Infectologista sobre tratamento precoce: “É como se estivéssemos escolhendo de qual borda da terra plana a gente vai pular”. Veja vídeo
02 junho 2021 às 12h09
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A médica foi anunciada em maio para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas teve a nomeação cancelada 10 dias depois
A CPI da Pandemia ouve nesta quarta-feira, 2, a médica infectologista Luana Araújo, que foi anunciada em maio para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas teve a nomeação cancelada 10 dias depois. O depoimento foi adiantado, para que a infectologista possa dar sua versão sobre a mudança antes de uma nova oitiva com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Ao ser questionada pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se em algum momento conversou com o ministro da Saúde sobre o chamado “tratamento precoce” para a Covid, Luana afirmou ser absolutamente a favor de terapias precoces que existam, o que não é o caso em relação ao coronavírus.
“Isso nem foi um assunto, senador. Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Quando eu disse que há um ano estávamos na vanguarda da estupidez mundial, infelizmente ainda mantenho isso em vários aspectos”, disse. Ela ainda continuou dizendo: “Ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular. Não tem lógica.”
Ameaças
Ainda durante seu depoimento, a médica disse ao ser perguntada por Renan Calheiros, se havia sofrido ameaças após o convite para o Ministério da Saúde, Araújo disse que não entrou em mídias sociais e não teve assessores para fazer esse tipo de acompanhamento enquanto esteve no cargo. “Depois disso, tentaram divulgar meu endereço na internet, já tentaram dizer que eu teria ligação com isso, com aquilo. Eu não tenho”, contou.
Luana Araújo relatou, que como vários infectologistas do país, sofreu diversos tipos de ameaça desde de o início da pandemia. “Isso é algo que é extremamente lamentável pela perda da oportunidade de educação do nosso povo.”
A médica reforçou ainda que em suas considerações iniciais,pleiteou “autonomia, não insubordinação ou anarquia” ao Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao apresentar suas condições para ocupar o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid.