Vereador do PMDB questiona acordo milionário entre prefeitura e empresa paulista de iluminação
25 fevereiro 2015 às 17h47

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Mizair Lemes Jr. usou a tribuna na manhã desta quarta-feira (25/2) para “abrir os olhos” do prefeito Paulo Garcia sobre contrato para iluminação pública da capital

Integrante da base aliada ao prefeito Paulo Garcia (PT), o vereador Mizair Lemes Júnior (PMDB) questionou, durante sessão na Câmara de Goiânia, nesta quarta-feira (25/2), o contrato milionário firmado entre a prefeitura e a empresa paulista Luz Urbana Engenharia LTDA para fazer a manutenção da iluminação pública da capital.
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“Não entendi. O contrato foi fechado no recesso [parlamentar]. Estou querendo saber para evitar futuros desvios de dinheiro na Comurg. Antes gastávamos R$ 10 milhões por ano e, agora, vamos gastar mais de R$ 18 milhões”, questionou o peemedebista.
O vereador encaminhou, ainda nesta quarta, um requerimento à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semob) em que solicita a cópia de todos os contratos referentes ao acordo firmado entre o Paço e a empresa.
Do palanque, Mizair também teceu duras críticas ao serviço de iluminação pública de Goiânia. “Essa empresa vai ter que reparar as incontáveis lâmpadas queimadas no município”, frisou.
“Estamos abrindo o olho do prefeito, pois tenho certeza que ele quer também resolver o problema da iluminação pública, mas tem aqueles que abrangem o sistema público para se beneficiar”, ponderou.
O contrato com a empresa paulista foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 12 de janeiro, em meio ao recesso parlamentar. A data foi destacada pelo vereador peemedebista. “Este foi um acordo às escuras, sem apresentação para a população, para os vereadores ou para a impresa”, acrescentou.
Esclarecimentos
Antes da sessão desta quarta-feira, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi aprovada a convocação do presidente da Semob, Washington dos Santos Ramalho, para falar sobre o contrato com a empresa paulista.
De acordo com presidente da CCJ, o vereador Elias Vaz (PSB), Ramalho terá de atender a convocação até a próxima quarta-feira (4/3).
Para o pessebista, paira dúvidas sobre o contrato e “as suspeitas de fraudes precisam ser avaliadas e investigadas. “Aliás, essa empresa teve problemas quanto prestava tal serviço para a prefeitura de São Paulo, na administração do ex-prefeito Kassab (PSD). Fiz uma ampla investigação sobre esse assunto antes de fazer tais comentários”, contou.
Caráter emergencial
O contrato com a empresa tem uma duração de 180 dias e o valor é de R$ 18.191.947,32. O montante deve ser usado para a correção de falhas na iluminação de praças e vias, tais como lâmpadas queimadas. No valor, está incluso o fornecimento de materiais.
Questionada sobre o contrato, à época da publicação do mesmo no Diário Oficial, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Administração (Semad), enviou nota em que esclarece que o contrato atende uma recomendação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e tem caráter emergencial.