O senador Vanderlan Cardoso (PSD) deve anunciar sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia nesta semana. Mas o evento de lançamento vai acontecer com pompa e muita movimentação no próximo mês. Porém, o senador e seu partido parecem se atrapalhar na lista de requisitos prioritários para consolidá-lo não só enquanto pré-candidato, mas também como um prefeito com governabilidade, em caso de uma possível eleição.

Isso porque, aos olhos de quem quiser ver, o PSD tem se apequenado nos últimos meses em Goiânia, se isolando e perdendo quadros que não só servem como puxadores de votos, mas também como exímios articuladores de apoios.

Para se ter uma ideia, dois dos vereadores de maior destaque da Câmara Municipal deixaram o partido após a última eleição, e um terceiro pode estar em vias de fazer o mesmo. A primeira, Sabrina Garcêz, que se filiou ao Republicanos (e hoje lidera o partido na capital) ainda em 2022, foi simplesmente a quarta vereadora mais votada em 2020, com 5,8 mil votos.

Neste ano, foi a vez de Luciula do Recanto, que acabou de se filiar ao MDB. Na última eleição, a parlamentar recebeu nada menos que 5,9 mil votos — a terceira mais votada de Goiânia.

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Luciula do Recanto, cuja bandeira principal é a defesa dos animais (a vereadora tem um abrigo que acolhe animais abandonados), ficou por vários dias internada na UTI de um hospital da capital após ser acometida por uma pneumonia bacteriana. Recuperada e com alta, a parlamentar consolidou sua filiação à legenda emedebista e promete ir com tudo para a reeleição.

Agora, circula nos bastidores a informação de que o PSD pode perder, também, Lucas Kitão. O vereador, que se lançou pré-candidato à Prefeitura de Goiânia recentemente (abrindo uma disputa interna com Vanderlan), foi o sexto mais votado em 2020 com 4,7 mil votos. Conforme apurado pela coluna, a chance é remota, mas não inexistente de que ele troque o PSD pelo União Brasil.

O que Vanderlan e seu grupo parecem não ter percebido é que o PSD já quase reivindica o título de “partido nanico” na capital. Frise-se que cada um dos vereadores feitos numa eleição representa o apoio de um eleitorado específico de um determinado bairro ou bandeira — apoio extremamente necessários numa eleição para prefeito.

Já é consenso que o PSD terá dificuldade — e muita — para montar um chapa viável de vereadores. Mesmo se eleito, Vanderlan corre o risco de se tornar a personificação da canção de Humberto Gessinger, de Engenheiros do Hawaii: “O exército de um homem só”. Mas, diferentemente das artes, um “exército” assim na política não costuma funcionar.

Como se sabe, o verdadeiro exército eleitoral de um candidato a prefeito são os vereadores e os candidatos a vereador. Pelo que se sabe, Vanderlan está com dificuldade de montar a chapa. (T.P.)