apoia a candidatura de Leandro Vilela.

Essa é a primeira vez que uma mulher conseguiu se reeleger para o parlamento na cidade. Assim como Aparecida, a capital do Estado de Goiás, Goiânia, também apresentou redução percentual na representatividade feminina, porque serão cinco vereadoras novamente, mesmo com o aumento no número de cadeiras.

“Esse ano quebramos mais um tabu. Na eleição passada, foi a primeira vez que elegemos duas mulheres. Agora, sou a primeira mulher reeleita e a quinta eleita. Em Aparecida de Goiânia, o cenário é horroroso, são 102 anos de cidade, mais de 270 homens eleitos”, refletiu a vereadora reeleita.

Violência política contra a mulher

Camila Rosa recebeu destaque nacional em 2022 porque se envolveu num um caso emblemático, que chegou a estampar o portal Metrópoles. Isso porque a vereadora teve o microfone cortado pelo presidente da Câmara Municipal, André Fortaleza (PL).

Na ocasião, o vereador falou sobre uma publicação de Camila, em que a vereadora defende o espaço de minorias e mulheres na política. Um internauta elogiou o vídeo dizendo que a Câmara de Aparecida de Goiânia se compõe “por um bando de machistas”.

Na tribuna, ele se defendeu alegando que não é uma pessoa machista, apenas é contra fake news. “Não sou contra classe feminina, sou contra cotas. Sou contra oportunismo, sou contra ilusionismo… Eu só falei que os direitos têm que ser iguais e os deveres, também”, disse ele na ocasião.

Comunicado nas redes sociais da vereadora na época | Foto: Reprodução

Saiba mais sobre o caso

Em seguida, Camila proferiu respostas críticas, o que gerou uma discussão calorosa entre os vereadores. Isso é, pelo menos até o presidente da Câmara ordenasse o corte do microfone da parlamentar. “Corta o microfone dessa vereadora para mim. Agora!”

Em seguida, a vereadora ficou claramente surpresa e frustrada com a situação, o que levou algumas lágrimas a escaparem. E então, com deboche, ele disse que ela poderia registrar um B.O. caso “ache que estou cometendo um delito”, em suas próprias palavras. A vereadora registrou um boletim de ocorrência por violência política contra a mulher.

De acordo com a vereadora, a delegada deu seguimento à investigação, entretanto, no Ministério Público, optaram por não dar continuidade. Segundo o promotor, aquela teria sido uma tentativa de vitimização da vereadora para chamar atenção. A lei em defesa na mulher em caso de violência política existe desde 2021.

Ainda assim, o mais surpreendente ao analisar essa situação é pensar como é fácil para um homem silenciar uma mulher. Ainda que sejam diretoras, ministras ou parlamentares, o machismo ainda as atinge. Ou seja, infelizmente, esse caso mostra que basta um homem com poder e ego frágil para silenciar uma mulher eleita.

Assista também um Opção Play relacionado ao tema:

Leia também:

A violência política constante contra as mulheres 

Prefeitas eleitas em Goiás destacam importância da representatividade feminina

Entre os 37 vereadores eleitos em Goiânia, apenas cinco são mulheres